domingo, setembro 15, 2002

Há alguns dias eu falei do blog do jornalista Sandro Guidalli. Agora, ele lançou outro, chamado Offmidia. A proposta é publicar textos de pessoas que, como ele, consideram o jornalismo brasileiro um dos piores do mundo. Para Guidalli, isso se deve ao fato de que as redações de vários veículos da grande imprensa estão infestados de socialistas. "Quando eu digo que a maioria dos jornalistas brasileiros desconhece a história e ama a ideologia socialista, não estou exagerando.", escreveu recentemente num de seus artigos publicados em seu blog pessoal. Com base nessa afirmaçao (e em outras que estão nos escritos de Guidalli), ficam no ar alguns questionamentos: onde estão os patrões que não perceberam isso? Será que os Marinhos, os Civitas, os Frias e os Mesquitas resolveram mudar de ideologia? Eles não lêem os veículos dos quais são donos?
O que chama a atenção nas críticas de Sandro Guidalli é esse viés anti-socialista. Por causa disso, seus artigos têm repercutido bastante no site Comunique-se, onde mantém uma coluna semanal. O sistema de comentários, que fica logo abaixo dos textos, no qual os leitores podem deixar suas opiniões, é ocupado por mensagens apaixonadas. Em sua maioria, descendo o malho no jornalista.
Quero dizer que não concordo com as idéias de Sandro Guidalli. Não acho que o problema do jornalismo nacional seja apenas ideologico (para mim, é muito mais técnico). Além do mais, não há equilibrio, a balança sempre pende para um lado. Porém, vale o registro de que cada vez mais pessoas como Sandro estão tendo vez e voz como críticos da mídia.

sábado, setembro 14, 2002

As vezes é bom esperar um pouco. Eu ia escrever uma nota criticando o comportamento da grande imprensa na cobertura do caso Nando Reis-Titãs. Como é de conhecimento de todos, o baixista decidiu largar a banda e se dedicar a sua carreira solo. Porém o que se viu nos grandes jornais foi desalentador. Os leitores não tiverem nada além dos comunicados oficiais e do factual da notícia. Faltavam as histórias de bastidores, fatos e dados que pudessem ajudar a entrender o porque se chegou a esse ponto. Quando parecia que mais uma vez se perdera uma boa oportunidade de se fazer um jornalismo de qualidade, a Veja dessa semana traz a grande reportagem necessária para uma ocasião como essa. Está tudo lá.
É em ocasiões como esssa que o grande defeito da nossa imprensa cultural se torna mais evidente. O trabalho de reportagem fica em segundo plano, dando-se prioridade máxima para a crítica de lançamentos.
Sobre o fato em si, creio que os Titãs têm muito a perder com a saída de Nando Reis e não é preciso ser nenhum bidu para adivinhar isso. Pode-se até não gostar da banda, mas não há como negar que ele era o mais talentoso de todos ali. Não é coincidência o fato de sua carreira sozinho ter maior sucesso que a de seus agora ex-colegas. Um novo tipo de aposta está sendo fechado nos últimos dias. Ganha quem adivinhar quanto tempo mais o Titãs irá durar como banda.

sexta-feira, setembro 13, 2002

O Marcelo Valletta decidiu colocar no ar a seção FAQ no seu Cinema Cuspido e Escarrado. Uma boa idéia que pretendo copiar qualquer dia desses.

quinta-feira, setembro 12, 2002

TRABALHO X PRESÍDIO


PRESÍDIO - Você passa a maior parte do tempo numa cela de 5m x 6m.
TRABALHO - Você passa a maior parte do tempo numa sala de 3m x 4m.


PRESÍDIO - Você recebe três refeições por dia.
TRABALHO - Você tem somente uma refeição, no almoço, e ainda tem que pagar por ela.


PRESÍDIO - Você é liberado por bom comportamento.
TRABALHO - Você ganha mais trabalho por bom comportamento.


PRESÍDIO - Um guarda abre e fecha todas as portas para você.
TRABALHO - Você mesmo deve abrir as portas, se não for barrado pela segurança por ter esquecido o crachá.


PRESÍDIO - Você assiste à TV e joga.
TRABALHO - Você é demitido se assistir à TV ou jogar.


PRESÍDIO - Você pode receber visita de parentes e amigos.
TRABALHO - Você não tem tempo nem para lembrar deles.

PRESÍDIO - Todas as despesas são pagas pelos contribuintes.
TRABALHO - Você tem que pagar todas as suas despesas, e ainda paga impostos e taxas deduzidas do seu salário, que servem para cobrir as despesas dos presos.


PRESÍDIO - Algumas vezes aparecem carcereiros sádicos.
TRABALHO - Eles são sempre sádicos e têm nomes específicos: diretor, gerente, chefe, encarregado...


PRESÍDIO - Você tem todo o tempo para ler piadinhas.
TRABALHO - Ah! Se te pegarem agora...


Não sou desses blogueiros que ficam publicando aquelas famosas piadinhas que circulam via e-mail e não tenho nada contra quem o faça, é bom deixar claro.
De uns anos para cá, essa prática do envio de textos já prontos aumentou, ao mesmo passo em que o número de usuários de correio eletrônico cresceu também. Tem para todos os gostos, desde anedotas com loiras, fábulas que sempre trazem uma mensagem edificante no final, manifestações políticas e por aí vai. Os textos humorísticos são os preferidos dessa moçada que se dedica a usar suas preciosas horas de Internet para essa finalidade.
Existem exemplos clássicos de pessoas que nunca escrevem uma linha sequer para perguntar como vão as coisas, se a família ou as crianças estão bem, mas que estão sempre dispostas a compartilhar algo que receberam, leram e gostaram. Vou chutar uma estatística. De cada cinco mensagens recebidas, três são desse tipo.
Não podemos nos esquecer do outro lado da história. Se existe gente disposta a consumir esse tipo de informação que chega pelo e-mail, na outra ponta estão os que a produzem. É aí que reside a minha intriga. Muito do que trafega por aí já existe. Alguns internautas apenas se dedicam a transcrever o que acha interessante (ou usam o esquema copy and paste) e soltam para meio mundo. Não é o caso desse texto que eu coloquei aí em cima. Para este modesto mal-traçador de linhas, tá na cara de que foi criado com essa finalidade de circular pela net. Talvez ele até esteja em algum livro ou revista que eu não conheço, mas o fato é que existem textos inéditos desse tipo circulando por e-mail, isso não há como negar. Fica aí a grande interrogação: será que existem talentos litériarios frustrados que usam a grande rede para divlugar seus trabalhos anonimamente?

Sandro Guidalli acha que o jornalismo feito no Brasil é um dos piores do mundo. Além de manter uma coluna polêmica no site Comunique-se, ele, que é jornalista de formação, agora tem uma outra tribuna na qual procura demonstrar sua tese. É o seu blog. Aos poucos, Guidalli está entrando no rol das pessoas amadas por poucas e odiadas pela maioria. Para entender o motivo, basta conhecer o teor de seus artigos.

quarta-feira, setembro 11, 2002

Recebi a mensagem abaixo no sistema de comentários do blog Onzenet por conta de um post que fiz no último dia 7 de setembro, acerca dos 80 anos da primera transmissão de rádio no Brasil. Faço questão de transcrever aqui na íntegra:

O amigo Rodney Brocanelli diz que se o Padre Landell não tivesse recuado quando lhe disseram que suas experiências com as ondas hertzianas se tratava de espiritismo, seu nome estaria inscrito na história mundial. Padre Landell nunca recuou de nada, foi um heroi, lutou sózinho e trouxe tres patentes dos Estados Unidos - Transmissor de Ondas, Telefone Sem fios, e Telegrafo Sem fios.
Se quiser de fato conhecer a história desse heroi nacional e saber porque exatamente as coisas não lhe correram muito bem, vá até o endereço: http://www.rlandell.hpg.ig.com.br e lá será informado de tudo.

Quem assina a mensagem é Luis Netto. O registro está feito. Realmente a página indicada é um belo tributo a memória do Padre Landell de Moura. Seu autor está de parabéns.

terça-feira, setembro 10, 2002

Pois é, este blog está atraindo a atenção de uma parcela do público que eu não esperava: o homem do campo. Deduzo isso porque cada vez mais pessoas vem parar aqui (via Google) procurando por dicas sobre a plantação do abacate.
O Bravenet não mente jamais.

Quanto ao jabaculê, como foi citado, cada negócio é administrado de um jeito.
(...)
Agora, expressando minha opinião, sem contar a rádio sou a favor plenamente disso, pois a prática não constituí nenhum crime, e as rádios como já disse aqui são empresas e precisam pagar impostos no fim do mês. Quando fui coordenador, fiz muito disso para pagar salários de funcionários, pois os mesmos tem filhos e dependem do lucro da empresa para sobreviver. Se isso é bom ou ruim, aí deixo para que cada um julgue, mas se precisar, faço de novo. Desde que o rádio existe, essa pratica também existe, e nem por isso o rádio deixou de revelar grandes nomes, no passado e nos dias de hoje !


Esse foi o trecho de um e-mail de um cidadão chamado Carlinhos Caju. Ele é radialista e trabalha atualmente na Rádio Nativa FM, uma das que disputam audiência no segmento popular aqui em São Paulo. Posso estar sendo exagerado, mas deve ser a primeira vez que alguém do meio (e em plena atividade) assume publicamente a pratica do jabaculê. Essas declarações de Caju fazem parte de um acalorado debate sobre a qualidade no rádio travada no blog Rádio Base, cujos desdobramentos e antecedentes podem ser acompanhados aqui.

segunda-feira, setembro 09, 2002

A revista eletrônica Rabisco está com sua segunda edição on-line. Para quem não sabe, está publicação é composta por ex-integrantes da Quadradinho.
O grande mérito desta publicação eletrônica é que o foco não fica apenas na parte cutural. O leitor pode encontrar textos sobre comportamento e política. Aliás, é curioso notar que tivemos nos últimos anos uma explosão de publicações on line dedicados apenas a cultura (e nesse balaio entra tudo, desde música até cinema). Isso não significa que aquelas que estejam no ar não sejam bons, muito pelo contrário. Porém, cabe aqui a pergunta: quando é que vamos ter e-zines dedicados à economia ou às questões internacionais, por exemplo?
Ops, voltando ao Rasbisco, outro de seus destaques é uma entrevista com Cadão Volpato, letrista e vocalista do Fellini. Aqui, ele está mais descontraido que em entrevistas anteriores, porém não menos lacônico. A Ana Lira fez um bom trabalho..
Sobre o Cadão, uma informação rápida e rasteira antes de encerrar. Ele não é mais o editor de Cultura da revista Época.

domingo, setembro 08, 2002

Num dos meus raros momentos vendo tv, acabei por assistir ao comercial de uma univeridade paga aqui de São Paulo estrelado pelo Ira! Pode ser encanação minha, mas achei estranho uma banda que tem uma música anti-Exército em seu repertório (Núcleo Base) se prestar a esse tipo de coisa. E não foi apenas a imagem que seus integrantes emprestaram a instituição de ensino. Compuseram um jingle também, no qual se fala muito de atitude (no caso, a atitude é participar do processo seletivo da tal universidade). Talvez se o ensino no Brasil não fosse o que é, eu não torceria o nariz. Mas, sei lá, posso estar sendo idealista e preconceituoso demais. Afinal, os caras precisam pagar suas contas no fim do mês (o Ira! está sem gravadora; foram dispensados da Abril Music).
No fundo, o rock and roll e as univeridades particulares daqui caminham de mãos dadas. Vale lembrar que duas emissoras dedicadas ao estilo musical são de propriedade de grandes conglomerados de ensino. A Rádio Brasil 2000 FM pertence a Faculdade Anhembi-Morumbi e a Rádio Mix FM é de propriedade do Grupo Objetivo, que é dona da Unip (Universidade Paulista. Tem gente que confunde o papel dessas emssioras com as college radios norte-americanas, mas não há nada a ver uma coisa com a outra. Isso merece um post à parte, o que deverá acontecer em breve.

Pronto, já arrumei um parceiro para quando meu vício no blog tomar proporções assustadoras (vou entrar de sócio na proposta de se criar o BA, Blogueiros Anônimos). É o Alexandre Inagaki, conhecido de muitos pelo seu trabalho no SpamZine.
Lendo o blog de Alexandre, descobri uma certa fixação de sua parte pelas paquitas, as ex-assistentes de palco da Xuxa. Há também uma inspiradora citação a Pablo Neruda bem no começo. Já a copiei e colei aqui em algum lugar do meu Word.
Sem mais delongas, visitem Pensar Enlouquece. Pense Nisso.

sábado, setembro 07, 2002

7 de setembro não marca apenas a data em que se comemora a independência do Brasil. Há 80 anos acontecia a primeira transmissão radiofônica no Brasil. O então presidente Epitácio Pessoa teve a primazia de ser o primeiro a falar nesse veículo. Porém, o rádio já existia por aqui muito antes. Se o padre Landell de Moura não tivesse recuado quando lhe disseram que suas experiências com as ondas hertzianas se tratava de espiritísmo, seu nome estaria inscrito na história mundial. Marconi não teve esse tipo de problema, não deu ouvidos aos supersticiosos de plantão e hoje se transformou num mito.
Mas não é sobre isso que eu quero falar. Nesses 80 anos, creio que há pouco a se comemorar. O rádio hoje é o primo pobre dos meios de comunicação. Isso acontece basicamente por dois motivos: a falta de investimento do mercado publicitário (que dá preferência total a tv) e a falta de ousadia artística encontradas em muitas emissoras espalhadas por aí.
Mas nem tudo está perdido. Digo isso, porque tenho percebido que nunca se discutiu tanto sobre o rádio como agora, seja em jorinais (já falei sobre isso aqui) ou na Internet. Aliás, proliferam os sites dedicados a reflexão e discussão. Dois deles chamam mais a atenção: o blog Rádio Base , uma verdadeira tribuna livre na qual profissionais do meio e ouvintes debatem os problemas e até apontam caminhos. O outro site é o Planeta Rádio, este mais informativo, mas sem oba-oba. Não deixa de existir uma certa irônia nisso tudo. O melhor presente que o rádio poderia ganhar neste aniversário parte de pessoas fora do meio, mas que se preocupam com seus destinos. Enquanto existir essa consciência crítica, há esperança.
Modestamente eu tenho dado a minha pequena contribuição. Volta e meia eu escrevo alguma coisa para o Rádio Base, é só procurar. Além disso, tenho escrito muito sobre o rádio para alguns e-zines. Vou destacar pelo menos dois trabalhos nesse sentido. Um deles é a entrevista que eu fiz para o Ruídos com o radialista Roberto Maia e ex-diretor da Rádio Brasil 2000 FM. O outro foi uma série de análises que eu fiz para o zine Esquizofrenia sobre o AM, o FM e as rádios piratas.

sexta-feira, setembro 06, 2002

Uau, a lista de blogs amigos aumenta a cada dia. Quem chega desta vez é o da Mani Maria. Seja bem vinda.
Aliás, eu concordo com ela quando diz que blog acaba virando um vício. A primeira coisa que tenho feito depois de ligar o computador e carregar tudo aqui é ir na página dos comentários para ver se tem algo de novo. Na sequencia, visito o Bravenet para saber como andam as visitas no blog. É ou não é coisa de viciado???

Tem blog novo na lista dos links ao lado. É o da Dani Bee, dona das pernas infantis mais interessantes da Internet. Comprovem vendo a foto...rs Ela foi mais uma das que tinha bode de blog, mas aos poucos foi deixando o preconeito de lado e aderiu a onda. Tá ainda no início, mas logo, logo ela pega o jeito da coisa.

quinta-feira, setembro 05, 2002

Baixa na revista Play. O jornalista Alexandre Matias, que ocupava o posto de editor, deixou a função na última semana. Até onde estou informado, parece que Matias se desentendeu com André Forastieri, dono da Editora Conrad (e seu patrão). Na lista de discussão pertencente a revista não há nenhum comunicado oficial e nenhum de seus assinantes fez menção ao fato. Procurei essa informação nos blogs de pessoas que colaboram com a publicação e nada. De qualquer forma, fica aí o registro esperando que no futuro as razões para tal atitude seja esclarecidas. Também aguarda-se o nome da pessoa que írá substituir Matias no posto de editor.
A proposta da Play é uma das mais originais do mercado editorial brasileiro. Falar de tecnologia (e nesse balaio entra tudo: games, internet, etc), mas com um viés pop, procurando uma linguagem acessível aos seus leitores. No começo, se torceu o nariz, pois a expectativa era a de que o enfoque fosse mais direcionado a música. Afinal, a ShowBizz tinha acabado de ser extinta e houve aquela frisson em torno de algum outro título que pudesse substituí-la. Passado o susto inicial, a revista foi encontrando seu espaço e vinha conseguindo uma marca expressiva de 30 mil exemplares vendidos/mês. Dentro da "pacote", foi colocado no ar. o portal Entretenimento Eletrônico, que seguia a mesma linha, com noticias e entrevistas exclusivas, mas cometendo um erro básico: não tazer o mesmo conteúdo da Play que ia as bancas (eu já falei sobre isso aqui no blog). Tirando isso, do ponto de vista jornalístico, o resultado era interessante. A equipe que Alexandre Matias reuniu para fazer Play-EE é boa, com nomes promissores. É claro que alguns eram inexperientes, mas é o tipo de problema facilmente sanável com o tempo. A sua saída deixa no ar a inquietação de como as coisas seguirão num futuro imediato. Tomara que tudo o que foi construído de bom permaneça.

quarta-feira, setembro 04, 2002

O rádio no Brasil está prestes a completar oficialmente 80 anos de vida no próximo dia 7 de setembro. Porém, a nota que eu vou reproduzir abaixo, extraida do blog Rádio Base, faz pensar que temos pouco a comemorar.

A Capital AM de Brasília introduziu o radiotape em suas transmissões esportivas, explico. A emissora pertence a um grupo evangélico e a equipe esportiva da radio tem horário disponível apenas no período vespertino ou noturno. Acontece que houve um jogo da terceira divisão, entre o
CFZ e um time do Tocantins, marcado para as 11h00. Como não conseguiram o horário matutino para transmitir o jogo ao vivo, eles gravaram, e o retransmitiram às 15h00. Com um detalhe, teve uma emissora do Tocantins que entrou em cadeia com a Capital para a transmissão do jogo. Os ouvintes do Tocantins ouviram a partida ao vivo, enquanto os de Brasília apenas quatro horas depois. Pode uma coisa dessas?





A coisa anda feia lá pelos lados da Fundação Cásper Líbero, que mantém a Rádio e TV Gazeta aqui em São Paulo. Primeiramente, foi a tentativa malograda de se voltar com uma programação própria na emissora de AM, que até hoje vem sendo ocupada pela igreja Deus é Amor. No primeiro semestre, os religiosos foram despejados para dar lugar aos universitários da faculdade de comunicação social, que iriam produzir jornalísticos diários e cuidar também da parte musical. No entanto, entrou areia nesse projeto. Os advogados da igreja foram reinvindicar seus direitos na justiça alegando quebra de contrato antes da hora e voltaram a ocupar o dial da emissora em pouco tempo. A briga continua nos tribunais.
(Um parentese aqui: a Deus é Amor compra horários em várias emissoras de rádio da Grande São Paulo - isso quando não compra emissoras inteiras. Mais uma ou menos uma, não iria fazer diferença.)
Agora, para completar o quadro, a TV Gazeta anunciou em massa a dispensa de vários funcionários e extinguiu vários programas, entre eles o de Sérgio Mallandro, que, goste-se ou não, era a maior audiência da casa. Quando se tira do ar o líder de audiência, é porque as coisas não vão bem mesmo. Apesar de ter uma programação razoável, o mercado publicitário nunca deu o retorno esperado. O resultado? A Gazeta vai abrir sua programação para os "informerciais".
Um excelente análise sobre o quadro da emissora pode ser conferido no site do jornalista e radialista Thiago Gardinali.
E, no mais, as más notícias no mercado da mídia não param por aqui. A Editora Globo demitiu mais gente, depois dos "ajustes" de pessoal realizados em 2001. É sempre assim, o final do ano tradicionalmente reserva supresas desagradáveis para os profissionais do setor.

terça-feira, setembro 03, 2002

A quinta edição do e-zine Ruídos já está à disposição de seus leitores. Entrevistas com Pato Fu e Gabreil Thomaz são os principais atrativos dessa vez. Tem uma entrevista minha com Cadão Volpato, do Fellini. Aliás, aproveito a chance para fazer uma correção. As Mercenárias, banda independente que atuou nos anos 80, NÃO estão voltando conforme eu afirmei num dos questionamentos ao Cadão. Acabei interpretando mal uma informação que li e por causa disso formulei a pergunta com esse erro. Isso é o que dá ler apressadamente as coisas e foi o que o imbecil aqui fez. Fica aí o registro.
Ainda sobre As Mercenárias, a Sandra Coutinho, uma de suas ex-integrantes, mora hoje na Alemanha e tem uma banda lá, cujo nome é Xotas Selvagens (não sei se a grafia é bem essa).
Bem, quem se interessar pode ler a entrevista com o Cadão aqui.

Coitado do Murtosa. Ele é o menos culpado por essa atual crise do Palmeiras. A grande verdade é que esse é o pior elenco aliverde dos últimos anos. Creio que nem as entradas de Zinho e Dodô irão salvar o time nesse Brasileirão-2002.
Sabem qual é o problema do Palmeiras? A falta de investimento nas categorias de base nos últimos quatorze anos. A grana que entrava da Parmalat, na época das vacas gordas, era toda destinada ao elenco profissional. Com esse dinheiro era possível formar super-esquadras. Enquanto isso, as equipes juniores e juvenis ficaram praticamente esquecidas. O grande segredo do sucesso de clubes como Corinthians, São Paulo, Vasco, Flamengo e Grêmio está na estrutura das equipes chamadas "de baixo", revelando sempre bons atletas. Por isso é que as equipes citadas aqui sempre supreendem apresentando bons jogadores (e alguns até craques). Cafu, por exemplo, é cria do excelente trabalho do São Paulo com os jovens. O Corinthians se deu bem recentemente com a dupla de atacantes Ewerthon (hoje no futebol alemão) e Gil. Exemplos como esses são facilmente encontrados em nove entre dez tradicionais clubes do país. Me digam quais foram os jogadores de sucesso formados no Palmeiras nos últimos tempos? Se não estou enganado foram três: o goleiro Marcos e os volantes Amaral e Galeano (hoje fazendo sucesso no Botafogo).
O Palmeiras paga hoje pela falta de visão de seus dirigentes. Existe aí uma tentativa de se buscar o terreno perdido com uma equipe B que disputa as divisões de acesso do campeonato paulista. Existe até uma filial do clube na Bahia. Porém, até agora não há resultados práticos dessas iniciativas. Nenhum jogador que se destacou nesses times-clones virou titular na matriz. Pelo jeito, os torcedores podem se preparar para amargar mais uma longa fila sem títulos.

segunda-feira, setembro 02, 2002

Oba, já está no ar a minha estréia como colunista do site da Rádio Brasil 2000 FM, aqui de São Paulo. Como não poderia deixar de ser, escrevi sobre a volta do Fellini, e o lançamento do CD do Funziona Senza Vapore. Maiores detalhes na Coluna Vertebral.

 
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