sábado, maio 31, 2003

Registros rápidos:
-Você tem boas lembranças dos anos 80? Sente falta daquela década? Então este blog é para você: Saudades dos 80.

-O Nevermind The Bollogs está de volta após um recesso involuntário.

-Vou deixar a dica aqui de três e-zines legais que conheci depois da publicação daquele artigo que eu fiz para o Observatório da Imprensa:
Radar -- Diria que foi uma agradável surpresa ter contato com esta publicação. Se mantiver a qualidade, certamente vai inscrever seu nome ao lado dos e-zines já consagrados. Destaque para o Manual de Sobrevivência em Shows Para Meninas Frescas.
Projeto Casulo -- Mantido "por um coletivo revolucionário que dominará o mundo no ano 2012" cuja base é a cidade de Pelotas (RS). Traz uma entrevista com o violonista Yamandu Costa.
Coquetel Molotov -- É um programa de rádio veculado em Recife que virou e-zine, e dos bons. O chapa Gilberto Custódio Jr. escreveu um texto exclusivo para o site sobre o Dirty, sensacional clássico do Sonic Youth. Para quem estiver curioso, o Colquetel Molotov é transmitido todos os domingos, entre as 16h e as 18h, pela Rádio Teclados FM que opera nos 91,3Mhz.

-O portifólio virtual aí do lado tá pronto. Agora é só ir atualizando.

E a temporada de histórias chatas no jornalismo cultural está longe de terminar. Desta vez, a protagonista é revista Zero que publicou em sua edição especial sobre Matrix Reload um box sobre as referências pop que permeiam a película. O texto não é original, porém. Foi surrupiado de uma matéria de capa da Ilustrada (caderno da Folha) e de autoria do jornalista Alex Maron. A redação já foi avisada e promete uma retratação na próxima edição.
Eu temo que a figura do free-lance começe a ser vista com desconfiança num futuro próximo por causa dessa e de outras picaretagens.

sexta-feira, maio 30, 2003

A história das picaretagens jornalisticas (a entrevista com o Julian Casablancas que não houve) levantada pelo Lúcio Ribeiro continua rendendo. Não mais na coluna do próprio Lúcio que resolveu não mais alongar o assunto, o que não deixa de ser frustrante, uma vez que foi ele o primeiro a falar corajosamente sobre esse assunto. Porém, outros jornalistas resolveram dar seus pitacos. Um deles foi o Emerson Gasperin, colunista do Correio Popular e um dos ex-editores da revista Frente (que não volta mais). Como ex-editor da Showbizz, Gasperin relata em sua coluna dois casos em que ele conseguiu driblar a fraude: "Em 2001, no comando da extinta revista Showbizz, este colunista deparou com situação semelhante. Um jornalista (?!) – talvez o mesmo citado por Lucio Ribeiro – ofereceu entrevistas exclusivas com Chuck Berry e Ike Turner. A primeira, via e-mail. Acendeu a luz: e-mail é roubada, a gente nunca sabe quem está respondendo. Mas tudo bem, vamos dar um crédito, até porque o papo com Ike Turner, garantia o sujeito, fora por telefone. Perguntado sobre como obtivera o número do homem que espancava Tina Turner, o descarado disse: “Foi o Chuck Berry que descolou”. Aí, foi só tentar imaginar Chuck Berry teclando “peraí que vou ver onde anotei o contato do Ike no meu caderninho” para perceber que tinha gato na tuba. Um e-mail (para isso sim, serve) para o agente de Ike Turner confirmou: ele nunca havia conversado com o tal jornalista (?!?!) brasileiro".
Só não vou concordar com a desqualificação do e-mail como instrumento para realizar entrevistas. Não é porque um picareta inventou uma entrevista usando como desculpa esse meio é que todas são assim. É necessário lembrar que o e-mail é uma alternativa bem mais simples a um interurbano internacional, cujas tarifas estão os olhos da cara. Gasperin tomou seus cuidados e não caiu na armadilha. Cabe a outros editores procurar se precaver para não passarem carão.
Luciano Vianna, dono do império de comunicações London Burning, também deu a sua palinha: "Reporter do maior jornal carioca entrevista pelo telefone o vocalista da banda que vai ser uma das principais atrações do Rock in Rio. Depois da entrevista, conversando com o editor, lembra que havia esquecido de perguntar sobre o novo álbum do grupo. Então inventa uma pergunta e resposta genérica, tipo: “O que podemos esperar do novo álbum?” – “Uma evolução no som da banda” ou algo assim. Isso acontece sem medo de alguém descobrir, ainda mais porque, em 99% dos casos, entrevistas com artistas estrangeiros são marcadas pela gravadora, que agenda umas 10 entrevistas para todos os veículos do pais no mesmo dia. Então, mesmo que o artista desconfie, ele não é uma máquina para lembrar o nome ou as perguntas de todo mundo que conversou com ele naquele determinado país".
Eu também conheço histórias de jornalistas que "anabolizam" as declarações de seus entrevistados, muitas delas na imprensa esportva. Um conhecido jogador brasileiro (ele atua no exterior) e que só responde a perguntas com frases que não ultrapassam duas linhas, acaba virando um fenômeno de articulação e argumentação após ser entrevistado por um determinado coleguinha. É tudo o que eu posso dizer.

.

Aos poucos estou construindo o meu portifólio virtual na seção "eu escrevo em" aí do lado.

quarta-feira, maio 28, 2003

Laura Mattos informa em sua coluna que alunos da USP vão colocar uma rádio livre no ar. A emissora irá operar dentro do campus e seu sinal pretende atingir a universidade e suas cercanias. Não foi divulgado o nome da emissora. Como rádio livre universitária, ela irá fazer companhia a Rádio Muda, mantida por alunos da Unicamp, e da Rádio Livre DCE, dos acadêmicos da UFScar.
Não é a primeira iniciativa de rádio livre vinda da USP. A mais recente e melhor sucedida experiência nesse sentido foi a Rádio Onze, mantida pelos alunos de direito do Largo São Francisco entre os anos de 1995 e 1997 (conheça um pouco mais de sua história lendo aqui).
Na década de 80, alunos da ECA mantiveram no ar a Rádio Totó Ternura, que tinha uma forte veia humoristica. Seus "apresentadores" eram cachorros famosos. Do seu elenco se destacariam figuras como Lessie, a sexóloga; Rex Humbard, o cão pastor; Rin-Tin-Tin, o cão policial e Snoopy, o correspondente nos EUA. O nome era uma brincadeira com um dos apelidos de Antônio Carlos Magalhães, na época ministro das Comunicações: Toninho Ternura.
Os alunos da USP, ao longo da história, têm tradição de colocar rádios livres bacanas no ar. Tomara que ela seja mantida nesse novo projeto.

A essa altura todos já devem estar informados que o jornal Folha de S. Paulo promovou mais um corte de pessoal em sua redação, segundo o site Comunique-se. Na lista está o nome do jornalista Lúcio Ribeiro, que estava lotado na editoria de esportes. Uma outra informação, vinda da lista de discussões Scream&Yell, dá conta de que Lúcio realmente não tem mais vínculo empregatício com a Folha, mas ele irá continuar colaborando com a Ilustrada e manterá o seu espaço no canal Pensata do site Folha OIn Line, como prestador de serviços. A coluna, ao menos, está prometida para entrar no ar nesta quinta-feira.
Ainda sobre os cortes, foi divulgado pelo Comunique-se que Marcelo Rubens Paiva também foi um dos profissionais que deixaram o jornal. Porém, essa informação foi desmentida pelo jornalista Claudio Tognolli após um contato telefônico com Paiva. O portal, um dos poucos dedicado a cobrir o dia-a-dia do jornalismo, deve uma atualiação das informações.

terça-feira, maio 27, 2003

Conforme o prometido, aqui está um post com um texto mais curto para o deleite dos leitores deste blog :oP

segunda-feira, maio 26, 2003

Tá certo, tá certo...prometo que irei tentar escrever textos mais curtos.

sábado, maio 24, 2003

Quero fazer um agradecimento público a Marcelo Costa, Fabio Carbone e Marcel Nadale que gentilmente cederam depoimentos para a matéria que eu fiz sobre e-zines para o Observatório da Imprensa. As declarações deram o molho necessário ao artigo e creio que foram decisivas para a repercussão que ele teve.
No entanto, quero reparar uma falha. Na hora da edição, acabou sendo deixada de lado a palavra do Alexandre Sigrist, do 3am. Eu vou publicar aqui até para que todos saibam um pouco mais sobre um dos e-zines caçulas da net. O esquema foi assim: fiz duas perguntas e deixei que cada um falasse a vontade.

Qual é o conceito do 3am?

Essa é boa, hein?
O 3am, que indica um horário do dia - da madrugada, pra ser mais exato -, pretende falar sobre coisas culturais. Coisas ou produtos? O que seria algo cultural? Escultura, por exemplo, é arte, mas você nunca vai encontrar uma única linha sobre esse tema em 3am.
Aliás, o termo "conceitual", na minha modesta opinião, é extremamente limitante. Seguir um conceito implica em excluir o que esteja fora deste, e isso pode se tornar muito chato no desenrolar das coisas.
A minha idéia pro 3am, vamos lá, é de um site em que poucas pessoas - não pretendo concorrer no Ibest, por exemplo - possam escrever ou ler artigos que enfoquem o lado filosófico de alguma coisa.
Cabecismo? Não! Muito pelo contrário. Mas eu me canso um pouco de ler sobre o mesmo lançamento da semana na Ilustrada, na coluna do Lúcio e EM TODOS OS E-ZINES.
No 3am, o texto até pode ser sobre algum hype, desde que o enfoque seja original.
Eu penso nos insights como algo benemérito, não deletério, então como é possível ter um insight por minuto? O 3am não remunera seus redatores - eu inclusive tenho o ônus de pagar o domínio e a hospedagem - de modo que não teria como justificar milhões de insights.
O 3am também aposta no colunismo, coisa da qual os e-zines atuais abusam. Mas eu acho isso benéfico. Opiniões, quantas mais nós tivermos, melhor.


-Os e-zines e as netpublicações estão desempenhando o mesmo papel que a chamada Imprensa Alternativa na década de 70?

Não, eu não acredito. Hoje em dia, as e-publicações, isso inclui e-zines, portais culturais, sites de revistas, jornais, etc, querem mostrar que são mais rápidos do que os outros. Na década de 70, a repressão fazia com que os redatores fossem mais inspirados, já que precisavam burlar a censura na
mesdida que buscavam as parcas referências culturais. Imagina, hoje em dia você consegue achar uma revista importada com um CD encartado numa banca próxima, dependendo da sua sorte de morar em um lugar legal. Naquela época, era preciso garimpar as coisas. Por outro lado, aquela época era mais, digamos, romântica. Os artistas pareciam ter mais atitude e eram sem dúvida mais sinceros. Depois da década do cinismo absoluto, anos 90, estamos nos anos 2000, que tem alguma
identidade, só não sabemos ainda qual. Talvez a identidade dos 2000 seja exatamente a ausência dela, vai saber.
Outra diferença, já que citei os redatores. Nos 70's, a tipo de pessoa que adentrava redações ou afins era ou o intelectual extremo (radical) ou o porra-louca sem conserto. Havia muitos malditos no meio, o que dava um ar cult a isso. Hoje em dia, garotos bem-nascidos metidos a cult é que se
interessam pela arte, muitas vezes imitando apenas a pose dos colegas setentistas, esquecendo do conhecimento enciclopédico que um Sérgio Augusto, Paulo Francis ou Ivan Lessa esbanjavam.
Nos 70's, ao que me parece, já que eu era muito novo na época, as pessoas lutavam contra algo, existia um inimigo a ser eliminado. Hoje em dia, nós mesmos é que somos eliminados, seja pela violência urbana, exclusão social, ignorância cibernética, etc.

Recebi a seguinte dica. A música "Amanheceu", gravada por Jorge Vercillo guarda muitas semelhanças com "Canção do Novo Mundo", composta por Beto Guedes e Ronaldo Bastos e gravada por Milton Nascimento. Segundo minha fonte, Vercillo teria mudado apenas o andamento e a letra. O leitor que tire as suas conclusões.

quinta-feira, maio 22, 2003

Bem, esta quarta feira foi agitada no jornalismo cultural. Primeiramente foi a Folha de S. Paulo que trouxe um importante depoimento de André Midani, ex-chefão de gravadora, dando nomes aos bois e falando tudo sobre o jabaculê. Como eu escrevi há alguns posts abaixo, a imprensa já vem dedicando um bom espaço ao tema. É claro que a iniciativa do governo de se criminalizar essa prática de pagar para tocar tem colaborado para que o assunto volte à tona. Não tenho como saber como está a cobertura nos outros diários, mas ao meu ver a Folha é que está se destacando mais, pelo arrojo de procurar trazer aqulio que nas redações convencinou se chamar de diferencial, como o depoimento de Midani. Vamos ver se o jornal não passa a sofrer qualquer tipo de represália. Naquele artigo para o zine Quex escrito por mim (ver posts abaixo), informei que os jornais e revistas dependem muito das gravadoras na cobertura da área musical.
A entrevista de André Midani, um ex-executivo da Warner Music que esteve no olho do furacão por muitos anos, serviu para confirmar tudo aquilo que se suspeita sobre as relações promiscuas das emissoras de rádio e a indústria fonográfica. Midani citou a Rádio Jovem Pan FM como uma das principais beneficiárias do esquema "pague pra tocar" A única coisa que nem é tão nova assim foram os casos de jabaculê promovidos pela equipe dos programas de TV apresentados pelo Chacrinha. A própria Folha já havia tratado do assunto, em 1987, numa série de reportagens assinada por Mário Cesar Carvalho. A dupla Laura Mattos e Pedro Alexandre Sanches, autores da entrevista, poderia ter investido na busca de casos mais atuais, mas creio que a apuração não pára por aí.
E o outro responsável pela super-quarta do jornalismo cultural é o Lúcio Ribeiro. Valeu a a pena esperar por mais uma semana até que sua coluna na Folha On Line fosse publicada. Dois de seus tópicos abordados deram o que falar. Um deles foi sobre o Garagem, com direito a um texto de Álvaro Pereira Jr, um de seus apresentadores, que falou sem rodeios sobre as dificuldades de se negociar com as emissoras de rádio paulistanas. Seu relato só fez reforçar um tese que eu defendi certa vez no blog Rádio Base: lamentavelmente, por tudo o que representa, não há espaço no dial para um programa como o que Álvaro e seus parceiros (André Barcinski e Paulo Cesar Martin) comandavam na Rádio Brasil 2000, de onde sairam no final do ano passado. Tomara que eu esteja enganado.
E o mesmo Lúcio dedica um espaço generoso de sua coluna para desmascarar algumas picaretagens jornalisticas na área cultural. Ele se baseou no caso de Jayson Blair, um ex-repórter do New York Times, cujas reportagens se mostraram fraudulentas, com fatos e situações inventadas. Segundo Lúcio, nós temos um Blair aqui no Brasil que fez uma "entrevista" com Julian Casablancas, vocalista da banda The Strokes por e-mail. O detalhe é que ele não fala com jornalistas. Fabrizio Moretti, o baterista brasieliro da banda, foi curto e grosso: "O Julian disse que não falou com ninguém do Brasil. E que não abre um computador há uns seis meses". Sinistríssimo. Esse e outros casos, como o do Curitiba Pop Festival, só ajudam a arranhar a credibilidade do jornalista que cobre a área de artes e espetáculos e merecem explicações urgentes.
Alías, o Lúcio falou de uma história já abordada aqui no Onzenet. A dos plágios assinados pelo jornalista Pepe Escobar. E aproveito para fazer uma correção. Na verdade, foi um texto sobre o David Bowie o pivô da confusão, e não sobre os Beatles, como eu escrevi aqui há algum tempo. Só faltou Lúcio dizer que foi André Singer, atual porta-voz da presidência da República, quem descobriu a farsa toda.
Que quarta, hein?

quarta-feira, maio 21, 2003

Estou de volta ao Observatório da Imprensa. O tema da vez são os e-zines, que para mim, representam uma boa alternativa ao jornalismo cultural praticado pelos grandes veículos. O texto traz uma seleção de alguns dos mais interessantes e-zines da rede. Leia sua íntegra aqui.

segunda-feira, maio 19, 2003

Achei outros dois blogs legais sobre futebol e jornalismo: Cobra Que Não Anda Não Engole Sapo e Algo Sobre Tudo.

Uma coisa que já está me cansando antes mesmo de começar é esse movimento de ódio à escritora Fernanda Young. Será que ninguém reparou que as bobagens que ela fala no programa Saia Justa servem justamente para atrair a atenção das pessoas? E muita gente boa vem mordendo a isca.

O Tupiniquim Brazilis, do meu chapa Bruno Asp, traz duas entrevistas importantes que discutem a cobertura de internacional da grande imprensa e aspectos da recém-terminada guerra no Iraque na mídia. Uma é com Vicente Adorno, editor de internacional da TV Cultura (SP) e a outra é com Américo Martins, um dos responsáveis pelo serviço brasileiro da BBC. São ótimas refelxões sobre uma das áreas mais sacrificadas das redações, porém de vital importância.

domingo, maio 18, 2003

Domingão, muito sol lá fora, nada pra fazer aqui em casa, resolvo brincar no Google. Não tem coisa melhor: digitar palavras, nomes de pessoas e ver os resultados. Nisso, encontrei um blog muito bacana que aborda futebol e jornalsimo.

O fanzine Quex chegou ao seu primeiro ano de vida. Parabéns. Mas depois da festa, creio que seja o momento para uma reflexão.
A imprensa brasileira, com algumas exceções, tem tido um comportamento exemplar na cobertura dos batidores do poder. Graças a ela, ficamos sabendo de todas as intrigas palacianas e falcatruas. Alguns articulistas exercem uma postura crítica e saúdavel frente ao poder. O jornalismo esportivo, por sua vez, de alguns anos para cá, tem procurado seguir a trilha do jornalismo de investigação. Algumas vozes tem se levantado contra o amadorismo dos dirigentes de futebol, bem como denunciado irregularidades.
No entanto, tenho sentido falta desse tipo de postura no jornalismo cultural ou de entretenimento. Na maioria dos casos, os veículos que cobrem a área cultural se limitam apenas a crítica de obras, a entrevista, perfis, e, eventualmente, reportagens. Faltam pessoas na imprensa que informem leitores os meandros do funcionamento da chamada indústria do entretenimento, como Janio de Freitas e Juca Kfouri fazem nas areás da política e do esporte, respectivamente. Diga-se passagem que os dois jornalistas citados são os que eu mais admiro.
A área cultural é um bom campo para o jornalismo investigativo. O problema é que não temos ninguem que se dedique a explicar para o leitor certas coisas. No campo musical, há muito o que se esclarecer. Por exemplo: quem decide o que o público consumidor de cultura vai ouvir nas emissoras de rádio? Por que certas bandas ou artistas fezem sucesso ou não? Madonna, por exemplo, é um fenômeno popular, ou popularizado, como disse certa vez o cineasta Jean Luc Goddard? Existe o tão falado jabá?
As interrogações não param por aí. É ético você colocar na capa de uma revista de música, um determinado artista e, além da reportagem com ele, publicar um anúncio pago da gravadora promovendo o CD desse mesmo artista?
(...)
Há muita coisa a se responder. Esse silêncio da imprensa sobre esses assuntos faz com que diversas conclusões sejam tiradas. Será que a nossa imprensa cultural tem rabo preso? Se um dia, um veículo publicar uma reportagem-denúncia sobre o jabá de uma determinada gravadora, não haverá represália por parte dos atingidos? Um exemplo: boicote na marcação de entrevistas com artistas (sim, pois quase todas as entrevistas que você lê, são marcadas com a assessoria de imprensa das gravadoras).
Acho que todos os que mexem com comunicação deveriam pensar nessas questões antes de dormir. Se alguem não tiver dificuldade para pegar no sono, é porque algo vai mal.


Esse texto de minha autoria foi publicado em 1997, no extinto zine Quex, do meu amigo Eric Marke. Sobre o assunto abordado, creio que houve alguns avanços de lá para cá. Alguns temas não são mais tabus, como o jabá, por exemplo, que vem sendo tema de constrantes discussões. E alguns jornais tem se dedicado a cobrir mais e melhor os bastidores de certos setores da indústria do entretenimeno. A Folha de S. Paulo traz ao seus leitores colunas sobre o mercado fonográfico e o literário. Já é um começo. Quem sabe, novos avanços virão.

quinta-feira, maio 15, 2003

Blogs em crise (em crise?): Dani Bee e Gim Tones

Todo time brasileiro acaba tendo uma asa negra argentina na história da Libertadores. Neste ano, o Corinthians foi vítima do River Plate. Existem outros exemplos: o do São Paulo que perdeu uma final para o Velez Sarsfield, em 1994, e o do Palmeiras que foi derrotado pelo Boca Juniores, em 2000. Recuando bem mais no tempo, é possível lembrar do Grêmio, batido pelo Independiente, em 1984.

terça-feira, maio 13, 2003

Recebi do Alex Antunes uma notícia que me deixou contente: três integrantes do Fellini Cadão Volpato, Jair Marcos e Ricardo Salvagni se reuinram para formar uma nova banda, cujo nome é Baile Punk. Segundo Alex, não parece Fellini porque não tem samba. Está mais pra Funziona Senza Vapore, nome o o qual gravaram várias músicas em 1992 (com a participação de Stela Campos) e cujo CD foi lançado comercialmente apenas no ano passado. A conferir.
O Balie Punk fez um show no último dia 3 de maio no Club Fuzz, dentro do projeto Superblast, ao lado da banda do próprio Alex Antunes, o Da-babalon band, e de uma outra banda que reúne Daniel Benevides (ex-3 Hombres) e Zé Antonio (ex-Pin Ups) que tem o curioso nome de À Mão Esquerda. Novos shows ainda vão rolar até o fim do ano.
E em breve teremos o lançamento do segundo CD do sensacional The Gilbertos.

sexta-feira, maio 09, 2003

A situação atual da TV Cultura não chega a surpreender. Ela já estava se desenhando em 1995, quando o então governador Mário Covas fez os primeiros cortes orçamentários. Desde então, a coisa só vem degringolando e não mudou nada com manutenção de Geraldo Alckmin no cargo de governador. Não tenho elementos para discutir se os cortes são corretos ou não do ponto de vista admninstrativo, mas não dá para esquecer que os trabalhadores da emissora são tão trabalhadores como qualquer um de nós e estes não merecem pagar o pato. Outra coisa a se lamentar é que na situação de penúria, fitas preciosas do acervo estão sendo sacrificadas. O blog Circo do Absurdo informa que a primeira apresentação da cantora Marisa Monte no programa Metrópolis, em 1988, foi apagada. Goste-se ou não dela, não deixa de ser um documento importante, pois é uma de suas primeiras aparições na tv, quando estava começando a carreira. O rico acervo da Cultura poderia ser melhor aproveitado como fonte de renda. Posso tomar como exemplo o MPB Especial gravado na década de 70 com Elis Regina e recentemente reprisado. Por que não transforma-lo em CD e DVD, depois, é claro, de um acordo com alguma de suas gravadoras e seus familares? Mataria dois coelhos com uma cajadada só: atendendo às necessidades dos fãs da cantora e da própria emissora que teria um produto comericial valioso em mãos.
Em 1997, Covas quis criar uma fonte de renda para a Cultura com a criação de uma taxa simbólica a ser cobrada na conta de luz. Houve uma gritaria de certos segmentos da sociedade que não estavam a fim de colaborar e a idéia foi deixada de lado. Eu pagaria sem problemas, afinal tenho um carinho enorme por essa emissora que fez parte da minha formação. As mesmas pessoas que se posicionaram contra a taxa, até onde sei, não apareceram com nenhuma sugestão de se criar uma fonte de renda alternativa para a Cultura. Reclamaram bastante na época, mas aposto que não esbravejam hoje quando pagam (e caro) para assistir confortávelmente aos canais de tv por assinatura e pelo acesso a Internet. Talvez não se deram conta de que a Cultura é a única alternativa de qualidade a um discutível processo de popularização das emissoras de tv aberta, que produz restultados como as pegadinhas patrocinadas por João Kleber e cia. ou então o sensacionalismo barato dos programas policiais do final de tarde.
As entidades e ONGs que se preocupam com a situação atual de certas atrações da tv em termos de conteúdo deveriam se dedicar a tentar salvar a Cultura para evitar que programas bacanas saiam do ar e que profissionais de talento sejam colocados na rua. Mais do que nunca, precisamos da TV Cultura.


quinta-feira, maio 08, 2003

Coluna social: os integrantes do Stereo Total estiveram por aqui em sampa e aproveitaram para trocar figurinhas com Fabio Carbone e Daia Leide, do e-zine Ruídos (veja aqui).

A Rádio Bandeirantes de São Paulo leva ao ar de vez em quando um programete que eu julgo ser muito interessante. Chamado de "Bandeirantes não esquece", a intenção é rememorar casos que chamaram a atenção da imprensa e das autoridades e verifica se houve algum avanço ou se tudo ficou na mesma. Um exemplo: há algum tempo, a emissora fez uma reportagem sobre as precárias condições dos hidrantes da cidade, o que dificulta e muito o trabalho dos bombeiros. Meses após a sua veiculação , é feita uma verificação das providências tomadas desde a veiculação da denúncia (ou não) e assim vai. Uma boa idéia que poderia ser copiada por outros orgãos de imprensa. Eu sempre digo que uma fonte inesgotável de pautas está...no arquivo. Pena que muitos veículos não cuidam dos seus como deveriam.
O blog Onzenet, empolgado com a idéia, também lança uma seção parecida com a da Rádio Bandeirantes. O nome nem será original: "Onzenet não esquece" e se dedicará a relembrar alguns casos que foram levantados aqui. Para começar, tenho logo três de cara.

-A FESTA GIOVANNA. Passados quase sete meses, ninguém sabe ainda o que aconteceu na festa Giovanna, organizada por alunos da FGV. Para quem não lembra, foram divulgadas pela Internet fotos de casais em momentos calientes que aconteceram numa espécie de "cafofo" montado pelos organizadores justamente para essa finalidade. Ninguém sabia, porém, que havia uma câmera instalada estrategicamente fotografando tudo. O resultado não poderia ser mais desastroso para quem entrou lá dentro. As fotos vazaram na net através de vários sites para deleite dos vouyers de plantão. O escândalo foi grande, a imprensa caiu em cima, mas como era esperado nenhum responsável apareceu. Os centros acadêmicos da FGV, que organizaram a festa, silenciaram. Foi instaurado um inquérito policial cujos resultados até agora não são conhecidos. Durante todo aquele setembro o tema foi o "talk of the town". Hoje, ninguém toca no assunto. E no próximo setembro vem aí outra festa Giovanna. (Leia posts do Onzenet a respeito aqui).

-A RÁDIO PIRATA DO PADRE CHICO. Trata-se de um fenômeno inexplicavel. Como é possível que várias emissoras piratas ou comunitárias sejam fechadas pela fiscalização da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) mais a Polícia Federal e a Rádio Planeta 90 FM (90,1MHz) , pertencente ao (falso) Padre Francisco Silva, continuar operando sem problemas? Em suas transmissões, ele promete ajuda espitiritual e outras coisas como a cura da frieza sexual com consultas que são cobradas. Tudo indica que é charlatanismo e dos brabos. No final de 2002, a fiscalização conseguiu apreender parte dos equipamentos da emissora, além de fitas com a programação. Nessa investida, até armas foram encontradas. Silva, porém, não foi preso e em pouco tempo a sua rádio voltou a funcionar com força total (inclusive no momento em que eu escrevo esse texto). Qual será o santo que o protege? Enquanto isso, rádios como a Restinga de Porto Alegre, Bicuda do Rio de Janeiro, Rádio Comunitária Santa Cruz (RS), Rádio Comunitária de Sorocaba (SP), todas com um perfil verdadeiramente comunitário foram impedosamente fechadas pelas autoridades. Está certo que muitos não concordam com a Lei de Telecomunicações, mas ela existe e deve valer para todos, sem distinção, principalmente para quem é picareta (Leia os posts dos dias 21 de janeiro, 25 de setembro de 2002, 30 de agosto de 2002 e 5 de maio de 2002).

-CURITIBA POP FESTIVAL O festival de rock rolou no último final de semana. Os comentários gerais foram os melhores possíveis, tirando um probleminha de organização aqui e ali. Foi possível ao público que lá compareceu ter contato com bandas interessantes do universo "indie" brasileiro, além de poder acompanhar um show legal das Breeders, das gêmeas Kim e Kelly Deal. Apesar disso, esperava-se mais do CPF. Um dos motivos é que, em novembro, a Folha de S. Paulo, publicou uma reportagem no Folhateen garantindo que a produção estaria "em negociações bem encaminhadas com bandas do primeiro time, como Strokes e White Stripes, e com duas das mais criativas e importantes do cenário independente, a americana Wilco e a escocesa Idlewild. Além dessas, outras 23 estão em fase de conversação, entre elas Radiohead, Foo Fighters, Hives e Vines". Caso alguma delas não viesse seria apenas por incompatibilidade de agenda, segundo a mesma reportagem. Até aí, tudo bem. O problema apareceria no dia segunte da publicação dessa matéria. A Fundação Cultural, responsável pelo festival, fez um desmentido de tudo o que saiu na Folha num jornal de Curitiba, a Gazeta do Povo. Um dos representantes dessa Fundação disse de forma oficial que a escalação das bandas não dependeria apenas das agendas, mas da verba disponível para a realização. E que nenhum dos nomes citados na reportagem foi contatado. Depois desse conflito de informações, o festival acabou virando piada durante alguns meses. O jornalista Lucio Ribeiro escreveu numa de suas colunas na Folha On Line: "Depois que as primeiras informações furadas circularam, ninguém mais fala sobre o evento, que ainda corre o risco de nem acontecer, segundo o assessor de imprensa do CPF". Aconteceu, mas sem o impacto que a notícia dada em novembro causou. Inicialmente programado para março, o festival aconteceu apenas em Maio (numa época bem fria na cidade).Insisto nas perguntas feitas aqui: o que poderia ter acontecido? Um erro do repórter da Folha que apurou a informação na época ou alguém da organização que poderia (repito: poderia) ter agido de má fé, divulgando nomes que faziam parte de uma "carta de intenções" apenas para conseguir mais e melhores patrocínios? (Leia o post de 25 de março de 2003 e também um post do blog Grapete)

quarta-feira, maio 07, 2003

A dica de hoje é de um blog supostamente autobiográfico com histórias pra lá de lesadas de um sujeito que atende pela alcunha de Lobão (nada a ver com o cantor). Se são verdadeiras, é um julgamento que cabe ao leitor. Mas não sem antes dar boas gargalhadas. Nostalgia da Modernidade é o que há. Alías, acho até que a Editora Conrad poderia oferecer um contrato de publicação para nosso herói, uma vez que ela dá um grande espaço a escritores-blogueiros. Que Averbuck, que Takeda, que nada, o nome da vez é Lobão...he he he

terça-feira, maio 06, 2003

Já falei do blog do Tom Leão há alguns dias e volto a cita-lo agora por que ele traz uma informação muito bacana: Pretenders no Brasil. Vai ser num festival que rola em Brasília no mês de setembro.

domingo, maio 04, 2003

O bom site Planeta Rádio traz uma entrevista exclusiva e oportuna com Marcelo Braga, responsável por dois feitos de peso no rádio paulistano. Um é levar a Rádio Mix FM à liderança no ranking do segmento jovem. O outro é manter a emissora entre as três mais ouvidas no quadro geral, atrás apenas da Band FM e da Transcontinental. Havia mais de dez anos que uma emissora não-popular não ocupava um lugar de destaque no topo da tabela de audiência.
Lá pelas tantas, o assunto da entrevista, conduzida por Flavio Siqueira, foi audiência. Vou destacar o trecho a seguir:

FS: Ainda falando sobre audiência, muita gente questiona a metodologia usada pelo IBOPE . Geralmente o argumento é que " nunca fui , nao vi e nao conheço ninguém que já respondeu essa pesquisa ". O que pensa sobre isso ?

MB: A metodologia do IBOPE é , para o rádio, a mais confiável possível. O instituto é definitivamente sério e qualquer argumentação em contrário, me parece coisa de perdedor, numa tentativa de justificar o próprio insucesso.

FS: Mas se fala muito sobre a margem das distorções....

MB: Sim, elas existem, isto é claro como de resto toda e qualquer pesquisa por amostragem. No caso do rádio, para que ela fosse ainda mais precisa, o custo a tornaria inviável para um veículo como o nosso. Pesquisas paralelas têm provado o altíssimo nível de precisão da medida feita pelo IBOPE (retrospectiva). O máximo que pode acontecer é, por ser retrospectiva, a pesquisa demorar um, dois mêses para mostrar um resultado que já aparecia em pesquisas que adotam outra metodologia de colheita e totalização dos dados. Em suma: é sério, preciso e com distorções num nível dentro do normal.

FS: E quanto aos argumentos de quem não conhece ninguém que já foi perguntado ?

MB: Olha, a esses posso dizer que, não só conheço, como também já fui entrevistado pelo IBOPE.


Bem, até onde se sabe, os institutos não costumam entrevistar pessoas que trabalham em veículos de comunicação para qualquer tipo de pesquisa, seja de mercado ou de opinião. Talvez no Ibope isso não seja difrente. Pelo que foi possível comprender através do trecho destacado, Braga participou como entrevistado de uma aferição de audiência do meio rádio. Seria a mesma coisa que perguntar diretamente a Silvio Santos ou a Roberto Marinho sobre a emissora de tv de suas respetctivas preferências. A intenção de Marcelo Braga pode até ter sido das melhores, ou seja, tentar passar uma credibilidade sobre o levantamento, mas suas declarações acabaram deixando muito mais dúvidas no ar.

sábado, maio 03, 2003

He's all dressed to die
Underground behind the cloth that liberates
Masquerading
He left no reply
No photographs
No recall
Just passing through
Passing through the walls
It must have been
Some time before
For I understand
But I'm singing for the lonely yeah
Keep 'em in your minds oh yeah
I'm singing for the ones we've left behind
Lost in space and time
Keep 'em in your minds...
One single ride
No return
No address
No mystery
And no disguises
He's lost in the night
He's a lonely boy
On a lonely ride
I'm passing through
It must have been some time time before
But I'm singing for the lonely yeah
Keep 'em in your minds oh yeah
I'm singing for the ones we left behind
Lost in space and time
Lost in space and time
Keep 'em in your minds...
Mmm-mmm
Yeah keep 'em in your minds
Oh yeah
As I'm singing for the ones we left behind
Lost in space and time...

Quando será que a brasileira Isabel Monteiro, letrista e vocalista do Drugstore terá o seu devido reconhecimento por aqui? Eu já contei um pouco de sua história de sucesso lá fora numa antiga Coluna Vertebral. Porém, uma coisa incomoda. Isabel e seu Drugstore praticamente não existem para as nossas rádios de rock. É uma pena o público ficar privado de maravilhas como "Song For The Lonely", do álbum "Songs From The Jet Set", o mais recente lançado até aqui. Nessa faixa, Isabel tem a essa preocupação de escrever para solitários, excluidos, perdidos, losers, ou seja, o underground da sociedade. E no verso "But I'm singing for the lonely yeah" ela assume esse papel de porta voz. Não deixa de ser interessante que alguém nascida no Brasil (país que é conhecido lá fora como sinônimo de alegria) lide tão bem com temas desse tipo. O velho deitado se faz mais sábio que nunca: santo de casa não faz milgare.

sexta-feira, maio 02, 2003

No próximo dia 4 de maio, a Rádio Fluminense FM (RJ) irá mudar o seu estilo de programação. Sai o rock e entra o "lounge", segundo informa o Rádio Base e também o blog do jornalista Tom Leão. Na verdade, trata-se do fecho com chave de ouro de uma série de burradas cometidas pela direção da emissora. A primeira foi tirá-la do AM, no ano passado, faixa na qual vinha operando. Apesar das limitações técnicas, a programação musical era ousada e excelente (a adoção do sistema de transmissão digital poderia sanar esse problema, mas não puderam - ou quiseram - esperar). Havia a expectativa de que houvesse uma continuidade da qualidade apresentada no AM, quando da transferência para o FM, mas ocorreu justamente o contrário. Tava tocando até Bon Jovi nos primeiros meses. Na opinião de muitos, a programação noturna era menos baba que a diurna. E de erro em erro, não foi possível recuperar o mesmo espírito da emissora que fez a cabeça de uma geração de ouvintes nos anos 80, ajudando a construir a cena do rock nacional.

quinta-feira, maio 01, 2003

Muito interessante. Agora que o concurso de Miss Brasil voltou a ter mídia, principalmente pela transmissão direta da Bandeirantes, aparecem aqui e ali pessoas (em geral, familiares de participantes) apontando vários indícios de irregularidades. Primeiro é o caso da Miss Tocantins (a eleita) que não é do estado. Na verdade, ela é de Minas Gerais e foi a segunda colocada no concurso local. Deram um jeitinho e ela pode concorrer representado outro lugar. Eu tava vendo por alto no Superpop da Rede TV! que a eleição de Miss Goiás também teve algo nebuloso. Se foi assim em 2003, como terá sido nos anos anteriores, quando ninguém se interessava pelo evento? Bem, taí o caso da Josiane, a coroada em 2002, para quem quiser analisar. Mesmo sendo casada, ela participou e ganhou o primeiro lugar. Agora, pensem numa coisa aqui comigo. Uma vez Miss Brasil, ela representou o país no Miss Universo, certo? Se ela vencesse, teriamos um escândalo de proporções mundiais, até porque existem países que levam essa história de miss a sério, certo?. Será que não era o caso da organização do Miss Universo sancionar os responsáveis pelo concurso aqui?

Amistoso da seleção brasileira virou sinônimo de monotonia, pelo menos nessa terceira fase da era Parreira. Brasil x México foi um jogo tão chato de assistir, que, no segundo tempo, mudei de canal e fui ver as provocações do Ravengar, na Cultura (reprisaram uma entrevista de 2001 com a Soninha). Não seria mais interessante fazer a seleção jogar menos amistosos, que quase sempre não acrescentam nada, a não ser nas vésperas de Copa do Mundo, e dedicar mais tempo aos treinamentos?
Outra coisa difícil de entender é a insistência da dupla Parreira/Zagallo com o Amoroso. Um belíssimo jogador em clubes, mas que nunca rendeu bem na seleção. Creio até que é um erro coloca-lo ao lado de Ronaldo, pois os dois atuam praticamente da mesma forma. O ideal seria unir no ataque dois estilos de atacantes: um, mais plantado dentro da área, que ficaria encarregado de colocar a bola na rede. O outro atuaria mais como um Paulo Nunes da vida, caindo pelos dois lados do campo para chamar a marcação. Seria uma fórmula interessante para esse 4-4-2 do Parreira.
Outro jogador que também não consegue reeditar suas atuações em clubes é o Zé Roberto. Coloque-se logo o Robinho ou o Diego e que se dêem logo a eles uma chance de ganhar experiência com a seleção. Convocar esses dois para ficar no banco é um total desperdício e dá margem a comentários sobre uma possível convocação apenas para uma valorização de seus respectivos passes no mercado.
Ah, e para encerrar o papo sobre futebol, até que enfim, não sou o único a perder a paciência com o Jair Picerni no Palmeiras.

 
www.e-referrer.com