terça-feira, janeiro 06, 2004

Não estava a fim de fazer retrospectiva, mas vou entrar na onda. 2003 vai ficar conhecido como o ano em que a imprensa provou que também pode mentir. Quem achou que o caso Jayson Blair era isolado e um fenômeno da imprensa internacional se enganou redondamente. Aqui também tivemos casos de fraudes jornalisticas. A entrevista fictícia de membros do PCC ao programa Domingo Legal foi a que causou mais impacto. Mas não podemos nos esquecer da denúncia feita pelo jornalista Lúcio Ribeiro em sua coluna na Folha On Line. Para quem não lembra, uma das edições da Revista da MTV trouxe uma "entrevista" com Julian Casablancas, vocalista do Strokes. Embora essa publicação'já tenha quase dois anos, o caso veio a tona agora, na esteira das fraudes de Blair. Esse episódio trouxe algum debate, mas morreu com o passar dos meses. Mesmo o Caso Gugu teve um período em que foi muito comentado, mas também parece que foi esquecido.
Para dizer que 2003 não teve coisas boas, destaco o furo de reportagem que o portal AOL deu ao conseguir entrevistar o dono da Folha de S. Paulo, Octávio Frias de Oliveira. Méritos totais do repórter Jorge Félix. O "publishier"de um dos nossos maiores jornais não costuma dar declarações públicas e sua entrevista rompeu um silêncio de longos anos. A última vez em que ele encarou microfones foi no enterro do jornalista Cláudio Abramo, em 1988.
O que reserva 2004? Não costumo ser eficiente no quesito futurologia, mas não vejo lá grandes novidades. Os empregos vão continuar rareando e cabe a cada um se virar para conseguir sobreviver. Isso me lembra a entrevista que o Luiz Cesar Pimentel, da revista Zero, me concedeu. Ele me disse que sua satisfação profissional veio das duas ocasiões em que ele mesmo inventou seu emprego. Uma delas, quando correspondente internacional nos países exóticos da Ásia. A outra, agora como editor da Zero. Então, invente o seu emprego você também em 2004.

 
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