terça-feira, novembro 05, 2002

Pois é, se o meu texto sobre o Drugstore foi para o arquivo do site da Rádio Brasil 2000 FM, o Garagem, que era veículado toda segunda-feira foi para o saco. Apresentado por André Barcinski, Álvaro Pereira Jr. e Paulo Cesar Martin, o programa estava na grade de programação da emissora desde agosto de 1999. Durante a última audição, que aconteceu no último dia 4, a explicação dada foi que a rádio estava mudando a linha editorial e não havia espaço para o Garagem. Essa é a versão oficial, mas é claro que deve ter rolado alguma treta até pelo modo como o trio se portou no ar, com as já tradicionais ironias levadas às últimas consquencias. (os caras tiveram a manha de ligar no telefone da produtora do Carlinhos Brown para passar um trote). O que houve, de fato, vai aparecer em breve.
Em entrevista ao site Manivela, Paulo Cesar Martin falou, entre outras coisas, sobre a recente mudança de horário: "O programa começou a dar um retorno grande para rádio, tanto que hoje o programa é das dez à meia noite. Não porque todo mundo é bonzinho. Deu audiência. Dos programa da rádio só perde pro Na Geral (programa dedicado a esportes), em termos de audiência. O programa acabou abrangendo outro tipo de público que não só o segmento de rock alternativo. Tem gente que escuta o programa só para ouvir entrevista, para ouvir as bobagens que a gente fala". Mesmo com a boa receptividade, a nova direção da Brasil 2000 não ficou sensibilizada em manter a atração no ar. O Garagem era um dos últimos remanescentes da época em que Roberto Maia esteve no comando da Brasil 2000.
Numa entrevista concedida a este escriba, falando sobre o programa, Maia disse: "eu acho que eles são necessários, saudáveis e engraçados. Eu gostava mais de ouvir o falatório deles em vez das músicas que tocavam no programa".
O futuro do programa ainda é incerto. Difícil dizer se ainda há espaço para toda a sua irrevrência nesse terreno não muito caracterizado pela ousadia que são as nossas FMs. O grande mérito foi ter sobrevivido tanto tempo, quase três anos, mexendo com personalidades e temas caros à nossa indústria musical e a própria sobrevivência das rádios.

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