quinta-feira, setembro 12, 2002

TRABALHO X PRESÍDIO


PRESÍDIO - Você passa a maior parte do tempo numa cela de 5m x 6m.
TRABALHO - Você passa a maior parte do tempo numa sala de 3m x 4m.


PRESÍDIO - Você recebe três refeições por dia.
TRABALHO - Você tem somente uma refeição, no almoço, e ainda tem que pagar por ela.


PRESÍDIO - Você é liberado por bom comportamento.
TRABALHO - Você ganha mais trabalho por bom comportamento.


PRESÍDIO - Um guarda abre e fecha todas as portas para você.
TRABALHO - Você mesmo deve abrir as portas, se não for barrado pela segurança por ter esquecido o crachá.


PRESÍDIO - Você assiste à TV e joga.
TRABALHO - Você é demitido se assistir à TV ou jogar.


PRESÍDIO - Você pode receber visita de parentes e amigos.
TRABALHO - Você não tem tempo nem para lembrar deles.

PRESÍDIO - Todas as despesas são pagas pelos contribuintes.
TRABALHO - Você tem que pagar todas as suas despesas, e ainda paga impostos e taxas deduzidas do seu salário, que servem para cobrir as despesas dos presos.


PRESÍDIO - Algumas vezes aparecem carcereiros sádicos.
TRABALHO - Eles são sempre sádicos e têm nomes específicos: diretor, gerente, chefe, encarregado...


PRESÍDIO - Você tem todo o tempo para ler piadinhas.
TRABALHO - Ah! Se te pegarem agora...


Não sou desses blogueiros que ficam publicando aquelas famosas piadinhas que circulam via e-mail e não tenho nada contra quem o faça, é bom deixar claro.
De uns anos para cá, essa prática do envio de textos já prontos aumentou, ao mesmo passo em que o número de usuários de correio eletrônico cresceu também. Tem para todos os gostos, desde anedotas com loiras, fábulas que sempre trazem uma mensagem edificante no final, manifestações políticas e por aí vai. Os textos humorísticos são os preferidos dessa moçada que se dedica a usar suas preciosas horas de Internet para essa finalidade.
Existem exemplos clássicos de pessoas que nunca escrevem uma linha sequer para perguntar como vão as coisas, se a família ou as crianças estão bem, mas que estão sempre dispostas a compartilhar algo que receberam, leram e gostaram. Vou chutar uma estatística. De cada cinco mensagens recebidas, três são desse tipo.
Não podemos nos esquecer do outro lado da história. Se existe gente disposta a consumir esse tipo de informação que chega pelo e-mail, na outra ponta estão os que a produzem. É aí que reside a minha intriga. Muito do que trafega por aí já existe. Alguns internautas apenas se dedicam a transcrever o que acha interessante (ou usam o esquema copy and paste) e soltam para meio mundo. Não é o caso desse texto que eu coloquei aí em cima. Para este modesto mal-traçador de linhas, tá na cara de que foi criado com essa finalidade de circular pela net. Talvez ele até esteja em algum livro ou revista que eu não conheço, mas o fato é que existem textos inéditos desse tipo circulando por e-mail, isso não há como negar. Fica aí a grande interrogação: será que existem talentos litériarios frustrados que usam a grande rede para divlugar seus trabalhos anonimamente?

Sandro Guidalli acha que o jornalismo feito no Brasil é um dos piores do mundo. Além de manter uma coluna polêmica no site Comunique-se, ele, que é jornalista de formação, agora tem uma outra tribuna na qual procura demonstrar sua tese. É o seu blog. Aos poucos, Guidalli está entrando no rol das pessoas amadas por poucas e odiadas pela maioria. Para entender o motivo, basta conhecer o teor de seus artigos.

 
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