quarta-feira, setembro 04, 2002

O rádio no Brasil está prestes a completar oficialmente 80 anos de vida no próximo dia 7 de setembro. Porém, a nota que eu vou reproduzir abaixo, extraida do blog Rádio Base, faz pensar que temos pouco a comemorar.

A Capital AM de Brasília introduziu o radiotape em suas transmissões esportivas, explico. A emissora pertence a um grupo evangélico e a equipe esportiva da radio tem horário disponível apenas no período vespertino ou noturno. Acontece que houve um jogo da terceira divisão, entre o
CFZ e um time do Tocantins, marcado para as 11h00. Como não conseguiram o horário matutino para transmitir o jogo ao vivo, eles gravaram, e o retransmitiram às 15h00. Com um detalhe, teve uma emissora do Tocantins que entrou em cadeia com a Capital para a transmissão do jogo. Os ouvintes do Tocantins ouviram a partida ao vivo, enquanto os de Brasília apenas quatro horas depois. Pode uma coisa dessas?





A coisa anda feia lá pelos lados da Fundação Cásper Líbero, que mantém a Rádio e TV Gazeta aqui em São Paulo. Primeiramente, foi a tentativa malograda de se voltar com uma programação própria na emissora de AM, que até hoje vem sendo ocupada pela igreja Deus é Amor. No primeiro semestre, os religiosos foram despejados para dar lugar aos universitários da faculdade de comunicação social, que iriam produzir jornalísticos diários e cuidar também da parte musical. No entanto, entrou areia nesse projeto. Os advogados da igreja foram reinvindicar seus direitos na justiça alegando quebra de contrato antes da hora e voltaram a ocupar o dial da emissora em pouco tempo. A briga continua nos tribunais.
(Um parentese aqui: a Deus é Amor compra horários em várias emissoras de rádio da Grande São Paulo - isso quando não compra emissoras inteiras. Mais uma ou menos uma, não iria fazer diferença.)
Agora, para completar o quadro, a TV Gazeta anunciou em massa a dispensa de vários funcionários e extinguiu vários programas, entre eles o de Sérgio Mallandro, que, goste-se ou não, era a maior audiência da casa. Quando se tira do ar o líder de audiência, é porque as coisas não vão bem mesmo. Apesar de ter uma programação razoável, o mercado publicitário nunca deu o retorno esperado. O resultado? A Gazeta vai abrir sua programação para os "informerciais".
Um excelente análise sobre o quadro da emissora pode ser conferido no site do jornalista e radialista Thiago Gardinali.
E, no mais, as más notícias no mercado da mídia não param por aqui. A Editora Globo demitiu mais gente, depois dos "ajustes" de pessoal realizados em 2001. É sempre assim, o final do ano tradicionalmente reserva supresas desagradáveis para os profissionais do setor.

 
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