segunda-feira, dezembro 16, 2002

Atenção para os blogs novos incluidos na lista aí do lado esquerdo da tela: A Ostra e o Vento, da Ana Lira, colaboradora do site Rabisco, bem literário, por sinal, e o Page, da brasiliense Lívia Caldas.

E por falar em revistas que param de circular, atenção para o comunicado abaixo:

Caros Players:
A Conrad parou de publicar a revista Play.
Dá dó mas não tinha outro jeito.
A Play era um investimento de longo prazo. Nunca deu dinheiro. Mas 2002 foi um ano em que tudo ficou no curto prazo. 2003 promete o mesmo.
E pra fechar a tampa o custo industrial de fazer uma revista (papel + impressão) subiu 36% esse ano (até agora). Ou seja, daqui para a frente o buraco ia virar abismo.
Sinto muito.
Bom, mas se a Play fosse indispensável, os leitores topariam pagar R$ 10.00 por ela. E se muitos leitores fizessem isso íamos conseguir vender 30 anúncios a R$ 10.000 cada, certo?
É. Sim. Taí a Playboy que custa R$ 9.90, tá cheia de anúncio caro e vende como se fosse a rabeta da Kelly Key.
Mas o ponto é que a Play sempre foi idiossincrática. Não era clone de nada, nem gringo nem brazuco. Era inesperada, esquisita, cheia de besteiras, de erros estúpidos, mas de acertos surpreendentes e abordagens únicas. Era num certo sentido um webzine feito revista.
O que faz todo sentido. Porque cada vez mais o lugar do risco, da ousadia, da idiossincrasia é a internet. O mundo das revistas no Brasil está cada vez mais como o mundo dos iogurtes, dos refrigerantes, das commodities. Ninguém espera que um iogurte seja ousado. Espera que ele seja exatamente igual ao que você comeu a semana passada, mesma consistência, embalagem, quantidade de calorias.
A Conrad, inevitavelmente, vai continuar tentando fazer algumas coisas de maneira mais arriscada e atravessada. Não tudo. Algumas coisas.
Pois agora a Play vai ser um webzine mesmo. Acho que melhor que antes. Estréia ainda em dezembro. Temos vários planos para o site Play para o ano que vem. Estamos inclusive pensando em produtos especiais Play. Aliás tenho certeza que um dia vamos acabar lançando uma outra revista chamada Play, o título é muito bom...
Saludos amigos

André


O André que assina esse comunicado é o Forastieri, proprietário da Editora Conrad.
Menos mal que o site vai continuar existindo.
Taí uma grande lição para quem está no mercado de revistas. O público leitor da Play foi tratado com diginidade, sendo informado dos problemas que causaram a extinção do título.

O lance é o seguinte: a Frente acabou depois de apenas três edições. A informação básica é essa. Detalhes dos motivos que levaram a essa decisão de acabar com a publicação ainda não são conhecidos. Pode até ser que esse fim não seja definitvo. Talvez ela volte por uma outra editora, talvez não. Vale lembrar que a Frente era resultado de uma parceiria entre as editoras REM, de propriedade dos jornalistas Ricardo Alexandre, Emerson Gasperin e Marcelo Ferla, e a Ágata, que publica a DJ World. Se a revista foi lançada com toda pompa, circunstância e barulho no primeiro semestre do ano, nenhum comunicado foi distribuido desta vez para explicar o que houve de verdade. Para piorar, a home page oficial está desatualizada. Os leitores merecem uma satisfação, principalmente aqueles que tentaram achar a Frente nas bancas de outras partes do país e ficaram a ver navios (sabia mais lendo aqui).


 
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