segunda-feira, junho 14, 2004

Hélio Ribeiro é um dos grandes nomes da história do nosso rádio. Ele foi um fenômeno de audiência e prestígio na Bandeirantes AM da década de 70 com seu "Poder da Mensagem", sempre apresentado entre meio-dia e duas da tarde. Minha avó, Dona Martina, era uma de suas ouvintes fiéis. Sempre que eu chegava da escola a encontrava fazendo o almoço ou passando roupa com o rádio ligado no programa de Hélio. Por tabela, acabava o ouvindo também. Naquela época, eu deveria ter uns seis ou sete anos. Não tinha idade para entender muita coisa, mas ficava lá em companhia dela na audição do programa. A fórumla era simples: música e mensagens de reflexão. Ele tinha alguns bordôes também, como o "Sabe quem, sabe quem?", citado por mim há alguns posts, ou "Este programa é ouvido pela moça do Kharmanguia vermelho". Alías todos ficavam curiosos em saber quem seria tal pessoa. O que eu curtia mesmo eram as traduções, alías, "versões livres para o português", como ele próprio fazia questão de explicar. Aliás, o Chico Anysio criou um personagem em sua homenagem por causa disso, o Roberval Taylor, alguém aí se lembra? É clássica a paródia para a música "All By Myself" e no refrão, Taylor traduzia para "Tudo eu, tudo eu".Anos mais tarde, já adolescente, fui reencontra-lo na Gazeta AM, emissora na qual ele ficou durante todo o ano de 1985. A última passagem de Hélio Ribeiro pelo rádio foi na Globo AM, dez anos depois, em 1995. Ele morreria no ano 2000, vítima de um câncer no estômago. Estou contando todas essas histórias porque está no ar o site criado pelo Memorial Hélio Ribeiro. É um tributo mais que merecido. Nele, constam depoimentos de seus companheiros, além de arquivos de áudio históricos. É uma visita obrigatória para a molecada que está se formando em rádio e tv. Muitos profissionais que estão entrando nesse concorrido mercado não conhecem a história da categoria que escolheram para trabalhar. A culpa nem é dessa gente, mas dos currículos das faculdades de comunicação social. Mas graças a veículos como a Internet e alguns livros (outra hora eu falo deles), é possível compensar essa falha.

 
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