quinta-feira, maio 30, 2002

O grande estorvo hoje para muitos internautas é o Spam, aqueles e-mails de propagranda que aportam nas caixas de entrada de milhares de usuários. Na maioria dos casos, as "vitimas" (se é que se pode chamá-las assim) dizem não ter solictado desse tipo de mensagem. Hoje existem inúmeras organizações no mundo que lutam contra essa prática do envio de e-mails indesejados. O assunto é tema de reportagens de jornal, sites, colunas de informática (Reparem, de tempos em tempos, o assunto volta à tona, porém sem qualquer tipo de novidade).
Enfim, dá-se muita importância ao Spam, mas por outro lado, não se fala de uma prática um tão abominável quanto. Aposto que todos têm um caso para contar de mails não respondidos. Eu mesmo já contei um caso aqui nesse blog há alguns posts. Sempre que eu recebo um mail, faço questão de o responder na sequencia. Outra coisa que eu já expliquei aqui: recebo mails de pessoas em busca de informações sobre rádios piratas, etc. Podendo ou não ajudar, eu respondo. Em muitos casos não há a réplica ou ao menos uma mensagem com uma simples palavrinha: obrigado.
Semana passada, tive mais uma experiência nesse sentido, mas desta vez o meio de comunicação foi outro, o celular. Liguei para um determinado fulano por dois dias seguidos. Nas duas ocasiões, a minha ligação caiu na caixa postal. Dexei o recado, com meu número de telefone de casa. Fiz a minha parte. Pois bem, até agora, enquanto eu escrevo essas linhas, não tive o tal do retorno das minhas ligações. Não responder a um e-mail é uma coisa, mas não ligar de volta a quem deixou um recado na caixa postal é pior, porque se paga uma tarifa para isso. E quem paga é quem liga. O dono do celular para o qual chamei não deve estar ciente disso ou até está, cagando e andando para o fato. O pior é que eu não posso nem mandar esse cidadão às favas (pensaram que era à pqp?), por alguns motivos que não cabe comentar aqui (numa outra ocasião, talvez).
Aposto que muitos podem estar se perguntando: "você não leva em consideração que essa pessoa possa estar sem tempo?". Claro que sim, mas se ela está tão enrolada assim, ela poderia fazer um contato nem que seja para dizer que recebeu meu recado, mas assim que tiver um tempo me liga. Não custa nada.
A triste conclusão é a de que o avanço tecnologico trouxe novas ferramentas para a comunicação inter-pessoal, mas a etiquieta não evoluiu no mesmo passo.

quarta-feira, maio 29, 2002

Tenho percebido um fenômeno interessante que está acontecendo na imprensa cultural de algum tempo para cá. Por muitos anos, a principal referência para muitos jornalistas brasileiros foi Paulo Francis, principalmente entre aqueles cuja faixa etária varia entre os 30 e 40 anos. Talvez quem melhor personifique essa influência de Francis no momento é o Álvaro Pereira Jr. em suas colunas no caderno Folhateen, da Folha de S. Paulo. A única diferença é que PF não foi tão pop como é hoje APJ. Mas o resto está todo lá, principalmente a ranzinzice.
No entanto, existe uma nova geração de jornalistas, a maioria na casa dos 20 anos, que tem se desvencilhado desse modelo adotado pelo nosso homem em Nova York por muitos anos. Essa moçada agora tem procurado se espelhar no trabalho de jornalistas como Lester Bangs e Hunter S. Thompson (o criador do jornalismo gonzo). Os dois são norte-americanos, pode ser uma tremenda coincidência ou não, mas pelo jeito o modelo a ser seguido agora vem de fora. Se isso vai ou não trazer algo de novo para o nosso jornalismo cultural ou se a adoção de fórmulas internacionais será benéfica ou não, somente o tempo vai dizer.

segunda-feira, maio 27, 2002

Finalmente este blog foi incluído no Google, talvez o mais completo mecanismo de busca da Internet (Eu pelo menos já deixei de lado o Altavista). Isso vai significar uma aumento considerável no número de visitas.
O curioso são os termos de pesquisa utilizados. Só isso já daria um outro blog, o modo como as pessoas vieram parar aqui. Nesse primeiro dia, três internautas cairam aqui via Google, cada um deles procurando um assunto diferente. Um digitou as palavras "monografia ética contador". Hum, será que se trata de algum preguiçoso caçando alguma coisa pronta na net para entregar como trabalho de Faculdade? Outro entrou aqui procurando alguma coisa do cantor Nahim. Se vocês não se lembram, eu falei dele num dos posts sobre a revista Zero. E o terceiro acessou (desculpem, mas eu tinha que um dia usar essa palavra) o blog em busca de informações sobre o meu amigo Eric Marke, de quem eu falei aqui no post sobre o zine Quex. Tomara que eles tenham gostado do blog e voltem mais vezes.
Eu sei de gente que acessa alguns blogs atrás das coisas mais escabrosas. Flávia Durante que o o diga...he he he

sexta-feira, maio 24, 2002

É difícil de se entender a raça dos jornalistas. Ô gentinha complicada de se lidar. Vou contar um fato verídico que corrobora essa minha perplexidade. Eu estou às voltas com um pedido de entrevista para um lance que pretendo publicar no Euqueromais. Mandei um mail para uma determinada figura da imprensa musical perguntando mais os menos o seguinte: "quero fazer um lance, assim, assado...você topa?" O cara topou e na sequencia mandei um questionário, enfim, fiz a minha parte. Os dias se passaram e nada de resposta. Mandei pelo menos uns dois ou três mails e nada. Até o alertei para o fato de minha caixa postal as vezes ficar lotada e que ele poderia tentar me mandar as respostas quantas vezes forem necessárias. Sem sucesso. Hoje eu fiz a última tentativa de contato e perguntei o que se passava. Se o cidadão mudou de idéia e não quer mais falar, pelo menos que dê uma justificativa.
Eu fico aqui cá com meus botoões me perguntando o que leva um jornalista a agir assim. Você aí que honra estre blog com sua atenção já deve ter lido por aí que se trata da categoria profissional com o maior número de egos inflados por metro quadrado em redações. O que há de mais irônico nessa história é que nem todos estão com essa bola toda. Eu prefiro mirar em exemplos como o do Thomas Pappon. Ele conseguiu chegar ao nível mais alto de sua carreira hoje. Mora em Londres e trabalha no serviço brasileiro da BBC, a famosa rede de rádio e tv estatal da Grâ-Bretranha. Poxa, chegar lá não é para qualquer um e quem consegue esse objetivo conquista uma chance de ouro na carreira, pois concilia a chance de morar numa das capitais mais efervecentes do ponto de vista cultural e trabalha num veículo que tem um longa tradição histórica. O meu contato com o Thomas já foi mais regular, mas sempre foi cordial. É um gentleman. Sempre que precisei, ele se dispôs a ajudar, concendendo entrevistas para falar sobre "Amanhã é Tarde", o novo lançamento do Fellini, seja para contar a história da banda ou mesmo para falar de seu projeto paralelo musical, o The Gilbertos. E eu estou ligado a grandes veículos? Claro que não, mas Thomas sempre me tratou profissionalmente de forma respeitosa e digna, assim como eu imagino que a atitude dele seja a mesma com outras pessoas que atuam de forma independente, sem o respaldo de grandes marcas jornalisticas como Abril, Globo ou Folha, entre outras.
Por uma questão de respeito, eu não vou dizer em qual veículo trabalha essa pessoa a quem fiz o pedido de entrevista. E a comparação com a BBC creio que não dimunui em nada esse mesmo veículo. Só o fiz mesmo para analisar as posturas.

Participe da campanha "Faça um Blogueiro Feliz". Escreva para rodneybrocanelli@hotmail.com
e dê a sua opinão sobre este blog. Só não vale xingar.

quarta-feira, maio 22, 2002

Vocês conhecem o trabalho do José Simão, certo? Então, não preciso ficar explicando quem ele é. Eu vou pegar emprestado uma idéia dos textos dele para justificar algumas coisas. Em alguns de seus artigos, Simão dizia que era "ombudsman de si mesmo". Assim como o querido macaco da grande imprensa, não tendo um ombudsman para ficar no meu pé, tenho que acumular essa função com a de redator...
Toda essa encheção de linguiça é pelo seguinte: fui alertado de que há pequenos erros no texto do Euqueromais (veja o post abaixo). São errinhos de digitação e pelo menos um de pountuação na frase que fecha o artigo, porém, nada de mais grave, comprometendo assim o conjunto. Vou me defender explicando o seguinte: é lógico que como todo bom redator, eu reviso o texto pelo menos umas duas vezes antes do envio para o site. Só que é aquele velho problema, por mais que uma pessoa revise aquilo que escreve "n" vezes, sempre uma ou duas coisinhas erradas vão passar batido pelo crivo dela. É aí que deveria entrar a figura do editor, para pelo menos alertar quando há problemas. Mas lá no Euqueromais não é assim. O editor se limita apenas a colocar os textos na página e ponto final. Já dei uma toque para que eles lá fiquem mais atentos, mas pelo jeito foi em vão. Como eu disse, essas coisas não comprometem a essência do texto, mas o povo do site não se deu conta de que pequenos erros comprometem a imagem do site junto a leitores com um grau de exigência maior (traduzindo: os chatos). Enfim, é isso. Espero que vocês relevem um pouco essas falhas e continuem atentos. Qualquer toque de que há alguma coisa errada é muito bem-vindo. Termina aqui o momento "ombudsman de mim mesmo".

terça-feira, maio 21, 2002

Saiu mais um texto meu sobre rádios piratas no Euqueromais. Na verdade, não tem nada de diferente do que eu já tenha escrito antes sobre o assunto. Como é a primeira vez nesse site, decidi fazer um histórico para contextualizar os leitores (adolescentes na sua grande maioria). Pretendo publicar uma análise, mas faço isso mais adiante.

segunda-feira, maio 20, 2002

100 visitas!!!!!!

Com relação ao post abaixo, eu lembrei de uma antiga entrevista da Siouxie Sioux à finada Bizz. Perguntaram a ela sobre as gravadoras independentes inglesas. A resposta foi mais ou menos assim: "são iguais as grandes, só que menores no tamanho". Para bom entendedor...

Deu no blog da Ciça que o povo do Mogwai andou criando dificuldades para as bandas que iriam abrir o show deles no Rio. "O baterista lançou ordem expressa proibindo as outras bandas de ajustar a bateria. isso, não podia mover one inch sequer de qualquer estante de pratos que fosse", segundo ela. Essa decisão atingiu diretamente o baterista do Cassino, da qual a Ciça é vocalista, uma vez que ele é canhoto. No final, tudo acabou dando certo, pois ele "tocou com bateria de destro, viu, seu mogwai. brasileiro sempre dá um jeito.", disse.
O Mogwai não é a primeira banda que cria dificuldades aqui para as bandas de abertura de suas apresentações. O Yo La tengo também teve o mesmo tipo de atitude pouco simpática quando esteve no país. Será que banda gringa é tudo igual, só mudando mesmo o tamanho, o porte?

sexta-feira, maio 17, 2002

Obrigado a você que me avisou que tinha um "não" a mais no post abaixo. :o)

quinta-feira, maio 16, 2002

Ando meio sem saco para escrever. Portanto, estou sacando algumas coisas do meu arquivo e postando no blog. É melhor do que ficar dias sem colocar nada aqui. O texto abaixo eu escrevi por conta dos shows do U2 no Brasil, em 1998. Iria sair no zine Quex, mas acabou não sendo publicado, não lembro por qual motivo. Deve ser pelo fato de estar ruim demais.

As lágimas de Bono

A organização dos shows brasileiros do U2 foram uma veradadeira comedia de erros. Comecou com o comercial da Skol que colocou uma banda cover para representar a banda e culminou com o engarrafamento e o tumulto na porta do autodromo de Jacarépaguá. Alias, o staff dos irlandeses nao engoliu até agora a mudança do local reservado para o show no Rio. Duvido que eles voltem, mesmo se o próximo show for intimista.
Assisti ao show do U2 em São Paulo pela televisão. Nada como o conforto de casa. Você pode ir a geladeira e pegar uma Coca-Cola sem maiores problemas. O maximo de incômodo é ouvir o comentario da mãe dizendo que refrigerante engorda.
O show? Bem, foi legal. Nao foi o show do milenio como apressadamente disseram alguns. O ponto alto foram os clássicos mesmo, nao dá para discutir. O material antigo deles é muito melhor que o atual e isso é normal para uma banda está na estrada há tanto tempo. O que será que os Beatles estariam fazendo hoje se não tivessem se dissolvido? Será que seria tão legal quanto os classicos com mais de trinta anos?
Um momento me chamou particularmente a atenção. A voz embargada de Bono ao cantar "With or Whitout You". Lembrem-se de que ele antes pegou uma menina da platéia e os dois ficaram abraçados por um bom tempo. Depois, Bono deitou a cabeça no colo dela. A grande questão é o que teria feito Bono se emocionar naquela hora? E outras perguntas surgem. Foi um momento tão especial assim? Ele chora assim mesmo nos outros paises pelos quais o U2 passou?
Na hora tudo aquilo me pareceu verdadeiro, mas posso estar enganado. Pode até ter sido uma atitude fake dele, mas foi o melhor momento do show, sem dúvida. Ganhou da música, da parafernália toda. Às vezes, a emoção vale muito mais do que essas coisas.

quarta-feira, maio 15, 2002

Você ainda não sabe o que é uma rádio livre, pirata ou comunitária? Então leia essa entrevista que eu concedi ao zine Alternative World e esgotando o assunto:




Pergunta - Bom, primeiramente, eu queria que vc explicasse pro pessoal que ainda não sabe o que é uma rádio livre, pirata ou comunitária!

Rodney Brocanelli - Na verdade, essa termonologia é usada aqui no Brasil como sinônimos da mesma coisa. O que caracteriza essas rádios são (ou pelo menos deveriam ser) a baixa potência, o alcance restrito, a clandestinidade das transmissões. O temo rádio pirata surgiu na Inglaterra porque uma das rádios mais famosas, a Caroline, transmitia de um barco que estava na costa
britânica. Daí, fez-se a associação com os antigos piratas. A expressão rádio comunitária ganhou força aqui no Brasil. Serve para designar as emissoras que prestam serviços as comunidades onde operam. Rádio livre é um termo surgido na Itália, até porque as rádios daquele país tinham um conteúdo fortemente politizado. O grande problema é que como esses termos são usados sem muito critério pela imprensa, cria-se uma confusão na cabeça do ouvinte.



Pergunta - Como, quando e com qual finalidade as primeiras rádios surgiram?

Rodney - A primeira rádio que se tem notícia foi a Caroline lá pelos anos 50, na Inglaterra. Ela foi a primeira a tocar o então emergente rock and roll norte-americano (Elvis, Chuck Berry, entre outros). Até então, esse tipo de música não entrava no Reino Unido. Foi por causa da Caroline que a BBC decidiu criar a Radio One, dedicada ao rock. Depois, lá pelos idos dos
60 e 70 surgiram as rádios da Itália e que também fizeram história, como a Rádio Alice. Aqui no Brasil, oficialmente a coisa começou na década de 70, embora pouco a pouco estejam surgindo relatos de rádios piratas nos anos 50. Mas para muitos historiadores, o marco é mesmo nos anos 70.

Pergunta - Como você entrou nessa e há quanto tempo você mantém a rádio?

Rodney - Eu comecei em 1995 me integrando à equipe da Rádio Onze, uma rádio do Centro Acadêmico XI de agôsto da Faculdade de Direito-USP. Fiquei por lá uns dois anos e meio. Eu deixei o dia-a-dia da Onze, mas sempre ajudava de alguma forma. Em, 1998 essa fase da Rádio Onze foi encerrada por motivos alheios a vontade de todos que dela faziam parte. Desde então eu acompanho o movimento de rádios livres mais como observador e frenquentemente escrevo sobre o tema para sites da Internet, revistas e fanzines.


Pergunta - Ela é uma rádio sem permissão do governo para funcionar?

Rodney - Isso mesmo. A Rádio Onze nunca teve concessão para seu funcionamento.

Pergunta -Ela funciona em baixa freqüência, certo? Então em quais áreas é possível sintoniza-la?

Rodney - A Rádio Onze era sintonizável em todo o centro velho de São Paulo. Transmitiamos desde a Avenida São João. Algumas pessoas de outros bairros um pouco mais distantes como Santana afirmavam recepcionar o sinal da Onze sem problemas.


Pergunta - Qual é o argumento que o governo usa para não legalizar a radiodifusão livre, já que editar um fanzine ou um site é o mesmo principio? Por que estão errados?

Rodney - Não podemos nos esquecer que a concessão para o funcionamento de emissoras de rádio e tv é dado pelo Governo Federal. Alega-se questões de segurança para isso. O medo é de que algum grupo esquerdista possa ter um veículo para divulgar mensagens contra o próprio governo. E se sabe do poder que os veiculos falados e televisados têm sobre a população. Só para citar um exemplo meio grosseiro: Fernando Collor de Mello. Ele foi resultado do bom uso dessas mídias. Não que ele tenha alguma coisa a ver com as rádios livres, muito pelo contrário. Mas ele usou muito bem o rádio e a tv para passar sua mensagem. Então, esse é o medo dos poderosos de Brasília. Um grupo de esquerda poderia ter sua comunicação muito facilitada se tivesse em seu controle uma rádio livre. Tem ainda o lance da interferência do sinal na comunicação entre aeronaves e aeroportos, mas até aí qualquer rádio, inclusive as oficiais, podem fazer isso. Enfim, apesar de tudo, há possibilidade de fazer coisas interessantes usando uma rádio pirata. Quem deseja se lançar num projeto como esse deve analisar os prós e os contras.


Pergunta - Existe algum processo em andamento em prol das rádios livres?

Rodney - Existe a Lei de Radiodifusão Comunitária, que foi sancionada pelo governo FHC. A Anatel abriu uma concorrência para quem desejasse operar rádios comunitárias, mas o processo é lento demais. Não tenho conhecimento de nenhuma rádio comunitária dentro dessa lei que esteja no ar.


Pergunta - Cite exemplos do que as rádios livres poderiam fazer pela sociedade?

Rodney - Eu vou contar uma historinha. Em 1996, o então prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, queria reabrir o tráfego noturno no Minhocão entre 22h e 06h. Quem conhece, sabe do que eu estou falando. É uma via elevada que fica ao lado dos prédios de boa parte da Av. São João, onde ficava o estúdio da Rádio Onze. Imaginem o transtorno que os carros rodando na via de madrugada.
Um de nossos programadores, o José Roberto Reder Borges, conhecido como Pato, teve a idéia de fazer uma campanha contra essa decisão do prefeito, mostrando os prejuízos que os moradores ao redor do Minhocão iriam ter. A Rádio Onze então lançou a campanha "Maluf, deixe-nos dormir em paz". Foi um enorme sucesso. A comunidade do centro que estava contra essa idéia viu na Onze uma aliada. Fizemos abaixos assinados e tudo o mais. Resultado: Maluf voltou atrás de sua idéia inicial. Esse é um belo exemplo que ilustra a sua pergunta.


Pergunta - É muito difícil montar uma rádio? Existem quites de faça-você-mesmo no exterior, né? Então... você acredita que num futuro, próximo ou não, será legalizada a radiodifusão livre ou a hipocrisia vai predominar?

Rodney - O panorama não vai mudar. Eu acho que vamos ter rádios livres regulamentadas, através da lei que eu citei há pouco e rádios clandestinas operando nos espaços vazios do dial. Embora eu não seja a pessoa mais indicada para falar da parte técnica, posso garantir que não é difícil montar uma rádio. Dá para fazer um transmissor caseiro comprando seus componentes nas lojas do bairro de Sanra Efigênia (onde eu cresci, aliás). Na página da Rádio Onze tem um guia completo de montagem de rádios livres
escrito por Chico Lobo, um de nossos grandes colaboradores. O endereço é http://www.onzenet.cjb.net e aproveitem para conhecer um pouco da história da Onze.


Pergunta - Vc já viu ou ouviu casos de que a polícia, ou algo parecido, destruiu alguma rádio? Isso acontece sempre que eles descobrem uma? E com freqüência?

Rodney - Quem tem o poder de fechar rádios livres é a Polícia Federal. Apenas ela. Funciona mais ou menos assim: a fiscalização da Anatel descobre uma rádio clandestina e avisa a PF. Eles vão lá, tem o poder de fechar a rádio e levar alguma coisa que caracterize o flagrante. É claro que podem acontecer exageros nas autuações, mas a regra geral é sempre procurar manter
a calma em momentos como esse.


Pergunta - Existem muitas rádios piratas atualmente? Quantas mais ou menos?

Rodney - É difícil dizer. Para cada rádio livre que é fechada, são abertas pelo menos mais umas três. Eu não arriscaria um número, mas são inúmeras, isso é certo.


Pergunta - Deixe qualquer mensagem pro pessoal...

Rodney - Obrigado pelo espaço e agradeço também a aqueles que pararam para ler essa entrevista.

Eu adoro escrever, mas odeio revisar.

terça-feira, maio 14, 2002

Do blog do Augusto Olivani:




PESSOAS MEDÍOCRES

Eu sempre, de certa forma, defendia a faculdade de Jornalismo. Dizia por mim mesmo, já que ela foi de alguma forma útil. Além de professores que dão emprego e outros medalhões do mercado que de alguma forma querem saber quem está se formando logo - e tentar peneirar desde então -, sempre foi um lugar que dava para discutir uma prática. É um pouco de punhetação, mas gostava de trocar idéias e ouvir verdades diferentes.

Mas aluno é aluno, e estudante é estudante.

Por isso, depois de ignorar por um tempo, tenho que admitir, com todas as letras, que 90% dos estudantes de Jornalismo são medíocres (grande novidade, certo?). Deus do céu...

Não é fenômeno exclusivo nosso, muito menos produto para exportação, mas os otários pretensos bacharéis em jornalismo são risíveis. Tem aqueles que fazem carreira dentro da faculdade para não pagá-la - além de fazer uma média com o pessoal burocrático responsável pelo curso, o que já assegura o círculo vicioso, um ou outro cabide de emprego e o passaporte para o diploma. Tem aqueles que sobem no tijolinho pra fazer discurso sobre qualquer coisa, falar seu brilhante ponto de vista ou discursar sobre análises tão soberbas que até monossilábicas são.

Haha, olha a merda hoje na sala de aula, intervalo, rolando atrás de mim:

- Ai, você viu que o Tony vai ser eliminado do Fama?
- Você tá brincando, né? Ele é o mais bonitinho... e ele cantou "timtim timtim timtim" (sei lá o nome da porra da música podre que ele cantou)
- Pois é. Sempre os que eu mais simpatizo são eliminados logo. Os que eu não gosto sempre ganham.

Ouvir esse papo numa sala prestes a se formar em jornalismo é das coisas mais deprimentes que se pode ouvir às 10 da manhã.

Mas, enfim, que bom que existem tantas pessoas burras - ainda mais na profissão que escolhi.

Por isso eu peço: "continuem assim pessoas, assim vocês fazem minha vida um pouco mais fácil."



Bem que eu gostaria de compartilhar do otimismo demonstrado pelo Augusto. Aposto que as protagonistas desse diálogo aí em cima vão arrumar emprego fácil, fácil numa dessas revistas dedicadas a televisão e celebridades (Contigo, TiTiTi, Minha Novela, etc.) Ou então viram assessoras de imprensa de artistas. Sei lá, não deve ser regra geral, mas é quase sempre assim: as pessoas nas quais a gente não aposta nenhum um tostão furado geralmente são as que se dão bem na carreira. Vou citar como exemplo um colega de classe meu no curso de Comunicação Social (não vou dizer de qual universidade é). O sujeito é gente boa, nos divertiamos muito com ele lá na classe, pois viva sendo alvo das gozações da turma. Para resumir: um perfeito imbecil. Quem é que iria apostar que ele teria futuro na profissão? Pois bem, a figura não só demonstrou que teve como está bem colocado no mercado hoje em dia. Nosso herói trabalha com um desses fofoqueiros de televisão (e que recentemente inaugurou um site).

Musica da noite: "É o Destino" - Fellini

domingo, maio 12, 2002

O sabadão à noite foi dedicado a revisar alguns textos que eu escrevi aqui. Graças ao bom Deus, percebi que não há grandes barbaridades. Fiz uma lipo em alguns, tirando os excessos de "eu" e "ele", o que aliás motivou o auto-aviso aí embaixo. Acrescentei algumas palavras em outros até para facilitar ainda mais a compreensão dos escritos. Enfim, não sei se esse blog têm leitores fiéis, daqueles que passam por aqui com uma certa frequência, mas aconselho a esses a darem uma relida nos posts, caso tenham um tempinho. Sempre pode pintar alguma novidade.

Lembrete para mim mesmo: preciso diminuir o uso dos pronomes "eu" e "ele" nos textos deste blog.

sexta-feira, maio 10, 2002

Me deu vontade de ouvir "Chico Buarque Song", do Fellini

Acho que todos sabem, mas com o passar do tempo eu me especializei em algumas coisas. O movimento de rádios livres é um dos assuntos dos quais eu entendo um pouco e me arrisco a dar alguns palpites em alguns sites da Internet. Volta e meia recebo mails de estudantes pedindo ajuda para seus trabalhos. Eles me acham principalmente através da página da Rádio Onze. Quando eu posso ajudar, eu dou uma força, quando não, explico o porquê, passo outros tipos de contatos, enfim tento compensar...O curioso é que em nenhum dos dois casos as pessoas que me procuraram voltam a escrever para dizer um mísero "obrigado". Nessa semana, tive um mais um exemplo disso. Uma estudante de Fortaleza me escreveu perguntando se eu sabia de alguma coisa sobre o movimento de rádios livres no estado. Respondi prontamente que não e expliquei que essas informações não chegavam aqui no eixo Rio-SP, enfim, eu iria ficar devendo essa. Até agora, não tive a resposta dela. Outro dia aconteceu um caso parecido lá no Euqueromais. Fiz aquela série sobre as novas revistas de música e um rapaz leu e me escreveu perguntando se eu sabia de outras publicações do gênero. Disse que sabia e passei os contatos de pelo menos duas outras revistas. No final, só por curiosidade, perguntei como ele chegou até as minhas matérias. Fiz isso até para ter uma idéia de como as pessoas chegam ao texto, se é pela página mesmo, se é pelo Google, ou então por alguma outra indicação, aquela coisa boba de quem escreve para a net. Também não obtive resposta. O caso mais recente foi de uma outra pessoa que, esse sim, me achou casualmente pelo Google fazendo uma pesquisa pessoal, e mandou um mail perguntando o que era zine. Pacientemente, dei exemplo do que se tratava e ainda me coloquei à disposição para esclarecer outras dúvidas que poderiam surgir através da minha explicação. Pelo jeito, ele ficou satisfeito, porque até agora não escreveu de novo, nem para dizer um "valeu".
Sei lá se isso é um problema de net-etiqueta ou de etiquieta mesmo, mas o fato é que se perdeu o sentido da palavra "obrigado". E por falar em net-etiqueta, curioso notar que ela é muito citada apenas quando convém. Mas disso eu falo em uma outra ocasião.

Eu sei que está todo mundo falando do novo lançamento do Fellini, o álbum "Amanhã é Tarde", pela mmrecords, mas eu penso que não custa nada desencavar uma entrevista que Thomas Pappon me concedeu e na qual ele falou sobre o The Gilbertos, o seu outro projeto musical. Aqui pelo menos tem uma revelação interessante. A Luaka Bop, selo que pertence ao David Byrne, demonstrou interesse nuna certa época em lançar internacionalmente o The Gilbertos. Pena que não deu certo...
The Gilbertos musicalmente nada mais é que uma extensão do Fellini, só que sem a poesia de Cadão Volpato, mais o auxílio de Jair Marcos e Ricardo Salvagini. Isso não significa que as letras do Thomas não sejam boas, muito pelo contrário. Trata-se de um outro estilo. Esse é um dos assuntos citados na entrevista.
Eu fico contente de ter participado do processo (de maneira discreta) do lançamento no Brasil de "Eurosambas 1992-1998". Foi assim: quando eu entrevistei o Cadão Volpato para um programa na Rádio Onze ele me falou de passagem que o Thomas estava compondo algumas músicas sozinho, que pretendia lançar um dia esse trabalho comercialmente e tinha até dado um nome para esse projeto: The Gilbertos. Algum tempo depois, graças a um amigo, consegui o mail dele e passamos a estabelecer um contato regular. Eu combinei de mandar uns zines para ele e em troca recebi uma fita do The Gilbertos. Chapei ao ouvir a fita e comentei com o Thomas que era uma pena o fato desse trabalho permanecer inédito. Numa tentativa de ajuda, listei alguns selos independentes que eu conhecia e os mandei via mail, com os respectivos contatos. Inclui a mmrecords, a Slag, a Ordinary e a Low Tech Recs. O Thomas gostou do espírito do selo comandado pelo Lariü e escreveu para ele perguntando se poderia organizar no Rio o show-reunião do Fellini no final de 1998 (outras duas apresentações aconteceram em São Paulo e em Brasília). O show acabou saindo e um acordo para o lançamento do The Gilbertos não deve ter sido díficil. A repercussão foi boa e isso deve ter animado Thomas e Cadão a voltarem com o Fellini, gravando material inédito. A idéia inicial era lançar sobras de estúdio e registros ao vivo, mas essa idéia foi adiada "sine die". Isso não importa agora, pois agora temos mais uma vida para o Fellini.

quarta-feira, maio 08, 2002

Da série posts interessantes que valem a pena ser repetidos:



Uma visão interessante sobre a pirataria no rádio . Eu até compreendo a irritação do Marco Antonio (um dos responsáveis pelo blog Rádio Base). Um dos casos mais clássicos dessa interferência é a rádio Planeta 90, que opera entre a CBN e a Nova FM aqui em São Paulo. A emissora é mantida por um certo de Padre Chico e pode ser ouvida na cidade toda. A programação é toda de responsabilidade da igreja do tal padre (que me parece ser falso). Ele promete ajuda espitiritual e outras coisas como a cura da frieza sexual (!) com consultas que são cobradas. Tá na cara que é um charlatão, um daqueles que usam a religião para enganar as pessoas. O Jornal da Tarde fez uma matéria a seu respeito em maio de 2001. O movimento de rádios livres no Brasil é dividido em dois períodos. Antes e depois da absolvição do radialista Léo Tomaz, da Rádio Reversão (leia mais aqui) Depois que Tomaz foi absolvido foi que se verificou um boom de rádios clandestinas no Brasil. O problema é que muitas delas eram (e ainda são) de propriedade de oportunistas que viram nas rádios livres uma ótima maneira de se ganhar dinheiro fácil. Antes existia até uma ética entre os antigos operadores de rádios clandestinas. A potência dos transmissores era mínima, com até 5 watts. A intenção era protestar contra o sistema de distribuição de concessões, que privilegiava até há bem pouco tempo os políticos ou então oferecer uma alternativa em comunicação. Hoje, lamentavelmente, a situação está diferente..

Dica que eu recebi pelo mail



Oi, pessoal, eu sou novo por aqui e talvez vcs pensem que eu estou fazendo spam, mas não é não. O fato é que eu e mais uns amigos estamso construindo uma página sobre literatura, é o nosso e-zine. Chama-se COMverSOS, e está no endereço http://www.comversos.com.br. Nós estamos procurando montar uma grande biblioteca de textos de grandes escritores, e dilvugar também os nossos textos e de outros novos escritores. Deêm uma passadinha por lá. Vamos ficar felizes com a sua visita. E estamos procurando por novos escritores que queriam colaborar, enviando seus textos para compor nossa próxima edição. O site não tem fins lucrativos, estamos pagando tudo com uma vaquinha que fizemos e com doações.



Até mais
nox

segunda-feira, maio 06, 2002

Do blog da Cecília



emersong tem razão quando acha estranho que a turma reclame do preço da frente (derroyal) se aceita pagar R$19 num drink.



O Emersong a quem ela se re refere é Emerson Gasperin, uma das cabeças responsáveis pela revista Frente (as outras duas são de Ricardo Alexandre e Marcelo Ferla).


Ah, com relação ao estranhamento manifestado por ele, acho que a resposta é mais que óbvia. O povo quer mesmo é economizar um troco para pagar R$ 19 num drink durante a balada do fim de semana...he he he..


Brincadeiras à parte, na verdade a Frente tem um preço de capa que está dentro da média das revistas que trazem produtos casados (revista + CD). O problema é que isso assusta quem estava acostumado a pagar R$ 5 pela Showbizz. Até que as pessoas se adaptem com isso (pagar dez pratas por uma revista que vem com um CD) demora um pouco. Mas a Frente tem outros problemas a resolver e um deles é estabilizar o esquema de distribuição em bancas fora de São Paulo. Acertando esse e outros detalhes, a Frente tem tudo para conseguir um belo espaço entre os orfãos da Showbizz.

Nota esportiva.
A coisa tá feia mesmo na Fifa. O presidente da entidade e seu secretário-geral racharam Os dois que eram aliados num passado mais que recente agora ficam se agredindo verbalmente. Isso justamente na época da eleição. Acompanhe no As os detalhes dessa briga de comadres

E este blog acaba de ganhar o seu primeiro link. O Charles Brito, do Non Stop é o autor da façanha. O Onzenet está na sua lista de recomendados ao lado de outros blogs já consagrados. Valeu pela força. Segundo o Charles, o Non Stop é "um blog sobre o que acontece de mais relevante na Internet sobre música, cinema e tv".

Olá Marco...


Eu não sei se algum dos leitores do blog Rádio Base se lembra, mas no final de maio vão ser completados três anos da mudança de filosofia da Musical FM. Antes, uma rádio 100% MPB, hoje ela é uma emissora que aluga 100% de sua programação para igrejas evangélicas. Apesar de todos os seus defeitos, a proposta da Musical era interessante e angariou a simpatia de uma grande parte do público. Mesmo com todo o sucesso, a direção da Rede L&C, em 1999, achou melhor terceirizar a programação da emissora. É o velho esquema: o lucro está garantido e a despesa é pouca.


Alguns ouvintes, chocados com essa decisão, decidiram se mobilizar para protestar contra essa mudança de rumos. Nascia assim o "Movimento dos Sem Rádio", que tinha como base uma lista de discussão. O MSR conseguiu fazer um certo barulho e chamou a atenção da imprensa. O que começou como um lamento pelo fim da emissora preferida foi tomando corpo. Em pouco tempo nascia uma ONG oficial, com registro em cartório e tudo o mais, que foi batizada como MPB Sempre. A Rádio USP FM chegou a ceder um horário para essa ONG produzir um programa. Ia ao ar a cada 15 dias, sempre aos sábados trazendo depoimentos de grandes compositores e interpretes.


Em três anos, muitas coisas mudaram. Outras emissoras em FM passaram a atuar nesse vácuo deixado pela Musical, como a Nova FM. A Eldorado aumentou seu espaço para a MPB contratando a Patrícia Palumbo, ex-estrela da Musical. Até
os Irmãos Metralha...ops, digo, irmãos Abreu também decidiram entrar nesse nicho com uma de suas emissoras, a Difusora do Brasil, mas o projeto não foi adiante. Pelo jeito, o entusiasmo inicial do grupo de pessoas que fazem parte do MPB Sempre diminuiu. O programa da USP FM saiu da grade de programação com a desculpa de que seria reformulado, mas até agora não há
qualquer perspectiva de volta. O site oficial da ONG (http://www.mpbsempre.com.br) nunca mais foi atualizado e a lista de discussão que deu origem a tudo (http://br.groups.yahoo.com/group/movimentosemradio/) está parada.


Seria uma boa que exemplos como os do MSR (depois MPB Sempre) servissem de inspiração para que os ouvintes de rádio. Há muitas pessoas descontentes com o que vai acontecer com a Eldorado FM nos próximos dias. Quem sabe uma mobilização geral de seus ouvintes poderia fazer com que seus diretores revessem essa posição.


Abraços


Rodney Brocanelli<.p>


Um dos blogs que mais me entusiasmaram desde que comecei a pequisar mais sobre esse tema é o Rádio Base. Não é para menos, o seu tema central é o rádio, uma das minhas paixões. Descobri ao acaso, passei a acompanhar com assiduidade e, de vez em quando, alguma coisa que eu mando via e-mail é publicada lá. Para quem gosta, esse é o blog certo.

sexta-feira, maio 03, 2002

Nenhum impreviso aconteceu e o número de estréia da Zero já está nas bancas. O conteúdo acabou ficando um pouco diferente do boneco distribuido para anúniciantes, músicos e jornalistas. Muita coisa caiu no meio do caminho e outras matérias foram colocadas no lugar. Pelo menos, não me lembro de ter visto a reportagem com o Kurt Cobain no boneco. Ah, e a matéria com a Alanis Morrisete não estava também, essa eu posso gantantir. As resesnhas de CD são as mesmas, assim como as seções "web", "fundamental" e "esses eu recomendo".


A capa, oferecida a Kurt Cobain é aquilo que poderemos chamar de "capa de ocasião". Afinal, em abril completou-se mais um ano de seu estúpido suícidio. Eu acho que a Zero poderia ter mantido a idéia original, que era a de colocar uma ilustração de Paulo Ricardo retratado como o revolucionário líder Ernesto "Che" Guevara (veja aqui). A meu ver, seria uma capa ousada e chamaria dez mil vezes mais a atenção. Mas a má repercussão deve ter pesado e muito na mudança de planos. Alexandre Petillo escreveu em sua coluna no site London Burning que "alguns jornalistas famosos na cena indie brasileira não demonstraram o seu apoio, ofendidos com a quantidade de rock nacional abordado nas páginas da Zero. Um, se recusou a divulgar a capa em sua coluna na internet. Outro, nem respondeu o nosso e-mail." Como se a Zero precisasse da benção desses cidadãos para sobreviver.


No mais, a Zero acabou confirmando aquilo mesmo que eu disse no post de 27/04. Ela é uma revista que vai dar ênfase a reportagens, entrevistas e boas histórias que não tem a ver com música. (a matéria sobre o Nepal foi uma das que mais me agradou). E vem mais coisa boa por aí. É só aguardar.


quarta-feira, maio 01, 2002

Blog do Augusto Olivani, que trabalha na redação da Play e responsável pelo zine Lo-Fi.

 
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