Ed Motta perdeu uma ótima chance de ficar queito na edição mais recente do prograna Altas Horas. E não foi pela citação errônea da frase de Bernard Shaw (ele achou que fosse do Zappa). Quando o cantor falou sobre o seu desprezo pela crítica, levantou uma excelente bola para Álvaro Pereira Jr. cortar. Nem a hoje aposentada Fofão, da seleção brasileira de vôlei, faria melhor. Esse embate reforça uma idéia defendida aqui e em outros espaços: o artista pode até não gostar da crítica musical (ou do jornalismo musical), mas não vive sem ela. Falar mal é uma forma de chamar a atenção, posar de vítima e garantir reações de carinho ou (mais) admiração por parte de seu público.
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Em seu livro "Condenado a Falar", o jornalista Jorge Kajuru diz que Serginho Groismann, como entrevistador, parece ter um minuto de silêncio no cérebro. Até achei que foi uma injustiça, mas vendo o vídeo da participação de APJ tendo a concordar. Reparem na formulação dessa pergunta:
SG - Você já teve alguma consequência chata, assim...
APJ - Não, acho que não, tipo alguém tentar me bater, essas coisas?
SG - Bater, não digo, né (...)
A intenção da era fazer com que o convidado falasse a respeito da repercussão junto aos artistas e/ou bandas de seus conceitos emitidos em coluna na Folha de S. Paulo. Ótima oportunidade também para se falar sobre possíveis pressões e represálias que muitos veiculos sofrem por conta das opiniões de seus críticos. Serginho, porém, colocou tudo a perder.
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Não vejo muita diferença na bajulação atual em torno do Cansei de Ser Sexy e da bajulação feita que Álvaro e seus parceiros fizeram ao Nirvana e ao grunge de Seatlle há quase 17 anos. Bajulação é bajulação.
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terça-feira, setembro 09, 2008
Ed Motta x Álvaro Pereira Jr.
Postado por Rodney Brocanelli às 6:18 PM 2 comentários
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