segunda-feira, abril 14, 2003

Acho que já está na hora de voltar ao tema Clube da Luta.
Não sou o tipo de pessoa que é fanático por cinema. Há muito tempo, não entro numa sala e não sou do tipo que para tudo apenas para assistir a um filme exibido na tv. Mas alguma coisa me atraia para ver Clube da Luta, talvez porque tivesse uma música do Pixies na trilha sonora: "Where is My Mind?". Enfim, a chance de vê-lo chegou no último sábado, na Globo.
Mantenho a minha impressão inicial: é o filme mais pirado e doente que eu já vi na vida. E essas são as duas qualidades que seguram o Clube da Luta. O espectador tem de embarcar naquela doideira toda e torcer para conseguir voltar são ao seu final. A subversão da estrutura narrativa é outro ponto a favor. O personagem Jack, do Edward Norton, narra o filme todo na terceira pessoa, mas num dado momento ele se vira para a câmera e conversa com o espectador para explicar duas situações das mais absurdas. Outro ponto que conta a favor é a reviravolta final. A coisa não se resume apenas a um clube de luta criado por Jack e Tyler (Brad Pitt). É muito maior que se imagina.
Eu costumo preferir obras que deixam margem a vários tipos de intrepretações, que não tentam passar enfiar apenas uma mensagem goela abaixo de quem está vendo/ouvindo/lendo. Qualquer análise a ser feita sobre Clube da Luta não está de todo errada. Ele pode ser tanto uma ácida crítica à sociedade de consumo, como pode ter um quê de homoerotismo. ou ainda ser um tratado sobre a esquizofrenia. Cada um que pegue a sua mensagem. Porém, mais que tudo isso, Clube da Luta é um filme que empolga. Confesso que não me sentia assim desde que eu vi Os Intocáveis no cinema, em 1987, e Paris, Texas em vídeo, no ano de 1991.
Espero que numa próxima reprise, a Globo mantenha os créditos até o final para que todos possam desfrutar de "Where is My Mind?". A música do Pixies dá o completo sentido a toda aquela loucura.

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