terça-feira, agosto 31, 2004

domingo, agosto 29, 2004

Leia no site Laboratório Pop: Blog dedicado a Cazuza reforça o mito entre os jovens e renova a geração de fãs do cantor.

Ah, se isto interessa a alguém, este é post de número 600 da história do blog Onzenet.

sexta-feira, agosto 27, 2004

Leia no site Laboratório Pop:

O criador do blog do Jon Bon Jovi não tem sossego no trabalho, mas não se importa. Trata o astro como Elvis Presley

O fotolog virou mania entre os internautas e polêmico em rodas de discussão. Para muitos, é narcisismo puro

Adalberto Carvalho Pinto mantém um blog dedicado ao formato que virou uma referência para os simpatizantes

Blog dedicado a transformar letras já foi um dos mais acessados do país e pode virar livro

Blog dedicado à época em que Trem da Alegria e Duran Duran passaram na Terra como relâmpago vira objeto de culto na rede

Integrante do grupo emergente paulistano Los Pirata, Paco Garcia mantém um interessante blog dedicado aos donos das guitarras

Portal investe no gênero e tem em sua nova cartada páginas pessoais de Leila Pinheiro, Gerald Thomas e Marcelo Tas como destaques

Portal muda regras de uso, limita produção até 10mb e revolta internautas que investiram no Blogger Brasil

Blogs sofrem intimidação e são ameaçados de processo em casos cujas opiniões acabam gerando polêmica

Há dez anos morria Kurt Cobain, a mente por trás do Nirvana. Há dez anos não se fala em outra coisa

Desorganização na venda de ingressos para o Curitiba Pop Festival gera protesto na rede. E um blog furioso

O Blig, serviço de blogs do iG, a exemplo do Blogger Brasil, da globo.com, deixa internautas sem pai nem mãe

Megssa Fernandes: gente que faz

Imagine uma pessoa que canta em diversas bandas independentes, faz zines, organiza festivais e mostras, participa de um vídeo de ficção (aliás, são seus pés), mantém um blog... enfim, alguém que participa de quase todas as manifestações artísticas/midiáticas (chique, não?) que se possa imaginar. Ela existe, sim. Seu nome é Megssa Fernandes.
O trabalho mais conhecido de Megssa foi como vocalista da banda The Fish Lips. Iriam dar o que falar, caso não tivessem resolvido terminar (aqui os motivos são devidamente explicados). Nesse meio tempo, ela se envolveu em vários outros projetos, entre eles a Mostra de Cultura Independente, realizada no ano 2000, em São Paulo, com grande sucesso de público e mídia. Mesmo com o fim do Fish Lips, Megssa não ficou sem ter onde cantar. Além de suas duas bandas paralelas, hoje ela empresta sua voz ao supergrupo Magic Crayon, reunindo gente bacana que já participou de outras bandas indie com algum prestígio na cena, casos do Moonrise e do Comespace. Irriquieta, nossa menina multimídia super-poderosa não fica só nisso. Ainda em outubro, pretende lançar uma nova edição de seu zine, o Popadelic, escrito todo à mão. E dentro em breve, teremos o "debut" de seus lindos pés como estrelas principais de um vídeo a ser lançado pelo povo do zine Judith Blair. Isso tudo sem se esquecer de que, em casa, Megssa ainda é uma boa cozinheira (tem alimentado uma família toda com seus quitutes) e ainda se dedica aos estudos preparatórios para enfrentar o fantasma do Vestibular (ufa!).
Depois de todas essas informações e de acompanhar esse papo, é impossível escapar do clichê: Megssa Fernandes é gente que faz. Leia na seqüência a íntegra da entrevista, realizada pelo e-mail. (Rodney Brocanelli)


Ruídos - Você foi vocalista do The Fish Lips por muito tempo. Era uma banda promissora da cena independente, com muitos elogios de zineiros e de parte da imprensa especializada. Infelizmente, vocês decidiram colocar um ponto final nessa trajetória. O que houve?

Megssa Fernnandes - Na verdade não decidimos. Decidiram. Por mim, estaria tocando com a banda até hoje. Foi um momento muito delicado porém, quando todo mundo começava a ficar distante, um pouco cansado depois de tanto tempo tocando junto, e cada um acabou rumando por um caminho diferente. Acho que o que pesou, foi o fato de não termos mais nada em comum. Aliás, se tivemos algum dia algo em comum, talvez fosse apenas alguns amigos. Personalidades, gostos e objetivos completamente diferentes. Isso tudo foi mais forte do que a música e daí foi o fim. Já passei muito tempo triste por conta disso, até hoje não me conformo muito. Mas agora já prefiro achar que há males que vem pra bem.

Ruídos - Como você foi parar no Magic Crayon?

Megssa - Essa é uma história... Eu estava dando um tempo em Porto Alegre ano passado (2001) quando em um dos shows que fui conferir, tinha o Magic Crayon tocando. Aproveitei a bebedeira dos meninos e praticamente me convidei pra participar da banda, dizendo que só voltava pra São Paulo se tivesse uma banda pra cantar, hehe. Eles (César e Gilberto) acabaram me chamando e eu aceitei na hora. Se bem que até o primeiro ensaio rolar demorou ainda uns bons meses. Quando voltei, o Paulo (guitarra) já tinha entrado na banda também e o Barbosa tinha voltado a tocar bateria.

Ruídos - Você concorda que o MC é um supergrupo indie, uma vez que reúne pessoas talentosas que já tocaram em outras bandas bacanas, caso do Zanin (ex-Moonrise) e do Gilberto Custódio Jr. (ex-Comespace)? Ou é apenas mais um rótulo dado por aí?

Megssa Fernanndes - Acho que na verdade acontece uma mistura de integrantes que acaba nos livrando de ser indie (no sentido sonoro literal da coisa). Veja bem, o som do moonrise, comespace, fish lips e transistors (banda do Barbosa), eram muito diferentes um do outro. Aliás, até o público de cada banda era diferente. Daí todo mundo se reuniu e deu no que deu. Eu adoro a banda, mesmo. O que acho que faz uma diferença são as experiências de cada um. Como não é a primeira banda de ninguém ali, o negócio perde aquela coisa de ‘achismos’, ingenuidade e ‘sonhar alto’, sabe? Mas daí a ser indie, acho que é mais uma coisa do povo ficar rotulando mesmo pra poder se identificar ou não com o que fazemos.

Ruídos - Além do Magic Crayon, você faz parte de outras bandas. São o The Luos e o 3 Guitarras, até onde eu sei (será que tem mais?). Fale um pouco mais sobre eles.

Megssa Fernandes - O "Três Guitarras" era mais um projeto; uma forma que tive de continuar tocando com o rodrigs (ex-guitarrista do fish lips) e tocar com outras pessoas que queriam experimentar coisas novas. É um projeto que pode voltar a qualquer momento. Talvez não com os mesmos integrantes, mas sempre experimental. Agora, o the luos é eterno. Na verdade existia antes mesmo de fish lips. Depois de contar com inúmeras tentativas de outros integrantes, acabou virando apenas o Paulo (magic crayon e post) e eu, sendo que dessa formação já nasceu a segunda fitinha, em praticamente um ano de ‘banda’ (a primeira foi gravada com o paulo e o pedro –que toca guitarra no ponche). É um som simples, sem muitos detalhes, violão, voz, guitarra. Lo-fi ao extremo.Um som cheio de influências folk. Como sempre digo, em poucas palavras: meus desabafos. Eu canto e toco violão e o paulo a guitarra cheia de slides, etc. O the luos existe há 8 anos, mas nunca divulguei muito. Achava que era algo muito pessoal. Hoje em dia, a vontade de encontrar pessoas que se identifiquem com isso me fez começar a gravar.

Ruídos - Quando você estava no Fish Lips rolava uma certa ciumeira por parte de pessoas que estavam em outras bandas. Sei que a Alê Briganti e Eliane (ex-Pin Ups) andaram criando confusões contigo em alguns shows. Você confirma isso? Que tipo de problemas elas te causavam?

Megssa Fernandes - Mal entendidos sempre acontecem. Ainda mais quando tem um monte de gente envolvida com esse negócio de bandas e cenas e zines e isso e aquilo. O que aconteceu foi que por conta de falta de comunicação e mal entendidos que pessoas faziam questão de promover, acabou-se gerando polêmica e discussões. Realmente não me causaram problemas já que na época e até hoje em dia, tudo o que aconteceu não fez a mínima diferença pra mim. Nem fazemos parte da mesma realidade, acho. Sabe, Rodney, nunca gostei de brigas e sempre fiquei quieta no meu canto. A única coisa que serviu tanta discussão naquela época, foi pra me fazer mudar de postura quanto ao que acontece em volta. Hoje em dia, se tenho um problema com alguém, vou e resolvo na hora. Sabe que o mais triste de toda essa história, foi no final, perceber que pessoas como elas tinham mais caráter do que pessoas que por exemplo, tocam ou estão com você no dia-a-dia.

Ruídos - E essa história de que os seus pés serão protagonistas de um filme? Explique mais um pouco a respeito disso.

Megssa Fernandes - Pois é, acabei aceitando o convite que o pessoal do zine Judith Blair fez pra participar de um projeto deles. Sempre fui muito fã do trabalho desse zine, que aborda a sexualidade de uma forma bem simples e divertida. Daí que estamos ainda filmando as cenas do vídeo "caçando pezinhos" onde eles saem pelas ruas abordando garotas a fim de filmar os seus pés. Fetiche puro. Quem tiver curiosidade pra conhecer todos os outros vídeos ou mesmo pra conseguir o zine, o site é Erro! Indicador não definido. Respeito muito o trabalho deles e está sendo muito divertido participar de forma tão diferente (pelo menos pra mim)!

Ruídos - Em 2000, você foi uma das organizadoras da Mostra de Cultura Independente, que rolou na Funarte, aqui em São Paulo. Apesar do sucesso dessa primeira edição, o evento não teve continuidade. O que aconteceu?

Megssa Fernandes - Burocracia. Não conseguimos um lugar pra abrigar a Mostra. É muito difícil também manter um evento como esse por consecutivos anos sem grana. A primeira aconteceu por muito trabalho e por sorte também. Fazer outra mostra apenas por fazer, sem seguir o padrão de qualidade da primeira, não seria legal. Mas apesar disso, a Debbie e eu organizamos no ano seguinte o Festival de Música no Tendal da Lapa, que foi quase uma mostra, só que menor, mas que não deixou de abrigar bons trabalhos e bandas. Gostaria MUITO de voltar a organizar a II edição de ambos os eventos. Acredito que a Debbie também, mas pra isso teríamos que ter muito tempo disponível e pelo menos um bom lugar pra fazer. Como não ganhamos nenhum dinheiro com esse tipo de evento, além de tempo, teríamos que arrumar patrocínio ou algo assim e essa parte burocrática é que atrasa tudo.

Ruídos - Você retomou o seu zine Popadelic. Fale um pouco mais sobre ele e aproveite para fazer um comercial.

Megssa Fernandes - Ah, o popadelic é um zine tosco. A periodicidade dele é completamente irregular, mas até isso combina com o conteúdo e a estética do trabalho, que é completamente disforme e torto, feito a moda antiga, com colagens e rasuras. Fico tão triste em ver que os zines de papel estão sumindo (sumindo, porque acabar acho que nunca irão). Saber de todo e novo e-zine é legal, mas e a facilidade de levar o seu zine pra cima e pra baixo, de emprestar pra um amigo, tirar xerox, multiplicar os seus pensamentos, alcançar outras cabeças? Falta um pouco disso. As vezes dá impressão que as pessoas começam fazendo zines pra desabafar, divulgar coisas que acreditam, etc. Daí passam uns anos, e elas desistem, como se tudo o que um dia gostaram ou sonharam não tivesse sentido. Bom, mas voltando ao popadelic, ele é simplesmente um zine pessoal, que reune resenhas, textos diversos, que tratam de coisas do meu dia a dia, o que vai desde música, até cultura trash e frustrações por exemplo... "Zine é que nem jeans, tem sempre um que é a sua cara!" , por isso não faço pra agradar ninguém, apenas vou escrevendo e pronto. E pra quem quiser uma cópia, que fique a vontade pra me pedir pelos endereços: Erro! Indicador não definido. ou R. Joaquim Fraga, 53 cep 06060-170 Osasco-SP

Ruídos - Suas considerações finais. Fique à vontade

Megssa Fernandes - Hehe, aqui que eu tenho que agradecer pelo espaço, né? :) Bom, agradeço mesmo, porque é sempre legal poder espalhar um pouquinho esas opiniões por aí. Os endereços acima são pra qualquer um que queria trocar idéias, fiquem a vontade. Queria também acabar dizendo que todo aquele papo de "compre zine, vá a shows, compre demos, pense independente" já virou clichê, mas acredito mesmo nisso. Você não precisa ter uma banda ou um zine, ou mesmo fazer social em shows e festas pra ser independente. Basta pensar diferente, ser curioso, ir atrás de coisas novas que te agradem e valorizar todo o trabalho que dá pra manter de alguma forma, essa rede de manifestos que com muita dificuldade, chega até você *

Essa entrevista foi publicada no e-zine Ruídos, em 2002, acho eu. A informação mais recente que eu tenho da Megssa é a de que ela está morando na Escócia. Leiam seu blog, o Sonora, que traz algumas de suas histórias curiosas naquele país.

quinta-feira, agosto 26, 2004

Peguei do Terra:


O Palmeiras completa 90 anos de vida nesta quinta-feira e ainda persiste a lenda de que o clube nasceu após dissidência de integrantes de seu maior rival, o Corinthians.

A verdadeira versão do nascimento do Palestra Itália, precursor do clube estsá em livros e jornais publicados ao longo da história.

A idéia de criar um clube próprio para a colônia italiana começou a ser amadurecida em 1913, quando o Pro Vercelli e o Torino, duas equipes então tradicionais da Itália, fizeram uma excursão pelo Brasil.

Os amigos Vicente Ragognetti, Ezequiel Simone, Luiz Cervo e Luiz Marzo, apaixonados por futebol e decididos a fundar um clube próprio para italianos, deram início à empreitada. A primeira opção era criar o "time da colônia italiana" no Clube Espéria, aproveitando sua estrutura, mas não havia no local um terreno para a prática de futebol.

Para ganhar adeptos, Ragognetti enviou, no dia 13 de agosto de 1914, uma carta ao jornal "Fanfulla", destinado à colônia italiana no Brasil. Solicitou que o editor encampasse a idéia de fundação de um "quadro" puramente italiano.

"Sr. Diretor (...), alguns famosos futebolistas italianos, sócios porém de clubes locais (...), encarregaram-me de escrever a propósito de um de seus projetos (...), esperando que seu jornal se faça portador e propagandista".

Depois de publicada a carta, 46 pessoas, enfim, encontraram-se no dia 26 de agosto de 1914, no número 2 da Rua Marechal Deodoro, regulamentaram e fundaram a Societá Sportiva Palestra Itália.

E como passou a existir um "time para italianos", alguns jogadores (o futebol não era profissional) de outros clubes se transferiram e atuaram pelo Palestra. De outros clubes, incluindo o Corinthians. Foram os casos de Amílcar Barbui e Luiz Fabi. Este último, aliás, foi o autor do primeiro gol da história do Corinthians. Mas jamais entrou na lista de fundadores do Palestra.

segunda-feira, agosto 23, 2004

Bom, confesso que eu não estava ainda muito por dentro da história do Conselho Federal de Jornalismo. Li alguma coisa a respeito e assisti ao "Dois a Um", do SBT, do qual participaram Ricardo Kotscho e Clóvis Rossi (um contra e outro a favor). Ainda não vi a entrevista do mestre Alberto Dines ao Roda Viva programada para esta segunda, mas já formei minha opinião: sou contra.
Vejo nessa inciativa um enorme risco a liberdade de expressão. Não há a necessidade de se criar conselhos para controlar a profissão. Temos aí, a Lei de Imprensa para isso. O Alex Maron escreve em seu blog que jornais são punidos por falhas todos os dias. Vou mais longe, jornalistas também e Jorge Kajuru é um exemplo disso com vários processos nas costas.
Não sei dizer se a criação desse conselho é reversível. Creio que não, principalmente se tal iniciativa for motivada como uma forma de retaliação a ampla divulgação da atuação do ex-assessor Valdomiro Diniz. Mesmo se o governo federal mudar de idéia, isto não significa que vai tudo bem com nossa imprensa. Porém, uma regulamentação estatal só vai piorar as coisas.

sábado, agosto 21, 2004

quinta-feira, agosto 19, 2004

Editor do zine midsummer madness e do selo de mesmo nome, Lariú é, sem dúvida, um dos nomes mais importantes da cena alternativa nacional. Ninguem melhor do que ele mesmo para fazer a introdução desta conversa via e-mail.(Rodney Brocanelli)

"Tenho 24 anos, nasci em Niterói. Começei a fazer o midsummer madness em 1989 por influência de uma amiga punk na época, a Beatriz, atual Stellar. Tirei o nome de um dicionário de inglês e gostei por causa da relação com a peça de Shakespeare. O zine no começo era bastante subjetivo, tinha uma influência forte de Smiths, Galaxie 500 e poetas românticos/ malditos. As matérias eram basicamente dúvidas minhas e alguma coisa de música que eu gostava. Fiz o número zero, depois o 1 e o 2. Daí entrei para faculdade de Comunicação na UFRJ para cursar Editoração. Me formei em 1996 apenas... Quase 5 anos. Trabalhei numa loja de CDs importados, fiz 2 anos de programa de rádio na Fluminense FM com o Dodô e o Marcos (ambos da PELVs) e um outro amigo. Em 1994 comecei a estagiar na MTV e fui contratado em 1997 como produtor da sucursal de jornalismo no Rio."

Depois da apresentação, vamos à entrevista:

Onzenet - Como você avalia a aceitação dos CDs lançados pela mm records entre o público e mídia?

Rodrigo Lariú - Acho que tem sido de média para boa. Na mídia que vale a pena, ou seja, aqueles jornalistas que realmente se interessaram em ouvir, todos elogiaram a iniciativa e a qualidade dos lançamentos. Alguns gostaram mais da PELVs, outros mais do Cigarettes. Já o público, eu não tenho muita certeza. As pessoas que compram têm gostado e elogiado mas vendi bem menos do que imaginava até agora. Não sabia que a saída seria tão demorada, achei que com 6 ou 8 meses já estaria esgotando 1000 CDs e já estou com 6 meses e nem perto disso.

Onzenet - Quais foram os custos de produção dos dois CDs?

Lariú - R$6.000 os dois CDs e encarecendo...Acho legal destacar que a maioria das pessoas está se esquecendo de falar dos meus 2 sócios na gravadora: VRS Marcos (ex- Pelvs, atual Aerowillys) e Rodrigo Letier. Sem eles eu não teria lançado nada!

Onzenet - Quais as bandas do seu catálogo que você pretende lançar nesse formato?

Lariú - Os próximos lançamentos são um 2 em 1 do Second Come que será lançado em abril ou maio em conjunto com a Rock It! (N. da R.: selo pertencente a Dado Villa Lobos); e depois, em julho, 500 cópias apenas do debut do Stellar. Se tivesse dinheiro ainda lançaria Sleepwalkers, Superbug e ajudaria o brincando de deus a lançar o terceiro.

Onzenet - Como é ser, na avaliação do "Estado de S. Paulo", "o homem mais amado e odiado" da cena alternativa?

Lariú - Engraçado.

Onzenet - Ajuda ou atrapalha o fato de você trabalha na MTV?

Lariú - Só ajuda, mas não com a MTV propriamente dita. Tem um monte de gente legal trabalhando e passando por lá que a gente acaba conhecendo. Um monte de pentelho também.

Onzenet - Quais seus planos com relação ao zine midsummer madness?

Lariú - Continuar editando só que com bem menos matérias de música. Quero voltar a fazer um zine para a alma como no começo. A parte musical eu pretendo deixar para os informativos e para a home-page.

O endereço da home-page é http://www.mmrecords.com.br


Entrevista publicada no site da Rádio Onze em 1997. O tempo passa, o tempo voa, mas o mmrecords continua firme e forte.

terça-feira, agosto 17, 2004

segunda-feira, agosto 16, 2004

As the snow flies
On a cold and gray Chicago mornin'
A poor little baby child is born
In the ghetto
And his mama cries
'cause if there's one thing that she don't need
it's another hungry mouth to feed
In the ghetto

People, don't you understand
the child needs a helping hand
or he'll grow to be an angry young man some day
Take a look at you and me,
are we too blind to see,
do we simply turn our heads
and look the other way

Well the world turns
and a hungry little boy with a runny nose
plays in the street as the cold wind blows
In the ghetto

And his hunger burns
so he starts to roam the streets at night
and he learns how to steal
and he learns how to fight
In the ghetto

Then one night in desperation
the young man breaks away
He buys a gun, steals a car,
tries to run, but he don't get far
And his mama cries

As a crowd gathers 'round an angry young man
face down on the street with a gun in his hand
In the ghetto

And as her young man dies,
on a cold and gray Chicago mornin',
another little baby child is born
In the ghetto


Nesse sábado, a Record exibiu um bom especial sobre Elvis Presley e sua relação com a música gospel. Não sei se é do conhecimento de todos, mas ele pertencia à Assembléia de Deus e começou a cantar nessa igreja. Depois, um certo coronel Tom Parker entrou em sua vida, e o então motorista de caminhão virou um mito. O programa apresentou depoimentos de integrantes de conjuntos vocais gospel que o acompanhavam em seus discos e shows. Com eles, Elvis chegou a gravar discos com hinos consagrados entre os protestantes.
Apesar de o especial ter enfoque no lado religioso de seu trabalho, foram exibidos musicais com alguns de seus sucessos, digamos, mundanos, como Love Me Tender e Teddy Bear. De todas as que foram apresentadas, eu não conhecia In The Ghetto. É uma canção impressionante. A situação descrita na letra se passa em Chicago, mas ela poderia muito bem aplicada a relidade brasileira.
Curioso notar que se o rei do rock mostrou sua preocupação com o futuro das criancinhas norte-americanas, um outro rei, só que do futebol também teve o mesmo tipo de pensamento, desta feita com as criancinhas brasileiras. Ao marcar seu milésimo gol, Pelé dedicou seu feito a elas.

sexta-feira, agosto 13, 2004

Não é exagero dizer que uma das boas notícias desse ano de 2002 no campo musical é volta do Fellini. Com algumas raras exceções, a imprensa especializada recebeu bem o lançamento de "Amanhã é Tarde". Porém, um curioso detalhe foi esquecido. No último dia 18 de maio, a banda completou 18 anos de atividades. A data marcou o primeiro ensaio realizado na casa de um de seus integrantes, em 1984. Naquele mesmo dia, só que em 1980, Ian Cutis, vocalista do Joy Division, colocava um fim a sua própria existência.

O Fellini não tem uma carreira linear. Nesses 18 anos, o grupo passou por diversas fases, idas e vindas, acréscimo e saída de integrantes, mas nada disso fez com que eles fossem esquecidos por sua meia dúzia de fãs fiéis.

Talvez a principal mensagem do Fellini em todo esse tempo foi a simplicidade. Eles provaram que a falta de recursos não pode servir de impedimento para se fazer boa música. O trabalho da banda é a perfeita definição da velha máxima: "menos é mais".

Nessa entrevista, Thomas Pappon, o multi-instrumentista do Fellini, dissserta um pouco sobre o CD "Amanhã é Tarde", lançamento da mmrecords. Ele fala também sobre o seu trabalho no serviço brasileiro da BBC, de Londres, sobre suas preferências musicais no momento e até mesmo sobre a atual fase de notoriedade vivida pelo cantor Supla. Acompanhe a íntegra. (Rodney Brocanelli)


Pergunta - Em 2002, comemoram-se 18 anos do primeiro ensaio do Fellini, exatamente no dia 18 de maio de 1984. Naquele dia passava pela sua cabeça que a banda pudesse ir tão longe?

Thomas Pappon - Não. Nos primeiros anos, achava que o grupo poderia acabar a qualquer momento, que a idéia toda - de uma banda de não-músicos e atitude ''foda-se'' - era efêmera demais. Mas nosso entusiasmo, por outro lado, sempre foi grande.


Pergunta - O que o fã do Fellini pode esperar de "Amanhã é Tarde?" E o não-fã, aquele que nunca ouviu falar do grupo?

Pappon - Ambos vão ficar surpresos. O fã vai notar que o Fellini está bem à vontade na praia da MPB e que o grupo envelheceu com dignidade, sem perder o senso de aventura. Os fãs novos vão se arrepender de nunca terem ouvido Fellini antes.


Pergunta - Como surgiu a idéia de voltar a gravar material inédito?

Pappon - Fazia tempo que queria voltar a gravar com o Fellini. O Cadão também. O problema é que isso dá um trabalho dos diabos. Fazer música é um hobby de luxo - quando não se vive disso. Imagine você ter família, trabalho e ainda querer gravar um álbum no tempo livre. A coisa só deu certo porque o esquema foi o mais pragmático possível. O velho esquema faça-você-mesmo, gravando em casa num porta-estúdio.


Pergunta - Quais são os seus "hits" desse CD, as músicas de que mais você gostou?

Pappon - ‘’As Peles’’, ‘’Gravado no Rio’’ e ‘’Greve’’ têm pinta de hit. Mas minha preferida é ‘’Polichinelo’’, a faixa que abre o disco.


Pergunta - Como foi o processo de gravação? Foi semelhante ao de "Fellini Só Vive Duas Vezes?", quando você e Cadão gravaram esse álbum na sala de estar da sua casa em São Paulo?

Pappon - Foi praticamente o mesmo esquema de Fellini Só Vive Duas Vezes, que - putaqueopariu - foi gravado há 16 anos (!!!). O mesmo tipo de porta-estúdio de 4 canais, com matriz gravada em fita cassete. A diferença é que dessa vez usamos sampler e só tivemos uma semana para gravar todos os vocais.


Pergunta - Podemos sonhar com shows para marcar o lançamento desse novo CD?

Pappon - Sonhar pode. Mas é bem improvável que role.


Pergunta - Como é a relação de vocês com a midsummer madness records? Como é que vocês chegaram a esse selo?

Pappon - O Rodrigo Lariú, dono do selo, foi quem organizou o show do Fellini no Rio de Janeiro, quando fizemos uma mini-turnê em 98. Mostrei-lhe o material dos Gilbertos, que ele acabou lançando pelo selo. Ele sempre se mostrou entusiasmado, honesto e prático. O esquema independente é o único que nós conhecemos.


Pergunta - E o CD com sobras e registros e shows ao vivo ficou para quando?

Pappon - Verdade seja dita: os registros ao vivo são uma merda. Têm coisas bem legais entre as sobras e gravações de ensaio, mas não sei se há sentido em um disco desses, é coisa para fã doente mesmo. O projeto foi suspenso.


Pergunta - Você ficou satisfeito com a repercussão do lançamento de "Eurosambas", CD do The Gilbertos, seu projeto paralelo musical?

Pappon - Sim, bastante. Adoro esse disco, muita gente gostou e ficou claro que ainda há espaço para música não convencional, dirigida às almas mais sensíveis. Sem esse disco e sem a midsummer madness, talvez não tivéssemos agora um novo disco do Fellini.


Pergunta - Você trabalha no serviço brasileiro da rádio BBC, de Londres. Quais os projetos que você está tocando na emissora e quais os horários em que você apresenta ou participa de programas?

Pappon - Sou produtor na BBC Brasil, nos últimos dois anos cuidei dos programas de arte e entretenimento e da página de cultura na internet http://www.bbcbrasil.com/. Agora vou ajudar na coordenação da produção de rádio e internet. Mas continuo apresentando o Som de Londres, que pode ser ouvido em ondas curtas aos sábados, as 19h30, hora de Brasília, ou pelas emissoras que retransmitem a programação da BBC Brasil. Pode ser ouvido pela internet, ao vivo, aos sábados e as sextas, as 14h30. Só toco novidades. Ei! Fui o primeiro a tocar The Strokes nas rádios brasileiras!


Pergunta - Você tem acompanhado as coisas aqui no Brasil? Surpreende saber que o Supla hoje é uma celebridade nacional por aqui?

Pappon - Sei que ele participou de um programa de TV, do tipo realityTV - que infesta as programações no mundo inteiro. Aqui na Grã-Bretanha há programas como "Pop Stars" e "Pop Idol", que ‘’revelam’’ artistas novos e transformam "zés ninguém" em pessoas megafamosas da noite pro dia. O Supla tocava bateria - mal, por sinal - numa banda bem legal chamada Metrópolis. Me lembro de ver o pai dele carregando o bumbo no final de um show deles no Val Improviso, uma boate no centro de São Paulo. Acho que os vi no Lira Paulistana também. Mas acompanho pouco o que ocorre no mundo da música hoje no Brasil. Minha impressão é que não há mais cena independente nem música que preste no país.

Pergunta - O que você tem ouvido ultimamente?

Pappon - No ano passado descobri o Robert Wyatt, cantor/compositor que foi baterista do Soft Machine nos anos 60/70. Estou comprando todos os CDs dele aos poucos, tem muita coisa maravilhosa no meio. O último CD da PJ Harvey é sensacional, o Stories From The City, Stories From the Sea. Minhas bandas preferidas são Beta Band e Doves. No momento estou ouvindo um álbum do Dntel, grupo eletrônico americano, e um álbum do Crosby & Nash, um pirata gravado em 71 e lançado oficialmente agora.


Pergunta - Fellini terá fôlego para sobreviver a mais quantos anos?

Pappon - Provavelmente o Fellini vai continuar lançando um disco a cada 10 anos. A não ser que o Amanhã é Tarde faça o povo tomar as ruas.


Entrevista publicada no zine Esquizofrenia, em 2002.

quinta-feira, agosto 12, 2004

Sabem qual é o meu mais novo vício na Internet? Acompanhar em tempo real os números da audiência das emissoras de tv. O instituto de pesquisa Datanexus liberou ao público em geral os dados dessa medição. Para isso, basta efetuar um cadastro no site http://www.datanexus.com.br. Logo em seguida, será enviada uma senha para o endereço de e-mail indicado pelo interessado. É mais um capítulo na luta contra o monopólio do Ibope nesse tipo de pesquisa. não há informações se o Datanexus vai manter por tempo intederminado ou não a consulta pública. Quem deseja saber como vai a audiência de seu programa preferido, é bom que aproveite logo essa oportunidade.

terça-feira, agosto 10, 2004

Fellini ainda vive, dezoito anos depois

Rodney Brocanelli


A expectativa de vida de uma banda independente no Brasil é curta. São raras aquelas que passam dos cinco anos. Quem consegue chegar aos dezoito, como é o caso do Fellini, pode ser considerado mais que vitorioso. O conjunto, cujo núcleo-base era formado por Thomas Pappon (instrumentos) e Cadão Volpato (letras e vocal), apagou velinhas no último dia 18 de maio. A data é o marco do primeiro ensaio, ocorrido em 1984. No mesmo dia, só que em 1980, Ian Curtis, vocalista do Joy Divison, colocava fim à sua própria existência. Uma coincidência interessante. Desde então, foram alguns álbuns, vários shows, inúmeras histórias, muitas despedidas e, conseqüentemente, muitas voltas. O primeiro disco (na época nem se sonhava com o formato CD) foi lançado em 1985, pela Baratos Afins, uma loja de discos paulistana que decidiu ter seu próprio selo. Chamava-se "O Adeus de Fellini" , uma paródia com o título "The Return of Durutti Collumn" , álbum de estréia do projeto musical de Vinni Reilly. Desse LP, saiu o hit "Rock Europeu", que tocou muito nas rádios de rock da época e os tornando relativamente conhecidos. O trabalho do Fellini ultrapassou fronteiras e chegou a Inglaterra, através do programa de John Peel, na BBC. Ele tocou "Outro Endereço, Outra Vida". A repercussão foi boa e o Fellini recebeu várias cartas de ouvintes localizados em outras partes do planeta que se interessaram e se identificaram com a música, apesar da barreira da língua. Uma delas foi de um presidiário. Outro, mais entusiasmado, chegou até a mandar pelo correio 20 dólares a fim de receber uma cópia do álbum pela via postal. O pedido foi prontamente atendido por Thomas. A gafe ficou por conta de Peel, que anunciou o Fellini como uma banda mexicana (!) no ar.

A mesma Baratos Afins lançaria em 1986, "Fellini só Vive Duas Vezes", um álbum gravado na sala de estar da casa de Thomas Pappon, utilizando-se de um gravador Tascam. Em 1987, veio "Três Lugares Diferentes", com mais um hit, "Teu Inglês", e uma polêmica. A extinta revista Bizz na sua tradicional votação de melhores do ano pela crítica apontou "Três..." como melhor álbum do ano, empatado com "Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas", dos Titãs. Porém, numa entrevista ao jornalista Alexandre Matias, então no jornal Diário do Povo (Campinas), em 1999, Thomas revelou que aquela eleição fora adulterada. O álbum do Fellini tinha sido eleito sozinho o melhor de 1987, mas os editores da revista decidiram mudar o resultado para evitar um incidente diplomático com bandas que pertenciam ao cast das grandes gravadoras.

O último álbum do Fellini seria "Amor Louco", em 1990, cujo lançamento aconteceu pela Wop Bop, outra loja que a exemplo da Baratos resolveu lançar discos. Pouco tempo depois, Thomas resolveu se mudar para a Europa e decidiu-se que não havia sentindo continuar com a marca Fellini. Cadão Volpato montou o Funziona Senza Vapore com alguns músicos que já haviam tocado na banda, entre eles Jayr Marcos e Ricardo Salvagini, mais a participação de Rebecca Matta. O "Funziona..." não seguiu adiante, apenas lançou fitas-demo, sequer chegando a gravar um CD, mas teve uma de suas músicas gravada por Chico Science: "Criança de Domingo", que pode ser encontrada em Afrociberdélia.

Science, por sinal, era talvez o único nome da música pop que nunca escondeu a sua admiração pelo Fellini. Ele até chegou a fazer um show em Recife, tocando músicas do repertório composto por Thomas e Cadão. Enquanto Chico Science fazia o papel de típco fã, a banda enfrentava uma certa resistência entre o restante de seus pares, especialmente os integrantes do Ira! e dos Titãs. A acusação era sempre a mesma: para eles, o Fellini só tinha espaço na mídia por que seus integrantes eram jornalistas. Thomas Pappon foi crítico musical da Bizz e Cadão Volpato editava a revista Set, ambos os títulos da extinta Editora Azul. A dupla refuta as acusações até hoje. Thomas lembra que nunca votou em si mesmo ou no próprio grupo nas eleições de melhores do ano. Postura diferente tinha o também jornalista Fernando Naporano, colaborador da revista, que certa vez votou em sua própria banda "Maria Angélica Não Mora Mais Aqui".

Mesmo com o seu fim, o Fellini deixou uma boa lembrança entre seus fãs. "Uma meia dúzia", como brinca Cadão. Podiam até ser poucos, é verdade, mas sempre foram fiéis. Com o advento da Internet, ficou mais fácil de se reunir pessoas que pudessem trocar informações sobre a banda. Enquanto isso, Thomas, já estabelecido em Londres, onde trabalha no serviço brasileiro da BBC, sentiu que poderia fazer alguns shows-reuinão. A idéia deu certo e em 1998, durante suas férias, o Fellini realizou uma mini-turnê por São Paulo, Rio e Brasília, com Thomas e Cadão na linha de frente e músicos especialmente convidados para a ocasião. No ano seguinte, o Fellini tocaria no festival Rec Beat, em Recife. Em 2001, finalmente o álbum "Amor Louco" seria relançado em CD. No mesmo ano, Thomas e Cadão decidiram que era a hora de voltar a gravar. Um dos fatores que pode ter pesado para o retorno foi a boa receptividade de "Eurosambas 1992-1998", uma compilação de músicas que Thomas compôs sozinho depois que se mudou para a Europa e gravou sozinho sob a alcunha de The Gilbertos, sendo lançado em 1999 pela mmrecords.

O processo de gravação deste "come-back" foi simples. Thomas mandou uma série de melodias para Cadão. Este colocou os vocais e fez as letras. Material pronto, Cadão viajou para Londres e de lá voltou com as matrizes de "Amanhã é Tarde", cujo lançamento aconteceu no ínicio de 2002 pela mesma mmrecords. Assim como em "Fellini Só Vive...", a dupla trabalhou sozinha na sala de visitas da casa de Thomas. A única diferença foi a cidade.

Dezoito anos depois de seu primeiro ensaio, o Fellini ainda vive. Nada mau para quem profetizava seu fim logo no título do primeiro álbum.

Serviço/Discografia:

O Adeus de Fellini (1985) - Baratos Afins
Fellini Só Vive Duas Vezes (1986) - Baratos Afins
Três Lugares Diferentes (1987) - Baratos Afins
Amor Louco (1990) - Wob Bop
Amanhã é Tarde - (2002) - mmrecords


Amanhã é Tarde já está nas lojas e pode ser encomendado na página da gravadora mmrecords: http://www.mmrecords.com.br. Os outros álbuns são facilmente encontrados nas lojas das galerias, aqui em São Paulo.

Publicado no zine CanalB em 2002, à época do lançamento de "Amanhã é Tarde". O show do Fellini no Tim Festival só iria acontecer no final do ano seguinte, por isso não está citado nesse texto.

segunda-feira, agosto 09, 2004

Danny Roland: "O Metrô de hoje é um encontro de amigos em minha casa"
Por Rodney Brocanelli
Ainda está para ser escrita a análise definitiva sobre esta onda que trouxe de volta à ativa várias bandas do rock brasileiro dos anos 80. Porém, já é possível tirar algumas conclusões rápidas a respeito desta tendência. Parte dos conjuntos resolveu reaparecer exclusivamente de olho nos bolsos de antigos e novos fãs, casos de ... e ... (ora, amigo leitor, você sabe quais são). Não que não tenham sido bacanas em seu tempo, mas hoje vivem de fazer acordos com a MTV para lançar acústicos e apresentações ao vivo e, com isso, arrecadar alguns trocados. Mas se existem grupos cujos retornos têm intenções puramente comerciais, outros ressurgem por acharem que ainda há algo a dizer em termos artísticos e são bem sucedidas neste intuito. Neste último caso se enquadram o Fellini, com seu maravilhoso "Amanhã é Tarde", e o Metrô, que surpreendeu muita gente ao lançar no ano passado "Deja vu".

O Metrô foi um fenômeno na década de 80. Seu disco (sim, disco) de estréia, "Olhar" (1985), foi um sucesso absoluto. Dele saíram pelo menos cinco hits: "Olhar", "Cenas Obscenas", "Tudo Pode Mudar", "Sândalo de Dândi" e "Johnny Love", que se somaram a "Beat Acelerado", o primeiro sucesso lançado em compacto, e "Ti-Ti-Ti", que foi trilha sonora de novela da Globo. O som do Metrô naquela época era simples de ser definido: uma mistura de sintetizadores com guitarras, trazendo ecos de rock progressivo e com pitadas de muito pop. Essa fórmula deu certo até demais, mas não garantiu longevidade à banda. A vocalista Virginie saiu numa fase de plena popularidade. Depois disso, com o vocalista Pedro Parq, lançaram um bom, mas incompreendido, álbum chamado "A Mão de Mao" (1987).

O tempo passou e cada integrante foi para o seu lado, mas a fama do Metrô acabou atravessando os anos e angariando novos fãs mesmo com pouca divulgação nas emissoras de rádio. Tudo caminhava para que a banda fosse apenas uma boa lembrança nos toca-discos remanescentes dos anos 80, mas eis que de repente surge "Deja Vu". Se na década de 80 o Metrô corria a toda velocidade, no Ano Zero eles ressurgem mais tranqüilos, contemplativos, lúdicos até. Como define bem o baterista Danny Roland: "O Metrô de hoje é um encontro de amigos em minha casa". E que amigos, entre os quais se destaca o poeta Wally Salomão, que recentemente nos deixou.

Nesta entrevista feita por e-mail (mas totalmente verdadeira), Roland fala um pouco mais sobre este novo trabalho, faz comparações sobre as duas fases da banda, revela influências de Belle & Sebastian em uma das faixas, e aproveita para falar sobre o Fernandinho, conhecido personagem de um comercial de sucesso exibido na tv há uns 17 anos. Agradecimentos especiais a Silvana Castro, responsável por uma página-tributo muito legal na Internet e que merece ser visitada: http://www.geocities.com/metro_br.



Ruídos: De quem partiu a idéia de se reunir novamente o Metrô?

Danny Roland: Queríamos trabalhar juntos há anos...Chegamos a gravar juntos em 1992 em Bruxelas (The Passengers/Adrenaline Records Bélgica 1992). Em 2001, Virginie, Kassin (Moreno +2) e eu tínhamos um projeto de gravar músicas cantadas em japonês e em várias línguas. Foi quando Luis Carlos Maluly (produtor de Olhar e Mão de Mão) nos procurou querendo nos encontrar e nos propondo a volta do Metrô. Fui até SP, onde nos encontramos (Yann, Alec, Zavie, Maluly e eu, já que Virginie vivia na França havia anos e estava de mudança para Moçambique na África) num agradável jantar no La Tartine. Marcamos de nos encontrar um mês mais tarde, o que de fato aconteceu, mas o encontro musical não rendeu. Passamos o dia botando a vida em dia e conversando, mas na hora de tocar ficávamos só conversando e rindo. Foi ótimo, mas não rolou. Dois dias depois, Alec me disse que não estava a fim. Eu também achei aquilo tudo meio estranho porque pra mim não existe volta. Como dizia o poeta: "o tempo não pára". E ficou por isso. Dois meses depois (Janeiro 2002) Yann me ligou querendo fazer alguma coisa. Falei pra ele vir ao Rio, onde moro. Três dias depois estávamos gravando Mensagem de Amor e o resto foi muito rápido.

A escolha do repertório, como se deu?

Mandamos um CD com as gravações pra Virginie na França, que adorou e mandou ótimas sugestões. Zavie veio várias vezes ao Rio e nos ajudou muito com seu humor, anarquia, ironia e incrível musicalidade (ele é de longe o melhor músico entre nós). Mandamos um CD para o Maluly e para algumas pessoas interessadas de gravadoras. Não entenderam ou não gostaram. Queriam o Metrô exatamente com o som dos 80, o que para nós era impossível. Estávamos interessados em outras linguagens (Adoro "Olhar", mas fazer as mesmas músicas do mesmo jeito...). Pra começar, em nenhum momento pensávamos que estávamos gravando o novo disco do Metrô: não tinha o peso da volta do Metrô etc.

Como foi o clima de gravação e mixagem de "Deja vu"?

A gravação correu muito tranqüila, num clima muito carioca em Santa Teresa, numa paisagem bastante bucólica, Corcovado, bonde passando, anos-luz dos tempos urbanos (muita droga, sexo e rock'n roll) do Metrô nas frias noites paulistas. Escolhemos o repertório que tinha importância na nossa história, de nossa infância e juventude. Yann foi um grande parceiro.

"Sândalo de Dândi" foi regravada, segundo o site oficial da banda, "pensando em Belle & Sebastian". Explique um pouco mais essa influência.

Minha filha Clara é louca por Belle & Sebastian (aliás, todos em casa são) e tem uma música que ela ama: "Sleep The Clock Around" (do "The Boy With The Arab Strap"). A harmonia é a mesma de Sândalo. Então, sabe como é criança (N. do R.: ela tem 4 anos), quer ouvir a mesma música 20 vezes em seguida. Então acabávamos cantando Sândalo em cima. Na hora de gravar, coloquei no Pro Tools um loop de "Sleep ..." e ficávamos tocando em cima. E assim a gravamos em cima deste BPM.

Fale um pouco mais da participação de Wally Salomão numa das músicas.

Sempre admirei Wally. Era um gênio. Uma referência (Gal Fatal é uma das melhores coisas já produzidas). Parecia um garoto (estava sempre tão alegre e positivo, tão disponível) e ao mesmo tempo um sábio (e sem ser pretensioso! super humilde!), um homem culto e MUITO bem humorado. Um grande poeta e pensador e, como se não bastasse, para minha surpresa excelente cantor. Chegou em casa com Otto, ouviu "Deja vu" e começou a cantar (eu e Yann quase caímos pra trás). Ligamos o microfone e ele cantou com aquela voz linda que só preto velho (e baiano!) tem. Nos divertimos pra valer nesta tarde com Otto e Wally. Vai deixar muitas saudades.....

"Deja vu" tem potencial de mercado no exterior, especialmente na Europa?

"Deja vu" tem sido muito bem recebido lá fora. A Trama exportou algumas centenas de exemplares pra França, que já esgotaram. E existe interesse de licenciamento em alguns outros países (Espanha, Portugal, Inglaterra, Alemanha e Japão). São convites para coletâneas lounge etc, mas estamos batendo pé para lançarmos o disco INTEIRO.
Fizemos uma exceção e liberamos "Mensagem de Amor" em Portugal na coletânea "Divas do Brasil" (acho que Virginie não poderia faltar!).

Qual foi o motivo que os fez recusarem várias propostas vindas de gravadoras para lançar material baseado no projeto "Acústico"?

Como já disse antes, tinha que ser algo autêntico, prazeroso pra nós e não pra indústria. Não nos sensibilizamos com algumas ofertas, entre elas a de fazer um show do Metrô com os arranjos originais de todas as músicas antigas e lançá-las em DVD etc. Achamos tão deja vu. Também não nos sentíamos à vontade de fazer um projeto ao vivo. Estávamos longe deste "negócio" há quase 20 anos (!!!). Queríamos privacidade.
Nos devíamos este disco. Quando começamos o "Deja vu" não era Metro. Era só eu Yann e Zavie em casa experimentando música, nos divertindo, não tínhamos compromisso com nada e com ninguém. Virginie veio ao Brasil, onde passou uma semana, com a familinha, e nos trouxe ainda mais alegria com seu talento, graça e espontaneidade de sempre. Foi como se nunca havíamos parado de trabalhar juntos um minuto nestes anos. Felicidade.

Como você avalia as críticas à "Deja vu"? A proposta desse trabalho foi bem compreendida pelos jornalistas? E como foi a repercussão junto às emissoras de rádio?

As críticas em geral foram ótimas. "Deja vu" foi muito bem recebido e compreendido pela imprensa escrita. Já nas rádios não teve nenhuma repercussão. Mas também não tínhamos nenhuma expectativa. Estamos tão felizes com o disco. Ele está exatamente do jeito que queríamos. Foi extremamente prazeroso produzi-lo. E ainda por cima a Trama foi e tem sido uma parceira fantástica.

Vocês pretendem sair em turnê pelo Brasil? Qual seria a principal dificuldade em fazê-la?

Em março fizemos shows na África em Maputo , Moçambique no Centro Cultural Franco-Moçambiquano, lindo e lotado (tem capacidade pra 600 pessoas). Temos recebido vários convites para tocar na França. Mas a nossa maior vontade é de fazer shows no Brasil.

Existe a idéia de se lançar um segundo CD dessa nova fase?

Com certeza haverá continuação enquanto for prazeroso e divertido. Gravamos com músicos africanos quando estivemos em Moçambique. E temos pensado e gravado material para um próximo disco pra quem sabe em 2005.

Você disse numa outra entrevista que "o Metrô não teve absoluta importância". Continua mantendo essa opinião mesmo após a repercussão boa da volta entre os fãs que acompanhavam a banda na década de 80?

Sim. Continuo achando. Sou muito crítico em relação ao Metrô. Acho que com a história que tínhamos juntos não dá pra ser diferente. Ficamos devendo. Não demos continuidade. Fizemos um bom disco pop e só. Não tem a menor importância.

O que você, Virginie e Yann estão fazendo, enquanto a turnê não sai?

Virginie está em Moçambique neste momento vivendo a vida. Toca violão e canta todos os dias. E vai muito à África do Sul no Kruger fazer safaris (só pra olhar os animais). Yann voltou pra SP, onde está montando seu estúdio e tocando com vários DJs. Vivo no Rio há 10 anos onde sou sócio de uma produtora (BD). Produzimos vários eventos artísticos. Estou tentando terminar meu segundo longa metragem (Maria), e fazendo algumas trilhas sonoras. E tentando viabilizar esta tournée do Metrô no Brasil.

Muitos fãs perguntam pelos trabalhos antigos, principalmente Olhar. Sabe se a gravadora pretende relançá-lo? O que acha dessa idéia?

Acho que seria ótimo o "Olhar" estar em catálogo, mas ele pertence à Sony e só eles sabem se existe a intenção de um dia colocá-lo a disposição. Sei que é difícil, mas acho que tudo tem que estar em catálogo, senão fica um país sem memória e portanto sem história. O que tem de obra-prima fora de catálogo no Brasil! Você só encontra em edição japonesa.

Compare o Metrô de 1985 e de 2002/2003.

Não há a menor comparação. São 2 mundos... "Olhar" é o resultado de anos de uma BANDA (começamos em 1978). Resultado de anos de batalha, de muito som (tocávamos 10 horas ou mais por dia, pra desespero dos vizinhos da Vila Mariana), shows, gravações, enfim, de uma época de descobertas e conquistas de cinco garotos que cresceram juntos. Somos como irmãos. Vivíamos juntos. A banda era nossa vida 24 horas por dia. E tínhamos vários sonhos juntos. Foi uma época maravilhosa e uma dura, prematura e traumática separação. O Metrô de hoje é um encontro de amigos em minha casa. Cada um com a vida feita. Pais e mãe de família. Alegria. Comunhão. Maturidade. O Serginho Groisman definiu bem quando fomos lá: "Vocês eram o Metrô e viraram os Novos Baianos?!", tal o "entourage" de crianças e adolescentes que chegou junto conosco, e olha que faltaram os 3 do Zavie e 2 do Alec! Também o mundo mudou então gravamos tudo em casa mesmo. Não teve um ensaio sequer. Foi ligar o Pro Tools e sair gravando. Depois editamos e mixamos.

As pessoas na rua ainda se lembram de você como o Fernandinho dos comerciais da US Top?

Fernandinho... Raramente alguém lembra. Um dia, há algum tempo, aconteceu algo engraçado: estava no Zôo e fui cercado por uma multidão de crianças (uma excursão colegial) que queria autógrafos e tirar fotos etc. Fiquei meio sem graça. Eram tão pimpolhos e o comercial fora do ar há tanto tempo. Não entendi nada na hora, nunca tinham me visto, mas todos me abraçavam como se fosse um velho amigo, o Fernandinho. Deve ter ficado no inconsciente coletivo. Adoro crianças e fiquei muito feliz com o carinho delas.


Serviço: Home page oficial do Metrô: http://www.metromusic.com.br


Publicado no e-zine Ruídos em 2003. Só não lembro o mês e tou com preguiça de pesquisar agora.

sexta-feira, agosto 06, 2004

Semana passada ouvi um blogueiro fã de Charile Brown Jr. acerca da briga entre Chorão e Marcelo Camelo. Chegou a hora de ouvir o outro lado. Entrevistei o Felipe, também blogueiro e fã de Los Hermanos para o site Laboratório Pop.

quinta-feira, agosto 05, 2004

Vou inaugurar uma seção aqui no Onzenet. Nem é tão original assim, mas vai servir para falar sobre a passagem do tempo.

Você percebe que está ficando velho quando...


...em pleno intervalo do Jornal da Noite, da Bandeirantes, é exibido o mesmo comercial que passava há uns 25 anos na TV Record. É aquele da dedetizadora DDDrin no qual os insetos fazem uma festinha de arromba (devidamente encerrada, depois), dançando com a seguinte música.

A pulguinha dançando iê-iê-iê
O pernilongo mordendo meu bebê (ui!)
E o dia inteiro a traça passa a roerrrrr
Nesta festa preciso por um fim
Vou chamar DDDrin DDDrin
E os parceiros da barata pela casa vão ter fim
DDDrin DDrin
DDDrin

terça-feira, agosto 03, 2004

Bem, um dos conceitos que eu mais tenho repetido aqui no blog Onzenet é que na Internet nada é preceível. Já contei aqui o caso de textos meus que foram republicados num site português. O Observatório da Imprensa também já deu um outro texto meu que publiquei no site da Rádio Brasil 2000 FM (aquele sobre a crise do jornalismo musical, citado no post abaixo), e por aí vai.
Numa recente sessão de egosurfing pelo Google, descobri que dois artigos meus sobre rádio foram incluidos num site mantido por unversitários de comunicação. Eles são antigos. O que me deixa mais contente é o fato de que eles não ficaram perdidos em sua época.
O primeiro deles é de 1999 e foi publicado no extinto e-zine Buxixo, da minha amiga Megssa Fernandes. O título, muito bom por sinal, é dela: Rádios Comunitárias, livre para navegar nessas ondas? Nele, entre outras coisas, denunciei o mau usos de emissoras de paixa potência e pequeno alcance e fiz algumas críicas as associações que congregram representantes de rádios livres do país. Triste constatar que pouca coisa mudou desde então.
O outro é um pouco mais recente e nele eu defendo a tese de que o principal sustentáculo das rádios em AM são as transmissões esportivas. Foi publicado no extinto Euqueromais, onde começei a dar meus primeiros palpites pela net. Bons tempos. Hoje, os arigos ganharam sobrevida graças aos alunos da UFRN. Meu obrigado a eles.

segunda-feira, agosto 02, 2004

Tava brincando no Google e achei esse texto aqui no blog Só Terror.
Achei-o interessante não apenas pela referência a minha pessoa. Vou reproduzi-lo aqui no Onzenet.

MEDO
Como a independência gera medo!!!

Medo de quem detém o poder. Principalmente o cultural, mais especificamente falando dos detentores de direitos de direitos autorais (isso mesmo, direitos de direitos autorais: aqueles que possuem o direito de comercialização de obras com direito autoral), as grandes gravadoras. Agora parece que esse terror está se parecendo mais ainda com terror pra quem manipula a informação absorvida pelas massas, a indústria de jornalismo musical.

No mínimo interessante uma reportagem lida no Observatório da Imprensa (observatorio.ultimosegundo.ig.com.br) de um jornalista chamado Rodney Brocanelli. Pelo que me parece o mesmo escreve também em mídias ligadas à música em si. Bom, vamos ao que importa: não deu pra entender direito se o cara colocou um ponto contra ou a favor, ou as duas coisas ao mesmo tempo (algo comum na mídia hoje pra confundir as pessoas), quando citou que a revolução do mp3 criou uma "nova vítima": a imprensa especializada em música, tão manipuladora e maniqueísta como as famigeradas gravadoras.

Vamos a alguns trechos da reportagem:

"Depois de provocar estragos à indústria do disco, o Mp3 (arquivos de áudio com qualidade próxima à do CD) parece estar fazendo uma nova vítima: o jornalismo musical. Pelo menos este é o diagnóstico de nove entre 10 especialistas no assunto(...)"
"(...)quem não compra CD dificilmente comprará revistas que falam de música."
"De qualquer forma, parece que dois vilões dessa crise que assola o jornalismo musical já são conhecidos: os blogs e os e-zines. Para um certo articulista da revista Rock Press, eles 'são elementos que contribuem para a completa banalização do ofício de jornalista musical'."

É, meus caros... com certeza é indignante pra qualquer um que gastou mais de 30 mil reais em seus quatro anos de faculdade de jornalismo ver que qualquer pessoa que esteja com um computador ao alcance das mãos possa publicar na internet o que quiser, pra quantos que quiserem ler.A internet não é democrática, é mais que isso: LIVRE. Todos têm o direito de expressar suas idéias, pra quem quiser ler, doa a quem doer. E mais ainda que isso: TODOS QUE LÊEM PODEM ESCOLHER O QUE QUEREM LER.

Com certeza, quem não compra CD está cagando pras revistas de música. Quem baixa música na internet vai é fazer suas próprias críticas e ler as críticas e resenhas de quem realmente interessa: o ouvinte comum, assim como ele que baixa a música.

É a revolução silenciosa. A nossa revolução. Comendo pelas beiradas.

Vou fazer um paralelo (que pode até ser meio nada a ver mas serve só pra ilustrar) com um fato ocorrido na década de 80, onde o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, falou brincando, antes de um pronunciamento oficial, que "acabava de aprovar uma lei que acabaria de vez com a União Soviética, e que começariam a bombardear em cinco minutos". A brincadeira foi ao ar sem querer. Hoje nós é que fazemos esse pronunciamento: acabamos de aprovar uma lei nossa, uma lei não-oficial, que vai acabar de vez com a dominação das massas: a lei da "expressão não-acadêmica", a voz dos que não fizeram faculdade de comunicação.

Desta vez não é brincadeira. E já estamos bombardeando.



Deixei um comentário lá no Só Terror agradecendo a citação. Disse que minha intenção era relatar uma série de coisas que estão ocorrendo no jornalismo musical da atualidade. É claro que cada um faz a interpretação que quiser de um texto. Se algo realmente não foi compreendido, isso deve ser creditado a minha inabilidade em construir o artigo que uma tentativa delibrada de confundir as pessoas. É isso.

Make no mistake about it
Things ain't what they seem
I'm gonna scream and shout it
This is just a dream

A simple conversation
Every now and then
A touchy situation
Fascinates a man

What shall I do, if I should see you
And have to pretend that we have never met

Its not a cheap sensation
When you touch me with your hand
A little complication
Can hypnotize a man

How we gonna hide it
This thing with you and me yeah
Everyone can tell by now
I just can't lie you see

What shall I say to hide it, to hide it baby
No words can convey your lips melting into mine

No mistake, no mistake
Make no mistake, make no mistake about it
Make no mistake, c'mon make no mistake, make no mistake
about it
I'm gonna make you mine, no need to talk it over, we're
running out of time

I've made up my mind about you
I know in my heart that you have the same point of view

Make no mistake, this is it
Make no mistake, make no mistake

It's not we don't have the time
Make no mistake
Not in the right place
make no mistake, make no mistake
Ooh come on baby, make no mistake
No mistake
I'm talking to ya baby
Make no mistake


Não sou muito fã dos Rolling Stones. Gosto de umas cinco ou seis músicas deles, se muito. Sou partidário da tese de que eles funcionam melhor separadamente. Um exemplo é o álbum-solo de estréia do Ketih Richards, Talk is Cheap, lançado em 1988, em meio a um dos períodos de recesso de seu trabalho com a banda.
Quem esperava solos de guiatrra interminaveis se surpreendeu. Richards decidiu cantar. E ele dá conta do recado, em que se pese as suas limitações vocais. Em alguns casos, quando não consegue um tom mais alto, o músico pede uma bem-vinda ajuda de backing vocals.
Make no Mistake é um dos hits desse álbum. Curioso é que aqui o destaque vai para a bateria, que dá um alto grau de sensualidade à música. Como eu continuo bonzinho, deixo aqui um link para quem deseja ouvi-la na íntegra. Basta, como das outras vezes, clicar no falante correspondente ao título.

domingo, agosto 01, 2004

Opa, tudo bem com vocês?
Faz tempo que não passo por aqui, não é mesmo?
Pois é, preciso dar um rumo ao Onzenet. Enquanto isso não acontece, você pode acompanhar os seguintes textos meus que foram publicados na semana que passou.
De primeira, o Laboratório Pop traz uma entrevista que fiz com o Rodrigo, blogueiro fã do Charile Brown Jr. Além de falarmos bastante de seu blog, consegui dele algumas opiniões relevantes sobre a briga entre Chorão e Marcelo Camelo.
Dando continuidade àquela série que venho fazendo há mais de um ano sobre revistas e jornalismo musical, falei com Claudia Reitberger, proprietária da revista Rock Press. Em questão, entre outras coisas, a longevidade da publicação, que foi lançada em 1996, e sobrevive às idas e vindas do mercado.
E não posso me esquecer que retomei minha colaboração com o site Papo de Bola com
a coluna Na Turma do Amendoim, falando de futebol e outros esportes. Confiram.

 
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