quinta-feira, junho 20, 2002

Creio que não seja exagero dizer que o Magic Crayon é um supergrupo. Afinal, vários de seus integrantes já fizeram parte de bandas que escreveram história na cena independente nacional dos últimos cinco anos. Senão vejamos, o Cesar já tocou no Moonrise e no Walden. O Gilberto Custódio Jr. foi baixista do Comespace. A Megssa Fernandes foi vocalista do Fish Lips (que chegou até a aparecer no Lado B, da MTV, uau!). O Fábio Barbosa fez parte de uma das últimas formações do The Charts. E o Paulo toca no The Luos. Só fera, hein? O resultado ainda não tive a oportunidade de ouvir. Afinal, o Magic Crayon ainda vai lançar um EP com 5 músicas nos próximos dias, mas com tanta gente talentosa envolvida em torno dessa banda dá sacar que o resultado final é para lá de bom.
Tenho o enorme prazer de conhecer pessoalmente 60% dos integrantes do Magic Crayon. Talvez o César não esteja lembrado, mas eu fiz uma resenha de uma das demos do Moonrise para o extinto zine Quex. A Megssa é amiguinha do coração. Já colaborei para o seu zine Popadelic, e um e-zine bem polêmico chamado Buxixo. Até hoje tenho guardado uma série de correspondências que trocamos via mail. Num deles, ela escreveu algo de que me lembro até hoje: “A dor é pros fortes, não pros fracos”. Talvez ela não saiba, mas essas palavras me ajudaram muito num momento complicado pelo qual passei. E o Custódio já é da casa. Eu escrevi para um zine que ele fazia, o Campo Magnético, e fui seu padrinho na Rádio Onze, onde ele comandava um programa muito legal de Indie Music, o Popkiss. Enfim, tratam-se de pessoas especiais a quem desejo tudo de bom nessa nova empreitada musical.
Resolvi escrever tudo isso porque o Magic Crayon está lançando seu site oficial. Nele, você pode conseguir maiores informações sobre a banda. O endereço provisório é esse aqui. Depois, o site migra para esse endereço. Aproveite e conheça o trabalho deles.

Pois é, quando não estou escrevendo aqui neste blog, estou lendo coisas que as outras pessoas escreveram por aí. Dependendo do tema e do assunto, fico motivado a opinar, como foi possível perceber no post abaixo. Acabei de ler outro texto interessante, do Fábio Fernandes, que fala da relação entre os weblogs e o jornalismo . O gancho é adoção da ferramenta blog por parte da rede norte-americana de televisão NBC. Cinco de seus jornalistas estão produizindo para o site da emissora blogs com conteúdo jornalistico. Fernandes se pergunta por que não adotar esse modelo no Brasil.
Um trecho do artigo me chamou particularmente a atenção, o qual reproduzo a seguir:
Resumo: existem muitos blogs de jornalistas, mas blogs voltados para o exercício do jornalismo ainda são poucos. No mundo das grandes corporações, onde os Estados Unidos mandam e desmandam, é natural que nem todo mundo possa ter o seu jornal ou revista. Afinal, é caro demais bancar um veículo de mídia impressa. Mas não custa nada, ou quase nada, ter um site ou blog para veicular informações.
O Fábio foi perfeito em seu diagnóstico. Porém, o que impede que tenhamos blogs eminentemente jornalísticos no Brasil é justamente o custo que isso representa. Se eu quiser veicular informações no meu blog, eu teria que ter um orçamento gordo para o processo de apuração. Colocando tudo na ponta do lápis, não ficaria barato fazer ligações telefônicas para fontes, almoços com as mesmas, deslocamentos, etc. Se pelo menos eu pudesse comercializar o banner mala que fica aí em cima, até pensaria na questão. Mas não posso esquecer que o mercado publicitário na web é um troço complicado. Qual empresa que investiria num blog de um jornalista iniciante? E se todos os blogueiros jornalistas tivessem a mesma idéia, haveria verba publicitária suficiente? É mais simples e mais barato colocar no ar blogs analíticos ou aqueles que olham para o próprio umbigo. Ah, não posso esquecer de que estou falando de jornalistas independentes, mas que num futuro próximo Folha, Estadão, Abril ou Globo podem introduzir essa idéia aqui no Brasil. Aí, a competição fica injusta.
Talvez seja por causa dessa série de fatores, que ninguém se dispôs a colocar na praça blogs com conteúdo jornalístico para valer.
Enfim, o artigo do Fábio é interessante e se sucitou esse debate já está valendo.

 
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