segunda-feira, outubro 14, 2002

Depois de vários atrasos, finalmente está para sair o livro que promete ser a radiografia definitiva do rock brasil dos anos 80. É "Dias de Luta", escrito pelo jornalista Ricardo Alexandre, um dos atuais editores da revista Frente. Na verdade, a obra é uma grande reportagem que nasceu da velha angustia daqueles que trabalham com o jornalismo diário. "Eu queria, precisava, escrever um livro, porque trabalhava num jornal atormentado por aquela história de que 'amanhã meus textos estarão embrulhando peixe na feira', que é um clichê, mas é verdade. Queria achar um assunto que fosse amplo o suficiente para tratar de tudo o que eu prezo em cultura pop e que acomodasse um texto que registrasse meu estilo de escrever. Não demorei muito para pensar que uma grande reportagem sobre a música pop e a cultura jovem dos anos 80 teria essas características", disse Ricardo.
"Dias de Luta" chega às livrarias no próximo dia 30 de outubro, mas já existe um site inteiramente dedicado ao livro. Através dele é possível desfrutar de uma promoção pré-venda: desconto de 15% mais um autógrafo do autor. O preço final é de R$ 33,50. Além disso, a página traz outros atrativos como linha-do-tempo, discoteca básica, entrevista, notícias, fotos, trechos etc. É bom ficar esperto: a promoção dura até o dia 28 de outubro. E as visitas ao site podem ser feitas clicando aqui.

Como torcedor, é claro que fiquei contente com o o título mundial obtido pela seleção brasileira de vôlei. Méritos totais para Bernardo Rezende, que pegou uma seleção desacreditada e a colocou no topo. Depois, dizem que técnico não ganha jogo. É claro que ajuda a ganhar, sim. É um componente tão importante quanto quem está dentro de campo ou da quadra.
A minha única preocupação é que esse título não muda a atual situação do esporte no país. O vôlei no Brasil em termos de clubes é sustentado pelas empresas, que se associam com pequenos clubes ou prefeituras e colocam suas marcas em evidência. O ritimo dos investimentos varia com a situação do país. Cansei de ver um Bradesco, uma Pirelli ou uma Sadia cortando patrocínio ou dissolvendo seus times para cortar gastos devido à crise. E tem mais. Das grandes empresas que investem no vôlei, poucas direcionam o dinheiro para as categorias de base. Preferem montar times com grandes estrelas para chegar às finais e dar maior visibilidade as suas marcas, mas não se preocupam em revelar novos talentos. Quem será que substiuirá grandes jogadores como Nalbert, Maurício e Giba daqui a alguns anos?
O pior de tudo é que os atuais comandantes da CBV tratam as coisas no país como se vivessemos uma ilha de excelência. A atual presidência tem como único objetivo manter no poder o mesmo grupo político que está no topo há muitos anos. E ai daqueles que procuram tentar debater a atual situação, como o grande técnico Bebeto de Freitas, que poderia muito bem estar colaborando com a atual comissão técnica. Em qualquer outro país do mundo, qualquer confederação se preocuparia em ter junto de si alguém com sua experiência e talento. Mas aqui no Brasil, é diferente. Pelo simples fato de não concordar com uma série de coisas, Bebeto foi colocado à margem pela atual adminstração da CBV.
E antes de terminar, é necessário fazer uma homenagem ao locutor esportivo Luciano do Valle. Afinal, foi ele quem ajudou a popularizar o esporte no país. Há 20 anos, ele teve uma sacada genial. Ele percebeu que tinhamos uma geração competitiva de jogadores na seleção brasileria e passou a mostrar as partidas deles na televisão. Isso ajudou a popularizar o vôlei no país. O resultado está aí: o esporte foi massificado e a partir daí foi possível formar pelo menos mais duas gerações de atletas. Uma delas foi medalha de ouro na Olimpíada de Barcelona, em 1992. A outra é essa que vimos ganhar o campeonato mundial, na Argentina.

Está no ar a minha partícipação mensal na seção Coluna Vertebral, do site da Rádio Brasil 2000 FM. Desta vez, eu fiz um perfil sobre a banda Drugstore, de grande prestígio na Inglaterra, que tem a brasileira Isabel Monteiro nos vocais e escrevendo as letras. Confira. O texto fica no ar por uma semana, depois vai para o arquivo.

 
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