É o furo do ano. Num ano em que não há muito a se comemorar na área jornalistica, a entrevista exclusiva com Octávio Frias de Oliveira, dono da Folha de S. Paulo, sem dúvida veio para salvar a lavoura. Há uma certa ironia no fato de que um portal da Internet tenha divulgado as declarações históricas de Frias, um empresário de sucesso no segmento jornal. O jornalista Jorge Félix fez um ótimo trabalho e conseguiu extrair o pensamento de uma das personalidades mais enigmáticas da história contêmporanea da nossa imprensa. Roberto Marinho adorava holofotes tanto quanto gostava do poder. Frias, por outro lado, sempre manteve uma postura discreta. Jorge Félix poderia ter abordado uma história que merece ser contada. Na história oficial da Folha, se atribui a Octávio Frias o furo de que o presidente Tancredo Neves fora internado vítima de um tumor do intestino, antes de sua posse, em março de 1985. Seria uma ótima oportunidade de explorar mais esse assunto, tentar saber em quais circunstâncias Frias obteve essa preciosa informação. Mas a visita de Félix ao nono andar do mais famoso prédio da Al. Barão de Limeira trouxe uma opinião forte contra o Proer da Mídia. O publisher da Folha foi categórico e certeiro no seu diagnóstico: o Estado (e ele pode ser representado por qualquer grupo político nos próximos anos) quer a mídia de joelhos.
Outra revelação que poderia ser melhor explorada foi a de que Frias, junto com seu sócio Carlos Caldeira Filho, foram donos por uma certa época da extinta TV Exclesior. Sempre ouvi falar dessa historia, mas como nunca vi registros dela, não dei o devido crédito. É uma boa história para se correr atrás: como foi a administração Frias-Caldeira na emissora.
Confesso que nunca acompanhei o jornalismo praticado pela AOL. Confesso ainda que só soube da entrevista de Frias através do Observatório da Imprensa. Porém, a seção de notícias do portal merece ser acompanhada com maior atenção a partir de agora.
quarta-feira, outubro 29, 2003
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terça-feira, outubro 28, 2003
Pretendo ter dois lindos filhos
Uma menina e um robusto menino
Botar eles na escola desde o princípio
Mandar às favas os vizinhos
(À noite ouvem nossos ruídos
O que eles ganham eles põem num cofre
Um filho, uma árvore e um livro
Herança de gente muito pobre)
E terminar todas as fábulas
Quando eu sair da chaminé
Depois de montar numa bicicleta
Esperar que eles criem calos nos pés
(À noite ouvem nossos ruídos
Uma vida despojada de sentindo)
E assim nós vamos indo
Minha pequena mulher vai dirigindo
E assim nós vamos indo
Meu filho segue torcendo comigo
E assim nós vamos indo
Meus filhos foram me chamar
Um avião estava preso nos fios
Meus filhos foram me chamar
Está chegando o grande dia da apresentação do Fellini no Tim Festival. Taí uma música que eles poderiam tocar: "Pai", que está no CD "Três Lugares Diferentes". Talvez seja a música mais Sonic Youth que o Sonic Youth não fez...he he he he E eu também pretendo ter dois lindos filhos.
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sexta-feira, outubro 24, 2003
Demorada e democrática. Assim começa o editorial da edição 8 do e-zine Ruídos. O longo atraso se deve a uma velha problemática vivida pelos e-zines: a falta de tempo de seus responsáveis. Várias das publicações que eu citei naquele artigo sobre e-zines para o Observatório da Imprensa estão passando por um período de entressafra em suas atualizações, se é que se pode colocar dessa forma. O 3am, o ScreamYell e o Esquizofrenia estão devendo aos seus leitores. De qualquer forma, o Ruídos está aí, sobrevivendo nem que seja aos trancos e barrancos. Eu participei com uma entrevista com o músico Danny Roland, integrante do grupo Metrô, que no ano passado lançou um surpreendente "come-back" chamado "Deja Vu". Coniram.
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sábado, outubro 18, 2003
Essa semana foi agitada. Entrevista nova no Observatório da Imprensa (ver abaixo) e texto novo na Coluna Vertebral. Desta feita, eu falo sobre a minha relação com os shows de música ao vivo. Ah sim, espaço para o momento "ombudsman de mim mesmo": tem um erro de informação que eu cometi na data do show do Fellini. Deve ser um desejo inconsciente de que eles toquem logo...he he he Faço a devida correção na próxima coluna.
Postado por Rodney Brocanelli às 2:17 AM 0 comentários
quarta-feira, outubro 15, 2003
Dando continuidade a série informal de entrevistas que eu estou fazendo com personalidades do jornalismo cultural, o Observatório da Imprensa acaba de incluir em sua mais recente edição a entrevista com Lúcio Ribeiro, dono de uma das mais lidas colunas de cultura pop na Internet. A revista Out!, o seu trabalho como colunista na Folha On Line e as picaretagens jornalisticas na área cultural foram alguns dos temas abordados.
Postado por Rodney Brocanelli às 1:14 AM 0 comentários
sexta-feira, outubro 10, 2003
Mais duas sobre o Fellini. A primeira é que o Thomas Pappon foi entrevistado pelo Alexandre Matias em seu Trabalho Sujo. No papo, Thomas antecipou um pouco como será a apresentação da banda no Tim Festival. Achei acertada a decisão de concentrar o repetório nos três últimos álbuns, mais ricos musicalmente, embora Rock Europeu merecesse ser tocada nesse show histórico. Poderia rolar Nada também, mas ninguém melhor que o Thomas para saber até onde o Fellini pode ir ou não.
Queria só fazer uma analíse de um trecho da entrevista na qual ele diz que ficou decepcionado com a reação fria da mídia a "Amanhã é Tarde": "Houve até uma crítica negativa, do bunda-mole do Antonio Carlos Miguel". Creio que o Thomas deva ter direcionado o foco apenas na grande imprensa, representada pelos jornais impressos. Porém, a reação da mídia na Internet (e-zines e afins) foi muito melhor e mais efusiva. O próprio Cadão Volpato reconheceu em declarações concedidas ao Ruídos.
Ah, ia me esquecendo da segunda sobre o Fellini. O artigo escrito por Mário Marques no London Burning teve desdobramentos. Saiba quais foram lendo aqui.
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sexta-feira, outubro 03, 2003
Eu compraria um livro escrito pela Cecília Giannetti.
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quinta-feira, outubro 02, 2003
Ainda sobre a Volume 01, uma coisa me chamou a atenção no sistema de comentários do bom misto de e-zine e blog Trabalho Sujo. Pelo menos três internautas deixaram mensagens reclamando do preço de capa da revista. Aqui no Onzenet, outra pessoa deixou um comentário na mesma linha (o do Rafa Gusiken não vale, pois ele escreveu no TS anteriormente). Quando eu digo que a crise da grande imprensa passa pelo valor que é cobrado pelas publicações ninguém me acredita. A Volume 01 está sendo vendida a R$ 9,90. Com esse dinheiro, acabei comprando a Radar Interativo (que errôneamente chamei aqui de Radar Cultural, mas já corrigi) e a Rock Press. Alías, quero falar um pouco mais desta última. A matéria sobre o Police que saiu na edição de setembro é mais um exemplo vivo de outra praga que assola a imprensa cultural: o jornalismo google. Por que não se tentar fazer com que algum dos integrantes conte a sua própria visão da história da banda em vez de alinhavar (e jogar no texto) fatos que foram extraídos de sites da Internet, recortes de jornal e biografias? É díficil? Claro, mas o resultado ficaria muito melhor. O trabalho de pesquisa deve ser um acessório e não o principal de uma reportagem.
Postado por Rodney Brocanelli às 2:33 AM 0 comentários