sábado, novembro 30, 2002

A quarta edição da revista Zero já está nas bancas. A capa é com o Sepultura e esse número mantém o mesmo nível dos anteriores. Só vejo um pequeno problema no que diz respeito aos personagens escolhidos para o entrevistão. Os editores poderiam escolher personalidades menos óbvias para participar da seção. Nesse mês, o entrevistado é Lobão, que solta o verbo contra tudo e todos. Porem, ele é o tipo do cara que atualmente concede declarações previsiveis demais. Antes de ler o papo, já imaginava que iria sobrar algo para Caetano Veloso e até mesmo para Herbert Vianna. Não deu outra. Pena que não lhe perguntaram (ou se fizeram isso, na hora da edição final não entrou) sobre seu envolvimento com o movimento de rádios livres no Brasil. Seria interessante atualizar a opinião de Lobão a respeito desse assunto, três anos após ter abraçado a causa (embora muita gente o acuse de oportunismo, mas sobre isso eu falo melhor em outra ocasião).
A Zero já tinha corrido esse mesmo risco ao procurar Renato Rocha, ex-baixista da Legião Urbana. Tava meio na cara que ele iria detonar seus ex-companheiros de banda, coisa que tem feito sempre que ligam um gravador à sua frente. Com Lobão, esse efeito de previsibilidade se repetiu. Tomara que não aconteça nas próximas edições.

Oba, é bom abrir o seu jornal on-line preferido e ler boas notícias. A volta do Metrô, uma banda legal dos anos 80, é certamente é a melhor desse fim de ano. Quem é trintão deve ter curtido muito a voz de Virginie, uma franco-brasileira afinadissima. Os músicos não ficavam atrás e dessa combinação tivemos uma dos poucos conjuntos a fazer uma mistureba eletrônica bem bacana, com ecos de pop e rock progressivo. Se não estou enganado, eles lançaram apenas um disco, mas com pelo menos uns cinco ou seis hits: "Olhar", "Beat Acelerado", "Cenas Obscenas", "Johnny Love", "Sândalo de Dândi", "Ti-Ti-Ti" e mais uma outra que me foge da memória. Para o público, tudo corria as mil maravilhas, mas internamente as coisas não andavam bem. Todos na banda não estavam satisfeitos em produzir um "pop-juvenil", queriam fazer algo, digamos mais "sério". Quem tem alguma dúvida disso, é só procurar ouvir o álbum chamado "Déjá-vu", que lançaram após quase 15 anos, que pega mais pelo lado da bossa-nova e da MPB.
É uma pena que eles reneguem um pouco o passado. Apesar de fazerem uma tipo de música voltado para o consumo popular, o trabalho tinha uma alta qualidade. É uma velha distorção que existe entre muita gente entre público, artistas e imprensa: a de achar que pop é pecado, o que não é verdade. É possível fazer canções de consumo popular com qualidade.
"Déjá-vu" traz regravações de "Beat Acelerado", "Sândalo de Dândi" e "Johnny Love". Pedro Alexandre Sanches, crítico da Folha de S. Paulo diz que são versões definitivas. Sei não. Acho que aquele primeiro álbum lá de quinze anos atrás deveria ser relançado para o confronto direto. Mas é bom saber que o Metrô voltou a circular. Sejam bem-vindos de volta.

quarta-feira, novembro 27, 2002

Ainda sobre o papo dos livros (que rendeu bastante nos comentários), lembrei de um fato curioso. A jornalista Érika Palomino lançou há alguns anos um livro-reportagem sobre a cena clubber brasileira. Seu título é "Babado Forte". Editado pela Mandarin, em fevereiro de 2002, seu preço na época foi fixado em R$ 29. Outro dia, passeando pelo centro de São Paulo, achei alguns de seus exemplares numa livraria (reparem nesse detalhe, não é sebo) por uma pechincha: menos de R$ 5,00, só não lembro exatamente se por R$ 4,50 ou R$ 4,90. Alguns vão pensar maldosamente: "é encalhe, só pode ser". Sim, mas o que importa no caso é que o livro tá saindo por um preço muito mais em conta do que há quase dois anos de seu lançamento. É uma prova de que dá para vender livro por um preço acessível ao leitor. Como bem escreveu Bruno Privatti: "tem algo estranho aí..."

segunda-feira, novembro 25, 2002

Uau, quantos livros bacanas estão sendo lançados neste fim de ano. Tem para todos os gostos. Quem gosta de música pode escolher entre Dias de Lua, uma radiografia do rock brasileiro feita pelo jornalista Ricardo Alexandre e a recém-lançada biografia dos Titãs, que já começa com uma polêmica. Na capa, foi colocada uma foto que traz apenas os atuais integrantes da banda, deixando de lado Arnaldo Antunes, Marcelo Frommer e Nando Reis, embora estres sejam muitos citados no texto. O problema é que a história do Titãs não se resume apenas aos cinco integrantes que permaneceram. Picuinhas à parte, o livro é um belo presente aos fãs. Na área futebolistica, é possível destacar o relançamento da história do Corinthians escrita por Juca Kfouri, com informações atualizadas dos últimos campeonatos conquistados pela equipe. E dois livros fundamentais para o entendimento de fatos recentes da História do Brasil escritos por Élio Gaspari também estão sendo lançados: A Ditadura Escancarada e A Ditadura Envergonhada. São livros, enfim, cuja leitura promete de tudo um pouco: entretenimento, informação e reflexão. O grande empecilho é o preço médio de cada um. Todos estão custando por volta de R$ 40, excetuando o livro de Kfouri que vale o dobro, até porque é uma edição de luxo. A soma total dos livros citados chega na casa dos R$ 240. É quase um salário mínimo. Ao constatar isso, surge aquela velha questão: por que as edições de bolso não vingaram aqui? Seria uma opção muito mais em conta para o bolso do pobre consumidor que deseja investir no seu enriquecimento cultural. Posso parecer um tanto ingênuo, mas creio que o alto preço é o que impede o brasileiro de ler mais e melhor.

domingo, novembro 24, 2002

Como já está virando rotina, uma letra de música para esse domingão:

I turn my back to the wind
To catch my breath,
Before I start off again
Driven on,
Without a moment to spend
To pass an evening
With a drink and a friend

I let my skin get too thin
I'd like to pause,
No matter what I pretend
Like some pilgrim --
Who learns to transcend --
Learns to live
As if each step was the end

Time stand still --
I'm not looking back
But I want to look around me now
See more of the people
And the places that surround me now

Freeze this moment
A little bit longer
Make each sensation
A little bit stronger
Experience slips away...

I turn my face to the sun
Close my eyes,
Let my defences down --
All those wounds
That I can't get unwound

I let my past go too fast
No time to pause --
If I could slow it all down
Like some captain,
Whose ship runs aground --
I can wait until the tide
Comes around

Make each impression
A little bit stronger
Freeze this motion
A little bit longer
The innocence slips away...

Summer's going fast --
Nights growing colder
Children growing up --
Old friends growing older
Experience slips away...

Adivinharam qual é? Não? Tá, vou dizer, é Time Stand Still, do Rush. Em algumas rodas de criticos musicais não pega muito bem dizer que se gosta dessa banda. Não entendo o porquê de tanta má vontade. De todas as bandas que tem influências do rock progressivo, o Rush talvez seja uma das mais palatáveis. Talvez o fato de eles colocarem um pé no pop, principalmente nos últimos anos, tenha ajudado a deixar de lado os excessos virtuositicos.
Essa música é de 1987 e tocou muito nas nossas rádios de rock à época de seu lançamento (não vou lembrar de qual álbum que é). Quinze anos depois, até agora não ouvi nenhuma faixa do novo CD que eles vieram promover por aqui. Engraçado isso, não?
A letra é bacana, fala de parar o tempo para vivermos um pouco mais os pequenos prazeres da vida e aproveitar o presente. Time Stand Still me remete a bons momentos da minha adolescência. E isso, nenhum crítico musical ou nenhuma tribo (como os Indies) podem roubar.

sábado, novembro 23, 2002

Boa notícia que pinta no sistema de comentários merece ser reproduzida aqui:

Caro Rodney,
Eu tenho uma boa notícia. Conquistei minha independência virtual! Ou seja lá o que for... Zé Pequeno manda avisar que Letradas.hpg é o caralho! Agora é www.letradas.com.br
Esperamos sua visita!
Até mais.

Ader Gotardo

quinta-feira, novembro 21, 2002

Depois de um pequenissimo recesso, estou de volta para atualizar o blog Onzenet.
A minha mamata de usar o serviço de banda larga apenas pela Telefonica terminiou e a de muita gente também. Desde a última terça, para acessar o serviço Speedy, agora é necessário digitar o endereço de e-mail e a senha num pop up que abre automaticamente ao iniciar o IE ou outro navegador qualquer. Isso foi por uma imposição dos provedores de acesso que oferecem esse tipo de serviço.
Durante muito tempo, muita gente contratou o serviço Speedy sem passar pelo provedor. Eu mesmo fiquei nessa por mais de um ano. Isso evitava o alto preço cobrado pelos UOLs, IGs e Terras da vida pelo acesso não-discado. Porém, nessa vida, tudo o que é bom dura pouco. Houve até uma tentativa de se reagir contra essa prática da assinatura casada. Um blog sobre o assunto até foi lançado na Internet, mas pelo jeito a luta foi deixada de lado, pois a úlitma atualização é de agosto. Agora, só resta aos usuários pagarem mais de 100 reais pelo acesso à banda larga. Metade desse valor vai para a Telefonica, a outra vai para os provedores de acesso. É mais uma má notícia para o bolso já quase furado do consumidor.

terça-feira, novembro 19, 2002

O Brasil continua a viver a sua sina de receber com bastante atraso shows de bandas já consagradas. A lista é extensa e talvez o nome mais emblemático é o dos Rolling Stones. Agora, o Rush aporta por aqui numa apresentação que deveria ter acontecido há uns quinze anos, aproximadamente. Porém, aquele velho deitado sempre sábio já dizia: antes tarde que nunca.
Mas, ao meu ver, esse não é o único senão envolvendo a apresentação da banda canadense por aqui. Mega-shows como esse atraem todo o tipo de público, desde fãs de carteirinha que são verdadeiras enciclopédias ambulantes até aqueles que "caem" nos estádios de pára-quedas, cujo conhecimento do repertório do Rush se limita apenas a duas ou três músicas como "Time Stand Still" e "Tom Saywer", isso porque ele ouve toda hora no rádio. É aí que o bicho pega, pois esse tipo de público costuma a ir em eventos como esse menos para curtir a música que qualquer outra coisa. Por exemplo, tem gente que vai para azarar as meninas, para fumar um baseado, para encher a cara de cerveja e até mesmo bater-papo. Faço até um desafio a quem vai ver o show em São Paulo: olhe para os lados no meio da apresentação e conte a quantidade de casais se beijando em pleno gramado do Morumbi. Se isso acontecer, não deixa de ser estranho, pois as músicas do Rush não são própriamente românticas.
Vale torcer para que a acustica esteja satisfatória (coisa rara), porque é um anti-climax esperar muito tempo para acompanhar uma performance como essa, enfrentar os já habituais congestionamentos do trânsito paulistano (a verdadeira Hora do Rush) e ainda não escutar nada.

Uma das versões do bom e velho Manual de Redação da Folha de S. Paulo dizia que jornal não é novela. Porém, o dia-a-dia do noticiário tem contariado essa diretriz. O que dizer do caso de Pedrinho, um bebê sequestrado há dezesseis anos e que hoje foi localizado pelos seus pais verdadeiros, num verdadeiro golde de sorte ocasionado pelo destino? Se a história se resumisse a isso, tudo bem. Teriamos um final feliz: um rapaz com duas famílias e muito amor para receber. Porém, e há sempre um porém nesse caso, um fato novo aparece a cada dia, dando contornos mais dramaticos à situação. Vilma Costa, a mãe adotiva, hoje é apontada pela polícia como a mulher que teria tomado Pedrinho de sua mãe biológica na maternidade. Pelo que eu vi no Jornal da Globo, ela teria sequestrado uma outra menina. Enfim, é uma história que nem mesmo nossa maior novelista, Janete Clair, poderia ter imaginado. Há de tudo, intrigas, mentiras, verdades, ódio entre pessoas do próprio sangue (o que poderia justificar as denúncias que partem da própria irmã de Vilma?) e, antes de mais nada, amor. Sim, apesar dos pesares, Pedrinho ama Vilma. Foi ela quem o criou nesse tempo todo e nem mesmo as acusações irão abalar os laços afetivos entre os dois. Pelo jeito, nem mesmo se for comprovada a culpa de Vilma, sua relação com Pedrinho mudará num primeiro momento. Afinal, como bem diz a sabedoria popular, mãe é aquela que cria mesmo. Os pais verdadeiros, vão ter que lutar muito não apenas para descobrir o que aconteceu naquela maternidade, mas para terem a confiança do filho. É um enredo e tanto para fazer frente a anódina "Esperança", exibida pela Globo.

segunda-feira, novembro 18, 2002

Blogs novos na lista aí do lado, o que me deixa cada vez mais contente. Nesta atualização, coloquei três de uma vez só: o lírico e sensível A Ostra e o Vento, da Ana Lira, uma das responsáveis pelo Rabisco, o blog da minha amiguinha Ket, o Bombastic Girl, como relato quase diário de sua vida como estudante intercambista na Cidade do México e o blog recém-nascido Rabiscos, que como seu próprio dono define, conta "A aventuras de um jornalista recém-formado, mas com dois anos de experiência, em busca de uma colocação profissional, neste mercado hostil onde o Q.I. [Quem Indica] é mais importante que qualquer capacidade ou experiência".

domingo, novembro 17, 2002

Enfim, na bola o Palmeiras caiu para a segunda divisão do campeonato brasileiro. Falam em virada de mesa ou não, mas isso só vai ser definido mesmo no ano que vem. Particularmente, acho que o Verdão deve voltar para a primeira divisão jogando futebol, nada de ragsar o regulamento. Resta saber se a minha humilde vontade será respeitada, assim como o bom-senso.
Há males que vem para bem, já dizia aquele velho deitado. Quem sabe esse fracasso da equipe possa gerar reflexos na forma como se adminstra o clube. O atual presidente, o senhor Mustafá Contursi provou que só é adminstrador na época das vacas gordas, quando a multinacional Parmalat patrocinou o Palmeiras. Contursi não se preparou para o período das vacas magras e os reflexos estão aí. Nada mais justo que ele dê espaço para outras lideranças políticas.
O Palmeiras grande das décadas de 70 e 90 é apenas uma lembrança na memória dos torcedores saudosos. A situação atual é de dar pena. O clube não forma jogadores, tem de busca-los no mercado e traz alguns de qualidade duvidosa. Diferente do que ocorre em clubes como São Paulo, Corinthians e Santos, que, coincidência ou não, estão na segunda fase do Brasileirão. Dizem que as condições do Centro de Treinamento não são satisfatórias. Essas e outras coisas só iriam dar no que deu. Era a crônica de uma tragédia anunciada.

Mais uma letra de música para compensar a falta de postagens por aqui. Essa veio da pena do genial Bob Dylan.

Well, the pressure's down, the boss ain't here,
He gone North, he ain't around,
They say that vanity got the best of him
But he sure left here after sundown.
By the way, that's a cute hat,
And that smile's so hard to resist
But what's a sweetheart like you doin' in a dump like this?

You know, I once knew a woman who looked like you,
She wanted a whole man, not just a half,
She used to call me sweet daddy when I was only a child,
You kind of remind me of her when you laugh.
In order to deal in this game, got to make the queen disappear,
It's done with a flick of the wrist.
What's a sweetheart like you doin' in a dump like this?

You know, a woman like you should be at home,
That's where you belong,
Watching out for someone who loves you true
Who would never do you wrong.
Just how much abuse will you be able to take?
Well, there's no way to tell by that first kiss.
What's a sweetheart like you doin' in a dump like this?

You know you can make a name for yourself,
You can hear them tires squeal,
You can be known as the most beautiful woman
Who ever crawled across cut glass to make a deal.

You know, news of you has come down the line
Even before ya came in the door.
They say in your father's house, there's many mansions
Each one of them got a fireproof floor.
Snap out of it, baby, people are jealous of you,
They smile to your face, but behind your back they hiss.
What's a sweetheart like you doin' in a dump like this?

Got to be an important person to be in here, honey,
Got to have done some evil deed,
Got to have your own harem when you come in the door,
Got to play your harp until your lips bleed.

They say that patriotism is the last refuge
To which a scoundrel clings.
Steal a little and they throw you in jail,
Steal a lot and they make you king.
There's only one step down from here, baby,
It's called the land of permanent bliss.
What's a sweetheart like you doin' in a dump like this?

Essa música se chama Sweetheart Like You e está no álbum Infidels, lançado em 1983. A conheci através do clipe que passava no Realce, programa exibido pela Gazeta. O Capivara, um de seus apresentadores era um boneco falante, um grande barato. Seu parceiro era o hoje produtor musical Mister Sam. Uma época bem bacana, sem dúvida alguma.
Sweetheart Like You nem está entre os grandes clássicos de Dylan, mas é um musicão e tanto.

sábado, novembro 16, 2002

Finalmente o blog Onzenet entrou na lista de links mais populares do Toplinks.

sexta-feira, novembro 15, 2002

Vistem o site não-oficial da banda Língua de Trapo, uma das mais representativas do chamado "rock engraçadinho" que apareceu ao mesmo tempo da explosão do rock nacional. Com mais de 20 anos de estrada, eles influenciaram um sem-número de outros grupos, entre os quais o que deu mais certo com toda a certeza foi o Mamonas Assassinas, sucesso de público na sua época até que um acidente abreviou a sua carreira. O Língua viveu seu grande momento em 1985, quando participou do Festival dos Festivais, da Rede Globo, com a impagável "Os Metaleiros Também Amam". Todos acharam que seria a decolagem para o sucesso, mas não foi o que aconteceu, por razões que um dia alguém há de explicar. No momento, a banda sobrevive fazendo shows em lugares como o Sesc Pompéia e a Sala Cecília Meirelles, da Funarte (SP). Laert Sarrumor é o único pop star que usa o transporte coletivo para se locomover. Com um pouco de sorte, você pode encontrá-lo em algum dos ônibus de São Paulo. O responsável pela página do Língua de Trapo (não-oficial, bem entendido) é meu chapa

Lendo as últimas notícias sobre o Prona, fico com a impressão de que o conceito de ordem contido na sigla do partido serve apenas para os outros e não para seus próprios filiados.

quarta-feira, novembro 13, 2002

Deu na Pensata (Folha On Line) de Lúcio Ribeiro:

O México deu um chapéu no Brasil e já tem sua edição nacional da "Rolling Stone".
A publicação, um eterno projeto que não sai da prancheta dos argentinos para as bancas brasileiras, ganhou nesta semana sua versão mexicana com uma tiragem de 120 mil exemplares.
Traz na capa o grupo local Jaguares e vem com duas entrevistas da "matriz" americana: Bruce Sprinsteen e o cineasta espanhol Pedro Almodóvar.
* Quem sabe a "Rolling Stone" desencalacre seu projeto de dominação mundial e lance a edição brasileira de uma vez.


Certa vez, uma pessoa bem informada no meio me confidenciou algumas coisas sobre a Rolling Stone brasileira. Ela me disse que a Editora Conrad se interessou em lançar a versão nacional. Alguns de seus representantes procuraram a matriz para abrir negociações, mas mandaram negociar com os argentinos, que lançaram a edição local da revista. Isso fez com que a Conrad desistisse da negociação. A alegação foi mais ou menos a seguinte: "uma vez que negociamos os direitos dos mangás japoneses direto com quem tem os direitos, por que negociar com uma filial nesse caso?" Depois da desistência da Conrad, entrou na jogada o jornalista André Barcinski que não se importou em não falar diretamente com a matrz, mas pelo jeito a coisa embaçou de novo. E assim, o sonho de termos uma edição nacional da RS fica cada vez mais longe.

terça-feira, novembro 12, 2002

O fim do programa Garagem ainda dá o que falar. Vários posts de blogs e artigos de e-zines e revistas eletrônicas estão sendo dedicados ao assunto. Creio que ninguém iria imaginar a repercussão que o caso iria ter. Sei de gente que está planejando uma campanha de boicote à Rádio Brasil 2000 FM.
Esse episódio reforça uma tese minha que transformei em artigo há algum tempo. O rádio não é feito para nós, pobres ouvintes mortais, mas para o mercado (tanto faz que seja o publicitário ou o fonográfico).
Dentre os tantos textos que o fim do Garagem proporcionou, destaco aqui o que foi escrito pelo carinha que batizou de Ana Maria Broca a furadeira usada pelos apresentadores para furar os discos que eles achavam ruins (vou ficar devendo o nome dele por enquanto, ok?). Numa das fotos usada para ilustrar a reportagem, aquela que eles estão com o Ratinho, o Paulo Cesar Martin (o Paulão, apelido pelo qual é conhecido mesmo depois da lipo) ficou com a cara do Andre Abujamra, do Karnak...he he he. Eu já falei aqui da semelhança de André Barcinski com o misto de playboy e empresário Chiquinho Scarpa. Não é realmente uma dupla do barulho?

Este não é um blog "umbiguista"....errrr, quero dizer, não tanto quanto outros que existem por aí.

sábado, novembro 09, 2002

Dica de um blog divertido: Passaralho News Network que traz a inquietação bem-humorada dos funcionários de uma certa GrandeEmpresaNews.com, às voltas com as intermináveis listas com cortes de pessoal. Com um pouco de imaginação, dá para sacar quem é a tal grande empresa.

Saiba mais sobre o fim do Garagem lendo a coluna Pensata, da Folha On Line.
E o blog Rádio Base traz uma mensagem de Paulo Cesar Martin, um de seus apresentadores: "Muita coisa está sendo especulada à toa sobre o final do Garagem...Não tem nada de pressão de artistas da MPB, nem forças invisíveis" Então tá.
(Leia a íntegra da manifestação de Paulão no próprio blog).

sexta-feira, novembro 08, 2002

Fui comentar um post deste blog a respeito dos Smiths. Para quem não sabe, a história dessa importante banda vai ser contada atráves de um desenho animado, afinal daqui a alguns dias serão completados 20 anos do primeiro show deles, um marco importante.
Como eu dia dizendo, deixei um comentário a respeito do post. Achei que ficou bacana e decidi trazê-lo para cá. Acompanhem:
Eu fui um fã dos Smiths de primeira hora. Tinha uns 15 anos quando eles lançaram o The Queen is Dead e fui correndo compra-lo no Mappin que tinha perto da minha casa com meu primeiro salário que ganhei como office-boy. Naquela época eu me identificava e muito com aquele discurso meio loser do Morrissey, aquela coisa de amores que não dão certo, etc. Foi a trilha sonora na época certa. Hoje, aquelas músicas já não me dizem tanto. Valem mais como lembranças da adolescência. De qualquer forma, "Cemtry Gates" é a minha favorita, sei lá o porquê.


quinta-feira, novembro 07, 2002

O André Barcinski, em sua coluna no bol, fala um pouco mais sobre o fim do Garagem na Brasil 2000. É de intrigar o título "Garagem, descanse em paz".
Não há grandes detalhes sobre a motivação da emissora em tirar o programa do ar. "Semana passada, o chefe de programação da Rádio Brasil 2000 nos chamou para uma reunião e comunicou o fim do programa". Ainda no mesmo parágrafo, Barcinski sobe no muro, foge um pouco de suas carateristicas e acaba sendo um tanto político: "Não vou contar detalhes porque este é um assunto particular entre nós e a emissora, mas o fato é que o Garagem já não interessava mais à rádio". Ora, é claro que não é apenas mais um assunto particular. Trata-se da retirada do ar de um programa que, segundo informações dos próprios programadores, era a segunda maior audiência da casa. A atração tinha um público cativo que merece ser melhor informado sobre as circunstâncias que determinaram a sua saída da programação. Pelo modo como esse caso vem sendo tratado, fica no ar a impressão de que a coisa foi bem maior do que uma simples decisão de mudança na linha editorial, afinal, o Garagem mexia com vacas sagradas do jornalismo musical. Tomara que a versão mais próxima da verdade apareça um dia.

quarta-feira, novembro 06, 2002

Até tinha esquecido que eu tinha essa página com algumas entrevistas e artigos escritos em outras épocas.

O jornalista Ricardo Alexandre convida a todos para a festa de lançamento de seu livro, Dias de Luta no próximo dia 11 de novembro, a partir das 19h00 no Rock Bar Café. Segundo Alexandre, "planejamos uma mistura de noite de autógrafos com a oportunidade única de dançar ao som de delícias como “Mintchura” e “Como o Macaco Gosta de Banana” sem ser alvo de escárnio dos insensíveis". O livro, para quem ainda não sabe, refaz a trajetória do rock brasileiro a partir do começo da década de 80, uma verdadeira reportagem de fôlego. O Rock Bar Café fica na Avenida Brigadeiro Faria Lima, 4531 (é no trecho novo, depois da Jucelino)

Não dá para desconhecer os méritos de Thee Butchers Orchestra ou Wry, por exemplo. Mas não se viram nos últimos quinze anos ninguém com cacife ou vocação para ser... os novos Mutantes... (não deu para resistir à piada. Mas e se não fosse uma piada? É por isso que é sintomática - e não mais que sintomática - a guinada lingüística dos ex-Maybees).
Esse é Alex Antunes provando que seus textos ainda não perderam o fio de corte. O trecho acima faz parte de uma análise sensacional sobre "underground, mainstream, traição e outros babados". É um texto de tirar o fôlego que faz parte do B*Scene, mais uma revista eletrônica sobre cultura pop que chega para somar a tantas outras de qualidade que estão na Internet. Outras coisas bacanas de se ler nesta primeira edição: uma radiografia sobre o pop japonês, geral nos festivais de música brasileiros e um perfil de Dalton Trevisan.

terça-feira, novembro 05, 2002

Grandes mudanças no misto de portal e provedor de acesso Universo On Line (UOL). O jornalista Caio Túlio Costa deixou a direção-geral da empresa e vai se dedicar a novos projetos, que ainda não se sabe quais são.
O currículo de Caio Túlio Costa é invejavel. Só na Folha de S. Paulo, onde passou a maior parte de sua carreira, foi editor da Ilustrada, secretário de redação, correspondente em Paris, diretor de revistas e o primeiro ombudsman do jornal. Muitos leitores devem se lembrar de sua polêmica com Paulo Francis, em 1989. O motivo foi o teor de um artigo de Francis analisando uma possível vitória de Lula na eleição presidencial daquele ano. Entre outras coisas, ele escrever que se o hoje presidente eleito vencesse naquela época, o Brasil viriaria um Sudão. Caio Túlio, ocupando o cargo de ombudsman, escreveu um artigo sobre isso. A discusssão que se seguiu depois nas páginas do jornal certamente deixou muita gente envergonhada.
Lembro de uma entrevista concedida por Caio Túlio dizendo que envelheceu cinquenta anos em cinco (entre 1982 e 1987), quando ocupou o cargo de secretário de redação da Folha. No UOL desde a sua fundação, em 1996, ele deve ter envelhecido mais sessenta anos enfrentando o mercado inconstante das empresas ponto com.

Pois é, se o meu texto sobre o Drugstore foi para o arquivo do site da Rádio Brasil 2000 FM, o Garagem, que era veículado toda segunda-feira foi para o saco. Apresentado por André Barcinski, Álvaro Pereira Jr. e Paulo Cesar Martin, o programa estava na grade de programação da emissora desde agosto de 1999. Durante a última audição, que aconteceu no último dia 4, a explicação dada foi que a rádio estava mudando a linha editorial e não havia espaço para o Garagem. Essa é a versão oficial, mas é claro que deve ter rolado alguma treta até pelo modo como o trio se portou no ar, com as já tradicionais ironias levadas às últimas consquencias. (os caras tiveram a manha de ligar no telefone da produtora do Carlinhos Brown para passar um trote). O que houve, de fato, vai aparecer em breve.
Em entrevista ao site Manivela, Paulo Cesar Martin falou, entre outras coisas, sobre a recente mudança de horário: "O programa começou a dar um retorno grande para rádio, tanto que hoje o programa é das dez à meia noite. Não porque todo mundo é bonzinho. Deu audiência. Dos programa da rádio só perde pro Na Geral (programa dedicado a esportes), em termos de audiência. O programa acabou abrangendo outro tipo de público que não só o segmento de rock alternativo. Tem gente que escuta o programa só para ouvir entrevista, para ouvir as bobagens que a gente fala". Mesmo com a boa receptividade, a nova direção da Brasil 2000 não ficou sensibilizada em manter a atração no ar. O Garagem era um dos últimos remanescentes da época em que Roberto Maia esteve no comando da Brasil 2000.
Numa entrevista concedida a este escriba, falando sobre o programa, Maia disse: "eu acho que eles são necessários, saudáveis e engraçados. Eu gostava mais de ouvir o falatório deles em vez das músicas que tocavam no programa".
O futuro do programa ainda é incerto. Difícil dizer se ainda há espaço para toda a sua irrevrência nesse terreno não muito caracterizado pela ousadia que são as nossas FMs. O grande mérito foi ter sobrevivido tanto tempo, quase três anos, mexendo com personalidades e temas caros à nossa indústria musical e a própria sobrevivência das rádios.

segunda-feira, novembro 04, 2002

A Coluna Vertebral, do site da Rádio Brasil 2000 já fui atualizada. O meu texto sobre o Drugstore continua no ar, mas agora ele foi para o arquivo.
Eu fiz duas entrevistas que estão prestes a ser publicadas no Ruídos. Só tou esperando o Fábio Carbone deixar a preguiça de lado e atualizar o site. Se você quiser saber quem são as personalidades entrevistadas por mim, entra lá e escreve um mail para o Fábio cobrando...he he he

sábado, novembro 02, 2002

Já falei aqui sobre a revista eletrônica Rabisco. Pois é, ela vai para sua sexta edição e digo que merece ser acompanhada com mais atenção. Os textos são agradáveis, nada afetados, com visões bastante interessantes sobre a cultura pop, além de outras coisas muito bacanas. Um de meus destaques é uma reportagem sobre o Mesa Redonda. Sim, aquele programa de debates futebolisticos dos domingos à noite na TV Gazeta que é cult para alguns e aborrecido para outros. Mas, concordando com o lead do texto, é um programa que até mesmo quem não gosta de futebol deve ver por causa da dialética dos apresentadores Roberto Avallone e Chico Lang. Eu confesso que nem gostava muito da Mesa, devido ao excesso de merchandising que interrompia os debates. Era comum ver Avallone interrompendo convidados do porte de um Telê Santana para fazer um testemunhal qualquer. De uns tempos para cá, ao que parece, disciplinaram um pouco as intervenções comerciais e o programa ficou mais agradável de se assitir.
O texto fala um pouco da característica de Roberto Avallone em permear suas falas com sinais gráficos. Sempre que faz uma pergunta, o jornalista faz questão de de completar a frase com um "interrogação", entre outros maneirismos do tipo. Para o Rabisco, ele diz que é "uma herança dos meus tempos de jornalista de meios impressos, quando tudo tinha que ficar bem claro". Porém, o antigo colunista social Ibrahim Sued já fazia algo semelhante quando teve um espaço na TV Globo, nos idos dos anos 70, usando os "dois pontos" na tv. Mas não é o caso de plágio até porque Avallone foi bem mais longe que Sued no uso de "interrogações", "vírgulas" e "dois pontos". Trata-se daquilo que os críticos musicais gostam de chamar de influência.
Mas o Rabisco não tem só a Mesa Redonda. Há textos sobre Almodóvar, Rolling Stones e Carlos Drummond de Andrade, que completaria 100 anos se estivesse vivo. Recomendo a leitura.

sexta-feira, novembro 01, 2002

Minha amguinha querida Ket está de blog novo. Tem sido bacana acompanhar o seu dia-a-dia como estudante intercambista na Cidade do México. Ela já vinha fazendo isso no seu Suicide Blond . Por motivos estratégicos (he he he), ela foi obrigada a mudar de endereço, mas sua vida mexicana continua sendo dividida com todos aqueles que se dispõem a ler sobre ela.

 
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