domingo, fevereiro 09, 2003

Sou fã do Juca Kfouri e asumo que seu trabalho no jornalismo esportivo é uma grande influência para mim (ah, se existisse um Juca no jornalismo cultural...). Porém, não sou obrigado a concordar com todas as suas opiniões. Ele publicou recentemente um artigo no Lance! defendendo a idéia de um campeonato mundial de clubes. Até aí tudo bem, mas a sua defesa apaixonada pela idéia me fez encontrar alguns exageros. Senão vejamos:
Já imaginou que beleza, na copa dos clubes, ouvir a execução do hino do seu time?
Sem se dizer que quando o país da gente ganha, é difícil encontrar um estrangeiro rival para brincar, diferentemente do que ocorre quando um clube é campeão, que permite a gozação dentro de casa.
E, afora considerações meramente lúdicas (que, enfim, são o que motivam o futebol), sempre é bom lembrar que os clubes são a base de tudo e que neste mundo sem fronteiras faz sentido incrementar o intercâmbio entre eles.
Será que o torcedor do Mengo não prefere ver o Rubro-Negro ganhar dos merengues do Real Madrid a ver a Seleção ganhar da Espanha?

Respondendo a pergunta, eu prefiro ver o meu time ganhar do Real Madrid E a seleção brasileira derrotar a espanhola. Há espaço para os dois tipos de competições. Se o a paixão clubistica divide, o amor pela seleção une e esse é o grande barato de uma Copa do Mundo. Se uma competição prevalecer sobre a outra, o futebol é que perde com isso. Que se ache uma melhor fórmula para que os clubes não sejam punidos com as constantes convocações de jogadores.
Eu só temo que as considerações de Kfouri estejam contaminadas devido a sua eterna rivalidade com o presidente da CBF, o eterno Ricardo Teixeira. Se o comando do futebol brasileiro fosse outro, como seria?

 
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