terça-feira, novembro 19, 2002

O Brasil continua a viver a sua sina de receber com bastante atraso shows de bandas já consagradas. A lista é extensa e talvez o nome mais emblemático é o dos Rolling Stones. Agora, o Rush aporta por aqui numa apresentação que deveria ter acontecido há uns quinze anos, aproximadamente. Porém, aquele velho deitado sempre sábio já dizia: antes tarde que nunca.
Mas, ao meu ver, esse não é o único senão envolvendo a apresentação da banda canadense por aqui. Mega-shows como esse atraem todo o tipo de público, desde fãs de carteirinha que são verdadeiras enciclopédias ambulantes até aqueles que "caem" nos estádios de pára-quedas, cujo conhecimento do repertório do Rush se limita apenas a duas ou três músicas como "Time Stand Still" e "Tom Saywer", isso porque ele ouve toda hora no rádio. É aí que o bicho pega, pois esse tipo de público costuma a ir em eventos como esse menos para curtir a música que qualquer outra coisa. Por exemplo, tem gente que vai para azarar as meninas, para fumar um baseado, para encher a cara de cerveja e até mesmo bater-papo. Faço até um desafio a quem vai ver o show em São Paulo: olhe para os lados no meio da apresentação e conte a quantidade de casais se beijando em pleno gramado do Morumbi. Se isso acontecer, não deixa de ser estranho, pois as músicas do Rush não são própriamente românticas.
Vale torcer para que a acustica esteja satisfatória (coisa rara), porque é um anti-climax esperar muito tempo para acompanhar uma performance como essa, enfrentar os já habituais congestionamentos do trânsito paulistano (a verdadeira Hora do Rush) e ainda não escutar nada.

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