sábado, setembro 06, 2003

"Após alguns meses de hibernação jornalística (para o bem de todos), dez no total, volto devagar devagarzinho, como diria Martinho da Vila..."

Assim começa o "come-back" do jornalista Mario Marques. Após deixar o jornal O Globo, em circunstâncias que até hoje não foram esclarecidas e virar produtor musical, hoje trabalhando com a banda Acid X, ele está de volta ao jornalismo mantendo uma coluna/blog no site London Burning.
Nesse retorno, ele não mudou muito o seu estilo. Continua querendo enverdar pelo caminho da polêmica fácil ao elogiar bandas de gosto duvidoso como Detonautas e detonar sem dó nem artistas como Nando Reis (embora ele acerte um pouco na análise sobre Los Hermanos), que tem um trabalho musical bem sólido. Já escrevi aqui que ele é um hit maker de mão cheia, e isso sem apelar para o óbvio. Está certo que todos têm direito à opinião. Ninguém é obrigado a gostar de nada. O problema é quando se usa isso para tentar se destacar, ser uma "ave rara", no ofício de crítico musical. Essa é a impressão deixada pelo trabalho de MM. Só que existe um problema que agrava ainda mais a sua situação. Ou ele é jornalista ou é produtor musical. As duas atividades são incompatíveis. É a mesma coisa que um jornalista esportivo se tranformar em empresário de jogador de futebol, fato corriqueiro nos últimos anos.
Ao término da leitura da coluna/blog de Mário Marques fica a grande pergunta: uma vez que ele vê tantos problemas com Los Hermanos, Nando Reis e Lanlan, por que não se oferece para trabalhar com eles?

How can I forget your tender smile
Moments that I have shared with you
Our hearts may break but they're on their way
And there's nothing
I can do

So do what you gotta do
Don't misunderstand me
You know you don't ever have to worry 'bout me
I'd do it again

I can understand that it can't be
Guess it's hard as you were meant for me
But I can't hide
My own despair
I guess I never will

Just do what you gotta do
And don't misunderstand me
You know you don't ever have to worry 'bout me
I'd do it again

So tired of life
No fairytale
So hold your fire
Cos I need you

So do what you gotta do
And don't misunderstand me
You know you don't ever have to worry 'bout me
I'd do it again

Do what you're gotta do
And don't misunderstand me
You keep going over every word that we've said
But you don't have to
Worry about me


Por esses dias, estava ouvindo na Internet o bom 5 Estrelas, apresentado por Rodrigo Lariú e Sol Moras. Numa de suas edições, eles fizeram uma entrevista com Thomas Pappon e Cadão Volpato. Foi um programa bem redondo no qual a dupla falou bastante de música. O Fellini foi o assunto principal, mas foi possível ouvir uma música inédita do The Gilbertos, o projeto musical solo de Thomas (cujo segundo CD está para sair, aguardem), e uma música do Funziona Senza Vapore, a banda que Cadão formou com outros ex-Fellini. Realmente foi um programa que fez juz ao nome, foi cinco estrelas mesmo. Pena que ele só é veiculado pela Internet. Poderia rolar uma transmissão radiofônica também pela Viva Rio.
Porém, uma música que nada tinha a ver com o especial me chamou a atenção. É Tom The Model, do álbum solo da Beth Gibbons (Portishead). Caramba, como essa canção é linda. Nem tenho muito o que acrescentar: a letra é belíssima, o arranjo sensacional. Desde quarta-feira, eu estou com ela na cabeça e já a estou gastando de tanto coloca-la no repeat...he he he
Sei que agora o meu lado blogueiro está falando bem mais alto que o lado jornalista. Afinal, fiz um texto recheado de adjetivos e impressionista por demais, mas não dá para ser objetivo quando se escuta obras-primas como essa. Dá vontade de pegar emprestado o carro de som daquele pamonheiro chato que sempre passa perto de casa e sair por aí colocando essa música só para que todos a ouçam.
A Beth Gibbons vem para o Tim Festival, em outubro. Tem tudo para ser um dos melhores shows da atração. Alguém aí quer apostar?

 
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