sexta-feira, junho 06, 2003

Qual seria a reação do crítico musical Lester Bangs (1948-1982) ao saber que tem gente aqui no Brasil usando seu nome em vão?

Informação do site Comunique-se:

Após dois anos fora do mercado, a 89FM, emissora de São Paulo, prepara o relançamento da Revista Rock, em parceria com a Sisal Editora. A publicação será dirigida por Roberto Pierantoni, que comandava os títulos Oficina Mecânica e Hot, na própria Sisal, com Cláudia de Castro Lima atuando como editora assistente. Contará, ainda, com a colaboração de frilas e da equipe de jornalismo da 89, dirigida por Luciana Curiati.

quinta-feira, junho 05, 2003

Cenas de mais um capítulo da novela sobre jornalismo cultural picareta:
-Num primeiro momento soou um tanto estranho que o Alexandre Matias, em seu Trabalho Sujo 40, dedicasse um bom espaço de sua coluna para falar das aventuras do jornalista Pepe Escobar, na década de 80, reproduzindo trechos do livro "Dias de Luta", escrito por Ricardo Alexandre. Afinal, não é ele o responsável pelos casos já exaustivamente abordados aqui. Pareceu que a intenção era se evitar falar específicamente do que está acontecendo nas últimas semanas. Porém, a mensagem que Matias quer passar é mais ou menos a seguinte: essas histórias vão acabar caindo no esquecimento e o profissional que as proporcionou irá continuar sua carreira normalmente, como se nada tivesse acontecido...até o próximo deslize ético.
Aliás, já está na hora de se dar nome ao boi, não é mesmo? Mas há um probleminha aí: quem pariu a criança, que a embale...(isso remete ao segundo tópico).
-O Lúcio Ribeiro continua com sua colaboração semanal na Pensata, da Folha On Line, mesmo após não ter mais vínculo empregatício com a Folha de S. Paulo. Em sua coluna, que continua sendo colocada no ar em duas fases (uma na quarta e outra na quinta), ele promteu, falar entre outras coisas, da "Zero". Porém, após o "update" da quinta, nada foi escrito a respeito. Será que Lúcio iria comentar algo sobre o box do especial de Matrix Reloaded que a revista plagiou da Folha?
(Aliás, um parêntese: o site Comunique-se não melhorou a nota na qual informou que seu nome estava na lista de demitidos em mais um corte de pessoal praticado pela direção na última semana. Lúcio fez um acordo e vai continuar sim, mas como free-lance, prova disso é que ele já fez duas colunas após ter deixado o jornal e já avisou que a da próxima semana será mandada de Ibiza, na Espanha. O Comunique-se é um bom site, porém, as vezes, deixa a desejar em alguns pontos).
(Outro parêntese: decidi que irei continuar grafando o misto de e-zine e blog Trabalho Sujo, pilotado pelo Matias, desse modo, sem qualquer tipo de alteração, até porque Trabajo Sulho, seu nome oficial, é complicado de pronunciar).

terça-feira, junho 03, 2003

Aos poucos, o caso de sacanagem jornalistica envolvendo a revista Zero está sendo esclarecido. Uma coisa já é certa. A frila que fez um dos textos sobre o filme Matrix Reloaded NÃO tem nada a ver com o rolo. Tudo indica que foi alguém da redação que pegou o texto feito por Alex Maron, na Folha, e o enxertou na página em que saiu a reportagem dela. Ainda falta um posicionamento oficial da revista, mas este incidente já provocou a saída de uma pessoa importante do staff da Zero. Leia mais a respeito neste post de Maron.

segunda-feira, junho 02, 2003

Vou reproduzir aqui no blog a mensagem deixada pela Mimi, do Fama, sobre as picaretagens no jornalismo.
Pô, esta história de plágio deveria ser discutida também nas facs de jornalismo...vários colegas meus fazem isso, tanto redigindo matérias e inventando entrevistados, quanto escrevendo trabalhos pra a fac copiados da net.
Um absurdo.
Deixam a ética de lado e se aproveitam do trabalho alheio.
Esta coisa de invenção de entrevistas é velha....tem jornalista que acha que leitor é burro.


No final, ela deixa uma pergunta:
Mas me fala, o que o jornal deve fazer para coibir isto?! Pois se a entrevista for por telefone, dá para gravar, mas se for por e-mail, como saber se a fonte é verídica?!
O que o editor deve fazer para se certificar da veracidade dos fatos?!


Bem, o Émerson Gasperin já deu uma resposta em sua coluna, cujo trecho pode ser lido alguns posts abaixo.
Se eu estivesse no lugar dele não faria nada de muito diferente. Se a entrevista foi gravada, eu faria questão de ouvir ao menos um trecho da conversa. E pedria para ver o e-mail com as respostas e depois, se houvesse alguma dúvida ainda, procuraria uma confirmação com um assessor de imprensa, agente, empresário ou com o próprio entrevistado em último caso. Talvez alguns digam que isso é trabalhoso demais, que o ritmo alucinante do jornalismo não permite que haja uma brecha de tempo para esse tipo de procedimento, mas creio que é melhor perder alguns minutos para essa checagem do que perder a credibilidade da publicação pra vida toda. Digo isso porque em muitos casos nem é o jornalista que vai pagar o pato. Quem leva a culpa, no fim, é a revista ou jornal que publica uma fraude. O leitor comum não se preocupa com nomes de jornalistas, quem assinou matéria x ou y. Enfim, acho que não é necessário nenhum grande ovo de colombo para se precaver de picaretagens. Basta ligar o picaretódromo. É, não tem gente que liga o f***-se? Então, é só usar esse outro aparelhinho.

sábado, maio 31, 2003

Registros rápidos:
-Você tem boas lembranças dos anos 80? Sente falta daquela década? Então este blog é para você: Saudades dos 80.

-O Nevermind The Bollogs está de volta após um recesso involuntário.

-Vou deixar a dica aqui de três e-zines legais que conheci depois da publicação daquele artigo que eu fiz para o Observatório da Imprensa:
Radar -- Diria que foi uma agradável surpresa ter contato com esta publicação. Se mantiver a qualidade, certamente vai inscrever seu nome ao lado dos e-zines já consagrados. Destaque para o Manual de Sobrevivência em Shows Para Meninas Frescas.
Projeto Casulo -- Mantido "por um coletivo revolucionário que dominará o mundo no ano 2012" cuja base é a cidade de Pelotas (RS). Traz uma entrevista com o violonista Yamandu Costa.
Coquetel Molotov -- É um programa de rádio veculado em Recife que virou e-zine, e dos bons. O chapa Gilberto Custódio Jr. escreveu um texto exclusivo para o site sobre o Dirty, sensacional clássico do Sonic Youth. Para quem estiver curioso, o Colquetel Molotov é transmitido todos os domingos, entre as 16h e as 18h, pela Rádio Teclados FM que opera nos 91,3Mhz.

-O portifólio virtual aí do lado tá pronto. Agora é só ir atualizando.

E a temporada de histórias chatas no jornalismo cultural está longe de terminar. Desta vez, a protagonista é revista Zero que publicou em sua edição especial sobre Matrix Reload um box sobre as referências pop que permeiam a película. O texto não é original, porém. Foi surrupiado de uma matéria de capa da Ilustrada (caderno da Folha) e de autoria do jornalista Alex Maron. A redação já foi avisada e promete uma retratação na próxima edição.
Eu temo que a figura do free-lance começe a ser vista com desconfiança num futuro próximo por causa dessa e de outras picaretagens.

sexta-feira, maio 30, 2003

A história das picaretagens jornalisticas (a entrevista com o Julian Casablancas que não houve) levantada pelo Lúcio Ribeiro continua rendendo. Não mais na coluna do próprio Lúcio que resolveu não mais alongar o assunto, o que não deixa de ser frustrante, uma vez que foi ele o primeiro a falar corajosamente sobre esse assunto. Porém, outros jornalistas resolveram dar seus pitacos. Um deles foi o Emerson Gasperin, colunista do Correio Popular e um dos ex-editores da revista Frente (que não volta mais). Como ex-editor da Showbizz, Gasperin relata em sua coluna dois casos em que ele conseguiu driblar a fraude: "Em 2001, no comando da extinta revista Showbizz, este colunista deparou com situação semelhante. Um jornalista (?!) – talvez o mesmo citado por Lucio Ribeiro – ofereceu entrevistas exclusivas com Chuck Berry e Ike Turner. A primeira, via e-mail. Acendeu a luz: e-mail é roubada, a gente nunca sabe quem está respondendo. Mas tudo bem, vamos dar um crédito, até porque o papo com Ike Turner, garantia o sujeito, fora por telefone. Perguntado sobre como obtivera o número do homem que espancava Tina Turner, o descarado disse: “Foi o Chuck Berry que descolou”. Aí, foi só tentar imaginar Chuck Berry teclando “peraí que vou ver onde anotei o contato do Ike no meu caderninho” para perceber que tinha gato na tuba. Um e-mail (para isso sim, serve) para o agente de Ike Turner confirmou: ele nunca havia conversado com o tal jornalista (?!?!) brasileiro".
Só não vou concordar com a desqualificação do e-mail como instrumento para realizar entrevistas. Não é porque um picareta inventou uma entrevista usando como desculpa esse meio é que todas são assim. É necessário lembrar que o e-mail é uma alternativa bem mais simples a um interurbano internacional, cujas tarifas estão os olhos da cara. Gasperin tomou seus cuidados e não caiu na armadilha. Cabe a outros editores procurar se precaver para não passarem carão.
Luciano Vianna, dono do império de comunicações London Burning, também deu a sua palinha: "Reporter do maior jornal carioca entrevista pelo telefone o vocalista da banda que vai ser uma das principais atrações do Rock in Rio. Depois da entrevista, conversando com o editor, lembra que havia esquecido de perguntar sobre o novo álbum do grupo. Então inventa uma pergunta e resposta genérica, tipo: “O que podemos esperar do novo álbum?” – “Uma evolução no som da banda” ou algo assim. Isso acontece sem medo de alguém descobrir, ainda mais porque, em 99% dos casos, entrevistas com artistas estrangeiros são marcadas pela gravadora, que agenda umas 10 entrevistas para todos os veículos do pais no mesmo dia. Então, mesmo que o artista desconfie, ele não é uma máquina para lembrar o nome ou as perguntas de todo mundo que conversou com ele naquele determinado país".
Eu também conheço histórias de jornalistas que "anabolizam" as declarações de seus entrevistados, muitas delas na imprensa esportva. Um conhecido jogador brasileiro (ele atua no exterior) e que só responde a perguntas com frases que não ultrapassam duas linhas, acaba virando um fenômeno de articulação e argumentação após ser entrevistado por um determinado coleguinha. É tudo o que eu posso dizer.

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Aos poucos estou construindo o meu portifólio virtual na seção "eu escrevo em" aí do lado.

quarta-feira, maio 28, 2003

Laura Mattos informa em sua coluna que alunos da USP vão colocar uma rádio livre no ar. A emissora irá operar dentro do campus e seu sinal pretende atingir a universidade e suas cercanias. Não foi divulgado o nome da emissora. Como rádio livre universitária, ela irá fazer companhia a Rádio Muda, mantida por alunos da Unicamp, e da Rádio Livre DCE, dos acadêmicos da UFScar.
Não é a primeira iniciativa de rádio livre vinda da USP. A mais recente e melhor sucedida experiência nesse sentido foi a Rádio Onze, mantida pelos alunos de direito do Largo São Francisco entre os anos de 1995 e 1997 (conheça um pouco mais de sua história lendo aqui).
Na década de 80, alunos da ECA mantiveram no ar a Rádio Totó Ternura, que tinha uma forte veia humoristica. Seus "apresentadores" eram cachorros famosos. Do seu elenco se destacariam figuras como Lessie, a sexóloga; Rex Humbard, o cão pastor; Rin-Tin-Tin, o cão policial e Snoopy, o correspondente nos EUA. O nome era uma brincadeira com um dos apelidos de Antônio Carlos Magalhães, na época ministro das Comunicações: Toninho Ternura.
Os alunos da USP, ao longo da história, têm tradição de colocar rádios livres bacanas no ar. Tomara que ela seja mantida nesse novo projeto.

A essa altura todos já devem estar informados que o jornal Folha de S. Paulo promovou mais um corte de pessoal em sua redação, segundo o site Comunique-se. Na lista está o nome do jornalista Lúcio Ribeiro, que estava lotado na editoria de esportes. Uma outra informação, vinda da lista de discussões Scream&Yell, dá conta de que Lúcio realmente não tem mais vínculo empregatício com a Folha, mas ele irá continuar colaborando com a Ilustrada e manterá o seu espaço no canal Pensata do site Folha OIn Line, como prestador de serviços. A coluna, ao menos, está prometida para entrar no ar nesta quinta-feira.
Ainda sobre os cortes, foi divulgado pelo Comunique-se que Marcelo Rubens Paiva também foi um dos profissionais que deixaram o jornal. Porém, essa informação foi desmentida pelo jornalista Claudio Tognolli após um contato telefônico com Paiva. O portal, um dos poucos dedicado a cobrir o dia-a-dia do jornalismo, deve uma atualiação das informações.

terça-feira, maio 27, 2003

Conforme o prometido, aqui está um post com um texto mais curto para o deleite dos leitores deste blog :oP

segunda-feira, maio 26, 2003

Tá certo, tá certo...prometo que irei tentar escrever textos mais curtos.

sábado, maio 24, 2003

Quero fazer um agradecimento público a Marcelo Costa, Fabio Carbone e Marcel Nadale que gentilmente cederam depoimentos para a matéria que eu fiz sobre e-zines para o Observatório da Imprensa. As declarações deram o molho necessário ao artigo e creio que foram decisivas para a repercussão que ele teve.
No entanto, quero reparar uma falha. Na hora da edição, acabou sendo deixada de lado a palavra do Alexandre Sigrist, do 3am. Eu vou publicar aqui até para que todos saibam um pouco mais sobre um dos e-zines caçulas da net. O esquema foi assim: fiz duas perguntas e deixei que cada um falasse a vontade.

Qual é o conceito do 3am?

Essa é boa, hein?
O 3am, que indica um horário do dia - da madrugada, pra ser mais exato -, pretende falar sobre coisas culturais. Coisas ou produtos? O que seria algo cultural? Escultura, por exemplo, é arte, mas você nunca vai encontrar uma única linha sobre esse tema em 3am.
Aliás, o termo "conceitual", na minha modesta opinião, é extremamente limitante. Seguir um conceito implica em excluir o que esteja fora deste, e isso pode se tornar muito chato no desenrolar das coisas.
A minha idéia pro 3am, vamos lá, é de um site em que poucas pessoas - não pretendo concorrer no Ibest, por exemplo - possam escrever ou ler artigos que enfoquem o lado filosófico de alguma coisa.
Cabecismo? Não! Muito pelo contrário. Mas eu me canso um pouco de ler sobre o mesmo lançamento da semana na Ilustrada, na coluna do Lúcio e EM TODOS OS E-ZINES.
No 3am, o texto até pode ser sobre algum hype, desde que o enfoque seja original.
Eu penso nos insights como algo benemérito, não deletério, então como é possível ter um insight por minuto? O 3am não remunera seus redatores - eu inclusive tenho o ônus de pagar o domínio e a hospedagem - de modo que não teria como justificar milhões de insights.
O 3am também aposta no colunismo, coisa da qual os e-zines atuais abusam. Mas eu acho isso benéfico. Opiniões, quantas mais nós tivermos, melhor.


-Os e-zines e as netpublicações estão desempenhando o mesmo papel que a chamada Imprensa Alternativa na década de 70?

Não, eu não acredito. Hoje em dia, as e-publicações, isso inclui e-zines, portais culturais, sites de revistas, jornais, etc, querem mostrar que são mais rápidos do que os outros. Na década de 70, a repressão fazia com que os redatores fossem mais inspirados, já que precisavam burlar a censura na
mesdida que buscavam as parcas referências culturais. Imagina, hoje em dia você consegue achar uma revista importada com um CD encartado numa banca próxima, dependendo da sua sorte de morar em um lugar legal. Naquela época, era preciso garimpar as coisas. Por outro lado, aquela época era mais, digamos, romântica. Os artistas pareciam ter mais atitude e eram sem dúvida mais sinceros. Depois da década do cinismo absoluto, anos 90, estamos nos anos 2000, que tem alguma
identidade, só não sabemos ainda qual. Talvez a identidade dos 2000 seja exatamente a ausência dela, vai saber.
Outra diferença, já que citei os redatores. Nos 70's, a tipo de pessoa que adentrava redações ou afins era ou o intelectual extremo (radical) ou o porra-louca sem conserto. Havia muitos malditos no meio, o que dava um ar cult a isso. Hoje em dia, garotos bem-nascidos metidos a cult é que se
interessam pela arte, muitas vezes imitando apenas a pose dos colegas setentistas, esquecendo do conhecimento enciclopédico que um Sérgio Augusto, Paulo Francis ou Ivan Lessa esbanjavam.
Nos 70's, ao que me parece, já que eu era muito novo na época, as pessoas lutavam contra algo, existia um inimigo a ser eliminado. Hoje em dia, nós mesmos é que somos eliminados, seja pela violência urbana, exclusão social, ignorância cibernética, etc.

Recebi a seguinte dica. A música "Amanheceu", gravada por Jorge Vercillo guarda muitas semelhanças com "Canção do Novo Mundo", composta por Beto Guedes e Ronaldo Bastos e gravada por Milton Nascimento. Segundo minha fonte, Vercillo teria mudado apenas o andamento e a letra. O leitor que tire as suas conclusões.

quinta-feira, maio 22, 2003

Bem, esta quarta feira foi agitada no jornalismo cultural. Primeiramente foi a Folha de S. Paulo que trouxe um importante depoimento de André Midani, ex-chefão de gravadora, dando nomes aos bois e falando tudo sobre o jabaculê. Como eu escrevi há alguns posts abaixo, a imprensa já vem dedicando um bom espaço ao tema. É claro que a iniciativa do governo de se criminalizar essa prática de pagar para tocar tem colaborado para que o assunto volte à tona. Não tenho como saber como está a cobertura nos outros diários, mas ao meu ver a Folha é que está se destacando mais, pelo arrojo de procurar trazer aqulio que nas redações convencinou se chamar de diferencial, como o depoimento de Midani. Vamos ver se o jornal não passa a sofrer qualquer tipo de represália. Naquele artigo para o zine Quex escrito por mim (ver posts abaixo), informei que os jornais e revistas dependem muito das gravadoras na cobertura da área musical.
A entrevista de André Midani, um ex-executivo da Warner Music que esteve no olho do furacão por muitos anos, serviu para confirmar tudo aquilo que se suspeita sobre as relações promiscuas das emissoras de rádio e a indústria fonográfica. Midani citou a Rádio Jovem Pan FM como uma das principais beneficiárias do esquema "pague pra tocar" A única coisa que nem é tão nova assim foram os casos de jabaculê promovidos pela equipe dos programas de TV apresentados pelo Chacrinha. A própria Folha já havia tratado do assunto, em 1987, numa série de reportagens assinada por Mário Cesar Carvalho. A dupla Laura Mattos e Pedro Alexandre Sanches, autores da entrevista, poderia ter investido na busca de casos mais atuais, mas creio que a apuração não pára por aí.
E o outro responsável pela super-quarta do jornalismo cultural é o Lúcio Ribeiro. Valeu a a pena esperar por mais uma semana até que sua coluna na Folha On Line fosse publicada. Dois de seus tópicos abordados deram o que falar. Um deles foi sobre o Garagem, com direito a um texto de Álvaro Pereira Jr, um de seus apresentadores, que falou sem rodeios sobre as dificuldades de se negociar com as emissoras de rádio paulistanas. Seu relato só fez reforçar um tese que eu defendi certa vez no blog Rádio Base: lamentavelmente, por tudo o que representa, não há espaço no dial para um programa como o que Álvaro e seus parceiros (André Barcinski e Paulo Cesar Martin) comandavam na Rádio Brasil 2000, de onde sairam no final do ano passado. Tomara que eu esteja enganado.
E o mesmo Lúcio dedica um espaço generoso de sua coluna para desmascarar algumas picaretagens jornalisticas na área cultural. Ele se baseou no caso de Jayson Blair, um ex-repórter do New York Times, cujas reportagens se mostraram fraudulentas, com fatos e situações inventadas. Segundo Lúcio, nós temos um Blair aqui no Brasil que fez uma "entrevista" com Julian Casablancas, vocalista da banda The Strokes por e-mail. O detalhe é que ele não fala com jornalistas. Fabrizio Moretti, o baterista brasieliro da banda, foi curto e grosso: "O Julian disse que não falou com ninguém do Brasil. E que não abre um computador há uns seis meses". Sinistríssimo. Esse e outros casos, como o do Curitiba Pop Festival, só ajudam a arranhar a credibilidade do jornalista que cobre a área de artes e espetáculos e merecem explicações urgentes.
Alías, o Lúcio falou de uma história já abordada aqui no Onzenet. A dos plágios assinados pelo jornalista Pepe Escobar. E aproveito para fazer uma correção. Na verdade, foi um texto sobre o David Bowie o pivô da confusão, e não sobre os Beatles, como eu escrevi aqui há algum tempo. Só faltou Lúcio dizer que foi André Singer, atual porta-voz da presidência da República, quem descobriu a farsa toda.
Que quarta, hein?

quarta-feira, maio 21, 2003

Estou de volta ao Observatório da Imprensa. O tema da vez são os e-zines, que para mim, representam uma boa alternativa ao jornalismo cultural praticado pelos grandes veículos. O texto traz uma seleção de alguns dos mais interessantes e-zines da rede. Leia sua íntegra aqui.

segunda-feira, maio 19, 2003

Achei outros dois blogs legais sobre futebol e jornalismo: Cobra Que Não Anda Não Engole Sapo e Algo Sobre Tudo.

Uma coisa que já está me cansando antes mesmo de começar é esse movimento de ódio à escritora Fernanda Young. Será que ninguém reparou que as bobagens que ela fala no programa Saia Justa servem justamente para atrair a atenção das pessoas? E muita gente boa vem mordendo a isca.

O Tupiniquim Brazilis, do meu chapa Bruno Asp, traz duas entrevistas importantes que discutem a cobertura de internacional da grande imprensa e aspectos da recém-terminada guerra no Iraque na mídia. Uma é com Vicente Adorno, editor de internacional da TV Cultura (SP) e a outra é com Américo Martins, um dos responsáveis pelo serviço brasileiro da BBC. São ótimas refelxões sobre uma das áreas mais sacrificadas das redações, porém de vital importância.

 
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