segunda-feira, junho 16, 2003

Para esse início de semana quero reproduzir trechos de dois textos bacanas que li na Internet e que servem para uma reflexão acerca do estágio atual que vive o jornalismo.

Um deles, é o editorial de Marcelo Costa, do site ScreamYell.

(...)
Seja picuinhas entre grandes tubarões e o governo federal, seja uma crise que têm no alto custo do papel seu maior vilão, dois dos maiores jornais brasileiros (e da América Latina) anunciaram violentos cortes (Folha e Estadão) e o cenário começa a brilhar nessa telinha que você está olhando agora: a internet.
Mais: muitos profissionais da área de cultura, tanto em palestras quanto em conversas de bar, assumem: se você quer informação, procure um e-zine. Eu estou falando sério!!! Editores de cadernos de cultura da imprensa escrita já assumem que o espaço que eles têm para falar sobre determinado assunto não consegue abrigar toda gama de informações e que em um e-zine o leitor terá muito mais espaço, variedade e (por que não?) honestidade.
Espaço porque quem vem em um site como o S&Y ler uma matéria, já vem sabendo que encontrará um texto de quatro a dez páginas de Word diferenciado da mídia tradicional. E, pior, se tiver que cortar página, pode se preparar que é o caderno de cultura que vai perder pautas em um jornal.
Variedade porque a quantidade de bons sites de cultura é tão grande que lendo o melhor de cada um, o leitor estará melhor informado sobre música, cinema e literatura do que se assinasse qualquer revista nacional por um ano.
E honestidade porque um e-zine está a serviço do sonho de seus realizadores, tanto editores quando colaboradores. Um e-zine não precisa ficar fazendo média com políticos, não precisa se preocupar no quanto a crítica feita vai influenciar no relacionamento com a indústria (indústria? tá) muito menos posar de sabe-tudo. A história aqui é escrever sobre coisas que gostamos para pessoas que gostam dessas coisas, lerem. Simples assim.
Muita gente teima em afirmar que a descentralização da informação via web é a lápide do jornalismo impresso. Discordo, em termos. E tudo que penso sobre o assunto não cabe em um pequeno editorial mensal, mas basta dizer que a mídia impressa precisa adaptar-se aos novos tempos, buscar novas formas de atrair o leitor, o que inclui boas pautas e bons textos (o que vai contra essa 'limpeza' nas redações, afinal, como um jornalista vai se ater a fazer bons textos trabalhando por quatro, cinco outros). Estão deixando a qualidade de lado e essa sim será a lápide no juízo final. (sic).


Costa, de certa forma, aprofunda alguns tópicos que eu abordei naquele artigo sobre e-zines para o Observatório da Imprensa.

O outro texto é do blog de Alex Maron.

Eu não sou conservador a respeito de comunicação, não. Muitas gente se surpreende quando vê que, embora eu seja jornalista, eu sou a última pessoa a sacanear alguém por conta de algum erro de ortografia. Sim, porque quem é jornalista sabe que erra e muito, todos os dias. Para errar, basta escrever. E no fim das contas, o que importa é a comunicação. Mas não vamos exagerar...
Claro que há erros e erros. Você vê uma palavra e saca logo se o erro é de ortografia ou de digitação. Basta ver uma palavra escrita de um jeito estranho e olhar para o teclado para entender como aquele erro aconteceu.






 
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