quarta-feira, julho 09, 2003

Está rolando um interessante debate sobre o futuro do jornalismo musical no site Comunique-se. Cortesia da colunista Ana Maria Bahiana. Nessa semana, ela diz que música sofreu um "racha". Resumindo, a jornalisita mostra que o consumo de música e o consumo de informações sobre música são coisas diferentes. E a vinda de uma nova geração que não está acostumada a comprar discos, mas sim baixar músicas da internet através de arquivos MP3, estará radicalizando esse processo. Para Bahiana, o perfil de futuras publicações on-paper sobre música deveria ser direcionado aos "coroas".
O texto joga bastante luz nesse debate. Eu não enxergo uma radicalização tão grande desse novo público que está consumindo música de graça. Ele vai se interessar por saber mais informações daquilo que ele baixou, não importa o meio. Se existir algum veículo que consiga suprir essa necessidade, o internauta corre atrás, seja na rede ou em papel mesmo, ainda que pagando. É bom lembrar que o preço de capa de uma revista é muito mais barato que o de um CD.
O nosso jornalismo musical se caracteriza por tentar antecipar tendências e lançamentos. Durante a época pré-Napster isso até funcionou. Além do mais, essa tarefa era facilitada fazendo um "cozidão" de informações de revistas importadas do eixo EUA-Inglaterra (muitos jornalistas, alías, ganharam fama e $$$ e fazendo isso por aqui). Talvez fosse mais interessante nessa fase de transição investir mais no esforço de reportagem, e não o de recortagem. Por exemplo: por que não se colocou um repórter para acompanhar as gravações dos CDs mais recentes do Skank e do Los Hermanos (isso só para ficar em dois lançamentos que estão dando o que falar) e procurar colher histórias interessantes de bastidores.
A proposta de uma revista segmentada a um público, digamos, mais idoso é válida. Eu acho até que já existe uma experiência nesse sentido que é a revista da Kiss FM, emissora especialista em classic rock daqui de São Paulo. Vamos aguardar para ver seus resultados. Pelos menos, ela chegou a sua segunda edição.

 
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