quinta-feira, abril 04, 2002

Conforme prometi, vou explicar minha relação com a Rádio Onze.
Aconteceu em 1995. Eu estava ouvindo rádio numa noite qualquer e acabei sintonizando distraidamente uma rádio pirata. Parei para ouvir e notei que tavam rolando algumas múiscas do Cabeça Dinossauro e entre uma faixa e outra algumas pessoas debatiam alguma coisa da qual eu não lembro mais hoje. Mas não esqueci que a rádio se identificou como rádio livre e pertencia ao CA XI de agosto da Faculdade de Direito da USP. O que mais me chamou a atenção foi que eles estavam aceitando projetos de programas. Um telefone para contato foi dado no ar, o qual anotei de bate-pronto. Liguei, deixei um recado e tive uma resposta em poucos dias. Era um tal de Rodrigo Lobo, estudante da sanfran. Converamos um pouco sobre o projeto da rádio. Perguntei se ela era restrita aos estudantes da faculdade. A resposta foi animadora: a rádio era aberta a toda a comunidade. Eu disse que estava interessado em fazer um programa e tal. Marquei com o Rodrigo de vistar a Onze num sábado a tarde. Liguei para um amigo, o Milton, fiz um convite para que ele participasse dessa empreitada comigo e marcamos de ir lá. Fomos com uns discos e CDs embaixo do braço e um projeto escrito de um programa. Pediram que eu esperasse pelo Chico Lobo, que cuidava da parte técnica e artistica da rádio. Ele não demorou a chegar e falamos com ele. Depois das apresentações e de ler o texto do projeto do programa, o Chico proferiu as palavras mágicas: "Vocês não querem entrar no ar? " Nascia assim o Rock Alternativo, um programa que era diário e ia ao ar do meio-dia as três. Eu tocava tudo o que eu e o Milton tinhamos em nossos acervos particulares. Rolava muito Fellini, Mighty Lemon Drops (aquele disco, o World Without End), miutas coisas do Sonic Youth (tocamos Tunic - Song for Karen, faixa que eu nunca ouvi aqui nas nossas errr..rádios de rock), entre outras coisas. Com o tempo, fui me inegrando mais ao dia-a-dia da rádio, fiz muitas amizades lá e comecei a participar de outros programas. Essa brincadeira durou uns dois anos mais ou menos. Deixei a Onze, porque fui cuidar um pouco mais da minha vida. Pouco tempo depois, ela saia do ar devido a problemas com os diretores do lugar onde estavamos (a Casa do Estudante, o centro residencial dos estudantes de direito). Mas a experiência valeu. Nunca me diverti tanto como nessa época. Hoje em dia, eu cuido de manter a página da Rádio Onze na Internet. É uma tentativa de manter viva a memória daquela época. Eu tenho aqui várias fitas gravadas com programas meus e programas dos quais eu participei. Outro dia eu tava fazendo um levantamento e tem coisas legais que espero um dia poder colocar na rede mundial de computadores. Muita gente boa foi lá nos visitar: Kid Vinil, Maurício Pereira, etc.
A Onze ainda está fora do ar. Eu li num site oficial do XI de agosto que se planeja voltar com a rádio, mas não soube de mais nada. Quem sabe um dia ela volta ao ar...

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