quarta-feira, setembro 18, 2002

A repórter Laura Mattos, da Folha de S. Paulo, conta em sua coluna de hoje como foi a sua consulta na igreja do "padre vidente" Francisco Silva, conhecido como Padre Chico. Os habituês deste blog sabem de quem se trata. É o dono de uma das maiores rádios piratas de São Paulo (seu sinal entra muito bem em boa parte da cidade) e que usa a sua emissora para atrair fiéis com promessas de cura e libertação. Porém, ele não explica que o serviço religioso (incluida aí uma forte oração) é pago. É claro, há um cheiro de charlatanismo no ar. Padre Chico é mais um desses camelôs da fé, que proliferaram por aí nos anos 90.
Para fazer a sua reportagem, Laura teve de morrer em R$ 20,00 para ir até onde Francisco Silva ministra os seus "milagres". Isso que é jornalismo investigativo. O resto é perfumaria.

Finalmente já são conhecidos os motivos que levaram Alexandre Matias a deixar o comando da revista Play. Saiba de tudo lendo essa entrevista que o jornalista concedeu ao e-zine Esquizofrenia, do meu amigo Gilberto Custódio Jr.
Aliás, Gilberto está de parabéns, ele fez um ótimo trabalho a partir de nota publicada aqui no Onzenet sobre esse fato. Vale conferir, pois as declarações de Matias são surpreendentes.

Voltando a falar sobre o Barebacking. Eu espero que a divulgação de notícias a respeito dessa nova prática sexual não deflagre uma nova onda de ódio aos homossexuais. É aquilo que já sabemos (ou deveriamos saber): em todos os meios existem as pessoas de bom senso e as que não têm um pingo dele. Não é por causa de uma meía dúzia de insensatos que o mundo gay vai pagar mais esse pato.
No mais, esse relaxamento das precauções na hora do sexo é um fenômeno que já vinha acontecendo desde quando surgiram as primeiras notícias sobre os bons resultados do coquetel anti-Aids. Na Rádio Onze, em 1997, tive a oportunidade de entrevistar algumas pessoas ligadas a grupos de prevenção e essa preocupação era evidente. Anos mais tarde, um bando de malucos resolve levantar a bandeira do sexo desprotegido e dar um nome a essa prática.
Talvez o único jeito de se combater o Barebacking é com bastante informação, através de campanhas que visam a conscientização. Pode até ser uma boa oportunidade de se voltar a falar um pouco mais sobre a Aids na mídia. O tema anda meio esquecido, mas o risco continua eminente.
Este blog recomenda: use camsinha.

 
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