Você já ouviu falar de John Peel? Não? Pensa bem. Seu nome é muito citado por aqui nas revistas especializadas em música e nas seções de discos dos jornais. Ainda assim, não conseguiu lembrar? Tá bem, eu explico. Peel é um dos apresentadores de rádio mais populares da Inglaterra. Trabalha na BBC One, dedicada ao público jovem. O perfil da emissora é o mais pop possível e lá toca de tudo, desde o rock and roll básico até drum n'bass e quetais. Um dado curioso: a BBC One foi criada como uma resposta a Caroline, uma rádio pirata que atraiu a moçada na década de 50 tocando o emergente rock americano: Chuck Berry, Elvis, entre outros... John Peel é um de seus astros. São famosos os programas que ele comanda com apresentação de bandas ao vivo. Não ná ninguém no mundo do rock inglês que não tenha tocado nas "Peel Sessions". Algumas delas acabam ficando tão bacanas que são editadas comercialmente, depois de algum tempo. Um dos selos que se dedica a isso chama-se Strange Fruit (quem sabe um dia alguma coisa chega por aqui).
Além disso, Peel tem um outro espaço na BBC One no qual toca músicas do mundo todo. Muitos não devem saber, mas duas bandas brasileiras já fizeram parte dessa programação: Fellini e brincando de deus. Curioso notar que as ambas são independentes, não tinham uma estrutura de grandes gravadoras ajudando na divulgação. Foi tudo na cara e coragem mesmo. Pena que figurar no play-list de Peel não tenha servido de impulso as suas carreiras por aqui.
Apesar de ser muito citado pela imprensa musical brasileira, até hoje nenhum jornalista se aventurou a fazer uma entrevista ou escrever um perfil de John Peel (um vovô, segundo Tom Leão). O cara é um mito e deve ter muitas e muitas histórias para contar. Não creio que ele faça o gênero Dalton Trevisan. Por que então não se tenta preencher essa lacuna?
sexta-feira, setembro 20, 2002
Postado por Rodney Brocanelli às 2:10 PM
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