quinta-feira, outubro 17, 2002

Muito barulho por nada. É assim que posso definir essa celeuma em torno do texto escrito pelo Flea, baixista do Red Hot Chilli Peppers, sobre sua passagem por São Paulo. A cidade é suja mesmo, Flea nesse caso não mentiu. Basta dar um rolê pelas ruas e comprovar o que ele disse. Não duvido nada se os mesmos que se indgnaram com as opiniões sejam aqueles que, de quando em vez, jogam o seu lixinho no chão, discretamente. E só mesmo alguém muito ingênuo para acreditar que Flea viu de fato "uma garota com uma covinha, no fundo do estádio".

Regina Duarte e Marilia Pera. Ambas têm em comum o fato de serem grandes atrizes e possuirem uma carreira sólida no cinema, teatro e televisão. As eleições presidenciais estão unindo mais uma vez a trajetória das duas. Em 1989, Marilia Pera foi uma das poucas representantes da classe artistica que deu apoio irrestrito ao então candidato Fernando Collor de Melo. Treze anos depois, vemos Regina Duarte, a ex-namoradinha do Brasil, prestar seu apoio ao candidato José Serra até de forma mais veemente, gravando um polêmico testemunhal no horário gratuito. A coincidências não param por aí. Tanto em 1989 como agora, o candidato adversário é (e foi) Lula. Tem mais: Regina e Marilia viraram "inimgas públicas nº 1" desde que tornaram públicos seus apoios.
Fixando-se um pouco mais nesse pleito, as reações que tenho visto desde que as declarações de Regina Duarte foram veiculadas me faz crer que o PT e seus simpatizantes morderam a isca. Mais do que tentar "espalhar uma onda de terror nos eleitores", a idéia principal (e obviamente, não assumida) é mostrar aos indecisos que Lula, seus aliados, correligionarios e eleitores não toleram críticas. Numa lista de discussão via e-mail que eu assino, alguém repassou uma nota da CUT em represália ao que Regina disse. Até aí, tudo bem. O problema era o que estava escrito no subject. Algo do tipo: "ela merece é levar umas porradas". Isso não é tudo. "Terroristinha do Brasil" foi o comentário mais delicado que eu já li. Algumas pessoas estão até colocando em dúvida seu talento como atriz, só por conta desse episódio. Fica a grande pergunta no ar: e se ela apoiasse Lula, como seria?
Essa história envolvendo a atriz e o fato de Lula não participar do debate estão sendo os dois calcanhares-de-aquiles da campanha petista neste segundo turno. O primeiro até poderia ser evitado. Bastava ignorar o que foi dito por Regina. Afinal, ela já não tem o mesmo prestígio de outrora. A novela mais recente da qual participou não fez o sucesso esperado. Regina não é uma personalidade que influencie tanto a opinião pública atualmente. Mas a gritaria toda acabou dando destaque a algo que passaria despercebido em qualquer outra ocaisão.
Em tempo: leiam a coluna da jornalista Tereza Cruvinel sobre o assunto. Ela reproduz a carta do dramaturgo Jair Alves, mas chamo a atenção para a introdução feira pela colunista do site da Globo News.

Para quem estiver interessado, a emtrevista que eu fiz com o radialista Roberto Maia, ex-diretor artístico da Rádio Brasil 2000 FM (SP), pode ser lida nesse endereço: http://radiobase.blig.ig.com.br/

 
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