Uma coisa me chamou a atenção na comemoração do aniversário de 35 anos do Jornal Nacional. A importância dada pela Rede Globo a essa ocasião. Aproveitando a comemoração foram lançados um livro (que está na minha lista de prioridades) e um dvd contando a história do telejornal. Além disso, seus atuais apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes concederam várias entrevistas. Ela foi capa da revista Contigo e falou ao programa "Altas Horas", de Serginho Groismann, no último sábado. Isso sem esquecer da capa que a Veja deu há duas semanas. O curioso é todo esse estardalhaço é típico de uma data redonda e não de uma comemoração de 35 anos. Essa alta exposição e o lançamento desses produtos seriam mais adequados ao aniversário de 40 anos. Talvez seja uma certa pressa em se passar a limpo duas passagens controvertidas de sua trajetória: a coberura da campanha pelas eleições diretas, em 1984, e a famosa edição do debate entre Collor e Lula, candidatos à presidência da República, em 1989.
(Update 03/11/2004 - O Alexandre Maron deixou aqui o seguinte comentário: "O mais frustrante é que o DVD do JN não traz a edição do debate. Podem me chamar de maluco, mas, se trouxesse, seria uma tremenda bola dentro". Posso dizer que ninguém precisa chama-lo de maluco. O livro sobre o JN (que eu já comprei) traz a transcrição do debate Collor-Lula. Pela lógica, se tem no livro, poderia ter no DVD também.
terça-feira, setembro 14, 2004
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segunda-feira, setembro 13, 2004
Leia no site Laboratório Pop
Para desespero das fãs do cantor, adolescentes criam blogs anti-Felipe Dylon
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quarta-feira, setembro 08, 2004
Leia no Onzenet:
Marasmo nas FMs. De quem é a culpa?
Ouvintes conservadores ou programadores medrosos?
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terça-feira, setembro 07, 2004
Efeméride. Num dia como o de hoje, há 82 anos, ocorria a primeira transmissão de rádio no Brasil.
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quarta-feira, setembro 01, 2004
Leia no Observatório da Imprensa:
Revista Zero pode acabar - Entrevista com Luiz Cesar Pimentel, diretor de redação
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terça-feira, agosto 31, 2004
Leia no site da Rádio Brasil 2000 FM:
O dia em que uma banda inglesa chamada The Mighty Lemon Drops foi capa de jornal no Brasil
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domingo, agosto 29, 2004
Leia no site Laboratório Pop: Blog dedicado a Cazuza reforça o mito entre os jovens e renova a geração de fãs do cantor.
Ah, se isto interessa a alguém, este é post de número 600 da história do blog Onzenet.
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sexta-feira, agosto 27, 2004
Leia no site Laboratório Pop:
O criador do blog do Jon Bon Jovi não tem sossego no trabalho, mas não se importa. Trata o astro como Elvis Presley
O fotolog virou mania entre os internautas e polêmico em rodas de discussão. Para muitos, é narcisismo puro
Adalberto Carvalho Pinto mantém um blog dedicado ao formato que virou uma referência para os simpatizantes
Blog dedicado a transformar letras já foi um dos mais acessados do país e pode virar livro
Blog dedicado à época em que Trem da Alegria e Duran Duran passaram na Terra como relâmpago vira objeto de culto na rede
Integrante do grupo emergente paulistano Los Pirata, Paco Garcia mantém um interessante blog dedicado aos donos das guitarras
Portal investe no gênero e tem em sua nova cartada páginas pessoais de Leila Pinheiro, Gerald Thomas e Marcelo Tas como destaques
Portal muda regras de uso, limita produção até 10mb e revolta internautas que investiram no Blogger Brasil
Blogs sofrem intimidação e são ameaçados de processo em casos cujas opiniões acabam gerando polêmica
Há dez anos morria Kurt Cobain, a mente por trás do Nirvana. Há dez anos não se fala em outra coisa
Desorganização na venda de ingressos para o Curitiba Pop Festival gera protesto na rede. E um blog furioso
O Blig, serviço de blogs do iG, a exemplo do Blogger Brasil, da globo.com, deixa internautas sem pai nem mãe
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Megssa Fernandes: gente que faz
Imagine uma pessoa que canta em diversas bandas independentes, faz zines, organiza festivais e mostras, participa de um vídeo de ficção (aliás, são seus pés), mantém um blog... enfim, alguém que participa de quase todas as manifestações artísticas/midiáticas (chique, não?) que se possa imaginar. Ela existe, sim. Seu nome é Megssa Fernandes.
O trabalho mais conhecido de Megssa foi como vocalista da banda The Fish Lips. Iriam dar o que falar, caso não tivessem resolvido terminar (aqui os motivos são devidamente explicados). Nesse meio tempo, ela se envolveu em vários outros projetos, entre eles a Mostra de Cultura Independente, realizada no ano 2000, em São Paulo, com grande sucesso de público e mídia. Mesmo com o fim do Fish Lips, Megssa não ficou sem ter onde cantar. Além de suas duas bandas paralelas, hoje ela empresta sua voz ao supergrupo Magic Crayon, reunindo gente bacana que já participou de outras bandas indie com algum prestígio na cena, casos do Moonrise e do Comespace. Irriquieta, nossa menina multimídia super-poderosa não fica só nisso. Ainda em outubro, pretende lançar uma nova edição de seu zine, o Popadelic, escrito todo à mão. E dentro em breve, teremos o "debut" de seus lindos pés como estrelas principais de um vídeo a ser lançado pelo povo do zine Judith Blair. Isso tudo sem se esquecer de que, em casa, Megssa ainda é uma boa cozinheira (tem alimentado uma família toda com seus quitutes) e ainda se dedica aos estudos preparatórios para enfrentar o fantasma do Vestibular (ufa!).
Depois de todas essas informações e de acompanhar esse papo, é impossível escapar do clichê: Megssa Fernandes é gente que faz. Leia na seqüência a íntegra da entrevista, realizada pelo e-mail. (Rodney Brocanelli)
Ruídos - Você foi vocalista do The Fish Lips por muito tempo. Era uma banda promissora da cena independente, com muitos elogios de zineiros e de parte da imprensa especializada. Infelizmente, vocês decidiram colocar um ponto final nessa trajetória. O que houve?
Megssa Fernnandes - Na verdade não decidimos. Decidiram. Por mim, estaria tocando com a banda até hoje. Foi um momento muito delicado porém, quando todo mundo começava a ficar distante, um pouco cansado depois de tanto tempo tocando junto, e cada um acabou rumando por um caminho diferente. Acho que o que pesou, foi o fato de não termos mais nada em comum. Aliás, se tivemos algum dia algo em comum, talvez fosse apenas alguns amigos. Personalidades, gostos e objetivos completamente diferentes. Isso tudo foi mais forte do que a música e daí foi o fim. Já passei muito tempo triste por conta disso, até hoje não me conformo muito. Mas agora já prefiro achar que há males que vem pra bem.
Ruídos - Como você foi parar no Magic Crayon?
Megssa - Essa é uma história... Eu estava dando um tempo em Porto Alegre ano passado (2001) quando em um dos shows que fui conferir, tinha o Magic Crayon tocando. Aproveitei a bebedeira dos meninos e praticamente me convidei pra participar da banda, dizendo que só voltava pra São Paulo se tivesse uma banda pra cantar, hehe. Eles (César e Gilberto) acabaram me chamando e eu aceitei na hora. Se bem que até o primeiro ensaio rolar demorou ainda uns bons meses. Quando voltei, o Paulo (guitarra) já tinha entrado na banda também e o Barbosa tinha voltado a tocar bateria.
Ruídos - Você concorda que o MC é um supergrupo indie, uma vez que reúne pessoas talentosas que já tocaram em outras bandas bacanas, caso do Zanin (ex-Moonrise) e do Gilberto Custódio Jr. (ex-Comespace)? Ou é apenas mais um rótulo dado por aí?
Megssa Fernanndes - Acho que na verdade acontece uma mistura de integrantes que acaba nos livrando de ser indie (no sentido sonoro literal da coisa). Veja bem, o som do moonrise, comespace, fish lips e transistors (banda do Barbosa), eram muito diferentes um do outro. Aliás, até o público de cada banda era diferente. Daí todo mundo se reuniu e deu no que deu. Eu adoro a banda, mesmo. O que acho que faz uma diferença são as experiências de cada um. Como não é a primeira banda de ninguém ali, o negócio perde aquela coisa de ‘achismos’, ingenuidade e ‘sonhar alto’, sabe? Mas daí a ser indie, acho que é mais uma coisa do povo ficar rotulando mesmo pra poder se identificar ou não com o que fazemos.
Ruídos - Além do Magic Crayon, você faz parte de outras bandas. São o The Luos e o 3 Guitarras, até onde eu sei (será que tem mais?). Fale um pouco mais sobre eles.
Megssa Fernandes - O "Três Guitarras" era mais um projeto; uma forma que tive de continuar tocando com o rodrigs (ex-guitarrista do fish lips) e tocar com outras pessoas que queriam experimentar coisas novas. É um projeto que pode voltar a qualquer momento. Talvez não com os mesmos integrantes, mas sempre experimental. Agora, o the luos é eterno. Na verdade existia antes mesmo de fish lips. Depois de contar com inúmeras tentativas de outros integrantes, acabou virando apenas o Paulo (magic crayon e post) e eu, sendo que dessa formação já nasceu a segunda fitinha, em praticamente um ano de ‘banda’ (a primeira foi gravada com o paulo e o pedro –que toca guitarra no ponche). É um som simples, sem muitos detalhes, violão, voz, guitarra. Lo-fi ao extremo.Um som cheio de influências folk. Como sempre digo, em poucas palavras: meus desabafos. Eu canto e toco violão e o paulo a guitarra cheia de slides, etc. O the luos existe há 8 anos, mas nunca divulguei muito. Achava que era algo muito pessoal. Hoje em dia, a vontade de encontrar pessoas que se identifiquem com isso me fez começar a gravar.
Ruídos - Quando você estava no Fish Lips rolava uma certa ciumeira por parte de pessoas que estavam em outras bandas. Sei que a Alê Briganti e Eliane (ex-Pin Ups) andaram criando confusões contigo em alguns shows. Você confirma isso? Que tipo de problemas elas te causavam?
Megssa Fernandes - Mal entendidos sempre acontecem. Ainda mais quando tem um monte de gente envolvida com esse negócio de bandas e cenas e zines e isso e aquilo. O que aconteceu foi que por conta de falta de comunicação e mal entendidos que pessoas faziam questão de promover, acabou-se gerando polêmica e discussões. Realmente não me causaram problemas já que na época e até hoje em dia, tudo o que aconteceu não fez a mínima diferença pra mim. Nem fazemos parte da mesma realidade, acho. Sabe, Rodney, nunca gostei de brigas e sempre fiquei quieta no meu canto. A única coisa que serviu tanta discussão naquela época, foi pra me fazer mudar de postura quanto ao que acontece em volta. Hoje em dia, se tenho um problema com alguém, vou e resolvo na hora. Sabe que o mais triste de toda essa história, foi no final, perceber que pessoas como elas tinham mais caráter do que pessoas que por exemplo, tocam ou estão com você no dia-a-dia.
Ruídos - E essa história de que os seus pés serão protagonistas de um filme? Explique mais um pouco a respeito disso.
Megssa Fernandes - Pois é, acabei aceitando o convite que o pessoal do zine Judith Blair fez pra participar de um projeto deles. Sempre fui muito fã do trabalho desse zine, que aborda a sexualidade de uma forma bem simples e divertida. Daí que estamos ainda filmando as cenas do vídeo "caçando pezinhos" onde eles saem pelas ruas abordando garotas a fim de filmar os seus pés. Fetiche puro. Quem tiver curiosidade pra conhecer todos os outros vídeos ou mesmo pra conseguir o zine, o site é Erro! Indicador não definido. Respeito muito o trabalho deles e está sendo muito divertido participar de forma tão diferente (pelo menos pra mim)!
Ruídos - Em 2000, você foi uma das organizadoras da Mostra de Cultura Independente, que rolou na Funarte, aqui em São Paulo. Apesar do sucesso dessa primeira edição, o evento não teve continuidade. O que aconteceu?
Megssa Fernandes - Burocracia. Não conseguimos um lugar pra abrigar a Mostra. É muito difícil também manter um evento como esse por consecutivos anos sem grana. A primeira aconteceu por muito trabalho e por sorte também. Fazer outra mostra apenas por fazer, sem seguir o padrão de qualidade da primeira, não seria legal. Mas apesar disso, a Debbie e eu organizamos no ano seguinte o Festival de Música no Tendal da Lapa, que foi quase uma mostra, só que menor, mas que não deixou de abrigar bons trabalhos e bandas. Gostaria MUITO de voltar a organizar a II edição de ambos os eventos. Acredito que a Debbie também, mas pra isso teríamos que ter muito tempo disponível e pelo menos um bom lugar pra fazer. Como não ganhamos nenhum dinheiro com esse tipo de evento, além de tempo, teríamos que arrumar patrocínio ou algo assim e essa parte burocrática é que atrasa tudo.
Ruídos - Você retomou o seu zine Popadelic. Fale um pouco mais sobre ele e aproveite para fazer um comercial.
Megssa Fernandes - Ah, o popadelic é um zine tosco. A periodicidade dele é completamente irregular, mas até isso combina com o conteúdo e a estética do trabalho, que é completamente disforme e torto, feito a moda antiga, com colagens e rasuras. Fico tão triste em ver que os zines de papel estão sumindo (sumindo, porque acabar acho que nunca irão). Saber de todo e novo e-zine é legal, mas e a facilidade de levar o seu zine pra cima e pra baixo, de emprestar pra um amigo, tirar xerox, multiplicar os seus pensamentos, alcançar outras cabeças? Falta um pouco disso. As vezes dá impressão que as pessoas começam fazendo zines pra desabafar, divulgar coisas que acreditam, etc. Daí passam uns anos, e elas desistem, como se tudo o que um dia gostaram ou sonharam não tivesse sentido. Bom, mas voltando ao popadelic, ele é simplesmente um zine pessoal, que reune resenhas, textos diversos, que tratam de coisas do meu dia a dia, o que vai desde música, até cultura trash e frustrações por exemplo... "Zine é que nem jeans, tem sempre um que é a sua cara!" , por isso não faço pra agradar ninguém, apenas vou escrevendo e pronto. E pra quem quiser uma cópia, que fique a vontade pra me pedir pelos endereços: Erro! Indicador não definido. ou R. Joaquim Fraga, 53 cep 06060-170 Osasco-SP
Ruídos - Suas considerações finais. Fique à vontade
Megssa Fernandes - Hehe, aqui que eu tenho que agradecer pelo espaço, né? :) Bom, agradeço mesmo, porque é sempre legal poder espalhar um pouquinho esas opiniões por aí. Os endereços acima são pra qualquer um que queria trocar idéias, fiquem a vontade. Queria também acabar dizendo que todo aquele papo de "compre zine, vá a shows, compre demos, pense independente" já virou clichê, mas acredito mesmo nisso. Você não precisa ter uma banda ou um zine, ou mesmo fazer social em shows e festas pra ser independente. Basta pensar diferente, ser curioso, ir atrás de coisas novas que te agradem e valorizar todo o trabalho que dá pra manter de alguma forma, essa rede de manifestos que com muita dificuldade, chega até você *
Essa entrevista foi publicada no e-zine Ruídos, em 2002, acho eu. A informação mais recente que eu tenho da Megssa é a de que ela está morando na Escócia. Leiam seu blog, o Sonora, que traz algumas de suas histórias curiosas naquele país.
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quinta-feira, agosto 26, 2004
Peguei do Terra:
O Palmeiras completa 90 anos de vida nesta quinta-feira e ainda persiste a lenda de que o clube nasceu após dissidência de integrantes de seu maior rival, o Corinthians.
A verdadeira versão do nascimento do Palestra Itália, precursor do clube estsá em livros e jornais publicados ao longo da história.
A idéia de criar um clube próprio para a colônia italiana começou a ser amadurecida em 1913, quando o Pro Vercelli e o Torino, duas equipes então tradicionais da Itália, fizeram uma excursão pelo Brasil.
Os amigos Vicente Ragognetti, Ezequiel Simone, Luiz Cervo e Luiz Marzo, apaixonados por futebol e decididos a fundar um clube próprio para italianos, deram início à empreitada. A primeira opção era criar o "time da colônia italiana" no Clube Espéria, aproveitando sua estrutura, mas não havia no local um terreno para a prática de futebol.
Para ganhar adeptos, Ragognetti enviou, no dia 13 de agosto de 1914, uma carta ao jornal "Fanfulla", destinado à colônia italiana no Brasil. Solicitou que o editor encampasse a idéia de fundação de um "quadro" puramente italiano.
"Sr. Diretor (...), alguns famosos futebolistas italianos, sócios porém de clubes locais (...), encarregaram-me de escrever a propósito de um de seus projetos (...), esperando que seu jornal se faça portador e propagandista".
Depois de publicada a carta, 46 pessoas, enfim, encontraram-se no dia 26 de agosto de 1914, no número 2 da Rua Marechal Deodoro, regulamentaram e fundaram a Societá Sportiva Palestra Itália.
E como passou a existir um "time para italianos", alguns jogadores (o futebol não era profissional) de outros clubes se transferiram e atuaram pelo Palestra. De outros clubes, incluindo o Corinthians. Foram os casos de Amílcar Barbui e Luiz Fabi. Este último, aliás, foi o autor do primeiro gol da história do Corinthians. Mas jamais entrou na lista de fundadores do Palestra.
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segunda-feira, agosto 23, 2004
Bom, confesso que eu não estava ainda muito por dentro da história do Conselho Federal de Jornalismo. Li alguma coisa a respeito e assisti ao "Dois a Um", do SBT, do qual participaram Ricardo Kotscho e Clóvis Rossi (um contra e outro a favor). Ainda não vi a entrevista do mestre Alberto Dines ao Roda Viva programada para esta segunda, mas já formei minha opinião: sou contra.
Vejo nessa inciativa um enorme risco a liberdade de expressão. Não há a necessidade de se criar conselhos para controlar a profissão. Temos aí, a Lei de Imprensa para isso. O Alex Maron escreve em seu blog que jornais são punidos por falhas todos os dias. Vou mais longe, jornalistas também e Jorge Kajuru é um exemplo disso com vários processos nas costas.
Não sei dizer se a criação desse conselho é reversível. Creio que não, principalmente se tal iniciativa for motivada como uma forma de retaliação a ampla divulgação da atuação do ex-assessor Valdomiro Diniz. Mesmo se o governo federal mudar de idéia, isto não significa que vai tudo bem com nossa imprensa. Porém, uma regulamentação estatal só vai piorar as coisas.
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sábado, agosto 21, 2004
Essa é antiga, mas mesmo assim leiam no site Laboratório Pop: Letras de Negra Li apontam para o parasita, aquele sujeito que jura que vai mudar, mas não passa do discurso
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Leia no site Laboratório Pop: Comunidades de amor e de ódio multiplicam-se na febre da internet, mas fãs de bandas comemoram a integração
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11:48 AM
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quinta-feira, agosto 19, 2004
Editor do zine midsummer madness e do selo de mesmo nome, Lariú é, sem dúvida, um dos nomes mais importantes da cena alternativa nacional. Ninguem melhor do que ele mesmo para fazer a introdução desta conversa via e-mail.(Rodney Brocanelli)
"Tenho 24 anos, nasci em Niterói. Começei a fazer o midsummer madness em 1989 por influência de uma amiga punk na época, a Beatriz, atual Stellar. Tirei o nome de um dicionário de inglês e gostei por causa da relação com a peça de Shakespeare. O zine no começo era bastante subjetivo, tinha uma influência forte de Smiths, Galaxie 500 e poetas românticos/ malditos. As matérias eram basicamente dúvidas minhas e alguma coisa de música que eu gostava. Fiz o número zero, depois o 1 e o 2. Daí entrei para faculdade de Comunicação na UFRJ para cursar Editoração. Me formei em 1996 apenas... Quase 5 anos. Trabalhei numa loja de CDs importados, fiz 2 anos de programa de rádio na Fluminense FM com o Dodô e o Marcos (ambos da PELVs) e um outro amigo. Em 1994 comecei a estagiar na MTV e fui contratado em 1997 como produtor da sucursal de jornalismo no Rio."
Depois da apresentação, vamos à entrevista:
Onzenet - Como você avalia a aceitação dos CDs lançados pela mm records entre o público e mídia?
Rodrigo Lariú - Acho que tem sido de média para boa. Na mídia que vale a pena, ou seja, aqueles jornalistas que realmente se interessaram em ouvir, todos elogiaram a iniciativa e a qualidade dos lançamentos. Alguns gostaram mais da PELVs, outros mais do Cigarettes. Já o público, eu não tenho muita certeza. As pessoas que compram têm gostado e elogiado mas vendi bem menos do que imaginava até agora. Não sabia que a saída seria tão demorada, achei que com 6 ou 8 meses já estaria esgotando 1000 CDs e já estou com 6 meses e nem perto disso.
Onzenet - Quais foram os custos de produção dos dois CDs?
Lariú - R$6.000 os dois CDs e encarecendo...Acho legal destacar que a maioria das pessoas está se esquecendo de falar dos meus 2 sócios na gravadora: VRS Marcos (ex- Pelvs, atual Aerowillys) e Rodrigo Letier. Sem eles eu não teria lançado nada!
Onzenet - Quais as bandas do seu catálogo que você pretende lançar nesse formato?
Lariú - Os próximos lançamentos são um 2 em 1 do Second Come que será lançado em abril ou maio em conjunto com a Rock It! (N. da R.: selo pertencente a Dado Villa Lobos); e depois, em julho, 500 cópias apenas do debut do Stellar. Se tivesse dinheiro ainda lançaria Sleepwalkers, Superbug e ajudaria o brincando de deus a lançar o terceiro.
Onzenet - Como é ser, na avaliação do "Estado de S. Paulo", "o homem mais amado e odiado" da cena alternativa?
Lariú - Engraçado.
Onzenet - Ajuda ou atrapalha o fato de você trabalha na MTV?
Lariú - Só ajuda, mas não com a MTV propriamente dita. Tem um monte de gente legal trabalhando e passando por lá que a gente acaba conhecendo. Um monte de pentelho também.
Onzenet - Quais seus planos com relação ao zine midsummer madness?
Lariú - Continuar editando só que com bem menos matérias de música. Quero voltar a fazer um zine para a alma como no começo. A parte musical eu pretendo deixar para os informativos e para a home-page.
O endereço da home-page é http://www.mmrecords.com.br
Entrevista publicada no site da Rádio Onze em 1997. O tempo passa, o tempo voa, mas o mmrecords continua firme e forte.
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terça-feira, agosto 17, 2004
Leia no site Laboratório Pop: Blog dedicado a Elis aborda a trajetória da cantora,
mas cobra da família o lançamento de um DVD
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segunda-feira, agosto 16, 2004
As the snow flies
On a cold and gray Chicago mornin'
A poor little baby child is born
In the ghetto
And his mama cries
'cause if there's one thing that she don't need
it's another hungry mouth to feed
In the ghetto
People, don't you understand
the child needs a helping hand
or he'll grow to be an angry young man some day
Take a look at you and me,
are we too blind to see,
do we simply turn our heads
and look the other way
Well the world turns
and a hungry little boy with a runny nose
plays in the street as the cold wind blows
In the ghetto
And his hunger burns
so he starts to roam the streets at night
and he learns how to steal
and he learns how to fight
In the ghetto
Then one night in desperation
the young man breaks away
He buys a gun, steals a car,
tries to run, but he don't get far
And his mama cries
As a crowd gathers 'round an angry young man
face down on the street with a gun in his hand
In the ghetto
And as her young man dies,
on a cold and gray Chicago mornin',
another little baby child is born
In the ghetto
Nesse sábado, a Record exibiu um bom especial sobre Elvis Presley e sua relação com a música gospel. Não sei se é do conhecimento de todos, mas ele pertencia à Assembléia de Deus e começou a cantar nessa igreja. Depois, um certo coronel Tom Parker entrou em sua vida, e o então motorista de caminhão virou um mito. O programa apresentou depoimentos de integrantes de conjuntos vocais gospel que o acompanhavam em seus discos e shows. Com eles, Elvis chegou a gravar discos com hinos consagrados entre os protestantes.
Apesar de o especial ter enfoque no lado religioso de seu trabalho, foram exibidos musicais com alguns de seus sucessos, digamos, mundanos, como Love Me Tender e Teddy Bear. De todas as que foram apresentadas, eu não conhecia In The Ghetto. É uma canção impressionante. A situação descrita na letra se passa em Chicago, mas ela poderia muito bem aplicada a relidade brasileira.
Curioso notar que se o rei do rock mostrou sua preocupação com o futuro das criancinhas norte-americanas, um outro rei, só que do futebol também teve o mesmo tipo de pensamento, desta feita com as criancinhas brasileiras. Ao marcar seu milésimo gol, Pelé dedicou seu feito a elas.
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sexta-feira, agosto 13, 2004
Não é exagero dizer que uma das boas notícias desse ano de 2002 no campo musical é volta do Fellini. Com algumas raras exceções, a imprensa especializada recebeu bem o lançamento de "Amanhã é Tarde". Porém, um curioso detalhe foi esquecido. No último dia 18 de maio, a banda completou 18 anos de atividades. A data marcou o primeiro ensaio realizado na casa de um de seus integrantes, em 1984. Naquele mesmo dia, só que em 1980, Ian Cutis, vocalista do Joy Division, colocava um fim a sua própria existência.
O Fellini não tem uma carreira linear. Nesses 18 anos, o grupo passou por diversas fases, idas e vindas, acréscimo e saída de integrantes, mas nada disso fez com que eles fossem esquecidos por sua meia dúzia de fãs fiéis.
Talvez a principal mensagem do Fellini em todo esse tempo foi a simplicidade. Eles provaram que a falta de recursos não pode servir de impedimento para se fazer boa música. O trabalho da banda é a perfeita definição da velha máxima: "menos é mais".
Nessa entrevista, Thomas Pappon, o multi-instrumentista do Fellini, dissserta um pouco sobre o CD "Amanhã é Tarde", lançamento da mmrecords. Ele fala também sobre o seu trabalho no serviço brasileiro da BBC, de Londres, sobre suas preferências musicais no momento e até mesmo sobre a atual fase de notoriedade vivida pelo cantor Supla. Acompanhe a íntegra. (Rodney Brocanelli)
Pergunta - Em 2002, comemoram-se 18 anos do primeiro ensaio do Fellini, exatamente no dia 18 de maio de 1984. Naquele dia passava pela sua cabeça que a banda pudesse ir tão longe?
Thomas Pappon - Não. Nos primeiros anos, achava que o grupo poderia acabar a qualquer momento, que a idéia toda - de uma banda de não-músicos e atitude ''foda-se'' - era efêmera demais. Mas nosso entusiasmo, por outro lado, sempre foi grande.
Pergunta - O que o fã do Fellini pode esperar de "Amanhã é Tarde?" E o não-fã, aquele que nunca ouviu falar do grupo?
Pappon - Ambos vão ficar surpresos. O fã vai notar que o Fellini está bem à vontade na praia da MPB e que o grupo envelheceu com dignidade, sem perder o senso de aventura. Os fãs novos vão se arrepender de nunca terem ouvido Fellini antes.
Pergunta - Como surgiu a idéia de voltar a gravar material inédito?
Pappon - Fazia tempo que queria voltar a gravar com o Fellini. O Cadão também. O problema é que isso dá um trabalho dos diabos. Fazer música é um hobby de luxo - quando não se vive disso. Imagine você ter família, trabalho e ainda querer gravar um álbum no tempo livre. A coisa só deu certo porque o esquema foi o mais pragmático possível. O velho esquema faça-você-mesmo, gravando em casa num porta-estúdio.
Pergunta - Quais são os seus "hits" desse CD, as músicas de que mais você gostou?
Pappon - ‘’As Peles’’, ‘’Gravado no Rio’’ e ‘’Greve’’ têm pinta de hit. Mas minha preferida é ‘’Polichinelo’’, a faixa que abre o disco.
Pergunta - Como foi o processo de gravação? Foi semelhante ao de "Fellini Só Vive Duas Vezes?", quando você e Cadão gravaram esse álbum na sala de estar da sua casa em São Paulo?
Pappon - Foi praticamente o mesmo esquema de Fellini Só Vive Duas Vezes, que - putaqueopariu - foi gravado há 16 anos (!!!). O mesmo tipo de porta-estúdio de 4 canais, com matriz gravada em fita cassete. A diferença é que dessa vez usamos sampler e só tivemos uma semana para gravar todos os vocais.
Pergunta - Podemos sonhar com shows para marcar o lançamento desse novo CD?
Pappon - Sonhar pode. Mas é bem improvável que role.
Pergunta - Como é a relação de vocês com a midsummer madness records? Como é que vocês chegaram a esse selo?
Pappon - O Rodrigo Lariú, dono do selo, foi quem organizou o show do Fellini no Rio de Janeiro, quando fizemos uma mini-turnê em 98. Mostrei-lhe o material dos Gilbertos, que ele acabou lançando pelo selo. Ele sempre se mostrou entusiasmado, honesto e prático. O esquema independente é o único que nós conhecemos.
Pergunta - E o CD com sobras e registros e shows ao vivo ficou para quando?
Pappon - Verdade seja dita: os registros ao vivo são uma merda. Têm coisas bem legais entre as sobras e gravações de ensaio, mas não sei se há sentido em um disco desses, é coisa para fã doente mesmo. O projeto foi suspenso.
Pergunta - Você ficou satisfeito com a repercussão do lançamento de "Eurosambas", CD do The Gilbertos, seu projeto paralelo musical?
Pappon - Sim, bastante. Adoro esse disco, muita gente gostou e ficou claro que ainda há espaço para música não convencional, dirigida às almas mais sensíveis. Sem esse disco e sem a midsummer madness, talvez não tivéssemos agora um novo disco do Fellini.
Pergunta - Você trabalha no serviço brasileiro da rádio BBC, de Londres. Quais os projetos que você está tocando na emissora e quais os horários em que você apresenta ou participa de programas?
Pappon - Sou produtor na BBC Brasil, nos últimos dois anos cuidei dos programas de arte e entretenimento e da página de cultura na internet http://www.bbcbrasil.com/. Agora vou ajudar na coordenação da produção de rádio e internet. Mas continuo apresentando o Som de Londres, que pode ser ouvido em ondas curtas aos sábados, as 19h30, hora de Brasília, ou pelas emissoras que retransmitem a programação da BBC Brasil. Pode ser ouvido pela internet, ao vivo, aos sábados e as sextas, as 14h30. Só toco novidades. Ei! Fui o primeiro a tocar The Strokes nas rádios brasileiras!
Pergunta - Você tem acompanhado as coisas aqui no Brasil? Surpreende saber que o Supla hoje é uma celebridade nacional por aqui?
Pappon - Sei que ele participou de um programa de TV, do tipo realityTV - que infesta as programações no mundo inteiro. Aqui na Grã-Bretanha há programas como "Pop Stars" e "Pop Idol", que ‘’revelam’’ artistas novos e transformam "zés ninguém" em pessoas megafamosas da noite pro dia. O Supla tocava bateria - mal, por sinal - numa banda bem legal chamada Metrópolis. Me lembro de ver o pai dele carregando o bumbo no final de um show deles no Val Improviso, uma boate no centro de São Paulo. Acho que os vi no Lira Paulistana também. Mas acompanho pouco o que ocorre no mundo da música hoje no Brasil. Minha impressão é que não há mais cena independente nem música que preste no país.
Pergunta - O que você tem ouvido ultimamente?
Pappon - No ano passado descobri o Robert Wyatt, cantor/compositor que foi baterista do Soft Machine nos anos 60/70. Estou comprando todos os CDs dele aos poucos, tem muita coisa maravilhosa no meio. O último CD da PJ Harvey é sensacional, o Stories From The City, Stories From the Sea. Minhas bandas preferidas são Beta Band e Doves. No momento estou ouvindo um álbum do Dntel, grupo eletrônico americano, e um álbum do Crosby & Nash, um pirata gravado em 71 e lançado oficialmente agora.
Pergunta - Fellini terá fôlego para sobreviver a mais quantos anos?
Pappon - Provavelmente o Fellini vai continuar lançando um disco a cada 10 anos. A não ser que o Amanhã é Tarde faça o povo tomar as ruas.
Entrevista publicada no zine Esquizofrenia, em 2002.
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quinta-feira, agosto 12, 2004
Sabem qual é o meu mais novo vício na Internet? Acompanhar em tempo real os números da audiência das emissoras de tv. O instituto de pesquisa Datanexus liberou ao público em geral os dados dessa medição. Para isso, basta efetuar um cadastro no site http://www.datanexus.com.br. Logo em seguida, será enviada uma senha para o endereço de e-mail indicado pelo interessado. É mais um capítulo na luta contra o monopólio do Ibope nesse tipo de pesquisa. não há informações se o Datanexus vai manter por tempo intederminado ou não a consulta pública. Quem deseja saber como vai a audiência de seu programa preferido, é bom que aproveite logo essa oportunidade.
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Rodney Brocanelli
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terça-feira, agosto 10, 2004
Fellini ainda vive, dezoito anos depois
Rodney Brocanelli
A expectativa de vida de uma banda independente no Brasil é curta. São raras aquelas que passam dos cinco anos. Quem consegue chegar aos dezoito, como é o caso do Fellini, pode ser considerado mais que vitorioso. O conjunto, cujo núcleo-base era formado por Thomas Pappon (instrumentos) e Cadão Volpato (letras e vocal), apagou velinhas no último dia 18 de maio. A data é o marco do primeiro ensaio, ocorrido em 1984. No mesmo dia, só que em 1980, Ian Curtis, vocalista do Joy Divison, colocava fim à sua própria existência. Uma coincidência interessante. Desde então, foram alguns álbuns, vários shows, inúmeras histórias, muitas despedidas e, conseqüentemente, muitas voltas. O primeiro disco (na época nem se sonhava com o formato CD) foi lançado em 1985, pela Baratos Afins, uma loja de discos paulistana que decidiu ter seu próprio selo. Chamava-se "O Adeus de Fellini" , uma paródia com o título "The Return of Durutti Collumn" , álbum de estréia do projeto musical de Vinni Reilly. Desse LP, saiu o hit "Rock Europeu", que tocou muito nas rádios de rock da época e os tornando relativamente conhecidos. O trabalho do Fellini ultrapassou fronteiras e chegou a Inglaterra, através do programa de John Peel, na BBC. Ele tocou "Outro Endereço, Outra Vida". A repercussão foi boa e o Fellini recebeu várias cartas de ouvintes localizados em outras partes do planeta que se interessaram e se identificaram com a música, apesar da barreira da língua. Uma delas foi de um presidiário. Outro, mais entusiasmado, chegou até a mandar pelo correio 20 dólares a fim de receber uma cópia do álbum pela via postal. O pedido foi prontamente atendido por Thomas. A gafe ficou por conta de Peel, que anunciou o Fellini como uma banda mexicana (!) no ar.
A mesma Baratos Afins lançaria em 1986, "Fellini só Vive Duas Vezes", um álbum gravado na sala de estar da casa de Thomas Pappon, utilizando-se de um gravador Tascam. Em 1987, veio "Três Lugares Diferentes", com mais um hit, "Teu Inglês", e uma polêmica. A extinta revista Bizz na sua tradicional votação de melhores do ano pela crítica apontou "Três..." como melhor álbum do ano, empatado com "Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas", dos Titãs. Porém, numa entrevista ao jornalista Alexandre Matias, então no jornal Diário do Povo (Campinas), em 1999, Thomas revelou que aquela eleição fora adulterada. O álbum do Fellini tinha sido eleito sozinho o melhor de 1987, mas os editores da revista decidiram mudar o resultado para evitar um incidente diplomático com bandas que pertenciam ao cast das grandes gravadoras.
O último álbum do Fellini seria "Amor Louco", em 1990, cujo lançamento aconteceu pela Wop Bop, outra loja que a exemplo da Baratos resolveu lançar discos. Pouco tempo depois, Thomas resolveu se mudar para a Europa e decidiu-se que não havia sentindo continuar com a marca Fellini. Cadão Volpato montou o Funziona Senza Vapore com alguns músicos que já haviam tocado na banda, entre eles Jayr Marcos e Ricardo Salvagini, mais a participação de Rebecca Matta. O "Funziona..." não seguiu adiante, apenas lançou fitas-demo, sequer chegando a gravar um CD, mas teve uma de suas músicas gravada por Chico Science: "Criança de Domingo", que pode ser encontrada em Afrociberdélia.
Science, por sinal, era talvez o único nome da música pop que nunca escondeu a sua admiração pelo Fellini. Ele até chegou a fazer um show em Recife, tocando músicas do repertório composto por Thomas e Cadão. Enquanto Chico Science fazia o papel de típco fã, a banda enfrentava uma certa resistência entre o restante de seus pares, especialmente os integrantes do Ira! e dos Titãs. A acusação era sempre a mesma: para eles, o Fellini só tinha espaço na mídia por que seus integrantes eram jornalistas. Thomas Pappon foi crítico musical da Bizz e Cadão Volpato editava a revista Set, ambos os títulos da extinta Editora Azul. A dupla refuta as acusações até hoje. Thomas lembra que nunca votou em si mesmo ou no próprio grupo nas eleições de melhores do ano. Postura diferente tinha o também jornalista Fernando Naporano, colaborador da revista, que certa vez votou em sua própria banda "Maria Angélica Não Mora Mais Aqui".
Mesmo com o seu fim, o Fellini deixou uma boa lembrança entre seus fãs. "Uma meia dúzia", como brinca Cadão. Podiam até ser poucos, é verdade, mas sempre foram fiéis. Com o advento da Internet, ficou mais fácil de se reunir pessoas que pudessem trocar informações sobre a banda. Enquanto isso, Thomas, já estabelecido em Londres, onde trabalha no serviço brasileiro da BBC, sentiu que poderia fazer alguns shows-reuinão. A idéia deu certo e em 1998, durante suas férias, o Fellini realizou uma mini-turnê por São Paulo, Rio e Brasília, com Thomas e Cadão na linha de frente e músicos especialmente convidados para a ocasião. No ano seguinte, o Fellini tocaria no festival Rec Beat, em Recife. Em 2001, finalmente o álbum "Amor Louco" seria relançado em CD. No mesmo ano, Thomas e Cadão decidiram que era a hora de voltar a gravar. Um dos fatores que pode ter pesado para o retorno foi a boa receptividade de "Eurosambas 1992-1998", uma compilação de músicas que Thomas compôs sozinho depois que se mudou para a Europa e gravou sozinho sob a alcunha de The Gilbertos, sendo lançado em 1999 pela mmrecords.
O processo de gravação deste "come-back" foi simples. Thomas mandou uma série de melodias para Cadão. Este colocou os vocais e fez as letras. Material pronto, Cadão viajou para Londres e de lá voltou com as matrizes de "Amanhã é Tarde", cujo lançamento aconteceu no ínicio de 2002 pela mesma mmrecords. Assim como em "Fellini Só Vive...", a dupla trabalhou sozinha na sala de visitas da casa de Thomas. A única diferença foi a cidade.
Dezoito anos depois de seu primeiro ensaio, o Fellini ainda vive. Nada mau para quem profetizava seu fim logo no título do primeiro álbum.
Serviço/Discografia:
O Adeus de Fellini (1985) - Baratos Afins
Fellini Só Vive Duas Vezes (1986) - Baratos Afins
Três Lugares Diferentes (1987) - Baratos Afins
Amor Louco (1990) - Wob Bop
Amanhã é Tarde - (2002) - mmrecords
Amanhã é Tarde já está nas lojas e pode ser encomendado na página da gravadora mmrecords: http://www.mmrecords.com.br. Os outros álbuns são facilmente encontrados nas lojas das galerias, aqui em São Paulo.
Publicado no zine CanalB em 2002, à época do lançamento de "Amanhã é Tarde". O show do Fellini no Tim Festival só iria acontecer no final do ano seguinte, por isso não está citado nesse texto.
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Rodney Brocanelli
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12:23 AM
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