quinta-feira, outubro 31, 2002

Oba, o post abaixo sobre o PSTU rendeu comentários bem distintos, isso é bacana. Porém, quero me deter um pouco sobre o que a Mimi escreveu. Não vou entrar no mérito se o partido é fracassado ou não, até porque essa é uma outra análise que deve ser feita com um bom embasamento. Eu penso que o PSTU está certo ao não se coligar com outros partidos de esquerda, entre eles o PT, pelo menos nesse momento. O PSTU tem que, primeiramente, marcar presença junto ao eleitorado e isso só se consegue sozinho e não apenas sendo mais um partido dentro de uma coligação. Depois, porque há o risco de que o partido vire um PC do B da vida, que sobrevive apenas graças as composições históricas que faz com o PT. Queria ver como seria o seu desempenho, se não fosse possível ao partido compor chapa, fato que tem se repetido sistematicamente nos últimos anos. Por isso, julgo que o PSTU está agindo corretamente ao se lançar sozinho a cada eleição. É melhor que ele tenha um reconhecimento junto a uma parcela do eleitorado para, num futuro próximo, pensar em coligações.
(É bom deixar claro que não tenho nada contra o PC do B. Ele tem quadros muito competentes como o deputado federal Aldo Rebelo, entre outros. Só não posso deixar de falar dessa postura eleitoral que o partido vem tomando ao longo de sua história).

quarta-feira, outubro 30, 2002

Ahá, descobri agora qual a inspiração do PSTU para formular o slogan que marca suas campanhas eleitoriais na tv e no rádio desde 1996. Na última segunda-feira a Bandeirantes exibiu um especial sobre a trajetória de Lula. Num dos blocos, falou-se da sua participação na campanha eleitoral de 1982, concorrendo a governador do estado de São Paulo. Foi mostrado um tape de um debate que reuniu ele mais os outros candidatos, entre os quais Franco Montoro (que viria a ser eleito) e Janio Quadros. Em sua derradeira intervenção Lula disse: "vote 3 contra burguês" (o 13 só viria ser adotado tempos depois pelo TSE numa lógica que nunca foi muito bem explicada).
Nesses 20 anos, é claro que o discurso político de Lula mudou e muito. O PSTU, como atual representante da esquerda radical, achou que a frase dita por Lula tinha muito a ver com suas propostas e a pegou emprestada, fazendo, obviamente, uma certa adaptação. A tarefa até que não foi complicada. O 16, assim como o 3, rima bem com a palavra burguês. Daí temos o "Contra burguês, Vote 16".

terça-feira, outubro 29, 2002

Domingão próximo, dia 3, a MTV exibe o Lado B com a ilustre presença do Fellini tocando ao vivo. O Rodrigo Lariú, dono do selo mmrecords e responsável pela apresentação no programa da dupla Thomas Pappon e Cadão Volpato, ainda não informou quais serão as músicas tocadas e como será o formato dessa apresentação. Certamente, as canções deverão ser do álbum mais recente da banda, Amanhã é Tarde.
Falando em Thomas, ele já começou a gravar o novo álbum do The Gilbertos, o seu outro projeto musical. Lariú diz no site da mmrecords que não há prazo para ficar pronto.

segunda-feira, outubro 28, 2002

Lula lá e eu continuo aqui.

sábado, outubro 26, 2002

Querem um bom exemplo de como fazer média no jornalismo? Então leiam esse texto publicado no jornal As, um dos mais prestigiados da Espanha.

Por onde anda Miriam Cordeiro, ex-mulher de Lula e personagem importante da eleição presidencial em 1989?

Não sei se isso vai interessar a alguém, mas estarei votando nulo na eleição para presidente da República.

quinta-feira, outubro 24, 2002

Recebi de um amigo a notícia abaixo que foi publicada no Comunique-se. Estou reproduzindo os trechos mais relevantes.

Esquerda brasileira terá jornal
Após três meses de intensas articulações, que envolveram diretamente o líder João Pedro Stédile do MST e dezenas de movimentos populares de todo o Brasil, a Esquerda brasileira decidiu lançar seu próprio jornal, tendo por objetivos: expressar uma visão de esquerda sobre os fatos e a realidade brasileira e uma visão de solidariedade internacional entre os povos; ser plural nas idéias mas comprometido profundamente com os interesses de transformação social do povo brasileiro; servir de subsídio, com informação e reflexão para toda militância social do país; estimular as lutas sociais, os movimentos de massa e o engajamento político dos leitores; e promover permanentemente os valores humanistas e socialistas.
(...)
Será um jornal semanal de abrangência nacional, com 24 páginas, 100 mil exemplares e equipe própria e profissionalizada. Seguirá um modelo de gestão praticamente inédito em termos de Brasil: a redação vai se reportar a um Comitê Editorial integrado por até 12 pessoas, representando os movimentos e forças sociais que dão suporte ao projeto; este Comitê, por sua vez, seguirá a orientação de um Conselho Político mais abrangente, composto por aproximadamente 80 participantes dos mais diferentes setores e que se reunirá a cada três meses; e atuando como base do projeto os Comitês de Apoiadores que serão criados em todo o País, com a missão de fortalecer a obtenção de recursos, de estimular a participação de colaboradores e de viabilizar a distribuição local.
(...)
O nome já está escolhido - Brasil de Fato - e o editor-chefe também - José Arbex Jr (arbex@uol.com.br), colega com passagens por importantes veículos de comunicação do País, atualmente integrando a equipe de editores da revista Caros Amigos, e a quem caberá a montagem da equipe tanto de contratados quanto de colaboradores. Uma das editoras também já acertou com o jornal: Áurea Lopes (ex-DCI e Plano Editorial), que vinha participando também do planejamento do projeto. Serão, ao todo, quatro as editorias: Nacional (política brasileira e economia); Internacional (política e economia); Cultura e Esporte (nacional e internacional).
(...)


Depois de ler essa nota imaginei como seria um jornal nos mesmos moldes mas com tendências direitistas. Nesses meus delíros, já tenho formado até a equipe. Sandro Guidalli seria o editor-chefe, Olavo de Carvalho o seu publisher e Janer Cristaldo o editorialista principal.

Peguei isso aqui no blog da Cecília Giannetti, que revelou a farsa do modelo-ator que iria participar de um filme produzido por David Lynch. Para quem tem preguiça de clicar no link, eu explico. É um bannerzinho dedicado aos jornalistas profissionais que trabalham em prestigiosos orgãos de imprensa e que, de vez em quando, "pegam emprestado" algumas notas que lêem em blogs. Acho que vários blogueiros tem uma história de posts e notas que vão parar nas páginas de jornais, revistas e sites de informação sem o devido crédito. Eu tenho a minha, que já foi devidamente contada aqui. Se pintar alguma novidade volto a ela. Mas o recado está dado: muitos blogs têm servido de preciosa fonte de informação para profissionais da grande imprensa. Os bacanas das redações posam de heróis e os blogueiros ficam apenas com os calos das mãos.

quarta-feira, outubro 23, 2002

Um de meus orgulhos jornalisticos neste ano de 2002 foi ter apresentado as duas novas revistas de música e cultura pop, Frente e Zero, através de entrevistas publicadas no site Euqueromais com seus responsáveis. Através delas, muita gente pode conhecer melhor as propostas editoriais de cada uma, enquanto a imprensa tradicional fazia apenas uma superficial cobertura sobre seus lançamentos. Passada a expectativa da estréia, tanto a Frente como a Zero foram obrigadas a mudar de rota para continuar sobrevivendo. Leia mais a respeito neste texto publicado no Observatório da Imprensa e escrito por mim.

segunda-feira, outubro 21, 2002

E a farsa do modelo-ator que espalhou para metade dos nossos cadernos culturais da grande imprensa que iria participar de um filme produzido por David Lýnch continua a ser desmascarada. Agora foi a vez da Folha dar algo a respeito.
A Ciça deveria ganhar um prêmio Esso de Jornalismo por ter cantado essa bola antes.

Eu estava para falar do Tema Blog há algum tempo, mas sempre acabava esquecendo (falha minha!). É uma iniciativa do jornalista Raphael Perret em manter um banco de dados com links para artigos que falem de blogs. Visita obrigatória para quem se interessa pelo assunto.

sábado, outubro 19, 2002

O caso Regina Duarte ainda está rendendo. A atriz deu uma entrevista a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, e disse ter tocado "num nervo exposto". Ela se considera patrulhada por causa do tom das críticas que diz ter sofrido, mas não se mostra arrependida do que fez.
Essas declarações de Regina e mais a particpação de Beatriz Segall no horário eleitoral da últma sexta feira só reforçam a tese levantada aqui neste blog (ver post do dia 18/10) de que o PT, seu colaboradores e eleitores morderam a isca direitinho. A campanha de Serra, a partir de agora, irá fazer um belo carnaval em do fato de que seu adversário (e todos que estão com ele) não toleram críticas. A escolha de uma artiz que tem no currículo uma vilã bem marcante como Odete Roitman não foi por acaso.
Uma coisa que eu reparei através do Toplinks. Vários colegas blogueiros, ao abordar o caso Regina, se dedicaram apenas a dar links para textos contendo manfestações contra a artiz, outros que rebatem a sua tese e até mesmo um "site de ódio". Porém, até agora os coleguinhas não abriram links para textos mais sensatos, como o de Kenney Alencar, da Folha On Line.
Para quem ainda não sabe, o Toplinks é um serviço que mapeia links dados em blogs nacionais. É uma ótima maneira de saber quais são os assusntos do dia no mundo blogueiro.

sexta-feira, outubro 18, 2002

Ainda sobre a polêmica em torno da participação de Regina Duarte no horário eleitoral, o site Folha On Line traz um artigo do jornalista Kennedy Alencar. O único texto sensato que eu li até agora sobre o tema e que coincide com as idéias do blog Onzenet.

quinta-feira, outubro 17, 2002

Muito barulho por nada. É assim que posso definir essa celeuma em torno do texto escrito pelo Flea, baixista do Red Hot Chilli Peppers, sobre sua passagem por São Paulo. A cidade é suja mesmo, Flea nesse caso não mentiu. Basta dar um rolê pelas ruas e comprovar o que ele disse. Não duvido nada se os mesmos que se indgnaram com as opiniões sejam aqueles que, de quando em vez, jogam o seu lixinho no chão, discretamente. E só mesmo alguém muito ingênuo para acreditar que Flea viu de fato "uma garota com uma covinha, no fundo do estádio".

Regina Duarte e Marilia Pera. Ambas têm em comum o fato de serem grandes atrizes e possuirem uma carreira sólida no cinema, teatro e televisão. As eleições presidenciais estão unindo mais uma vez a trajetória das duas. Em 1989, Marilia Pera foi uma das poucas representantes da classe artistica que deu apoio irrestrito ao então candidato Fernando Collor de Melo. Treze anos depois, vemos Regina Duarte, a ex-namoradinha do Brasil, prestar seu apoio ao candidato José Serra até de forma mais veemente, gravando um polêmico testemunhal no horário gratuito. A coincidências não param por aí. Tanto em 1989 como agora, o candidato adversário é (e foi) Lula. Tem mais: Regina e Marilia viraram "inimgas públicas nº 1" desde que tornaram públicos seus apoios.
Fixando-se um pouco mais nesse pleito, as reações que tenho visto desde que as declarações de Regina Duarte foram veiculadas me faz crer que o PT e seus simpatizantes morderam a isca. Mais do que tentar "espalhar uma onda de terror nos eleitores", a idéia principal (e obviamente, não assumida) é mostrar aos indecisos que Lula, seus aliados, correligionarios e eleitores não toleram críticas. Numa lista de discussão via e-mail que eu assino, alguém repassou uma nota da CUT em represália ao que Regina disse. Até aí, tudo bem. O problema era o que estava escrito no subject. Algo do tipo: "ela merece é levar umas porradas". Isso não é tudo. "Terroristinha do Brasil" foi o comentário mais delicado que eu já li. Algumas pessoas estão até colocando em dúvida seu talento como atriz, só por conta desse episódio. Fica a grande pergunta no ar: e se ela apoiasse Lula, como seria?
Essa história envolvendo a atriz e o fato de Lula não participar do debate estão sendo os dois calcanhares-de-aquiles da campanha petista neste segundo turno. O primeiro até poderia ser evitado. Bastava ignorar o que foi dito por Regina. Afinal, ela já não tem o mesmo prestígio de outrora. A novela mais recente da qual participou não fez o sucesso esperado. Regina não é uma personalidade que influencie tanto a opinião pública atualmente. Mas a gritaria toda acabou dando destaque a algo que passaria despercebido em qualquer outra ocaisão.
Em tempo: leiam a coluna da jornalista Tereza Cruvinel sobre o assunto. Ela reproduz a carta do dramaturgo Jair Alves, mas chamo a atenção para a introdução feira pela colunista do site da Globo News.

Para quem estiver interessado, a emtrevista que eu fiz com o radialista Roberto Maia, ex-diretor artístico da Rádio Brasil 2000 FM (SP), pode ser lida nesse endereço: http://radiobase.blig.ig.com.br/

quarta-feira, outubro 16, 2002

Lembram daquela história do modelo-ator brasileiro que seria progatonista de um filme produzido por David Lynch? A imprensa cultural brasileira deu um generoso espaço ao assunto, comemorando o fato como se tivessemos conquistado uma Copa do Mundo. Por outro lado, alguns blogueiros, como a Ciça, acharam tudo muito estranho e começaram a fuçar um pouco mais a fundo. Eles descobriram que Lynch nada tem a ver com a produção. A mesma imprensa agora tenta colocar as coisas em pratos limpos, como nessa reportagem públicada n'O Dia.
Esse assunto vai render muito ainda. Do ponto de vista jornalístico, que interessa mais no momento, esse é um bom exemplo de como funcionam as coisas nas redações dos cadernos culturais de alguns jornais. Dá-se preferencia àquilo que já vem pronto das assessorias de imprensa. Foi o caso, aqui. O modelo-ator só teve espaço graças à eficência de seus assessores. Se um brasileiro vai trabalhar com um diretor já consagrado como Lynch o mínimo que deveria ser feito é ouvi-lo a respeito disso. É mais uma que entra para o o Febeapá da nossa grande imprensa. E mais uma lição de humlidade para nós.

Uma letra de música para compensar os dias sem atualização nesse blog. Mas não é uma letra qualquer, não. Foi escrita pela pena de ninguém mais, ninguém menos que Nick Cave, talvez o sujeito mais atormentado do show-biz mundial. Dúvidas existênciais, religião, fé, morte e amor são os temas preferidos deste cantor-compositor de nacionalidade australiana. Cave, inclusive, já passou uma temporada no Brasil e sua estada por aqui influenciou em seu trabalho, o que pode ser notado no álbum "The Good Son", de 1990. Numa das faixas, ele canta trechos do hino evangélico "Foi na Cruz" em bom português.
A letra reproduzida abaixo se chama "(Are You) The One That I've Been Waiting For?" e foi gravada no álbum "The Boatman's Call", de 1997. Aqui, Cave estava enfrentando um processo de separação. Sua esposa, a cantora de rock alternativo PJ Harvey, o havia deixado. E nada melhor que a música para fazer um inventário desse relacionamento.
(Aliás, um parêntese: relacionamentos entre rock stars - e, principalmente, o fim deles - acabam servindo como uma bela fonte de inspiração.Damon Albran, vocalista do Blur, fez um disco inteiro a partir do fim de seu casamento com Justine Frischmann, guirarrista e vocalista do Elastica. "To The End" é dessa leva.)
Antes de terminar, quero informar que o pessoal do zine ScreamYell é grande fã de Nick Cave. E para conhecer um pouco mais de seu trabalho, recomendo a leitura desse texto publicado no site que traz uma análise completa de sua discografia. Vale a pena ler.

I've felt you coming girl, as you drew near
I knew you'd find me, cause I longed you here
Are you my desitiny? Is this how you'll appear?
Wrapped in a coat with tears in your eyes?
Well take that coat babe, and throw it on the floor
Are you the one that I've been waiting for?

As you've been moving surely toward me
My soul has comforted and assured me
That in time my heart it will reward me
And that all will be revealed
So I've sat and I've watched an ice-age thaw
Are you the one that I've been waiting for?

Out of sorrow entire worlds have been built
Out of longing great wonders have been willed
They're only little tears, darling, let them spill
And lay your head upon my shoulder
Outside my window the world has gone to war
Are you the one that I've been waiting for?

O we will know, won't we?
The stars will explode in the sky
O but they don't, do they?
Stars have their moment and then they die

There's a man who spoke wonders though I've never met him
He said, "He who seeks finds and who knocks will be let in"
I think of you in motion and just how close you are getting
And how every little thing anticipates you
All down my veins my heart-strings call
Are you the one that I've been waiting for?

terça-feira, outubro 15, 2002

Estava vendo o Jornal Hoje e foi muito falada no noiticiário econômico uma palavrinha tenebrosa: recessão...

segunda-feira, outubro 14, 2002

Depois de vários atrasos, finalmente está para sair o livro que promete ser a radiografia definitiva do rock brasil dos anos 80. É "Dias de Luta", escrito pelo jornalista Ricardo Alexandre, um dos atuais editores da revista Frente. Na verdade, a obra é uma grande reportagem que nasceu da velha angustia daqueles que trabalham com o jornalismo diário. "Eu queria, precisava, escrever um livro, porque trabalhava num jornal atormentado por aquela história de que 'amanhã meus textos estarão embrulhando peixe na feira', que é um clichê, mas é verdade. Queria achar um assunto que fosse amplo o suficiente para tratar de tudo o que eu prezo em cultura pop e que acomodasse um texto que registrasse meu estilo de escrever. Não demorei muito para pensar que uma grande reportagem sobre a música pop e a cultura jovem dos anos 80 teria essas características", disse Ricardo.
"Dias de Luta" chega às livrarias no próximo dia 30 de outubro, mas já existe um site inteiramente dedicado ao livro. Através dele é possível desfrutar de uma promoção pré-venda: desconto de 15% mais um autógrafo do autor. O preço final é de R$ 33,50. Além disso, a página traz outros atrativos como linha-do-tempo, discoteca básica, entrevista, notícias, fotos, trechos etc. É bom ficar esperto: a promoção dura até o dia 28 de outubro. E as visitas ao site podem ser feitas clicando aqui.

Como torcedor, é claro que fiquei contente com o o título mundial obtido pela seleção brasileira de vôlei. Méritos totais para Bernardo Rezende, que pegou uma seleção desacreditada e a colocou no topo. Depois, dizem que técnico não ganha jogo. É claro que ajuda a ganhar, sim. É um componente tão importante quanto quem está dentro de campo ou da quadra.
A minha única preocupação é que esse título não muda a atual situação do esporte no país. O vôlei no Brasil em termos de clubes é sustentado pelas empresas, que se associam com pequenos clubes ou prefeituras e colocam suas marcas em evidência. O ritimo dos investimentos varia com a situação do país. Cansei de ver um Bradesco, uma Pirelli ou uma Sadia cortando patrocínio ou dissolvendo seus times para cortar gastos devido à crise. E tem mais. Das grandes empresas que investem no vôlei, poucas direcionam o dinheiro para as categorias de base. Preferem montar times com grandes estrelas para chegar às finais e dar maior visibilidade as suas marcas, mas não se preocupam em revelar novos talentos. Quem será que substiuirá grandes jogadores como Nalbert, Maurício e Giba daqui a alguns anos?
O pior de tudo é que os atuais comandantes da CBV tratam as coisas no país como se vivessemos uma ilha de excelência. A atual presidência tem como único objetivo manter no poder o mesmo grupo político que está no topo há muitos anos. E ai daqueles que procuram tentar debater a atual situação, como o grande técnico Bebeto de Freitas, que poderia muito bem estar colaborando com a atual comissão técnica. Em qualquer outro país do mundo, qualquer confederação se preocuparia em ter junto de si alguém com sua experiência e talento. Mas aqui no Brasil, é diferente. Pelo simples fato de não concordar com uma série de coisas, Bebeto foi colocado à margem pela atual adminstração da CBV.
E antes de terminar, é necessário fazer uma homenagem ao locutor esportivo Luciano do Valle. Afinal, foi ele quem ajudou a popularizar o esporte no país. Há 20 anos, ele teve uma sacada genial. Ele percebeu que tinhamos uma geração competitiva de jogadores na seleção brasileria e passou a mostrar as partidas deles na televisão. Isso ajudou a popularizar o vôlei no país. O resultado está aí: o esporte foi massificado e a partir daí foi possível formar pelo menos mais duas gerações de atletas. Uma delas foi medalha de ouro na Olimpíada de Barcelona, em 1992. A outra é essa que vimos ganhar o campeonato mundial, na Argentina.

Está no ar a minha partícipação mensal na seção Coluna Vertebral, do site da Rádio Brasil 2000 FM. Desta vez, eu fiz um perfil sobre a banda Drugstore, de grande prestígio na Inglaterra, que tem a brasileira Isabel Monteiro nos vocais e escrevendo as letras. Confira. O texto fica no ar por uma semana, depois vai para o arquivo.

sábado, outubro 12, 2002

Uma advogada de São José dos Campos, no vale do Paraíba, entrou hoje com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral. Ela pede a impugnação de um dos candidatos a deputado federal eleito pelo Prona. Está no site do telejornal SPTV, da Globo. Vanderlei Assis, eleito com 275 votos trabalha como diretor num hospital...da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. O endereço que consta na sua declaração de bens é de uma casa da zona oeste na qual não mora, mas sim um casal de amigos. A advogada Tania Nogueira entrou com uma ação solicitando a impugnação da candidatura de Vanderlei Assis. Começa muito mal a história do Prona na Câmara dos Deputados...

Terminado o primeiro turno das eleições, hora de contabilizar os vencedores e derrotados. Entre aqueles que foram "barrados no baile", dois candidatos chamam um pouco mais a atenção. São eles: Levy Fidélix (PRTB) e José Maria Eymael (PSDC). O primeiro é conhecido por tentar introduzir o Aerotrem, uma versão brazuca do trem-bala japonês, em São Paulo. Numa outra época, uma de suas plataformas de campanha era aterrar o rio Tietê. Desta vez, Fidélix aspirou ao governo do estado. Teve pouco mais de 8.500 votos. Já, Eymael, surgiu no cenário político em 1985, disputando à prefeitura de São Paulo. Em 1998, tentou voar mais alto, candidatando-se à presidência da República. Seu slogan era confiante, ao menos: "Só Eymael pode derrotar Fernando Henrique". Nessas eleições, tentou voltar à Câmara dos Deputados (já esteve lá cumprindo um mandato em 1990) na coligação de partidos que apoiou Paulo Maluf ao governo do Estado, sem sucesso.
Os dois politicos citados certamente tem perifis politicamente distintos, mas o que os une é a persistência. Não importa o tamanho do fracasso da eleição anterior, eles sempre estão de volta no pleito seguinte. Com o fim do primeiro turno, Fidélix e Eymael voltam ao seus habituais ostracismos, mas daqui a dois anos, quando teremos eleição para prefeito, seum dúvida eles estarão de volta. Fica no ar uma série de perguntas: o que eles fazem nesse intervalo de tempo? Como subexistem? A política seria um fim ou um meio de sobrevivência para esses dois personagens? Será que na carteira profissional de cada um está escrito "candidato profissional" no item reservado à ocupação atual?
É claro exemplos como os de Levy Fidélix e José Maria Eymael existem aos montes espalhados pelo país. A insistência de ambos, porém, acaba por transformá-los em personagens emblemáticos.

quarta-feira, outubro 09, 2002

Meio que na surdina, o jornalista André Barcinski, conhecido pelo programa Garagem, está mantendo desde agosto uma coluna no BOL sobre música. Nas primeiras, ele falou da sua temporada de férias na Europa, onde acompanhou alguns shows. Na mais recente, Barcinski fala de sua experiência ao entrevistar o The Calling. Até agora, não demonstou a afetação que é comum a muitos de seus textos. Outro dia o vi na TV concendendo uma entrevista à Marília Gabriela. Foi possível notar que ele está cada vez mais parecido com o misto de playboy e empresário Chiquinho Scarpa. Incrível!

terça-feira, outubro 08, 2002

E por falar em Partido Verde (leia post abaixo), a mãe-natureza parece que está com raiva de mim. Ontem fui picado por uma abelha num ponto de ônibus. O pior é que fui atingindo bem no dedo indicador direito, que inchou desde então. Fui medicado num PS da prefeitura (o atendimento demorou umas duas horas; os médicos da sutura - para onde fui encaminhado - estavam operando). Tomei duas injeções, uma de Bezetacil e outra anti-tetânica, mas o inchaço continua, já atingindo parte da mão. É claro que deve estar colaborando para isso o fato de eu estar aqui escrevendo. Deveria era estar com o braço para cima, a fim de facilitar a circulação sanguinea. Se a situação não melhorar até amanhã, vou para outro PS e ver o que se pode fazer.

A boa notícia dstas emeições fica por conta do crescimento do Partido Verde. Na Assembléia Legislativa de São Paulo, a bancada passa de um para cinco deputados, segundo projeções da Rede Globo. Ainda segundo a emissora, os verdes paulistas (!?) terão dois representantes na Câmara dos Deuputados. É um ótimo resultado para quem investiu mais na legenda durante o horário eleitoral. Ao contrário do Prona, de Eneás Carneiro, o PV não teve uma figura carismática para puxar votos.
Aliás, a melhor coisa da campanha na TV foram as vinhetas do Partido Verde exibidas logo nos primeiros dias. Está de parabéns quem as produziu. Cabe aos eleitores, a partir de agora, fiscalizar o desempenho dos deputados eleitos.

Tava ouvindo o Garagem, programa da Rádio Brasil 2000 FM e deram a dica desse site, o Manivela, uma nova revista eletrônica que está no ar. Um dos destaques é justamente a entrevista com o Paulo Cesar Martin, conhecido como Paulão (isso antes da lipo que fez), um dos apresentadores do programa.
Como é tradição neste blog, vamos destacar um trecho do papo. Paulão aqui fala sobre a trajetória do Garagem em sua atual emissora : "(...)a Brasil topou no esquema que é até hoje. O programa tem três anos no ar. A gente não paga nada pelo horário. Eles não pagam nada para a gente. O programa começou a dar um retorno grande para rádio, tanto que hoje o programa é das dez à meia noite. Não porque todo mundo é bonzinho. Deu audiência. Dos programas da rádio só perde pro Na Geral (programa dedicado a esportes), em termos de audiência."
Fica no ar apenas uma dúvida. Existe uma pesquisa que afere audiência das emissoras de rádio na parte da noite/madrugada?

segunda-feira, outubro 07, 2002

Um linkzinho para quem deseja conhecer um pouco mais da história das rádios livres no Brasil:
http://www.geocities.com/onzenet/radioslivres.html

Está para nascer o cientista político que vai analisar de uma forma fiel, sem chutes ou teorias furadas, a histórica votação do candidato Enéas Carneiro a deputado federal. Será que existem 1,5 de eleitores que pensam igual a ele? Ou foi um voto de zoeira, como se estivessem votando no Cacareco, Macaco Tião ou Sey Creysson para protestar contra o atual quadro político do país? Seja lá como for, Enéas conseguiu o que queria. Com uma boa bancada de deputados federais, ele poderá ter um tempo maior no horário eleitoral gratuíto daqui a quatro anos. Quem sabe, um espaço maior no rádio e na tv seja suficiente para que muitos de seus atuais eleitores o conheçam mais a fundo. Para quem ainda não percebeu, Enéas tem idéias facistas. Não é à toa que o nome de seu partido fala em "ordem".

Tava para fazer esse registro há algum tempo, mas só agora foi possível. Tem blog novo na lista de links, o Tupiniquimbrazilis, com uma proposta interessante: analisar como a mídia estrangeira vê o Brasil. Nada mais oportuno nessa época de eleição.
O Onzenet orgulhosamente é um de seus "blogs pais", ao lado de outros bem bacanas. Fico feliz esse feito.

Baixa no mundo dos blogs. O Charles Brito deixa de lado o seu Nonstop. Uma pena.

Essa música inédita do Nirvana, engavetada desde 1994, que as rádios brasileiras estão tocando a partir de hoje é fraquinha. Se entende o porquê de nunca ter sido lançada nos álbuns oficiais da banda.

sábado, outubro 05, 2002

Mais infomações sobre todo o problema envolvendo a tentativa de fechamendo da Rádio Muda, a rádio livre dos alunos da Unicamp, pode ser acompanhado aqui nesta reportagem do Correio Popular.
Em um determinado trecho, foi dada a palavra a um representante do orgão encarregado da fiscalização e fechamento das rádios clandestinas, a Anatel. Seu nome é Nélson Souza Aguiar: "Segundo o assessor de Imprensa, para a Anatel, não importa qual a importância que uma rádio clandestina tem na comunidade. 'A rádio é ilegal. Não tem autorização outorgada para o uso da rádio freqüência. O papel da Anatel é fiscalizar se a lei está sendo cumprida', disse."

quinta-feira, outubro 03, 2002

Stop Crying Your Heart Out - Oasis

Hold up
Hold on
Don't be scared
You'll never change what's been and gone

May your smile (may your smile)
Shine on (shine on)
Don't be scared (don't be scared)
Your destiny may keep you warm

Cos all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You'll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

Get up (get up)
Come on (come on)
Why're you scared? (I'm not scared)
You'll never change what's been and gone

Cos all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You'll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

Cos all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You'll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out

We're all of us stars
We're fading away
Just try not to worry
You'll see us some day
Just take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out
Stop crying your heart out
Stop crying your heart out

Para mim, essa é a música do ano internacional. A nacional é "Amanhã é Tarde", do Fellini.
Confira a sua tradução aqui

terça-feira, outubro 01, 2002

um ano depois, eles voltaram...

Nos últimos meses foram lacradas inumeras rádios, livres e comunitárias em todo país. Dentre elas algumas das mais significativas no movimento pela democratização dos meios de comunicação : Rádio Restinga de Porto Alegre, Bicuda do Rio de Janeiro, Rádio Comunitária Santa Cruz (RS), Rádio Comunitária de Sorocaba. Na Grande Belo Horizonte foram fechadas nos últimos meses mais de 50 rádios.

Hoje, por volta das 15h recebemos a visita de dois agentes que, em carro com placa de Brasilia-DF, mesmo sem se identificarem, afirmaram estar de posse de um mandado de busca e apreensão para o lacramento da Rádio Muda FM, que há mais de 12 anos funciona abertamente na praça central da Universidade Estadual de Campinas. É autogerida por um coletivo composto por estudantes e funcionários da Universidade e moradores da região.

Apesar de não ser concessionada pelo Ministério das Comunicações, a rádio transmite sem fins lucrativos, prestando um grande serviço à comunidade. Seu fim principal é a liberdade de expressão.

Ano passado já houve uma tentativa de fechamento sem sucesso. A rádio continuou operando a despeito dos riscos de uma nova investida da Policia Federal e da ANATEL, que argumentam a ilegalidade da rádio. No entando, no entender de dezenas de juizes federais brasileiros, a iniciativa é legal do ponto de vista da Constituição Brasileira, artigo quinto, e do pacto de San Jose da Costa Rica, 1969, e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Todos os dispositovos contrários à Carta Magna, nossa Constituição, como a lei 4117/62 que dispõe sobre crimes de telecomunicações estão revogados. Seu valor jurídico atual é nenhum. A atividade de radiodifusão não pode ser tipificada por si só como crime. A desobediência civil, então, se faz necessária.

O objetivo dessa mensagem é alertar mais uma vez à sociedade para a fragilidade da democracia na qual vivemos.

Continuaremos transmitindo!!! Rádio Muda 2 x 0 ANATEL

ass: Coletivo Rádio Muda

De novo, não custa lembrar: a Rádio Planeta 90 FM, de propriedade do "padre" Chico continua em pleno funcionamento. Se existe uma lei (com a qual não concordo, mas aí é outra historia), ela tem que servir para todos.
Leia mais sobre a tentativa de fechamento da Rádio Muda nesta nota da Folha On Line.

Um dos sites mais bacanas sobre cultura pop acabou. É o ScreamYell, que começou como um zine de papel e foi para a rede. Talvez fosse um dos maiores em termos de conteúdo. Contribuiu para isso a proposta inicial de colocar todo dia um texto novo. Um dos grandes méritos na parte musical era tratar da mesma forma artistas independentes ou mainstream. No entanto, o SY não ficava apenas focado na música. Textos sobre filmes, livros e de ficção também eram oferecidos ao público, numa mistura muito bem temperada. O site termina sua trajetória, mas os textos não serão tirados do ar que certamente irão servir de fonte de pesquisa. Onde mais encontrar artigos dissecando a carreira de um artista como Nick Cave? Para saber mais detalhes, leia esse editorial escrito por Marcelo Costa, um de seus idealizadores.

E finalmente a Folha de S. Paulo entrou no caso das fotos tiradas na festa da FGV. É um típico caso de "tardou, mas falhou". A reportagem traz apenas como novidade a abertura de um inquérito policial para apurar o que aconteceu naquela noite. O parágrafo final é de impressionar. Diz que: "Sites oportunistas, que nem sequer comentam o episódio, estão usando expressões como "fotos-festa-FGV" para aumentar seu número de acessos via mecanismos de busca". O texto não informa, porém, a relação de causa-efeito nessa história. Primeiramente, houve uma busca frenética nos sites de busca para que depois alguns engraçadinhos colocassem em seus sites as palavras-chave.
A imprensa teve sua chance de tentar esclarecer, mas não conseguiu. Vamos ver se a polícia tem mais sorte, uma vez que o instrumental ela tem.
Antes de terminar, quero dizer que tenho dois temores com tudo isso que está acontecendo. Um é a de que volte aquele papo idiota de controle da Internet. Podem aguardar, que em breve vão voltar a falar disso por conta da história das fotos. O outro é de que os blogs também paguem o pato. Alguns divulgaram com links as páginas onde as imagens foram publicadas. Isso é um prato cheio para advogados com ânsia de arrancar dinheiro a título de indenização por danos morais.

 
www.e-referrer.com