domingo, abril 21, 2002

No post referente a Rádio Onze eu terminei o texto falando sobre a "primeira morte" da emissora. Então, se houve a primeira, consequentemente aconteceu uma segunda.
Em 1999, alguns estudantes da ECA-USP (Escola e Comunicações e Artes) fizeram um acordo com o XI de agosto e chamaram para si a responsabilidade de continuar tocando a programação da Onze. Não tenho os detalhes de como transcorreram as negociações, até porque eu descobri essa informação por acaso. Eu estava buscando na Internet listas de discussão sobre rádio e uma delas me chamou a atenção. Era a radioxi, lista que o povo da ECA fez para ajudar na comunicação interna. Me inscrevi na lista e somente depois é que eu descobri o que estava acontecendo de fato. Fiquei um tanto chateado porque eles todo o trabalho que havia sido feito entre 1995 e 1997. Em nenhum momento eles pensaram e chamar as pessoas que roeram esse osso por dois anos para conversar, trocar experiências e, quem sabe, dar uma força nessa nova fase. (Cá entre nós, uma atitude típica de estudantes da USP que acham saber de tudo mesmo antes de concluir o curso).Depois que eu entrei na lista de discussão, deixei bem claro essa minha posição. A partir daí, eles se tocaram da burrada feita e uma reunião for marcada, da qual participou o José Roberto Reder Borges, representando o povo antigo da Onze.
Apesar dos pesares, essa associação tinha tudo para dar certo. Afinal, era a união de duas forças unversitárias importantes do quadro estudantil brasileiro. A coisa não foi para frente devido a alguns fatores, o principal é foi a inexperiência. Os alunos da ECA não tinham a devida tarimba no que diz respeito a esse mundo complicado que é o das rádios livres. Um técnico em eletrônica os passou para trás. Nós deixamos lá um transmissor novinho em folha, já montando, que só necessitava de manutenção. O espertalhão os fez comprar um novo. Poderiam ter economizado alguns os preciosos trocados que conseguiram do XI de agosto para investir na Onze.
A fase do povo da ECA na Rádio Onze acabou de forma arbrupta. A fiscalização da Anatel, mais a PF apreeenderam os equipamentos. Isso nunca tinha acontecido na história da emissora. Porém, o mais irônico é foi o primeiro fechamento de uma rádio que não estava no ar. Parece mentira, mas a Onze ainda não tinha voltado a transmitir regularmente. Ainda não haviam ocorridos os primeiros testes de transmissão. Até então a única coisa que tinha saido do papel foi a reforma dos estúdios localizados na Casa do Estudante. Me disseram depois que a apreensão aconteceu a partir de uma denúncia feita a Anatel. Eu tenho uma idéia de quem possa ter partido a delação, mas não revelo minha opinião nem sob tortura chinesa.
O Xi de agosto tomou as devidas providências no âmbito jurídico e o processo aberto depois foi arquivado. Com o fechamento, o estusiasmo do pessoal da ECA diminuiu. A tal da lista de discussão está abandonada. A grande derrotada mesmo foi a Rádio Onze, que até hoje permanece calada.

 
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