O blog Kibe Loco traz uma zoação engraçada envolvendo Marcelo Camelo, vocalista do Los Hermanos, e um dos filhos do ex-ditador Saddam Hussein que foi morto após uma ofensiva do Exército norte-americano.
Los Hermanos é muito bacana, em que se pese alguns erros que eles cometeram na primeira fase da carreira (fase Anna Julia), mas eles viraram a mesa a tempo, peitaram gravadora e o mundo e hoje estão no terceiro CD, mesmo após muitos percalços.
(Um parêntese: para quem não sabe, uma vez ele me ofereceu estadia durante uma ida em que eu fui para Rio, isso em 1998. Acabei arrumando outro lugar para ficar,
mesmo assim, tinha pego o telefone dele antes e não deixei de ligar para bater um papo e agradecer. Acho que hoje ele, como um astro do rock, nem deve se lembrar disso..he he he). Só não entendo por que Camelo e os outros integrantes fazem questão de manter esse visual talebã. A imagem de despojamento que a banda quer passar acaba soando tão calculada quanto as atitudes de artistas que se moldam para agradar ao mercado e ao público em geral.
Gostaria de poder ouvir melhor o mais recente lançamento deles, o "Ventura". Mas quem deixou um CD como "O Bloco do Eu Sozinho", já merece um lugar na história. Só falta a Los Hermanos poder se relacionar melhor com certos aspectos do showbiz.
sábado, julho 26, 2003
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quarta-feira, julho 23, 2003
Algo que tem me deixado muito feliz neste ano de 2003 é o fato de que as minhas colaborações para o Observatório da Imprensa estão cada vez mais frequentes. Menos de um mês após publicar a minha entrevista com o Ricardo Alexandre (que repercutiu muito, diga-se de passgem), eu volto novamente ao site, mas desta vez abordando outro assunto. Se no papo anterior, a imprensa cultural foi o destaque, agora a vez é do jornalismo esportivo, só que de um ponto de vista diferente. Eu tinha uma pergunta na cabeça: como a mídia italiana vê o futebol brasileiro? Para responder a essas e outras questões, conversei com o jornalista Alessandro Penna, correpondente no Brasil da revista Guerin Sportivo, uma das mais tradicionais da Itália. Para mim, o resultado foi bastante satisfatório. E há pelo menos uma revelação. A imprensa italiana faz as vezes de "olheira", isto é, ela mostra ao seus leitores e ao mercado quais são os jogadores de futebol que estão se destacando por aqui para uma possível transferência num futuro próximo.
Essa entrevista merece pelo menos uma histórinha de bastidores. Eu descobri que tenho um anjo da guarda no Observatório. Quando eu redigi o abre, acabei esquecendo que Brasil e Itália decidiram duas Copas do Mundo. Coloquei apenas a de 70. Falha imperdoável. Ia ser uma barriga e tanto. Mas depois de eu ter a orelha devidamente puxada, consertaram a minha burrada.
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domingo, julho 20, 2003
Sem muita pompa e circunstância foi lançada há alguns meses a revista Beatz, que está buscando um público interessante e que quase sempre foi deixado de lado: o que consome a dance muisc e todas as suas vertentes, seja indo a clubes ou comprando CDs dos DJs bam-bam-bams do momento. A publicação foi lançada sem grande pompa e circunstância em abril, mas já está na terceira edição. A segunda, que eu folheei numa banca da região da Paulista, trazia como reportagem de capa uma comemoração dos 15 anos da explosão da Acid House, que entre outras coisas, tirou esse tipo de música das casas noturnas e a introdiziu no cotiando das pessoas. Muita coisa legal surgiu nessa época como Bomb The Bass e suas colagens sonoras, mas inevitavelmente muito lixo veio na rabeira, especialmente aqulio que conhecemos como poperô. Mas tudo isso é assunto para a Beatz desenvolver com maior propriedade. Voltando à revista, uma coisa que me chamou a atenção foi ver no expediente o nome da Editora Pool. Para quem não sabe, foi a primeira que bancou o lançamento da Zero. Trocou o rock pela dance music. Será que foi uma boa troca? Só o tempo dirá.
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segunda-feira, julho 14, 2003
A partir do próximo dia 15 o acesso ao site Usina do Som passa a ser pago. Para quem não sabe, é um site de streaming media no qual o usuário pode montar "estações de rádio" de acordo com seu gosto musical. Até aí tudo bem, a cobrança de uma tarifa acabou sendo um caminho natural para muitos serviços e portais da internet que não conseguiram se sustentar com publicidade. Pode-se até concordar ou não, mas é uma realidade que está aí. Risível mesmo foi o argumento utlizado para justificar a medida. Segundo o site de notícias MM Online, "pesquisas apontam que 25% dos usuários da Usina do Som estão dispostos a pagar pelo pacote de serviços oferecidos pelo site". E cabe a pergunta: a opinião dos outros 75% não conta? Eu pelo menos não fui ouvido.
Tomara que pelo menos o site melhore. O mesmo MM Online diz que a Usina do Som tem um acervo com mais de 150 mil músicas. Porém, deixa a desejar um pouco no que diz respeito a qualidade. Cito um exemplo particular. Na minha estação, eu inclui músicas do Suede, que tem apenas dois álbuns que estão disponíveis aos usuários, o primeiro, que tem o mesmo nome da banda, de 1992, e o Head Music, lançado em 1999. Para a Usina do Som, outros lançamentos como Dog Man Star, de 1995, não exitem. Se a entrada de dinheiro dos futuros assinantes servir para que haja um salto de qualidade, então está valendo. Caso contrário, será um tiro n'agua.
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sábado, julho 12, 2003
Outro dia eu estava conversando com um camarada na Internet e ele me perguntou o que eu achava do jornalismo gozno praticado por algumas pessoas do sul. De bate pronti respondi que o primeiro jornalista gonzo do país foi Goulart de Andrade. Sim, aquele mesmo do Comando da Madrugada, programa de reportagens vice-líder de audiência no horário dos sábados à noite, na Bandeirantes.
Goulart não se satizfaz apenas em ser o elo de ligação entre o fato e seu público. Por diversas vezes, ele partipa ativamente como um agenteprovocador. Prova disso é uma matéria de quase 20 anos sobre os travestis que faziam ponto no bairro da Vila Buarque, em São Paulo. Após mostrar como vários deles tomavam injeções de silicone, ele decidiu colocar vestido, peruca e sato alto e foi para a rua junto com eles, se transformando em "colega de trabalho" por algumas horas. Será que nossos aprendizes de gonzo-jornalistas teriam a mesma coragem de vestir essa "pele do lobo"?
Esse lance com os travestis é apenas um exemplo. Goulart muitas vezes foi protagonista de suas próprias reportagens. Recuando um pouco mais no tempo, ele estava preparando um Globo Repórter sobre doenças do coração. Durante uma sessão de entrevistas com o Dr. Eurycles Zerbini, uma das autoridades brasileiras em assuntos cardio-vasculares na época, o médico pediu para examinar o jornalista. Não lembro do diagnóstico, mas a recomendação era a da que Goulart fosse operado o mais brevemente possível. Ele topou, mas com uma condição. Que se deixasse filmar todo o processo.
Condições aceitas, lá foi nosso herói para mesa de cirurgia. Durante o processo, acontece um imprevisto: uma parada cardíaca. E a câmera não parou de filmar. Goulart sobreviveu e todas essas imagens fizeram parte do programa.
Talvez por conta da idade, Goulart de Andrade não é mais tão aventureiro como antes, mas deixou um legado importantíssimo para o jornalismo gozno. Tomara que aqueles que prestam cultam a esse estilo aqui no Brasil reconheçam a sua importância.
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sexta-feira, julho 11, 2003
Na edição especial Matrix, à página 39, faltou o crédito para a Folha de S. Paulo no box "As Referências Pop de Matrix".
O pequeno e lacônico texto reproduzido acima faz parte da edição número 8 da revista Zero e está publicado na página 62, ao final da seção de cartas e abaixo de outras erratas. Para quem não lembra do caso, o especial sobre o filme Matrix Reloaded trouxe um box sem qualquer tipo de crédito que na verdade foi publicado na Folha, em 1999. Seu autor, o jornalista Alex Maron descobriu que o texto fora chupado sem o devido crédito e denunciou o fato no seu blog (veja também textos aqui do Onzenet nos dias 3 e 11 de julho). Foi prometida uma retratação, a mesma que está reproduzida na abertura deste post. Resta saber se se a atitude da redação da Zero encerra de vez o caso.
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quarta-feira, julho 09, 2003
Está rolando um interessante debate sobre o futuro do jornalismo musical no site Comunique-se. Cortesia da colunista Ana Maria Bahiana. Nessa semana, ela diz que música sofreu um "racha". Resumindo, a jornalisita mostra que o consumo de música e o consumo de informações sobre música são coisas diferentes. E a vinda de uma nova geração que não está acostumada a comprar discos, mas sim baixar músicas da internet através de arquivos MP3, estará radicalizando esse processo. Para Bahiana, o perfil de futuras publicações on-paper sobre música deveria ser direcionado aos "coroas".
O texto joga bastante luz nesse debate. Eu não enxergo uma radicalização tão grande desse novo público que está consumindo música de graça. Ele vai se interessar por saber mais informações daquilo que ele baixou, não importa o meio. Se existir algum veículo que consiga suprir essa necessidade, o internauta corre atrás, seja na rede ou em papel mesmo, ainda que pagando. É bom lembrar que o preço de capa de uma revista é muito mais barato que o de um CD.
O nosso jornalismo musical se caracteriza por tentar antecipar tendências e lançamentos. Durante a época pré-Napster isso até funcionou. Além do mais, essa tarefa era facilitada fazendo um "cozidão" de informações de revistas importadas do eixo EUA-Inglaterra (muitos jornalistas, alías, ganharam fama e $$$ e fazendo isso por aqui). Talvez fosse mais interessante nessa fase de transição investir mais no esforço de reportagem, e não o de recortagem. Por exemplo: por que não se colocou um repórter para acompanhar as gravações dos CDs mais recentes do Skank e do Los Hermanos (isso só para ficar em dois lançamentos que estão dando o que falar) e procurar colher histórias interessantes de bastidores.
A proposta de uma revista segmentada a um público, digamos, mais idoso é válida. Eu acho até que já existe uma experiência nesse sentido que é a revista da Kiss FM, emissora especialista em classic rock daqui de São Paulo. Vamos aguardar para ver seus resultados. Pelos menos, ela chegou a sua segunda edição.
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sábado, julho 05, 2003
Fausto Silva estreou como apresentador de televisão em 1984. Até então, ele vinha tocando uma carreira bem sucedida como repórter esportivo de rádio e apresentador de um programa na antiga Rádio Excelsior (hoje CBN) chamado Balancê, que misturava o noticiário futebolístico com variedades, idéia de Osmar Santos. A atração se tornou tão popular, que acabou ganhando uma versão de auditório, com a participação de platéia e a introdução de números musicais ao vivo. O jornalista Goulart de Andrade (um dos gênios da tv ainda em atividade) foi realizar uma reportagem sobre o programa comandado por Faustão (já naquela época ele era conhecido assim) e teve um estalo: O Balancê era, na verdade, um programa de televisão feito no rádio. Nascia assim o Perdidos na Noite, que começou como um quadro no 25/a Hora, programa de Goulart na TV Gazeta. Não demorou muito e o Perdidos foi ganhando vida própria e se transferindo para a TV Record.
O Perdidos na Noite inovou em termos de linguagem. Era a antítese de tudo o que se fazia na televisão, mas se acorando numa fórmula simples: um apresentador desbocado (Fausto Silva), uma dupla de humoristas-imitadores (Tatá e Escova), um sonoplasta esperto que colocava sempre a trilha sonora no momento certo (Johnny Black) e uma produtora que acabou virando atração do programa (Lucimara Parisi). Não dá para esquecer a participação do publico, que levava faixas e cartazes e acabava por interferir no programa. Tudo isso dava um ar de informalidade, descontração e uma certa anarquia, até O Perdidos ia na contra-mão do tão bem falado Padrão Globo de Qualidade, imposto na admintração Boni, no qual tudo tinha de ser certinho e bem feitinho.
Tudo ia bem, até que de repente, vem a surpresa. Em 1988, Faustão assina contrato com a Globo para comandar uma atração dominical. Isso deixou muita gente surpresa, pois a existência do Perdidos era uma crítica formal ao modo como eram conduzidas as atrações da emissora que na época estava sediada no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Para alguns, era uma espécie de traição. Não dava para imaginar que uma pessoa se deixasse cooptar pelo mesmo sistema que era vítima de suas ácidas críticas.
Pode parecer um exagero, mas depois que estreou na Globo, Faustão nunca mais foi o mesmo. Em seu lugar apareceu um apresentador que demonstra estar insatisfeito com as atrações que apresenta. Se na época de Perdidos, ele tinha presença de espírito suficiente para tirar de letra qualquer situação embaraçosa, Silva hoje prefere brigar com a produção no ar.
O publico sentiu uma certa saturação no discurso de Fausto Silva e, em 1997, decidiu prestigiar outro programa de auditório dominical, o Domingo Legal, apresentado por Gugu. Foram quase cinco anos de derrotas sucessivas no Ibope até que a situação mudou no ano passado. Alavancando pelo futebol, o Domingão do Faustão voltou a ser líder de audiência. Porém, isso não serviu para afastar os problemas. O inicidente envolvendo o cantor Lulu Santos é prova disso. Ele não é o primeiro e nem será o último artista a reclamar do tratamento recebido ao participar do programa. Lulu fez o que achava certo, escreveu uma carta aberta e expôs em publico a situação constrangedora da qual foi vítima. Fausto respondeu em seu programa do último domingo. Porém, não o fez de forma elegante. Preferiu reclamar do modo como Lulu levou a situação e disse que o assunto não deveria ter sido tratado em público. Uma argumentação estranha para quem no início de carreira fazia questão de mostrar os bastidores de seu programa em público.
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sexta-feira, julho 04, 2003
Algumas pessoas me perguntam sobre projetos interessantes de rádio comunitária. Soube de um nos últimos dias. É a Rádio Biboca, uma rádio online voltada para a população do bairro do Jardim Rosama, em São Paulo, e adjacências. "O principal objetivo da Rádio Biboca é atender, ouvir e dar voz à comunidade, estimular a promoção dos Direitos Humanos de Homens e Mulheres, bem como a eliminação das igualdades entre os gêneros, classes e raças, sempre respeitando as diferenças", diz o primeiro parágrafo de sua carta de princípios. Alguns aúdios de programas da Biboca estão à disposição dos internautas, fato que lhe confere um caráter mais universal.
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quarta-feira, julho 02, 2003
Nada como uma boa notícia ao voltar a escrever aqui, depois de um breve recesso. A edição dessa semana do Observatório da Imprensa traz uma entrevista exclusiva que eu fiz com o jornalista Ricardo Alexandre. O tema principal do papo foi a aventura da revista Frente, que circulou em apenas três oportunidades durante o ano de 2002. Os leitores mais atentos do Onzenet devem lembrar que a revista foi tema de vários dos meus posts. Alexandre avisa de forma oficial que a publicação parou mesmo de ser publicada. Os motivos podem ser conhecidos na íntegra da conversa, que pode ser lida clicando aqui.
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quarta-feira, junho 25, 2003
Rápidas e rasteiras:
-O blog do coleguinha Gim Tones está de endereço novo.
-O chapa Gilberto Custódio Jr. agora tem uma coluna, intitulada Indie até a medula, no site da revista Zero
-Reconheço que o intervalo entre um post e outro aqui no blog está maior do que deveria, mas creio que a partir da próxima semana as coisas por aqui devem estar regularizadas.
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sábado, junho 21, 2003
Tenho uma boa notícia aos leitores do Onzenet que não curtem futebol. Assumi uma coluna para palpitar bastante sonte o emplogante esporte bretão no site Papo de Bola, do meu chapa Eduardo de Oliveira Cesar. O texto de estréia já está no ar (que carece de alguns ajustes ainda) e pode ser lido aqui.
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quinta-feira, junho 19, 2003
Essa história levantada pelo Daniel Castro de que a Globo quer distribuir às rádios comunitárias os áudios de alguns dos seus programas merece entrar para o Febeapá da comunicação brasileira por dois motivos. Primeiro que programa de tv não funciona em rádio e uma prova disso é a experiência do Programa do Jô na CBN. Segundo, porque essa iniciativa vai totalmente contra a principal finalidade desse tipo de emissora que é falar para a comundade onde está fixada (cadê o MiniCom e a Anatel?). Em vez de mexer com as comunitárias, a Globo poderia muito bem usar uma de suas muitas emissoras de rádio para servir de linha auxiliar de sua rede de televisão.
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Não sou muito fã dessa coluna de rádio que a Folha On Line publica aos sábados, mas ela trouxe uma importante informação na semana passada. Quase todas as emissoras paulistanas tiveram perda de ouvintes no último trimestre, segundo dados do Ibope. Pode ser um sinal de que o público está se cansado daquilo que ouve no rádio, seja no que diz respeito a qualidade musical ou mesmo ao formato estético de programação, mas é bom esperar o resultado da próxima pesquisa para verificar se essa tendência se confirma.
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Pitacos (ainda que tardios) sobre a questão do jabá.
É perda de tempo criar uma lei para criminalizar essa prática. A comparação que eu vou fazer é grosseira, mas se a Lei Seca não foi levada a sério nos EUA, imaginem o que aconteceria caso uma lei anti-Jabá passasse a vigorar amanhã neste paraíso tupiniquim, mais conhecido como a terra do jeitinho? Uma saída poderia ser a criação de mecanismos que deixassem mais claro quando e onde a gravadora pagou para que determinado artista tocasse numa rádio.
Há alguns anos (em 1997, acho), saiu um artigo na Time (reproduzido aqui em português pela Folha de S. Paulo) dando conta que nos EUA algumas gravadoras estavam comprando espaços musicais em emissoras norte-americanas, mas de uma forma transparente, pois logo depois que uma determinada música era tocada ia ao ar uma vinheta informando a qual CD ela pertencia. Ou seja, era quase um comercial. Não sei dizer se essa prática vingou lá, mas por que não tentar copia-la aqui no Brasil? O ouvinte daqui deve ter o direito de saber aquilo que lhe estão empurrando goela ( ou ouvido) abaixo. Se ele gostar, que consuma, como acontece com qualquer outro bem de consumo.
No ano passado eu tive a oportunidade de entrevistar o radialista Roberto Maia, ex-diretor da Rádio Brasil 2000 FM. Seu pensamento sobre esse assunto vai na linha da transparência: "Se tudo fosse às claras, não existiria corrupção. "
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segunda-feira, junho 16, 2003
Para esse início de semana quero reproduzir trechos de dois textos bacanas que li na Internet e que servem para uma reflexão acerca do estágio atual que vive o jornalismo.
Um deles, é o editorial de Marcelo Costa, do site ScreamYell.
(...)
Seja picuinhas entre grandes tubarões e o governo federal, seja uma crise que têm no alto custo do papel seu maior vilão, dois dos maiores jornais brasileiros (e da América Latina) anunciaram violentos cortes (Folha e Estadão) e o cenário começa a brilhar nessa telinha que você está olhando agora: a internet.
Mais: muitos profissionais da área de cultura, tanto em palestras quanto em conversas de bar, assumem: se você quer informação, procure um e-zine. Eu estou falando sério!!! Editores de cadernos de cultura da imprensa escrita já assumem que o espaço que eles têm para falar sobre determinado assunto não consegue abrigar toda gama de informações e que em um e-zine o leitor terá muito mais espaço, variedade e (por que não?) honestidade.
Espaço porque quem vem em um site como o S&Y ler uma matéria, já vem sabendo que encontrará um texto de quatro a dez páginas de Word diferenciado da mídia tradicional. E, pior, se tiver que cortar página, pode se preparar que é o caderno de cultura que vai perder pautas em um jornal.
Variedade porque a quantidade de bons sites de cultura é tão grande que lendo o melhor de cada um, o leitor estará melhor informado sobre música, cinema e literatura do que se assinasse qualquer revista nacional por um ano.
E honestidade porque um e-zine está a serviço do sonho de seus realizadores, tanto editores quando colaboradores. Um e-zine não precisa ficar fazendo média com políticos, não precisa se preocupar no quanto a crítica feita vai influenciar no relacionamento com a indústria (indústria? tá) muito menos posar de sabe-tudo. A história aqui é escrever sobre coisas que gostamos para pessoas que gostam dessas coisas, lerem. Simples assim.
Muita gente teima em afirmar que a descentralização da informação via web é a lápide do jornalismo impresso. Discordo, em termos. E tudo que penso sobre o assunto não cabe em um pequeno editorial mensal, mas basta dizer que a mídia impressa precisa adaptar-se aos novos tempos, buscar novas formas de atrair o leitor, o que inclui boas pautas e bons textos (o que vai contra essa 'limpeza' nas redações, afinal, como um jornalista vai se ater a fazer bons textos trabalhando por quatro, cinco outros). Estão deixando a qualidade de lado e essa sim será a lápide no juízo final. (sic).
Costa, de certa forma, aprofunda alguns tópicos que eu abordei naquele artigo sobre e-zines para o Observatório da Imprensa.
O outro texto é do blog de Alex Maron.
Eu não sou conservador a respeito de comunicação, não. Muitas gente se surpreende quando vê que, embora eu seja jornalista, eu sou a última pessoa a sacanear alguém por conta de algum erro de ortografia. Sim, porque quem é jornalista sabe que erra e muito, todos os dias. Para errar, basta escrever. E no fim das contas, o que importa é a comunicação. Mas não vamos exagerar...
Claro que há erros e erros. Você vê uma palavra e saca logo se o erro é de ortografia ou de digitação. Basta ver uma palavra escrita de um jeito estranho e olhar para o teclado para entender como aquele erro aconteceu.
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domingo, junho 15, 2003
Bomba: emissora de rádio boicota música dos contratados da Warner Music? Motivo? Falta de acordo sobre o valor do jabá. Leia mais a respeito no Ultravox.
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sexta-feira, junho 13, 2003
Nosso amigo Lúcio Ribeiro, em viagem de férias, deve ter se esquecido do assunto "Zero" (ver post do dia 05/06).
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quarta-feira, junho 11, 2003
Comprei a Zero dedicada ao filme Matrix Reloaded, a mesma que gerou todo um bafafá por causa de um texto chupinhado da Folha de S. Paulo escrito pelo Alex Maron, em 1999.
Creio que foi uma decisão ousada derrubar as seções normais da revista para torná-la uma edição monotemática. Ao mesmo tempo, trata-se de uma estratégia arriscada. Isso porque existem dois tipos de leitores: os inteligentes e os nem tanto. Alías, essa é uma característica da vida em geral. Existem pessoas para as quais nem é necessário explicar muita coisa. Meia palavra basta para os bons entendedores. Por outro lado, com outros tipos de pessoas, existe um trabalho maior quando vai se explicar certas coisas (é por isso que se deve ir com calma, principalmente quando algúem aparece com uma idéia nova "genial" e se justifica dizendo que não se pode subestimar a inteligência do leitor). Os leitores inteligentes certamente irão sacar que esta foi uma edição especial num momento excepcional. Já a tribo dos leitores nem tanto inteligentes talvez possa pensar que a Zero mudou de perfil, deixando a música de lado. Quem se decepionar com essa edição só com o filme talvez fique na dúvida se compra a próxima. Apesar de ser o hype do momento, não são todos que gostam da saga Matrix.
A questão do texto chupado (o box da página 39) infelizmente chamou muito mais a atenção do que o restante do conteúdo deste número da Zero. Os textos da Ana Maria Bahiana, uma de nossas melhores profissionais do jornalismo cultural, ficaram em segundo plano. Numa primeira olhada, não associei a hipotética autoria do box à frila que fez o texto principal (ele começa na página anterior), mas isso é uma questão interpretativa de cada leitor. Em alguns veículos a norma é a de que textos não-assinados são de autoria de alguém da redação. Mas esse é o problema: sei disso e consigo fazer essa diferenciação porque eu conheço mais ou menos as técnicas, manjo um pouco desse meio. O restante dos leitores não tem qualquer obrigação de conhecer os meandros da produção de uma revista ou jornal.
Eu torço para que a retratação prometida pelos manda-chuvas da revista possa colocar todas as coisas nos seus devidos lugares. Espero também que esse incidente não seja um empecilho na carreira da jornalista, que foi uma vítima nesse imbróglio todo.
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