sexta-feira, agosto 02, 2002

"É fácil fazer uma capa bonita com uma foto da Catherine Denueve".
A frase acima está no editorial do zine Esquizofrenia, que chega a sua nona edição, depois de um atraso de seis anos. Gilberto Custódio Jr., o seu responsável, explica: "O número 9 estava 80% pronto. Muito texto, muito conteúdo. Mas eu não tinha mais saco para diagramar, editorar, revisar, xerocar, dobrar milhares de folhas, grampear, gravar fitas, distribuir, responder cartas, ir quase todos os dias ao correio e outras tarefas ingratas do zineiro". Esse fastio acabou fazendo com que ele jogasse tudo na lata do lixo. O tempo entre uma edição e outra talvez tenha sido suficente para que Gilberto retomasse o gosto pela coisa. Desta vez, o Esquizofrenia tem 12 páginas (contra as 48 da oitava edição) e está totalmente dedicado aos anos 80. Não espere textos sobre bandas já consagradas, mas se você não conhece 14 Ice Bears, The Siddeleys e Shop Assistants, não se preocupe. Primeiro porque os textos de Gilberto acabam sendo didáticos e esclarecedores. Depois, porque apesar dos pesares a troca de arquivos MP3 ainda é possível. Estão aí o Kazaa, Winmx e outros que não me deixam mentir. Mesmo assim, se você ficar com água na boca ao ler sobre as bandas e não conseguir sucesso na busca, é só escrever para o Giba que ele dá um jeito. (O endereço de correspondência está no final deste post).
Dando uma pausa na temática anos 80, outro destaque é uma entrevista com Thomas Pappon, do Fellini , falando bastante do CD "Amanhã é Tarde" e esgotando o assunto. O papo ocupa quatro páginas do zine.
Esse ano de 2002 está sendo marcado por retornos. O Esquizofreina é um belo exemplo disso. A grande questão é se haverá o número 10. Nem o próprio Gilberto sabe responder: Tudo pode acontecer. Pode ser que o #10 fique pronto no mês que vem. Pode ser que nunca fique pronto. Nunca espere nada dos fanzines. A maioria deles não tem a miníma periodicidade. O Esquizofrenia é assim."
Com o seu trabalho à frente do Esquizofrenia, Gilberto Custódio Jr. ajudou a chamar a atenção da grande imprensa novamente para os zines depois de um bom tempo no qual o tema ficou esquecido. Volta e meia a Folha de S. Paulo dava uma matéria sobre o assunto com um grande destaque para a publicação. André Forastieri e Álvaro Pereira Jr. em suas colunas no mesmo jornal foram só elogios. Com tudo isso e muito mais, o Esquizofrenia acabou por virar uma referência nacional. Creio que ele não deva ter aguentado a pressão em um determinado momento, daí o cansaço pessoal. Mesmo assim, essa sua contribuição já entrou para a história dos zines, sem dúvida alguma.
Como proceder para adiquirir o zine? Escreva para o Gilberto e mande camuflada 1 real de acordo com cada unidade desejada. Dica: use papel carbono para envolver a nota, pois isso ajuda a driblar a fiscalização dos Correios. O endereço é
Rua Heitor Ariente, 42
CEP: 05541-050
São Paulo - SP
Está prevista para entrar no ar a versão on line do zine, mas não há uma data deinida. De qualquer modo, o endereço já está reservado e você pode ir até ele clicando aqui.

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