sábado, setembro 07, 2002

7 de setembro não marca apenas a data em que se comemora a independência do Brasil. Há 80 anos acontecia a primeira transmissão radiofônica no Brasil. O então presidente Epitácio Pessoa teve a primazia de ser o primeiro a falar nesse veículo. Porém, o rádio já existia por aqui muito antes. Se o padre Landell de Moura não tivesse recuado quando lhe disseram que suas experiências com as ondas hertzianas se tratava de espiritísmo, seu nome estaria inscrito na história mundial. Marconi não teve esse tipo de problema, não deu ouvidos aos supersticiosos de plantão e hoje se transformou num mito.
Mas não é sobre isso que eu quero falar. Nesses 80 anos, creio que há pouco a se comemorar. O rádio hoje é o primo pobre dos meios de comunicação. Isso acontece basicamente por dois motivos: a falta de investimento do mercado publicitário (que dá preferência total a tv) e a falta de ousadia artística encontradas em muitas emissoras espalhadas por aí.
Mas nem tudo está perdido. Digo isso, porque tenho percebido que nunca se discutiu tanto sobre o rádio como agora, seja em jorinais (já falei sobre isso aqui) ou na Internet. Aliás, proliferam os sites dedicados a reflexão e discussão. Dois deles chamam mais a atenção: o blog Rádio Base , uma verdadeira tribuna livre na qual profissionais do meio e ouvintes debatem os problemas e até apontam caminhos. O outro site é o Planeta Rádio, este mais informativo, mas sem oba-oba. Não deixa de existir uma certa irônia nisso tudo. O melhor presente que o rádio poderia ganhar neste aniversário parte de pessoas fora do meio, mas que se preocupam com seus destinos. Enquanto existir essa consciência crítica, há esperança.
Modestamente eu tenho dado a minha pequena contribuição. Volta e meia eu escrevo alguma coisa para o Rádio Base, é só procurar. Além disso, tenho escrito muito sobre o rádio para alguns e-zines. Vou destacar pelo menos dois trabalhos nesse sentido. Um deles é a entrevista que eu fiz para o Ruídos com o radialista Roberto Maia e ex-diretor da Rádio Brasil 2000 FM. O outro foi uma série de análises que eu fiz para o zine Esquizofrenia sobre o AM, o FM e as rádios piratas.

 
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