sábado, setembro 14, 2002

As vezes é bom esperar um pouco. Eu ia escrever uma nota criticando o comportamento da grande imprensa na cobertura do caso Nando Reis-Titãs. Como é de conhecimento de todos, o baixista decidiu largar a banda e se dedicar a sua carreira solo. Porém o que se viu nos grandes jornais foi desalentador. Os leitores não tiverem nada além dos comunicados oficiais e do factual da notícia. Faltavam as histórias de bastidores, fatos e dados que pudessem ajudar a entrender o porque se chegou a esse ponto. Quando parecia que mais uma vez se perdera uma boa oportunidade de se fazer um jornalismo de qualidade, a Veja dessa semana traz a grande reportagem necessária para uma ocasião como essa. Está tudo lá.
É em ocasiões como esssa que o grande defeito da nossa imprensa cultural se torna mais evidente. O trabalho de reportagem fica em segundo plano, dando-se prioridade máxima para a crítica de lançamentos.
Sobre o fato em si, creio que os Titãs têm muito a perder com a saída de Nando Reis e não é preciso ser nenhum bidu para adivinhar isso. Pode-se até não gostar da banda, mas não há como negar que ele era o mais talentoso de todos ali. Não é coincidência o fato de sua carreira sozinho ter maior sucesso que a de seus agora ex-colegas. Um novo tipo de aposta está sendo fechado nos últimos dias. Ganha quem adivinhar quanto tempo mais o Titãs irá durar como banda.

 
www.e-referrer.com