segunda-feira, setembro 30, 2002

O vestibular está chegando aí e acho que o momento é oportuno para desencavar um artigo que eu fiz para o Euqueromais analisando um pouco mais desse fantasma que tira o sono dos adolescentes (e de muito marmanjo por aí). Leia a íntegra a seguir

Alguns palpites sobre o vestibular

Antes de começar esse artigo, é interessante dar uma explicação. O vestibular pode e deve ser dividido em dois tipos: o exame de admissão das universidades públicas e o exame de admissão das universidades particulares. Feita essa explicação, dá para começar a falar dessa instituição controvertida, objeto de amplos debates.

O que tira o sono mesmo de pais e alunos é o vestibular das universidades públicas. Afinal, quem não sonha em entrar para uma Usp, Unesp ou Unicamp, só para citar algumas? O ensino é bom (o Provão está aí para não me deixar desmentir) e, o mais importante, gratuito. E como dinheiro não dá em árvores mesmo, todos, sem distinção de classes sócio-econômicas, concentram suas energias no ingresso a uma vaga numa universidade gratuita. Começam aí os problemas que todos já conhecem: pressão dos pais, da família, dos amigos, da sociedade, da namorada, do cachorro, a autopressão...Quem conseguir lidar melhor com elas, consegue sucesso no exame. Já quem não consegue... Uma frase de um professor de cursinho dizia que o vestibular não é para os inteligentes, mas para os espertos. E ele tem razão. O diferencial não é apenas se preparar bem, se matar de estudar, perder dias e noites decorando datas e fórmulas. É estar relaxado o suficiente para na hora da prova não pintar o famoso branco na cabeça. Eu, você, enfim todos nós, temos casos de amigos que são perfeitos CDFs, sabem tudo a respeito das matérias mais complicadas, mas sempre colecionam insucessos nos vestibulares por causa de uma má preparação mental.

Bom, mas nem tudo está perdido. Existe uma saída para aqueles que fracassam ao tentar entrar numa universidade pública...sim, elas mesmas, as universidades particulares!!! Tem uma em cada quarteirão, sempre disposta a acolher com muito carinho os alunos não aprovados pelas Usps, Unesps e Unicamps da vida. Mas não se impressione com isso...elas estão unicamente é de olho no bolso dos pais desses coitadinhos. Assim como os cursinhos pré-vestibulares, uma verdadeira mina de ouro na mão de certos educadores, mas essa é uma outra (e longa) história. Por essas e outras que o vestibular não vai acabar tão cedo. Claro que o ideal seria que as universidades admitissem os alunos através do seu desempenho no chamado ensino médio, mas é complicado. O vestibular é uma indústria que movimenta milhões de reais, oferece empregos e gera impostos (é nisso que o governo está de olho).

Entrar numa universidade, pública ou não, é legal, satisfaz o próprio ego (e principalmente dos pais), mas não resolve tudo na vida. O diploma em si no final do curso universitário não garante colocação no mercado de trabalho. A qualificação que uma faculdade oferece é importante, mas para se conseguir um emprego vale na hora H muito mais o QI (quem indica). É a velha história: sair do caldeirão (o vestibular) para cair no fogo (a falta de perspectiva de se arrumar um emprego na área escolhida).

Tá, é uma visão pessimista demais? É, mas alguém tem que falar isso, afinal a vida não é um mar de rosas. No mais, desejo meu boa sorte a você vestibulando.


É claro que esse artigo não chega aos pés de uma crônica escrita por Luis Fernando Veríssimo. Chama-se "O Flagelo do Vestibular". É, ao meu ver, o texto definitivo sobre o assunto.

sexta-feira, setembro 27, 2002

Os loiros naturais em geral podem até acabar, como diz esta nota da BBC. Mas as piadas de loiras, não...

quinta-feira, setembro 26, 2002

acho que este espaço cumpriu seu papel... São palavras da Patrícia, do "Fiz sim, e daí?" Ela diz que participou na festa da FGV e apareceu nas imagens colhidas do cafofo. O blog, que causou um certo frisson na mídia, ganhando espaço no site de notícias Último Segundo, e no programa Vitrine, da TV Cultura, não terá mais atualizações. O Onzenet já havia percebido que as mesmas não eram mais constantes.
Em seu derradeiro post, Patrícia aproveita para alfinetar: (meu, vocês não sabem o que li em outros blogs por aí... as teorias mais absurdas do mundo... Sobre esse momento de celebridade instantânea, ela afirma: não vou negar que até meu lado exibicionista ficou envergonhado depois que percebi que o que eu havia começado aqui estava correndo a rede numa velocidade espantosa
O blog encerra suas atividades, mas deixa várias perguntas sem resposta. Pena que ele não tenha dado uma maior contribuição para esclarecer bem mais sobre os acontecimentos daquela noite. Não faltam pessoas que duvidam de sua autenticidade.

Um dia eu ainda quero escrever mais sobre minha participação em listas de discussão sobre música. Começei na extinta Indie-Brasil e hoje assino pelo menos umas vinte. Claro que não tenho tempo de participar de todas elas, mas de vez em quando eu dou uma olhada para saber do que o povo está falando.
Nesse tempo em que eu tenho frequentado listas, fiz alguns amigos bacanas e tretei com alguns assinantes (são coisas da vida virtual; as vezes se escreve a e alguém entende b, o problema é quando isso gera discórdia que culmina em agressões verbais). Na E-zine não foi diferente. Organizada pelo zineiro Bruno Privatti, ela foi criada na esteira de uma outra lista bastante movimentada, a Indie-Brasil, dedicada ao rock indie nacional. A idéia de Bruno era dar um pouco mais de liberdade para as pessoas se expressarem, tendo como ponto de partida os fanzines. Em pouco tempo, passou a ser uma das principais da Internet brasileira. A certa altura, alguém lança a idéia: por que não se fazer um zine eletrônico com os textos de seus principais assinantes. A aprovação foi imediata e nascia assim, o Lao Bar. O nome, totalmente esquisito e pouco usual, tem a sua justificativa. Depois de uma das frequentes quedas do servidor que gerenciava a lista (ficava na Uerj), um dos participantes pediu para que os outros dessem um alô, a fim de saber se estava tudo normanizado. O apelo foi prontamente atendido e, num dos replys, alguém escreve a palavra lao, que nada mais é que alô digitado errado e sem acento. Todos foram na cola do lao. Alguns acharam que era uma saudação secreta, outros em tom de brincadeira adotaram a palavra em seus mails. O fato é que o nome pegou e foi o escolhido para batizar a página. O seu conceito era reproduzir uma conversa de botequim, daí temos Lao Bar.
No começo de de 1998, a primeira edição entrou no ar, com poucos textos. Naquela época, o web design ainda engatinhava e, mesmo sem os recursos que existem hoje, o visual acabou ficando muito bom.
O editorial de abertura trazia o seguinte texto:
Janeiro de 1998, mês de inauguração do LAO Bar. Enfim aberto ao público o resultado de um investimento de meses e de dezenas de mãos para a construção de um lugar onde se possa debater inteligentemente todo tipo de assunto que nós gostamos de debater quando estamos tomando aquela cerveja gelada em pleno verão escaldante.
Neste mês, expomos aos visitantes os nossos arquivos pessoais e as conversas que despertaram o desejo de se construir um local assim na Internet Brasil. Além de muitas outras coisas que discutimos ardentemente enquanto esperávamos o maitre trazer as bebidas!
Para incentivar uma visita completa e edificante, nada de manchetes por enquanto. Temos resenhas de demos, retrospectiva da carreira de escritores, lembranças de infâncias, tiras inéditas de quadrinhos, resenhas de filmes clássicos, manifestos... Enfim, navegue por si próprio e não se esqueça de fazer amizade com os frequentadores mais antigos se quiser saber mais sobre como funciona essa birosca de luxo. E boa sorte!

Enfim, era um projeto que prometia. Analisando um pouco mais a fundo diria que o Lao Bar foi o embrião das revistas eletrônicas que temos hoje, como ScreamYell, Ruídos, Rabisco, entre outros. Pena que, como quase todo empreendimento voluntário, não foi adiante. O príncipal motivo certamente foi a falta de tempo. As atividades profissionais de cada um atravancaram o desenvolvimento do site. Devem ter existido outros, é claro, mas não chegaram ao meu conhecimento. De qualquer forma, a primeira e única edição do Lao Bar ainda continua ativa, não sei até quando, portanto é bom aproveitar. Você pode fazer uma visita clicando aqui e ler os textos que chegaram a ser colocados no ar. Um deles é assinado pela gonzo girl Cecília Gianetti e versa sobre o filme Absolute Beguinners. Gregory Castro faz uma comparação entre os álbuns Psychocandy, do Jesus & Mary Chain, e Exit Planet Dust, dos Chemical Brothers. Eu compareci com um tosquissimo texto autobiográfico contando um pouco a meu envolvimento com as rádios livres. A intenção era fazer uma série e o nome era bem sugestivo (e pretensioso, diga-se de passagem): Minha História de Combate no Dial. Vale dizer que existem links para textos e entrevistas que nunca foram incluidos até hoje.
Eu já disse, mas não custa nada reptir, visitem o Lao Bar enquanto é tempo. Como a página nunca mais foi atualizada, o Geocites pode tira-la do ar a qualquer momento.

Um dos sites que está divulgando as fotos tiradas no cafofo da festa organizada pela FGV ainda não foi tirado do ar. Seu responsável, inclusive, tem feito atualizações diárias, revelando os nomes de algumas das pessoas flagradas e de onde elas estudam. Poucas das identificadas estudam na GV, é bom reparar. As informações ele diz receber através do e-mail que está colocado na página. Na atualização mais recente, do dia 25, o fulano chega a dar a localização de onde moraria uma das meninas que aparecem nas fotos e revela seu suposto endereço eletrônico. Se todas as informações são verdadeiras ou não, fica difícil de dizer. Daqui a pouco não vai se saber mais o que é verdade ou mentira nessa confusão toda.
O interessante aqui é que esse site foi um dos primeiros a divulgar as fotos. Isso é uma prova de que, ao contrário de noticias veiculadas pela imprensa, algumas das hospedeiras (nesse caso, é nacional) não estão sendo tão ágeis para retirar do ar quem traz esse conteúdo.
Para terminar, esse imbróglio todo foi citado por Marcelo Tas, na abertura do Vitrine, que mostrou algumas das fotos. Até na TV Cultura, quem diria...

quarta-feira, setembro 25, 2002

A tal Patrícia, que disse estar nas fotos calientes tiradas na festa da FGV, não atualiza seu blog desde o último sábado, logo agora quando o caso começa a cair no conhecimento do grande público. (Para quem ainda não viu, o blog é uma espécie de auto-defesa; o título é "Fiz sim, e daí?" No entanto, cresce cada vez mais o número de internautas que duvidam se quem está o mantendo participou realmente dos amassos no cafofo). No Superpop (RedeTV!) desta última terça-feira, Luciana Gimenez promoveu um mini-debate sobre o assunto com os seus convidados. A apresentadora disse no ar que sua produção entrou em contato com o diretório acadêmico da Fundação Getúlio Vargas, mas ninguém se prontificou a participar do programa.

E continuam a pipocar aqui e ali notícias relatando o fechamento de rádios comunitárias. Há algumas semanas, eu dei aqui uma nota sobre a apreensão de equipamentos da Rádio Bicuda (RJ). Uma outra rádio no sul foi fechada, mas por falha minha não resgistrei aqui. Dessa vez, aconteceu em Sorocaba'. Leia na sequencia:
A Associação Comunitária Cultural ( ASSCOMC ) que desenvolvia trabalho de radiodifusão comunitária na zona norte da cidade de Sorocaba / SP, mais conhecida como rádio comunitária 97,1 FM, teve seus trabalhos suspensos na tarde de 23 de setembro de 2002 por autoridades da ANATEL e Polícia Federal.
A diretoria da associação que realiza esse trabalho junto à comunidade já enviou toda documentação necessária ao Ministério das Comunicações há mais de 3 anos, o que gerou um processo de autorização que corre no Ministério sob o nº 53.830.001167/99.
Durante todos esses anos, a Rádio Comunitária tornou-se um importante meio para as mais diversas manifestações e movimentos populares. Segundo a diretoria, semanalmente passavam pelo estúdio da rádio mais de 55 voluntários podendo se citar membros da Pastoral da Criança, Movimento Hip Hop, Amor exigente, MST, e outros.
Durante sua programação que se iniciava ás 06:00 horas da manhã e se encerrava ás 21:30 horas, a Radio Comunitária divulgava os eventos e atividades da região o que fez com que várias escolas, SAB’s e entidades beneficentes manifestassem apoio á Rádio Comunitária.
A ASSCOMC –Associação Comunitária Cultural desde já agradece qualquer manifestação de apoio e ou orientação.

Curioso notar que a eficiência da fiscalização e fechamento de rádios comunitárias aumentou justamente nesse período eleitoral. Enquanto rádios que prestam serviços sociais são tiradas do ar, a Rádio Planeta 90 FM, de propriedade do sr. Francisco Silva, que se diz padre, continua funcionando no momento em que eu escrevo aqui. A Laura Mattos volta ao assunto em sua coluna de hoje e diz para onde vai o dinheiro cobrado pelas "consultas espirituais".

terça-feira, setembro 24, 2002

Será que essa história do ator brasileiro que vai protagonizar o novo filme de David Lynch é uma farsa? A Ciça tem motivos para acreditar que é.

Mais um link aí na lista ao lado. Desta vez, essa honra cabe ao blog Página2. Eu até gostaria de saber quem é o seu responsável, mas não vi nenhuma indicação por lá. Deve se tratar de uma pessoa tímida, creio eu.

Resolvi consultar um fotógrafo amigo meu a respeito da história sem fim (como bem observou Charles Brito) que envolve as fotos tiradas na festa Giovanna, organizada pelos alunos da Fundação Getúlio Vargas. Além de trabalhar com imagens, Luciano Matos é zineiro e em breve ele estará colocando no ar a versão on-line de seu Elcabong. Vejam o que ele tem a dizer sobre esse caso:
Bom, não dá para afirmar que as fotos são armadas com 100% de certeza. Mas se eu tivesse que apostar diria que eles quiseram brincar com alguém, não sei se com a imprensa, bem possível. Nem precisava saber muito de fotografia
para levantar suspeitas. Só em olhar para câmera eles se denunciam, mas tem ainda o fato da iluminação ser perfeita, o foco também. Tudo bem que eles podem ter selecionado as melhores fotos, é possível. Não dá para terem usado
flashs e as pessoas não perceberem. O que eu acho mais suspeito é que na verdade as fotos pouco mostram, conseguiram criar um burburinho muito grande em torno delas mas pouca coisa se vê. Tirando os seios de uma das meninas, as nádegas de um e outro e pouco mais que isso, muito pouco é visto. Pra mim pode até ter acontecido
relações de fato, mas eles sabiam e boa parte do que é mostrado é montado. Eu dei muita risada.





segunda-feira, setembro 23, 2002

Agora que a baixou a poeira levantada pelo fim do programa que Kid Vinil comandava diaramente na Brasil 2000 FM, a é possível enxergar com mais clareza o que aconteceu. Na verdade, houve uma reformulação geral. A emissora contratou novos locutores, remanejou alguns horários e vai lançar novos programas. A grande novidade é que Marcelo Tas, apresentador do Vitrine, da TV Cultura, vai comandar uma atração da qual ainda se espera maiores detalhes. Kid Vinil irá aprensentar três programas. Um aos sábados, às três da tarde e os outros dois nas quartas e quintas-feiras, a partir das onze da noite. Os drops, chamados de "Dicas do Vinil" vão continuar a entrar ao longo da programação.
Os detalhes completos podem ser conferidos aqui na Folha On Line. No entanto, há uma reparação a fazer. A moça que apurou as informações de bastidores da Brasil 2000 FM errou na hora de escrever o nome de Marcelo Tas. Seu sobrenome é com um "esse" só. Bastava dar uma olhada no site do Vitrine para não cometer esse deslize.
Ah, e tem mais. Um trecho da nota publicada me fez pensar: "O apresentador da TV Cultura ganha programa diário de duas horas. Nome, horário, formato e o escambau, já sei, mas não posso falar ainda." Segundo o Manual de Redação da Folha, tudo o que se sabe deve ser publicado. Será que os colunistas da Pensata estão acima das normas que foram ditadas?
Para encerrar, quero deixar aqui indicado um link com a transcrição dos melhores momentos de uma entrevista que Kid Vinil concedeu a Rádio Onze, em 1995 (leia aqui).

O Alexandre Carvalho, assim como vários outros blogueiros, comentou sobre o escândalo das fotos da Giovanna/FGV no seu Língua de Trapo (será uma homenagem a banda que trilhou pelos caminhos do rock engraçadinho nos anos 80 e ainda está na ativa?). Ele faz uma citação ao blog Onzenet. Leia aqui.

domingo, setembro 22, 2002

A Isto É perdeu uma ótima chance de fazer bom jornalismo no que diz respeito ao já saturado caso das fotos da Giovanna, a festa da FGV. A reportagem da revista traz declarações de uma pessoa que supostamente estaria nas imagens, mas esse personagem acabou sendo mal explorado e relegado a segundo plano (estranhamente, diga-se de passagem). Preferiu-se dar voz e vez a advogados e a abertura da matéria é uma encheção de línguiça sem tamanho.
Num certo trecho, o texto diz que ninguém percebeu que estava sendo fotografado. Porém, quem viu as fotos, sabe que algumas pessoas olhavam para cima em algumas imagens, como que mirando diretamente a câmara. A matéria que saiu no Último Segundo, do portal IG, ao menos, fez referência a isso.
Quem também deu espaço ao assunto foi a Época, avançando um pouco (mas apenas um pouco) ao que já se sabe. Sua reportagem diz que uma das meninas flagradas teria 16 anos e traz uma declação importante também. Um aluno da FGV, que faz parte do departamento de esportes, diz que nas últimas três festas da faculdade foram montados quartinhos escuros oferecidos para o deleite dos casais. Vale lembrar que as fotos polêmicas deste ano trazem uma ótima qualidade de iluminação.(Por que não se entrevistam fotógrafos profissionais para saber um pouco mais em que cirunstâncias poderiam ser colhidas aquelas imagens?)
Ainda está para ser publicada A reportagem que vai esclarecer todos os pontos que ficaram no ar com relação a essa história.

Que rufem os tambores...No próximo dia 25 de setembro irá circular em todo o Brasil o terceiro número da Zero, após um período de atraso. A Sylvie Piccolotto publicou em seu blog um release trazendo a pauta desta edição, a de número 3. Pelo o que eu li, está bacana. Tem entrevistas com Red Hot Chilli Peppers, Brian Wilson e Mike Patton (ex-Faith No More). Uma super-reportagem sobre a invasão da heróina no Brasil (esse tipo de reportagem é o que diferenicia a Zero de suas concorrentes), e os bastidores da turnê do Echo And The Bunnymen no Brasil. Conseguiram dar um jeito de colocar um repórter-carrapato na cola da banda.
O ponto baixo, ao meu ver, fica por conta do prometido entrevistão com Renato Rocha, ex-Legião Urbana. Creio que ele não vai acrescentar nada de novo ao que já vem dizendo por aí sobre seu passado como baixista do grupo. A uníca função desse papo é reacender uma velha rixa que Rocha tem contra seus ex-companheiros. A Zero deveria evitar entrar em polêmicas fáceis como essa. Quem não estiver em condições de comprar a revista, pode ler aqui uma entrevista antiga que Negtrete (como também é conhecido) concedeu a Marcos Marçal.
No release não há nenhuma menção aos motivos que deixaram a Zero fora de circulação nesse meio tempo. Pelo cronograma, o número 3 deveria ser lançado no início de agosto. Também não se esclarece sobre as parceirias que foram prometidas. Quem visitar o site não irá encontrar explicações. Resta esperar para ver se algum tipo de satisfação será dada na edição que vai para as bancas.

sábado, setembro 21, 2002

Loucura, loucura, loucura. O blog Onzenet bateu o recorde de visitação em toda sua existência. Até o momento em que eu coloquei este post no ar, o Bravenet marca mais de 80 visitas só nessa sexta-feira. A média diária fica por volta dos 20 acessos. Foi só falar sobre a Giovanna, a tal festa da FGV. Isso é a prova viva de que o Google está cada vez mais ágil em suas atualizações. Eu escrevi ontem sobre o assunto e as palavras-chaves já foram prontamente indexadas no mecanismo de busca. Antes, levava um pouco mais de tempo para que isso acontecesse.
Eu espero que os tarados de plantão que vieram em busca de mais informações sobre onde encontrar as fotos gostem do blog e voltem mais vezes. Será que é pedir demais?

sexta-feira, setembro 20, 2002

Estranho, muito estranho. Nessa semana o Gilberto Custódio Jr. veiculou no seu Esquizofrenia uma entrevista com o Kid Vinil. Nela, o nosso homem multí-midia (radialista, vocalista, diretor de gravadora e jornalista) se mostrava satisfeito com seu programa de rádio na Brasil 2000 FM, apresentado entre 15h e 16h, na qual ele tocava sons bacanas. Pelas suas declarações, foi posível concluir que tudo corria bem e não havia perspectiva de mudanças imediatas. Hoje, porém, fui surpreendido com uma nota no blog Rádio Base. Dizia que esse seu espaço diário da tarde foi extinto assim sem mais nem menos. Hoje, sexta-feira, foi ao ar a última apresentação. Continuam na emissora apenas os drops espalhados ao longo da programação (as Dicas do Vinil), um horário aos sábados, e fica a promessa de que Kid vai assumir um novo horário noturno. É esperar para ver.

Você já ouviu falar de John Peel? Não? Pensa bem. Seu nome é muito citado por aqui nas revistas especializadas em música e nas seções de discos dos jornais. Ainda assim, não conseguiu lembrar? Tá bem, eu explico. Peel é um dos apresentadores de rádio mais populares da Inglaterra. Trabalha na BBC One, dedicada ao público jovem. O perfil da emissora é o mais pop possível e lá toca de tudo, desde o rock and roll básico até drum n'bass e quetais. Um dado curioso: a BBC One foi criada como uma resposta a Caroline, uma rádio pirata que atraiu a moçada na década de 50 tocando o emergente rock americano: Chuck Berry, Elvis, entre outros... John Peel é um de seus astros. São famosos os programas que ele comanda com apresentação de bandas ao vivo. Não ná ninguém no mundo do rock inglês que não tenha tocado nas "Peel Sessions". Algumas delas acabam ficando tão bacanas que são editadas comercialmente, depois de algum tempo. Um dos selos que se dedica a isso chama-se Strange Fruit (quem sabe um dia alguma coisa chega por aqui).
Além disso, Peel tem um outro espaço na BBC One no qual toca músicas do mundo todo. Muitos não devem saber, mas duas bandas brasileiras já fizeram parte dessa programação: Fellini e brincando de deus. Curioso notar que as ambas são independentes, não tinham uma estrutura de grandes gravadoras ajudando na divulgação. Foi tudo na cara e coragem mesmo. Pena que figurar no play-list de Peel não tenha servido de impulso as suas carreiras por aqui.
Apesar de ser muito citado pela imprensa musical brasileira, até hoje nenhum jornalista se aventurou a fazer uma entrevista ou escrever um perfil de John Peel (um vovô, segundo Tom Leão). O cara é um mito e deve ter muitas e muitas histórias para contar. Não creio que ele faça o gênero Dalton Trevisan. Por que então não se tenta preencher essa lacuna?

quinta-feira, setembro 19, 2002

A nova coqueluche do momento na Internet são as fotos tiradas numa festa de univeritários da FGV, a tal da Giovanna (saiba mais lendo aqui). As imagens estão sendo distribuidas por e-mail e veiculadas em sites gratuitos. Os vouyers de plantão estão fazendo a festa.
Sobre o caso propriamente dito, tenho alguns questionamentos e colocações que gostaria de ver respondidos:
1) As meninas que aparecem nas fotos (pelo menos aquelas que ficaram de bumbum para cima) não tem nenhum sinal de estria ou celulite. Um dos rapazes flagrado nas imagens tem um corpo saradão. Interessante notar que nas cenas não há ninguém fora de forma. Onde estavam as gordinhas e gordinhos de plantão?
2) A regra geral é que casais em festas como essa procurem cantinhos mais escuros para namorarem. São famosos os chill-outs de algumas casas noturnas que servem justamente para essa finalidade. Por que será que algumas pessoas resolveram ir para um lugar iluminado? No escurinho, não é bem melhor?
3) As sequencias de fotos que estão circulando por aí não mostram nada de explícito. Aliás, as fotos prometem mais do que cumprem. Muito do que se vê é praticamente sugestionado. Até mesmo na cena do sexo oral, não dá para ver muita coisa, a não ser que a cabeça da menina está sob o quadril do rapaz, mas se rolou alguma coisa de concreto, não dá para garantir.
4) Uma coisa a ser notada é a agilidade com que as fotos estão sendo colocadas em home-pages na Internet, através dos serviços gratuitos Kit.net e HPG. Alguns dos sites estão sendo tirados do ar, mas prontamente substituidos por outros. Não é uma atitude de quem teme ser processado.
5) Já repararam nisso, mas não custa perguntar de novo: por que algumas pessoas olham para cima, como que se estivessem percebendo a presença da câmera? Quem está num rala e rola dificlmente vai ficar com o olhar fixo em algum lugar. A não ser que o amasso não esteja sendo bom...
Posso estar enganado, mas creio que alguns dos personagens das fotos não sejam de fato universitários. Explico: isso me lembra uma estrátégia que o velho Notícias Populares usava no carnaval. São famosas as suas edições especiais que traziam as "fotos quentes" nos bailes dos salões. Só que era tudo armação. O jornal recrutava dançarinas de boates e garotas de programa para soltarem a franga diante dos fotógrafos, mas isso não ficava claro ao leitor. Será que não deve ter acontecido o mesmo na festa da FGV para expor ao ridículo a instituição e seus alunos?
Ah, e está no ar também um blog de uma das pessoas que supostamente teria participado da festa e das cenas do cafofo.
É um caso que merece ser acompanhado com cuidado.

quarta-feira, setembro 18, 2002

A repórter Laura Mattos, da Folha de S. Paulo, conta em sua coluna de hoje como foi a sua consulta na igreja do "padre vidente" Francisco Silva, conhecido como Padre Chico. Os habituês deste blog sabem de quem se trata. É o dono de uma das maiores rádios piratas de São Paulo (seu sinal entra muito bem em boa parte da cidade) e que usa a sua emissora para atrair fiéis com promessas de cura e libertação. Porém, ele não explica que o serviço religioso (incluida aí uma forte oração) é pago. É claro, há um cheiro de charlatanismo no ar. Padre Chico é mais um desses camelôs da fé, que proliferaram por aí nos anos 90.
Para fazer a sua reportagem, Laura teve de morrer em R$ 20,00 para ir até onde Francisco Silva ministra os seus "milagres". Isso que é jornalismo investigativo. O resto é perfumaria.

Finalmente já são conhecidos os motivos que levaram Alexandre Matias a deixar o comando da revista Play. Saiba de tudo lendo essa entrevista que o jornalista concedeu ao e-zine Esquizofrenia, do meu amigo Gilberto Custódio Jr.
Aliás, Gilberto está de parabéns, ele fez um ótimo trabalho a partir de nota publicada aqui no Onzenet sobre esse fato. Vale conferir, pois as declarações de Matias são surpreendentes.

Voltando a falar sobre o Barebacking. Eu espero que a divulgação de notícias a respeito dessa nova prática sexual não deflagre uma nova onda de ódio aos homossexuais. É aquilo que já sabemos (ou deveriamos saber): em todos os meios existem as pessoas de bom senso e as que não têm um pingo dele. Não é por causa de uma meía dúzia de insensatos que o mundo gay vai pagar mais esse pato.
No mais, esse relaxamento das precauções na hora do sexo é um fenômeno que já vinha acontecendo desde quando surgiram as primeiras notícias sobre os bons resultados do coquetel anti-Aids. Na Rádio Onze, em 1997, tive a oportunidade de entrevistar algumas pessoas ligadas a grupos de prevenção e essa preocupação era evidente. Anos mais tarde, um bando de malucos resolve levantar a bandeira do sexo desprotegido e dar um nome a essa prática.
Talvez o único jeito de se combater o Barebacking é com bastante informação, através de campanhas que visam a conscientização. Pode até ser uma boa oportunidade de se voltar a falar um pouco mais sobre a Aids na mídia. O tema anda meio esquecido, mas o risco continua eminente.
Este blog recomenda: use camsinha.

terça-feira, setembro 17, 2002

O meu caro amigo Marcelo Valletta deixou aqui no sistema de comentários deste blog uma mensagem interessante e que faz pensar. Falando sobre o divórcio Nando Reis-Titãs, contou o seguinte caso: "...eu o entrevistei uma vez, e ele foi extremamente agressivo _aparentemente, por eu trabalhar para a Folha..."
Não é a primeira vez que um astro do rock nacional demonstra esse tipo de descontentamento. Renato Russo, vocalista e compositor da Legião Urbana, ficou anos sem dar entrevistas ao mesmo jornal. O motivo? Ele não gostou nada de uma crítica publicada a respeito do disco "Que País É Esse?", à época de seu lançamento, em 1988. Mário César Carvalho, o jornalista pautado para fazer a resenha, entre outras coisas, chamou o disco de "esquálido". RR não se esqueceu do adjetivo e incluiu a Folha de S. Paulo em sua lista negra.
É comum encontrar casos de artistas, políticos ou esportistas que acabam se aborrecendo com algum veículo, seja por casua de uma crítica negativa, uma notícia desfavorável ou uma declaração truncada. Em geral, quem se sente atingido, protesta e tal, mas logo deixa cair a coisa no esquecimento e não costuma guardar rancor. Por outro lado, alguns mais melindrados como Renato Russo, chegam ao exagero de impor uma lei de silêncio. Há casos de gente que, como Nando Reis, não chega a tomar tal atitude, mas acaba por adotar uma postura hostil, como a descrita por Marcelo Valletta.
Ainda sobre o caso Renato Russo-Folha, não se pode esquecer de que a crítica saiu assinada na ocasião. Se Russo tivesse de demonstrar sua insatisfação, teria que o fazer com quem escreveu que seu disco era esquálido, e não com o veículo. Se a análise fosse mais favorável, talvez ele nem tivesse se importado, o que, aliás, é uma regra geral.
Muitos parecem não entender que os jornalistas passam, mas os grandes jornais e revistas, em geral, ficam. Ou seja, o crítico que há dez anos (por exemplo) sempre metia o pau numa banda pode não estar mais ocupando aquele posto hoje. Em seu lugar, cetamente vai estar alguém que tenha uma outra visão das coisas.
Talvez até por um certo comodismo, prefere-se comprar briga com as instituições jornalisticas, deixando em segundo plano as pessoas físicas.

A estupidez humana ganha um novo nome: Barebacking.

domingo, setembro 15, 2002

Há alguns dias eu falei do blog do jornalista Sandro Guidalli. Agora, ele lançou outro, chamado Offmidia. A proposta é publicar textos de pessoas que, como ele, consideram o jornalismo brasileiro um dos piores do mundo. Para Guidalli, isso se deve ao fato de que as redações de vários veículos da grande imprensa estão infestados de socialistas. "Quando eu digo que a maioria dos jornalistas brasileiros desconhece a história e ama a ideologia socialista, não estou exagerando.", escreveu recentemente num de seus artigos publicados em seu blog pessoal. Com base nessa afirmaçao (e em outras que estão nos escritos de Guidalli), ficam no ar alguns questionamentos: onde estão os patrões que não perceberam isso? Será que os Marinhos, os Civitas, os Frias e os Mesquitas resolveram mudar de ideologia? Eles não lêem os veículos dos quais são donos?
O que chama a atenção nas críticas de Sandro Guidalli é esse viés anti-socialista. Por causa disso, seus artigos têm repercutido bastante no site Comunique-se, onde mantém uma coluna semanal. O sistema de comentários, que fica logo abaixo dos textos, no qual os leitores podem deixar suas opiniões, é ocupado por mensagens apaixonadas. Em sua maioria, descendo o malho no jornalista.
Quero dizer que não concordo com as idéias de Sandro Guidalli. Não acho que o problema do jornalismo nacional seja apenas ideologico (para mim, é muito mais técnico). Além do mais, não há equilibrio, a balança sempre pende para um lado. Porém, vale o registro de que cada vez mais pessoas como Sandro estão tendo vez e voz como críticos da mídia.

sábado, setembro 14, 2002

As vezes é bom esperar um pouco. Eu ia escrever uma nota criticando o comportamento da grande imprensa na cobertura do caso Nando Reis-Titãs. Como é de conhecimento de todos, o baixista decidiu largar a banda e se dedicar a sua carreira solo. Porém o que se viu nos grandes jornais foi desalentador. Os leitores não tiverem nada além dos comunicados oficiais e do factual da notícia. Faltavam as histórias de bastidores, fatos e dados que pudessem ajudar a entrender o porque se chegou a esse ponto. Quando parecia que mais uma vez se perdera uma boa oportunidade de se fazer um jornalismo de qualidade, a Veja dessa semana traz a grande reportagem necessária para uma ocasião como essa. Está tudo lá.
É em ocasiões como esssa que o grande defeito da nossa imprensa cultural se torna mais evidente. O trabalho de reportagem fica em segundo plano, dando-se prioridade máxima para a crítica de lançamentos.
Sobre o fato em si, creio que os Titãs têm muito a perder com a saída de Nando Reis e não é preciso ser nenhum bidu para adivinhar isso. Pode-se até não gostar da banda, mas não há como negar que ele era o mais talentoso de todos ali. Não é coincidência o fato de sua carreira sozinho ter maior sucesso que a de seus agora ex-colegas. Um novo tipo de aposta está sendo fechado nos últimos dias. Ganha quem adivinhar quanto tempo mais o Titãs irá durar como banda.

sexta-feira, setembro 13, 2002

O Marcelo Valletta decidiu colocar no ar a seção FAQ no seu Cinema Cuspido e Escarrado. Uma boa idéia que pretendo copiar qualquer dia desses.

quinta-feira, setembro 12, 2002

TRABALHO X PRESÍDIO


PRESÍDIO - Você passa a maior parte do tempo numa cela de 5m x 6m.
TRABALHO - Você passa a maior parte do tempo numa sala de 3m x 4m.


PRESÍDIO - Você recebe três refeições por dia.
TRABALHO - Você tem somente uma refeição, no almoço, e ainda tem que pagar por ela.


PRESÍDIO - Você é liberado por bom comportamento.
TRABALHO - Você ganha mais trabalho por bom comportamento.


PRESÍDIO - Um guarda abre e fecha todas as portas para você.
TRABALHO - Você mesmo deve abrir as portas, se não for barrado pela segurança por ter esquecido o crachá.


PRESÍDIO - Você assiste à TV e joga.
TRABALHO - Você é demitido se assistir à TV ou jogar.


PRESÍDIO - Você pode receber visita de parentes e amigos.
TRABALHO - Você não tem tempo nem para lembrar deles.

PRESÍDIO - Todas as despesas são pagas pelos contribuintes.
TRABALHO - Você tem que pagar todas as suas despesas, e ainda paga impostos e taxas deduzidas do seu salário, que servem para cobrir as despesas dos presos.


PRESÍDIO - Algumas vezes aparecem carcereiros sádicos.
TRABALHO - Eles são sempre sádicos e têm nomes específicos: diretor, gerente, chefe, encarregado...


PRESÍDIO - Você tem todo o tempo para ler piadinhas.
TRABALHO - Ah! Se te pegarem agora...


Não sou desses blogueiros que ficam publicando aquelas famosas piadinhas que circulam via e-mail e não tenho nada contra quem o faça, é bom deixar claro.
De uns anos para cá, essa prática do envio de textos já prontos aumentou, ao mesmo passo em que o número de usuários de correio eletrônico cresceu também. Tem para todos os gostos, desde anedotas com loiras, fábulas que sempre trazem uma mensagem edificante no final, manifestações políticas e por aí vai. Os textos humorísticos são os preferidos dessa moçada que se dedica a usar suas preciosas horas de Internet para essa finalidade.
Existem exemplos clássicos de pessoas que nunca escrevem uma linha sequer para perguntar como vão as coisas, se a família ou as crianças estão bem, mas que estão sempre dispostas a compartilhar algo que receberam, leram e gostaram. Vou chutar uma estatística. De cada cinco mensagens recebidas, três são desse tipo.
Não podemos nos esquecer do outro lado da história. Se existe gente disposta a consumir esse tipo de informação que chega pelo e-mail, na outra ponta estão os que a produzem. É aí que reside a minha intriga. Muito do que trafega por aí já existe. Alguns internautas apenas se dedicam a transcrever o que acha interessante (ou usam o esquema copy and paste) e soltam para meio mundo. Não é o caso desse texto que eu coloquei aí em cima. Para este modesto mal-traçador de linhas, tá na cara de que foi criado com essa finalidade de circular pela net. Talvez ele até esteja em algum livro ou revista que eu não conheço, mas o fato é que existem textos inéditos desse tipo circulando por e-mail, isso não há como negar. Fica aí a grande interrogação: será que existem talentos litériarios frustrados que usam a grande rede para divlugar seus trabalhos anonimamente?

Sandro Guidalli acha que o jornalismo feito no Brasil é um dos piores do mundo. Além de manter uma coluna polêmica no site Comunique-se, ele, que é jornalista de formação, agora tem uma outra tribuna na qual procura demonstrar sua tese. É o seu blog. Aos poucos, Guidalli está entrando no rol das pessoas amadas por poucas e odiadas pela maioria. Para entender o motivo, basta conhecer o teor de seus artigos.

quarta-feira, setembro 11, 2002

Recebi a mensagem abaixo no sistema de comentários do blog Onzenet por conta de um post que fiz no último dia 7 de setembro, acerca dos 80 anos da primera transmissão de rádio no Brasil. Faço questão de transcrever aqui na íntegra:

O amigo Rodney Brocanelli diz que se o Padre Landell não tivesse recuado quando lhe disseram que suas experiências com as ondas hertzianas se tratava de espiritismo, seu nome estaria inscrito na história mundial. Padre Landell nunca recuou de nada, foi um heroi, lutou sózinho e trouxe tres patentes dos Estados Unidos - Transmissor de Ondas, Telefone Sem fios, e Telegrafo Sem fios.
Se quiser de fato conhecer a história desse heroi nacional e saber porque exatamente as coisas não lhe correram muito bem, vá até o endereço: http://www.rlandell.hpg.ig.com.br e lá será informado de tudo.

Quem assina a mensagem é Luis Netto. O registro está feito. Realmente a página indicada é um belo tributo a memória do Padre Landell de Moura. Seu autor está de parabéns.

terça-feira, setembro 10, 2002

Pois é, este blog está atraindo a atenção de uma parcela do público que eu não esperava: o homem do campo. Deduzo isso porque cada vez mais pessoas vem parar aqui (via Google) procurando por dicas sobre a plantação do abacate.
O Bravenet não mente jamais.

Quanto ao jabaculê, como foi citado, cada negócio é administrado de um jeito.
(...)
Agora, expressando minha opinião, sem contar a rádio sou a favor plenamente disso, pois a prática não constituí nenhum crime, e as rádios como já disse aqui são empresas e precisam pagar impostos no fim do mês. Quando fui coordenador, fiz muito disso para pagar salários de funcionários, pois os mesmos tem filhos e dependem do lucro da empresa para sobreviver. Se isso é bom ou ruim, aí deixo para que cada um julgue, mas se precisar, faço de novo. Desde que o rádio existe, essa pratica também existe, e nem por isso o rádio deixou de revelar grandes nomes, no passado e nos dias de hoje !


Esse foi o trecho de um e-mail de um cidadão chamado Carlinhos Caju. Ele é radialista e trabalha atualmente na Rádio Nativa FM, uma das que disputam audiência no segmento popular aqui em São Paulo. Posso estar sendo exagerado, mas deve ser a primeira vez que alguém do meio (e em plena atividade) assume publicamente a pratica do jabaculê. Essas declarações de Caju fazem parte de um acalorado debate sobre a qualidade no rádio travada no blog Rádio Base, cujos desdobramentos e antecedentes podem ser acompanhados aqui.

segunda-feira, setembro 09, 2002

A revista eletrônica Rabisco está com sua segunda edição on-line. Para quem não sabe, está publicação é composta por ex-integrantes da Quadradinho.
O grande mérito desta publicação eletrônica é que o foco não fica apenas na parte cutural. O leitor pode encontrar textos sobre comportamento e política. Aliás, é curioso notar que tivemos nos últimos anos uma explosão de publicações on line dedicados apenas a cultura (e nesse balaio entra tudo, desde música até cinema). Isso não significa que aquelas que estejam no ar não sejam bons, muito pelo contrário. Porém, cabe aqui a pergunta: quando é que vamos ter e-zines dedicados à economia ou às questões internacionais, por exemplo?
Ops, voltando ao Rasbisco, outro de seus destaques é uma entrevista com Cadão Volpato, letrista e vocalista do Fellini. Aqui, ele está mais descontraido que em entrevistas anteriores, porém não menos lacônico. A Ana Lira fez um bom trabalho..
Sobre o Cadão, uma informação rápida e rasteira antes de encerrar. Ele não é mais o editor de Cultura da revista Época.

domingo, setembro 08, 2002

Num dos meus raros momentos vendo tv, acabei por assistir ao comercial de uma univeridade paga aqui de São Paulo estrelado pelo Ira! Pode ser encanação minha, mas achei estranho uma banda que tem uma música anti-Exército em seu repertório (Núcleo Base) se prestar a esse tipo de coisa. E não foi apenas a imagem que seus integrantes emprestaram a instituição de ensino. Compuseram um jingle também, no qual se fala muito de atitude (no caso, a atitude é participar do processo seletivo da tal universidade). Talvez se o ensino no Brasil não fosse o que é, eu não torceria o nariz. Mas, sei lá, posso estar sendo idealista e preconceituoso demais. Afinal, os caras precisam pagar suas contas no fim do mês (o Ira! está sem gravadora; foram dispensados da Abril Music).
No fundo, o rock and roll e as univeridades particulares daqui caminham de mãos dadas. Vale lembrar que duas emissoras dedicadas ao estilo musical são de propriedade de grandes conglomerados de ensino. A Rádio Brasil 2000 FM pertence a Faculdade Anhembi-Morumbi e a Rádio Mix FM é de propriedade do Grupo Objetivo, que é dona da Unip (Universidade Paulista. Tem gente que confunde o papel dessas emssioras com as college radios norte-americanas, mas não há nada a ver uma coisa com a outra. Isso merece um post à parte, o que deverá acontecer em breve.

Pronto, já arrumei um parceiro para quando meu vício no blog tomar proporções assustadoras (vou entrar de sócio na proposta de se criar o BA, Blogueiros Anônimos). É o Alexandre Inagaki, conhecido de muitos pelo seu trabalho no SpamZine.
Lendo o blog de Alexandre, descobri uma certa fixação de sua parte pelas paquitas, as ex-assistentes de palco da Xuxa. Há também uma inspiradora citação a Pablo Neruda bem no começo. Já a copiei e colei aqui em algum lugar do meu Word.
Sem mais delongas, visitem Pensar Enlouquece. Pense Nisso.

sábado, setembro 07, 2002

7 de setembro não marca apenas a data em que se comemora a independência do Brasil. Há 80 anos acontecia a primeira transmissão radiofônica no Brasil. O então presidente Epitácio Pessoa teve a primazia de ser o primeiro a falar nesse veículo. Porém, o rádio já existia por aqui muito antes. Se o padre Landell de Moura não tivesse recuado quando lhe disseram que suas experiências com as ondas hertzianas se tratava de espiritísmo, seu nome estaria inscrito na história mundial. Marconi não teve esse tipo de problema, não deu ouvidos aos supersticiosos de plantão e hoje se transformou num mito.
Mas não é sobre isso que eu quero falar. Nesses 80 anos, creio que há pouco a se comemorar. O rádio hoje é o primo pobre dos meios de comunicação. Isso acontece basicamente por dois motivos: a falta de investimento do mercado publicitário (que dá preferência total a tv) e a falta de ousadia artística encontradas em muitas emissoras espalhadas por aí.
Mas nem tudo está perdido. Digo isso, porque tenho percebido que nunca se discutiu tanto sobre o rádio como agora, seja em jorinais (já falei sobre isso aqui) ou na Internet. Aliás, proliferam os sites dedicados a reflexão e discussão. Dois deles chamam mais a atenção: o blog Rádio Base , uma verdadeira tribuna livre na qual profissionais do meio e ouvintes debatem os problemas e até apontam caminhos. O outro site é o Planeta Rádio, este mais informativo, mas sem oba-oba. Não deixa de existir uma certa irônia nisso tudo. O melhor presente que o rádio poderia ganhar neste aniversário parte de pessoas fora do meio, mas que se preocupam com seus destinos. Enquanto existir essa consciência crítica, há esperança.
Modestamente eu tenho dado a minha pequena contribuição. Volta e meia eu escrevo alguma coisa para o Rádio Base, é só procurar. Além disso, tenho escrito muito sobre o rádio para alguns e-zines. Vou destacar pelo menos dois trabalhos nesse sentido. Um deles é a entrevista que eu fiz para o Ruídos com o radialista Roberto Maia e ex-diretor da Rádio Brasil 2000 FM. O outro foi uma série de análises que eu fiz para o zine Esquizofrenia sobre o AM, o FM e as rádios piratas.

sexta-feira, setembro 06, 2002

Uau, a lista de blogs amigos aumenta a cada dia. Quem chega desta vez é o da Mani Maria. Seja bem vinda.
Aliás, eu concordo com ela quando diz que blog acaba virando um vício. A primeira coisa que tenho feito depois de ligar o computador e carregar tudo aqui é ir na página dos comentários para ver se tem algo de novo. Na sequencia, visito o Bravenet para saber como andam as visitas no blog. É ou não é coisa de viciado???

Tem blog novo na lista dos links ao lado. É o da Dani Bee, dona das pernas infantis mais interessantes da Internet. Comprovem vendo a foto...rs Ela foi mais uma das que tinha bode de blog, mas aos poucos foi deixando o preconeito de lado e aderiu a onda. Tá ainda no início, mas logo, logo ela pega o jeito da coisa.

quinta-feira, setembro 05, 2002

Baixa na revista Play. O jornalista Alexandre Matias, que ocupava o posto de editor, deixou a função na última semana. Até onde estou informado, parece que Matias se desentendeu com André Forastieri, dono da Editora Conrad (e seu patrão). Na lista de discussão pertencente a revista não há nenhum comunicado oficial e nenhum de seus assinantes fez menção ao fato. Procurei essa informação nos blogs de pessoas que colaboram com a publicação e nada. De qualquer forma, fica aí o registro esperando que no futuro as razões para tal atitude seja esclarecidas. Também aguarda-se o nome da pessoa que írá substituir Matias no posto de editor.
A proposta da Play é uma das mais originais do mercado editorial brasileiro. Falar de tecnologia (e nesse balaio entra tudo: games, internet, etc), mas com um viés pop, procurando uma linguagem acessível aos seus leitores. No começo, se torceu o nariz, pois a expectativa era a de que o enfoque fosse mais direcionado a música. Afinal, a ShowBizz tinha acabado de ser extinta e houve aquela frisson em torno de algum outro título que pudesse substituí-la. Passado o susto inicial, a revista foi encontrando seu espaço e vinha conseguindo uma marca expressiva de 30 mil exemplares vendidos/mês. Dentro da "pacote", foi colocado no ar. o portal Entretenimento Eletrônico, que seguia a mesma linha, com noticias e entrevistas exclusivas, mas cometendo um erro básico: não tazer o mesmo conteúdo da Play que ia as bancas (eu já falei sobre isso aqui no blog). Tirando isso, do ponto de vista jornalístico, o resultado era interessante. A equipe que Alexandre Matias reuniu para fazer Play-EE é boa, com nomes promissores. É claro que alguns eram inexperientes, mas é o tipo de problema facilmente sanável com o tempo. A sua saída deixa no ar a inquietação de como as coisas seguirão num futuro imediato. Tomara que tudo o que foi construído de bom permaneça.

quarta-feira, setembro 04, 2002

O rádio no Brasil está prestes a completar oficialmente 80 anos de vida no próximo dia 7 de setembro. Porém, a nota que eu vou reproduzir abaixo, extraida do blog Rádio Base, faz pensar que temos pouco a comemorar.

A Capital AM de Brasília introduziu o radiotape em suas transmissões esportivas, explico. A emissora pertence a um grupo evangélico e a equipe esportiva da radio tem horário disponível apenas no período vespertino ou noturno. Acontece que houve um jogo da terceira divisão, entre o
CFZ e um time do Tocantins, marcado para as 11h00. Como não conseguiram o horário matutino para transmitir o jogo ao vivo, eles gravaram, e o retransmitiram às 15h00. Com um detalhe, teve uma emissora do Tocantins que entrou em cadeia com a Capital para a transmissão do jogo. Os ouvintes do Tocantins ouviram a partida ao vivo, enquanto os de Brasília apenas quatro horas depois. Pode uma coisa dessas?





A coisa anda feia lá pelos lados da Fundação Cásper Líbero, que mantém a Rádio e TV Gazeta aqui em São Paulo. Primeiramente, foi a tentativa malograda de se voltar com uma programação própria na emissora de AM, que até hoje vem sendo ocupada pela igreja Deus é Amor. No primeiro semestre, os religiosos foram despejados para dar lugar aos universitários da faculdade de comunicação social, que iriam produzir jornalísticos diários e cuidar também da parte musical. No entanto, entrou areia nesse projeto. Os advogados da igreja foram reinvindicar seus direitos na justiça alegando quebra de contrato antes da hora e voltaram a ocupar o dial da emissora em pouco tempo. A briga continua nos tribunais.
(Um parentese aqui: a Deus é Amor compra horários em várias emissoras de rádio da Grande São Paulo - isso quando não compra emissoras inteiras. Mais uma ou menos uma, não iria fazer diferença.)
Agora, para completar o quadro, a TV Gazeta anunciou em massa a dispensa de vários funcionários e extinguiu vários programas, entre eles o de Sérgio Mallandro, que, goste-se ou não, era a maior audiência da casa. Quando se tira do ar o líder de audiência, é porque as coisas não vão bem mesmo. Apesar de ter uma programação razoável, o mercado publicitário nunca deu o retorno esperado. O resultado? A Gazeta vai abrir sua programação para os "informerciais".
Um excelente análise sobre o quadro da emissora pode ser conferido no site do jornalista e radialista Thiago Gardinali.
E, no mais, as más notícias no mercado da mídia não param por aqui. A Editora Globo demitiu mais gente, depois dos "ajustes" de pessoal realizados em 2001. É sempre assim, o final do ano tradicionalmente reserva supresas desagradáveis para os profissionais do setor.

terça-feira, setembro 03, 2002

A quinta edição do e-zine Ruídos já está à disposição de seus leitores. Entrevistas com Pato Fu e Gabreil Thomaz são os principais atrativos dessa vez. Tem uma entrevista minha com Cadão Volpato, do Fellini. Aliás, aproveito a chance para fazer uma correção. As Mercenárias, banda independente que atuou nos anos 80, NÃO estão voltando conforme eu afirmei num dos questionamentos ao Cadão. Acabei interpretando mal uma informação que li e por causa disso formulei a pergunta com esse erro. Isso é o que dá ler apressadamente as coisas e foi o que o imbecil aqui fez. Fica aí o registro.
Ainda sobre As Mercenárias, a Sandra Coutinho, uma de suas ex-integrantes, mora hoje na Alemanha e tem uma banda lá, cujo nome é Xotas Selvagens (não sei se a grafia é bem essa).
Bem, quem se interessar pode ler a entrevista com o Cadão aqui.

Coitado do Murtosa. Ele é o menos culpado por essa atual crise do Palmeiras. A grande verdade é que esse é o pior elenco aliverde dos últimos anos. Creio que nem as entradas de Zinho e Dodô irão salvar o time nesse Brasileirão-2002.
Sabem qual é o problema do Palmeiras? A falta de investimento nas categorias de base nos últimos quatorze anos. A grana que entrava da Parmalat, na época das vacas gordas, era toda destinada ao elenco profissional. Com esse dinheiro era possível formar super-esquadras. Enquanto isso, as equipes juniores e juvenis ficaram praticamente esquecidas. O grande segredo do sucesso de clubes como Corinthians, São Paulo, Vasco, Flamengo e Grêmio está na estrutura das equipes chamadas "de baixo", revelando sempre bons atletas. Por isso é que as equipes citadas aqui sempre supreendem apresentando bons jogadores (e alguns até craques). Cafu, por exemplo, é cria do excelente trabalho do São Paulo com os jovens. O Corinthians se deu bem recentemente com a dupla de atacantes Ewerthon (hoje no futebol alemão) e Gil. Exemplos como esses são facilmente encontrados em nove entre dez tradicionais clubes do país. Me digam quais foram os jogadores de sucesso formados no Palmeiras nos últimos tempos? Se não estou enganado foram três: o goleiro Marcos e os volantes Amaral e Galeano (hoje fazendo sucesso no Botafogo).
O Palmeiras paga hoje pela falta de visão de seus dirigentes. Existe aí uma tentativa de se buscar o terreno perdido com uma equipe B que disputa as divisões de acesso do campeonato paulista. Existe até uma filial do clube na Bahia. Porém, até agora não há resultados práticos dessas iniciativas. Nenhum jogador que se destacou nesses times-clones virou titular na matriz. Pelo jeito, os torcedores podem se preparar para amargar mais uma longa fila sem títulos.

segunda-feira, setembro 02, 2002

Oba, já está no ar a minha estréia como colunista do site da Rádio Brasil 2000 FM, aqui de São Paulo. Como não poderia deixar de ser, escrevi sobre a volta do Fellini, e o lançamento do CD do Funziona Senza Vapore. Maiores detalhes na Coluna Vertebral.

domingo, setembro 01, 2002

Faz tempo que eu não falo sobre futebol. Enfim terminou mais uma novela envolvendo a transferência de um jogador. Ronaldo já é do Real Madrid, que agora tem um time de sonhos formado por super-astros da bola. Imagino-o atuando ao lado de Raul Gonzales no ataque sendo servido por Figo, Zidane e Roberto Carlos. Na teoria, está tudo muito bem. Tomara que a prática supere todas as expectativas.
Um aspecto interessante em torno dessa polêmica transferência é que talvez seja interssante tanto para os clubes assim como para os jogadores de futebol rever a prática de se assinar contratos de longa duração a partir de agora. Ronaldo tinha compromisso com a Internazionale até 2005. No entanto, o desgaste na relação atleta-patrão o fez pleitear uma mudança de ares. Lutou tanto que conseguiu, mas não sem antes deixar irritada a parte azul da cidade de Milão.
Fica aí a grande pergunta. Vale a pena assinar um contrato tão longo? Pode ser que para os clubes isso seja uma salva-guarda importante, principalmente da Lei Bosman, que extinguiu o passe. Porém, para o jogador a situação acaba não sendo vantajosa, principalmente quando há um desgaste nas relações patrão e trabalhador devido a n motivos que não são necessários enumerar aqui.
Ronaldo deve ter os seus motivos para querer sair. Quais são, ainda não se sabem. É mais um mistério em sua vida. Agora, seu desejo poderia ter sido poderia ser facilitado se não tivesse assumido ficar no seu antigo clube por tanto tempo assim. Evitaria, dessa forma, mais um desgaste para sua imagem.

 
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