quarta-feira, setembro 24, 2003

Acabo de comprar a nova revista Radar Interativo, mais um produto da parceiria entre as editoras Lester (a mesma que edita a Zero) e a Escala. Uma se encarrega da parte editorial e a outra se responsabiliza pela produção na gráfica e distribuição nos pontos de venda. O diretor de redação da publicação é Luiz Cesar Pimentel, mas o faz tudo é o jornalista Eduardo Fernandes. No expediente, ele acumula as funções de editor, redator, diretor de arte, diagramador, ilustrador, responsável pelo projeto gráfico e office-boy (aliás, essa é uma das funções mais importantes do jornalismo, mas esse é um papo para outra ocasião.
Quando entrevistei o Luiz para o Observatório da Imprensa, ele falou de passagem sobre a revista (acabei não colocando na edição final). Disse que seria algo próximo a Superinteressante, título consagrado da Abril. Bem, a primeira edição que chegou às bancas está muito diferente da proposta inicial. Diria que ela é dedicada a assuntos gerais, uma espécie de Veja, com o perdão da comparação, só que voltada para os segmentos excluídos da sociedade: pedintes, operadores de telemarketing, crianças vítimas de abuso sexual, etc. A matéria de capa vai nessa linha para falar do lado muito mais informal da economia informal.
Uma outra reportagem se destaca pelo seu título: "Nossos bandidos são losers?" Não tenho resposta a essa pergunta, mas dá para sacar que a Radar Interativo quer ser a porta-voz dos losers brasileiros.
A primeira edição me impressionou bastante. Ao contrário de sua irmã mais velha, a Zero, há uma valorização das fotos, muitas delas publicadas de forma bem aberta. É claro que há alguns senões. Um deles fica por conta do título. Radar Interativo parece nome de guia dedicado ao mundo do entretenimento. Notei um outro problema na capa do número um. A foto de uma modelo coberta aenas com uma daquelas placas usadas para anunciar empregos lembra muito o estilo de capas da natimorta revista Crocodilo.
No mais, senti falta do prometido jornalismo gonzo. Onde estão as drogas? E a porra-louquice? Mas valeu o investimento de R$ 4,90.

 
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