Não é exagero dizer que uma das boas notícias desse ano de 2002 no campo musical é volta do Fellini. Com algumas raras exceções, a imprensa especializada recebeu bem o lançamento de "Amanhã é Tarde". Porém, um curioso detalhe foi esquecido. No último dia 18 de maio, a banda completou 18 anos de atividades. A data marcou o primeiro ensaio realizado na casa de um de seus integrantes, em 1984. Naquele mesmo dia, só que em 1980, Ian Cutis, vocalista do Joy Division, colocava um fim a sua própria existência.
O Fellini não tem uma carreira linear. Nesses 18 anos, o grupo passou por diversas fases, idas e vindas, acréscimo e saída de integrantes, mas nada disso fez com que eles fossem esquecidos por sua meia dúzia de fãs fiéis.
Talvez a principal mensagem do Fellini em todo esse tempo foi a simplicidade. Eles provaram que a falta de recursos não pode servir de impedimento para se fazer boa música. O trabalho da banda é a perfeita definição da velha máxima: "menos é mais".
Nessa entrevista, Thomas Pappon, o multi-instrumentista do Fellini, dissserta um pouco sobre o CD "Amanhã é Tarde", lançamento da mmrecords. Ele fala também sobre o seu trabalho no serviço brasileiro da BBC, de Londres, sobre suas preferências musicais no momento e até mesmo sobre a atual fase de notoriedade vivida pelo cantor Supla. Acompanhe a íntegra. (Rodney Brocanelli)
Pergunta - Em 2002, comemoram-se 18 anos do primeiro ensaio do Fellini, exatamente no dia 18 de maio de 1984. Naquele dia passava pela sua cabeça que a banda pudesse ir tão longe?
Thomas Pappon - Não. Nos primeiros anos, achava que o grupo poderia acabar a qualquer momento, que a idéia toda - de uma banda de não-músicos e atitude ''foda-se'' - era efêmera demais. Mas nosso entusiasmo, por outro lado, sempre foi grande.
Pergunta - O que o fã do Fellini pode esperar de "Amanhã é Tarde?" E o não-fã, aquele que nunca ouviu falar do grupo?
Pappon - Ambos vão ficar surpresos. O fã vai notar que o Fellini está bem à vontade na praia da MPB e que o grupo envelheceu com dignidade, sem perder o senso de aventura. Os fãs novos vão se arrepender de nunca terem ouvido Fellini antes.
Pergunta - Como surgiu a idéia de voltar a gravar material inédito?
Pappon - Fazia tempo que queria voltar a gravar com o Fellini. O Cadão também. O problema é que isso dá um trabalho dos diabos. Fazer música é um hobby de luxo - quando não se vive disso. Imagine você ter família, trabalho e ainda querer gravar um álbum no tempo livre. A coisa só deu certo porque o esquema foi o mais pragmático possível. O velho esquema faça-você-mesmo, gravando em casa num porta-estúdio.
Pergunta - Quais são os seus "hits" desse CD, as músicas de que mais você gostou?
Pappon - ‘’As Peles’’, ‘’Gravado no Rio’’ e ‘’Greve’’ têm pinta de hit. Mas minha preferida é ‘’Polichinelo’’, a faixa que abre o disco.
Pergunta - Como foi o processo de gravação? Foi semelhante ao de "Fellini Só Vive Duas Vezes?", quando você e Cadão gravaram esse álbum na sala de estar da sua casa em São Paulo?
Pappon - Foi praticamente o mesmo esquema de Fellini Só Vive Duas Vezes, que - putaqueopariu - foi gravado há 16 anos (!!!). O mesmo tipo de porta-estúdio de 4 canais, com matriz gravada em fita cassete. A diferença é que dessa vez usamos sampler e só tivemos uma semana para gravar todos os vocais.
Pergunta - Podemos sonhar com shows para marcar o lançamento desse novo CD?
Pappon - Sonhar pode. Mas é bem improvável que role.
Pergunta - Como é a relação de vocês com a midsummer madness records? Como é que vocês chegaram a esse selo?
Pappon - O Rodrigo Lariú, dono do selo, foi quem organizou o show do Fellini no Rio de Janeiro, quando fizemos uma mini-turnê em 98. Mostrei-lhe o material dos Gilbertos, que ele acabou lançando pelo selo. Ele sempre se mostrou entusiasmado, honesto e prático. O esquema independente é o único que nós conhecemos.
Pergunta - E o CD com sobras e registros e shows ao vivo ficou para quando?
Pappon - Verdade seja dita: os registros ao vivo são uma merda. Têm coisas bem legais entre as sobras e gravações de ensaio, mas não sei se há sentido em um disco desses, é coisa para fã doente mesmo. O projeto foi suspenso.
Pergunta - Você ficou satisfeito com a repercussão do lançamento de "Eurosambas", CD do The Gilbertos, seu projeto paralelo musical?
Pappon - Sim, bastante. Adoro esse disco, muita gente gostou e ficou claro que ainda há espaço para música não convencional, dirigida às almas mais sensíveis. Sem esse disco e sem a midsummer madness, talvez não tivéssemos agora um novo disco do Fellini.
Pergunta - Você trabalha no serviço brasileiro da rádio BBC, de Londres. Quais os projetos que você está tocando na emissora e quais os horários em que você apresenta ou participa de programas?
Pappon - Sou produtor na BBC Brasil, nos últimos dois anos cuidei dos programas de arte e entretenimento e da página de cultura na internet http://www.bbcbrasil.com/. Agora vou ajudar na coordenação da produção de rádio e internet. Mas continuo apresentando o Som de Londres, que pode ser ouvido em ondas curtas aos sábados, as 19h30, hora de Brasília, ou pelas emissoras que retransmitem a programação da BBC Brasil. Pode ser ouvido pela internet, ao vivo, aos sábados e as sextas, as 14h30. Só toco novidades. Ei! Fui o primeiro a tocar The Strokes nas rádios brasileiras!
Pergunta - Você tem acompanhado as coisas aqui no Brasil? Surpreende saber que o Supla hoje é uma celebridade nacional por aqui?
Pappon - Sei que ele participou de um programa de TV, do tipo realityTV - que infesta as programações no mundo inteiro. Aqui na Grã-Bretanha há programas como "Pop Stars" e "Pop Idol", que ‘’revelam’’ artistas novos e transformam "zés ninguém" em pessoas megafamosas da noite pro dia. O Supla tocava bateria - mal, por sinal - numa banda bem legal chamada Metrópolis. Me lembro de ver o pai dele carregando o bumbo no final de um show deles no Val Improviso, uma boate no centro de São Paulo. Acho que os vi no Lira Paulistana também. Mas acompanho pouco o que ocorre no mundo da música hoje no Brasil. Minha impressão é que não há mais cena independente nem música que preste no país.
Pergunta - O que você tem ouvido ultimamente?
Pappon - No ano passado descobri o Robert Wyatt, cantor/compositor que foi baterista do Soft Machine nos anos 60/70. Estou comprando todos os CDs dele aos poucos, tem muita coisa maravilhosa no meio. O último CD da PJ Harvey é sensacional, o Stories From The City, Stories From the Sea. Minhas bandas preferidas são Beta Band e Doves. No momento estou ouvindo um álbum do Dntel, grupo eletrônico americano, e um álbum do Crosby & Nash, um pirata gravado em 71 e lançado oficialmente agora.
Pergunta - Fellini terá fôlego para sobreviver a mais quantos anos?
Pappon - Provavelmente o Fellini vai continuar lançando um disco a cada 10 anos. A não ser que o Amanhã é Tarde faça o povo tomar as ruas.
Entrevista publicada no zine Esquizofrenia, em 2002.
sexta-feira, agosto 13, 2004
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quinta-feira, agosto 12, 2004
Sabem qual é o meu mais novo vício na Internet? Acompanhar em tempo real os números da audiência das emissoras de tv. O instituto de pesquisa Datanexus liberou ao público em geral os dados dessa medição. Para isso, basta efetuar um cadastro no site http://www.datanexus.com.br. Logo em seguida, será enviada uma senha para o endereço de e-mail indicado pelo interessado. É mais um capítulo na luta contra o monopólio do Ibope nesse tipo de pesquisa. não há informações se o Datanexus vai manter por tempo intederminado ou não a consulta pública. Quem deseja saber como vai a audiência de seu programa preferido, é bom que aproveite logo essa oportunidade.
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Rodney Brocanelli
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terça-feira, agosto 10, 2004
Fellini ainda vive, dezoito anos depois
Rodney Brocanelli
A expectativa de vida de uma banda independente no Brasil é curta. São raras aquelas que passam dos cinco anos. Quem consegue chegar aos dezoito, como é o caso do Fellini, pode ser considerado mais que vitorioso. O conjunto, cujo núcleo-base era formado por Thomas Pappon (instrumentos) e Cadão Volpato (letras e vocal), apagou velinhas no último dia 18 de maio. A data é o marco do primeiro ensaio, ocorrido em 1984. No mesmo dia, só que em 1980, Ian Curtis, vocalista do Joy Divison, colocava fim à sua própria existência. Uma coincidência interessante. Desde então, foram alguns álbuns, vários shows, inúmeras histórias, muitas despedidas e, conseqüentemente, muitas voltas. O primeiro disco (na época nem se sonhava com o formato CD) foi lançado em 1985, pela Baratos Afins, uma loja de discos paulistana que decidiu ter seu próprio selo. Chamava-se "O Adeus de Fellini" , uma paródia com o título "The Return of Durutti Collumn" , álbum de estréia do projeto musical de Vinni Reilly. Desse LP, saiu o hit "Rock Europeu", que tocou muito nas rádios de rock da época e os tornando relativamente conhecidos. O trabalho do Fellini ultrapassou fronteiras e chegou a Inglaterra, através do programa de John Peel, na BBC. Ele tocou "Outro Endereço, Outra Vida". A repercussão foi boa e o Fellini recebeu várias cartas de ouvintes localizados em outras partes do planeta que se interessaram e se identificaram com a música, apesar da barreira da língua. Uma delas foi de um presidiário. Outro, mais entusiasmado, chegou até a mandar pelo correio 20 dólares a fim de receber uma cópia do álbum pela via postal. O pedido foi prontamente atendido por Thomas. A gafe ficou por conta de Peel, que anunciou o Fellini como uma banda mexicana (!) no ar.
A mesma Baratos Afins lançaria em 1986, "Fellini só Vive Duas Vezes", um álbum gravado na sala de estar da casa de Thomas Pappon, utilizando-se de um gravador Tascam. Em 1987, veio "Três Lugares Diferentes", com mais um hit, "Teu Inglês", e uma polêmica. A extinta revista Bizz na sua tradicional votação de melhores do ano pela crítica apontou "Três..." como melhor álbum do ano, empatado com "Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas", dos Titãs. Porém, numa entrevista ao jornalista Alexandre Matias, então no jornal Diário do Povo (Campinas), em 1999, Thomas revelou que aquela eleição fora adulterada. O álbum do Fellini tinha sido eleito sozinho o melhor de 1987, mas os editores da revista decidiram mudar o resultado para evitar um incidente diplomático com bandas que pertenciam ao cast das grandes gravadoras.
O último álbum do Fellini seria "Amor Louco", em 1990, cujo lançamento aconteceu pela Wop Bop, outra loja que a exemplo da Baratos resolveu lançar discos. Pouco tempo depois, Thomas resolveu se mudar para a Europa e decidiu-se que não havia sentindo continuar com a marca Fellini. Cadão Volpato montou o Funziona Senza Vapore com alguns músicos que já haviam tocado na banda, entre eles Jayr Marcos e Ricardo Salvagini, mais a participação de Rebecca Matta. O "Funziona..." não seguiu adiante, apenas lançou fitas-demo, sequer chegando a gravar um CD, mas teve uma de suas músicas gravada por Chico Science: "Criança de Domingo", que pode ser encontrada em Afrociberdélia.
Science, por sinal, era talvez o único nome da música pop que nunca escondeu a sua admiração pelo Fellini. Ele até chegou a fazer um show em Recife, tocando músicas do repertório composto por Thomas e Cadão. Enquanto Chico Science fazia o papel de típco fã, a banda enfrentava uma certa resistência entre o restante de seus pares, especialmente os integrantes do Ira! e dos Titãs. A acusação era sempre a mesma: para eles, o Fellini só tinha espaço na mídia por que seus integrantes eram jornalistas. Thomas Pappon foi crítico musical da Bizz e Cadão Volpato editava a revista Set, ambos os títulos da extinta Editora Azul. A dupla refuta as acusações até hoje. Thomas lembra que nunca votou em si mesmo ou no próprio grupo nas eleições de melhores do ano. Postura diferente tinha o também jornalista Fernando Naporano, colaborador da revista, que certa vez votou em sua própria banda "Maria Angélica Não Mora Mais Aqui".
Mesmo com o seu fim, o Fellini deixou uma boa lembrança entre seus fãs. "Uma meia dúzia", como brinca Cadão. Podiam até ser poucos, é verdade, mas sempre foram fiéis. Com o advento da Internet, ficou mais fácil de se reunir pessoas que pudessem trocar informações sobre a banda. Enquanto isso, Thomas, já estabelecido em Londres, onde trabalha no serviço brasileiro da BBC, sentiu que poderia fazer alguns shows-reuinão. A idéia deu certo e em 1998, durante suas férias, o Fellini realizou uma mini-turnê por São Paulo, Rio e Brasília, com Thomas e Cadão na linha de frente e músicos especialmente convidados para a ocasião. No ano seguinte, o Fellini tocaria no festival Rec Beat, em Recife. Em 2001, finalmente o álbum "Amor Louco" seria relançado em CD. No mesmo ano, Thomas e Cadão decidiram que era a hora de voltar a gravar. Um dos fatores que pode ter pesado para o retorno foi a boa receptividade de "Eurosambas 1992-1998", uma compilação de músicas que Thomas compôs sozinho depois que se mudou para a Europa e gravou sozinho sob a alcunha de The Gilbertos, sendo lançado em 1999 pela mmrecords.
O processo de gravação deste "come-back" foi simples. Thomas mandou uma série de melodias para Cadão. Este colocou os vocais e fez as letras. Material pronto, Cadão viajou para Londres e de lá voltou com as matrizes de "Amanhã é Tarde", cujo lançamento aconteceu no ínicio de 2002 pela mesma mmrecords. Assim como em "Fellini Só Vive...", a dupla trabalhou sozinha na sala de visitas da casa de Thomas. A única diferença foi a cidade.
Dezoito anos depois de seu primeiro ensaio, o Fellini ainda vive. Nada mau para quem profetizava seu fim logo no título do primeiro álbum.
Serviço/Discografia:
O Adeus de Fellini (1985) - Baratos Afins
Fellini Só Vive Duas Vezes (1986) - Baratos Afins
Três Lugares Diferentes (1987) - Baratos Afins
Amor Louco (1990) - Wob Bop
Amanhã é Tarde - (2002) - mmrecords
Amanhã é Tarde já está nas lojas e pode ser encomendado na página da gravadora mmrecords: http://www.mmrecords.com.br. Os outros álbuns são facilmente encontrados nas lojas das galerias, aqui em São Paulo.
Publicado no zine CanalB em 2002, à época do lançamento de "Amanhã é Tarde". O show do Fellini no Tim Festival só iria acontecer no final do ano seguinte, por isso não está citado nesse texto.
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Rodney Brocanelli
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segunda-feira, agosto 09, 2004
Danny Roland: "O Metrô de hoje é um encontro de amigos em minha casa"
Por Rodney Brocanelli
Ainda está para ser escrita a análise definitiva sobre esta onda que trouxe de volta à ativa várias bandas do rock brasileiro dos anos 80. Porém, já é possível tirar algumas conclusões rápidas a respeito desta tendência. Parte dos conjuntos resolveu reaparecer exclusivamente de olho nos bolsos de antigos e novos fãs, casos de ... e ... (ora, amigo leitor, você sabe quais são). Não que não tenham sido bacanas em seu tempo, mas hoje vivem de fazer acordos com a MTV para lançar acústicos e apresentações ao vivo e, com isso, arrecadar alguns trocados. Mas se existem grupos cujos retornos têm intenções puramente comerciais, outros ressurgem por acharem que ainda há algo a dizer em termos artísticos e são bem sucedidas neste intuito. Neste último caso se enquadram o Fellini, com seu maravilhoso "Amanhã é Tarde", e o Metrô, que surpreendeu muita gente ao lançar no ano passado "Deja vu".
O Metrô foi um fenômeno na década de 80. Seu disco (sim, disco) de estréia, "Olhar" (1985), foi um sucesso absoluto. Dele saíram pelo menos cinco hits: "Olhar", "Cenas Obscenas", "Tudo Pode Mudar", "Sândalo de Dândi" e "Johnny Love", que se somaram a "Beat Acelerado", o primeiro sucesso lançado em compacto, e "Ti-Ti-Ti", que foi trilha sonora de novela da Globo. O som do Metrô naquela época era simples de ser definido: uma mistura de sintetizadores com guitarras, trazendo ecos de rock progressivo e com pitadas de muito pop. Essa fórmula deu certo até demais, mas não garantiu longevidade à banda. A vocalista Virginie saiu numa fase de plena popularidade. Depois disso, com o vocalista Pedro Parq, lançaram um bom, mas incompreendido, álbum chamado "A Mão de Mao" (1987).
O tempo passou e cada integrante foi para o seu lado, mas a fama do Metrô acabou atravessando os anos e angariando novos fãs mesmo com pouca divulgação nas emissoras de rádio. Tudo caminhava para que a banda fosse apenas uma boa lembrança nos toca-discos remanescentes dos anos 80, mas eis que de repente surge "Deja Vu". Se na década de 80 o Metrô corria a toda velocidade, no Ano Zero eles ressurgem mais tranqüilos, contemplativos, lúdicos até. Como define bem o baterista Danny Roland: "O Metrô de hoje é um encontro de amigos em minha casa". E que amigos, entre os quais se destaca o poeta Wally Salomão, que recentemente nos deixou.
Nesta entrevista feita por e-mail (mas totalmente verdadeira), Roland fala um pouco mais sobre este novo trabalho, faz comparações sobre as duas fases da banda, revela influências de Belle & Sebastian em uma das faixas, e aproveita para falar sobre o Fernandinho, conhecido personagem de um comercial de sucesso exibido na tv há uns 17 anos. Agradecimentos especiais a Silvana Castro, responsável por uma página-tributo muito legal na Internet e que merece ser visitada: http://www.geocities.com/metro_br.
Ruídos: De quem partiu a idéia de se reunir novamente o Metrô?
Danny Roland: Queríamos trabalhar juntos há anos...Chegamos a gravar juntos em 1992 em Bruxelas (The Passengers/Adrenaline Records Bélgica 1992). Em 2001, Virginie, Kassin (Moreno +2) e eu tínhamos um projeto de gravar músicas cantadas em japonês e em várias línguas. Foi quando Luis Carlos Maluly (produtor de Olhar e Mão de Mão) nos procurou querendo nos encontrar e nos propondo a volta do Metrô. Fui até SP, onde nos encontramos (Yann, Alec, Zavie, Maluly e eu, já que Virginie vivia na França havia anos e estava de mudança para Moçambique na África) num agradável jantar no La Tartine. Marcamos de nos encontrar um mês mais tarde, o que de fato aconteceu, mas o encontro musical não rendeu. Passamos o dia botando a vida em dia e conversando, mas na hora de tocar ficávamos só conversando e rindo. Foi ótimo, mas não rolou. Dois dias depois, Alec me disse que não estava a fim. Eu também achei aquilo tudo meio estranho porque pra mim não existe volta. Como dizia o poeta: "o tempo não pára". E ficou por isso. Dois meses depois (Janeiro 2002) Yann me ligou querendo fazer alguma coisa. Falei pra ele vir ao Rio, onde moro. Três dias depois estávamos gravando Mensagem de Amor e o resto foi muito rápido.
A escolha do repertório, como se deu?
Mandamos um CD com as gravações pra Virginie na França, que adorou e mandou ótimas sugestões. Zavie veio várias vezes ao Rio e nos ajudou muito com seu humor, anarquia, ironia e incrível musicalidade (ele é de longe o melhor músico entre nós). Mandamos um CD para o Maluly e para algumas pessoas interessadas de gravadoras. Não entenderam ou não gostaram. Queriam o Metrô exatamente com o som dos 80, o que para nós era impossível. Estávamos interessados em outras linguagens (Adoro "Olhar", mas fazer as mesmas músicas do mesmo jeito...). Pra começar, em nenhum momento pensávamos que estávamos gravando o novo disco do Metrô: não tinha o peso da volta do Metrô etc.
Como foi o clima de gravação e mixagem de "Deja vu"?
A gravação correu muito tranqüila, num clima muito carioca em Santa Teresa, numa paisagem bastante bucólica, Corcovado, bonde passando, anos-luz dos tempos urbanos (muita droga, sexo e rock'n roll) do Metrô nas frias noites paulistas. Escolhemos o repertório que tinha importância na nossa história, de nossa infância e juventude. Yann foi um grande parceiro.
"Sândalo de Dândi" foi regravada, segundo o site oficial da banda, "pensando em Belle & Sebastian". Explique um pouco mais essa influência.
Minha filha Clara é louca por Belle & Sebastian (aliás, todos em casa são) e tem uma música que ela ama: "Sleep The Clock Around" (do "The Boy With The Arab Strap"). A harmonia é a mesma de Sândalo. Então, sabe como é criança (N. do R.: ela tem 4 anos), quer ouvir a mesma música 20 vezes em seguida. Então acabávamos cantando Sândalo em cima. Na hora de gravar, coloquei no Pro Tools um loop de "Sleep ..." e ficávamos tocando em cima. E assim a gravamos em cima deste BPM.
Fale um pouco mais da participação de Wally Salomão numa das músicas.
Sempre admirei Wally. Era um gênio. Uma referência (Gal Fatal é uma das melhores coisas já produzidas). Parecia um garoto (estava sempre tão alegre e positivo, tão disponível) e ao mesmo tempo um sábio (e sem ser pretensioso! super humilde!), um homem culto e MUITO bem humorado. Um grande poeta e pensador e, como se não bastasse, para minha surpresa excelente cantor. Chegou em casa com Otto, ouviu "Deja vu" e começou a cantar (eu e Yann quase caímos pra trás). Ligamos o microfone e ele cantou com aquela voz linda que só preto velho (e baiano!) tem. Nos divertimos pra valer nesta tarde com Otto e Wally. Vai deixar muitas saudades.....
"Deja vu" tem potencial de mercado no exterior, especialmente na Europa?
"Deja vu" tem sido muito bem recebido lá fora. A Trama exportou algumas centenas de exemplares pra França, que já esgotaram. E existe interesse de licenciamento em alguns outros países (Espanha, Portugal, Inglaterra, Alemanha e Japão). São convites para coletâneas lounge etc, mas estamos batendo pé para lançarmos o disco INTEIRO.
Fizemos uma exceção e liberamos "Mensagem de Amor" em Portugal na coletânea "Divas do Brasil" (acho que Virginie não poderia faltar!).
Qual foi o motivo que os fez recusarem várias propostas vindas de gravadoras para lançar material baseado no projeto "Acústico"?
Como já disse antes, tinha que ser algo autêntico, prazeroso pra nós e não pra indústria. Não nos sensibilizamos com algumas ofertas, entre elas a de fazer um show do Metrô com os arranjos originais de todas as músicas antigas e lançá-las em DVD etc. Achamos tão deja vu. Também não nos sentíamos à vontade de fazer um projeto ao vivo. Estávamos longe deste "negócio" há quase 20 anos (!!!). Queríamos privacidade.
Nos devíamos este disco. Quando começamos o "Deja vu" não era Metro. Era só eu Yann e Zavie em casa experimentando música, nos divertindo, não tínhamos compromisso com nada e com ninguém. Virginie veio ao Brasil, onde passou uma semana, com a familinha, e nos trouxe ainda mais alegria com seu talento, graça e espontaneidade de sempre. Foi como se nunca havíamos parado de trabalhar juntos um minuto nestes anos. Felicidade.
Como você avalia as críticas à "Deja vu"? A proposta desse trabalho foi bem compreendida pelos jornalistas? E como foi a repercussão junto às emissoras de rádio?
As críticas em geral foram ótimas. "Deja vu" foi muito bem recebido e compreendido pela imprensa escrita. Já nas rádios não teve nenhuma repercussão. Mas também não tínhamos nenhuma expectativa. Estamos tão felizes com o disco. Ele está exatamente do jeito que queríamos. Foi extremamente prazeroso produzi-lo. E ainda por cima a Trama foi e tem sido uma parceira fantástica.
Vocês pretendem sair em turnê pelo Brasil? Qual seria a principal dificuldade em fazê-la?
Em março fizemos shows na África em Maputo , Moçambique no Centro Cultural Franco-Moçambiquano, lindo e lotado (tem capacidade pra 600 pessoas). Temos recebido vários convites para tocar na França. Mas a nossa maior vontade é de fazer shows no Brasil.
Existe a idéia de se lançar um segundo CD dessa nova fase?
Com certeza haverá continuação enquanto for prazeroso e divertido. Gravamos com músicos africanos quando estivemos em Moçambique. E temos pensado e gravado material para um próximo disco pra quem sabe em 2005.
Você disse numa outra entrevista que "o Metrô não teve absoluta importância". Continua mantendo essa opinião mesmo após a repercussão boa da volta entre os fãs que acompanhavam a banda na década de 80?
Sim. Continuo achando. Sou muito crítico em relação ao Metrô. Acho que com a história que tínhamos juntos não dá pra ser diferente. Ficamos devendo. Não demos continuidade. Fizemos um bom disco pop e só. Não tem a menor importância.
O que você, Virginie e Yann estão fazendo, enquanto a turnê não sai?
Virginie está em Moçambique neste momento vivendo a vida. Toca violão e canta todos os dias. E vai muito à África do Sul no Kruger fazer safaris (só pra olhar os animais). Yann voltou pra SP, onde está montando seu estúdio e tocando com vários DJs. Vivo no Rio há 10 anos onde sou sócio de uma produtora (BD). Produzimos vários eventos artísticos. Estou tentando terminar meu segundo longa metragem (Maria), e fazendo algumas trilhas sonoras. E tentando viabilizar esta tournée do Metrô no Brasil.
Muitos fãs perguntam pelos trabalhos antigos, principalmente Olhar. Sabe se a gravadora pretende relançá-lo? O que acha dessa idéia?
Acho que seria ótimo o "Olhar" estar em catálogo, mas ele pertence à Sony e só eles sabem se existe a intenção de um dia colocá-lo a disposição. Sei que é difícil, mas acho que tudo tem que estar em catálogo, senão fica um país sem memória e portanto sem história. O que tem de obra-prima fora de catálogo no Brasil! Você só encontra em edição japonesa.
Compare o Metrô de 1985 e de 2002/2003.
Não há a menor comparação. São 2 mundos... "Olhar" é o resultado de anos de uma BANDA (começamos em 1978). Resultado de anos de batalha, de muito som (tocávamos 10 horas ou mais por dia, pra desespero dos vizinhos da Vila Mariana), shows, gravações, enfim, de uma época de descobertas e conquistas de cinco garotos que cresceram juntos. Somos como irmãos. Vivíamos juntos. A banda era nossa vida 24 horas por dia. E tínhamos vários sonhos juntos. Foi uma época maravilhosa e uma dura, prematura e traumática separação. O Metrô de hoje é um encontro de amigos em minha casa. Cada um com a vida feita. Pais e mãe de família. Alegria. Comunhão. Maturidade. O Serginho Groisman definiu bem quando fomos lá: "Vocês eram o Metrô e viraram os Novos Baianos?!", tal o "entourage" de crianças e adolescentes que chegou junto conosco, e olha que faltaram os 3 do Zavie e 2 do Alec! Também o mundo mudou então gravamos tudo em casa mesmo. Não teve um ensaio sequer. Foi ligar o Pro Tools e sair gravando. Depois editamos e mixamos.
As pessoas na rua ainda se lembram de você como o Fernandinho dos comerciais da US Top?
Fernandinho... Raramente alguém lembra. Um dia, há algum tempo, aconteceu algo engraçado: estava no Zôo e fui cercado por uma multidão de crianças (uma excursão colegial) que queria autógrafos e tirar fotos etc. Fiquei meio sem graça. Eram tão pimpolhos e o comercial fora do ar há tanto tempo. Não entendi nada na hora, nunca tinham me visto, mas todos me abraçavam como se fosse um velho amigo, o Fernandinho. Deve ter ficado no inconsciente coletivo. Adoro crianças e fiquei muito feliz com o carinho delas.
Serviço: Home page oficial do Metrô: http://www.metromusic.com.br
Publicado no e-zine Ruídos em 2003. Só não lembro o mês e tou com preguiça de pesquisar agora.
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sexta-feira, agosto 06, 2004
Semana passada ouvi um blogueiro fã de Charile Brown Jr. acerca da briga entre Chorão e Marcelo Camelo. Chegou a hora de ouvir o outro lado. Entrevistei o Felipe, também blogueiro e fã de Los Hermanos para o site Laboratório Pop.
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Rodney Brocanelli
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quinta-feira, agosto 05, 2004
Vou inaugurar uma seção aqui no Onzenet. Nem é tão original assim, mas vai servir para falar sobre a passagem do tempo.
Você percebe que está ficando velho quando...
...em pleno intervalo do Jornal da Noite, da Bandeirantes, é exibido o mesmo comercial que passava há uns 25 anos na TV Record. É aquele da dedetizadora DDDrin no qual os insetos fazem uma festinha de arromba (devidamente encerrada, depois), dançando com a seguinte música.
A pulguinha dançando iê-iê-iê
O pernilongo mordendo meu bebê (ui!)
E o dia inteiro a traça passa a roerrrrr
Nesta festa preciso por um fim
Vou chamar DDDrin DDDrin
E os parceiros da barata pela casa vão ter fim
DDDrin DDrin
DDDrin
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Rodney Brocanelli
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terça-feira, agosto 03, 2004
Bem, um dos conceitos que eu mais tenho repetido aqui no blog Onzenet é que na Internet nada é preceível. Já contei aqui o caso de textos meus que foram republicados num site português. O Observatório da Imprensa também já deu um outro texto meu que publiquei no site da Rádio Brasil 2000 FM (aquele sobre a crise do jornalismo musical, citado no post abaixo), e por aí vai.
Numa recente sessão de egosurfing pelo Google, descobri que dois artigos meus sobre rádio foram incluidos num site mantido por unversitários de comunicação. Eles são antigos. O que me deixa mais contente é o fato de que eles não ficaram perdidos em sua época.
O primeiro deles é de 1999 e foi publicado no extinto e-zine Buxixo, da minha amiga Megssa Fernandes. O título, muito bom por sinal, é dela: Rádios Comunitárias, livre para navegar nessas ondas? Nele, entre outras coisas, denunciei o mau usos de emissoras de paixa potência e pequeno alcance e fiz algumas críicas as associações que congregram representantes de rádios livres do país. Triste constatar que pouca coisa mudou desde então.
O outro é um pouco mais recente e nele eu defendo a tese de que o principal sustentáculo das rádios em AM são as transmissões esportivas. Foi publicado no extinto Euqueromais, onde começei a dar meus primeiros palpites pela net. Bons tempos. Hoje, os arigos ganharam sobrevida graças aos alunos da UFRN. Meu obrigado a eles.
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segunda-feira, agosto 02, 2004
Tava brincando no Google e achei esse texto aqui no blog Só Terror.
Achei-o interessante não apenas pela referência a minha pessoa. Vou reproduzi-lo aqui no Onzenet.
MEDO
Como a independência gera medo!!!
Medo de quem detém o poder. Principalmente o cultural, mais especificamente falando dos detentores de direitos de direitos autorais (isso mesmo, direitos de direitos autorais: aqueles que possuem o direito de comercialização de obras com direito autoral), as grandes gravadoras. Agora parece que esse terror está se parecendo mais ainda com terror pra quem manipula a informação absorvida pelas massas, a indústria de jornalismo musical.
No mínimo interessante uma reportagem lida no Observatório da Imprensa (observatorio.ultimosegundo.ig.com.br) de um jornalista chamado Rodney Brocanelli. Pelo que me parece o mesmo escreve também em mídias ligadas à música em si. Bom, vamos ao que importa: não deu pra entender direito se o cara colocou um ponto contra ou a favor, ou as duas coisas ao mesmo tempo (algo comum na mídia hoje pra confundir as pessoas), quando citou que a revolução do mp3 criou uma "nova vítima": a imprensa especializada em música, tão manipuladora e maniqueísta como as famigeradas gravadoras.
Vamos a alguns trechos da reportagem:
"Depois de provocar estragos à indústria do disco, o Mp3 (arquivos de áudio com qualidade próxima à do CD) parece estar fazendo uma nova vítima: o jornalismo musical. Pelo menos este é o diagnóstico de nove entre 10 especialistas no assunto(...)"
"(...)quem não compra CD dificilmente comprará revistas que falam de música."
"De qualquer forma, parece que dois vilões dessa crise que assola o jornalismo musical já são conhecidos: os blogs e os e-zines. Para um certo articulista da revista Rock Press, eles 'são elementos que contribuem para a completa banalização do ofício de jornalista musical'."
É, meus caros... com certeza é indignante pra qualquer um que gastou mais de 30 mil reais em seus quatro anos de faculdade de jornalismo ver que qualquer pessoa que esteja com um computador ao alcance das mãos possa publicar na internet o que quiser, pra quantos que quiserem ler.A internet não é democrática, é mais que isso: LIVRE. Todos têm o direito de expressar suas idéias, pra quem quiser ler, doa a quem doer. E mais ainda que isso: TODOS QUE LÊEM PODEM ESCOLHER O QUE QUEREM LER.
Com certeza, quem não compra CD está cagando pras revistas de música. Quem baixa música na internet vai é fazer suas próprias críticas e ler as críticas e resenhas de quem realmente interessa: o ouvinte comum, assim como ele que baixa a música.
É a revolução silenciosa. A nossa revolução. Comendo pelas beiradas.
Vou fazer um paralelo (que pode até ser meio nada a ver mas serve só pra ilustrar) com um fato ocorrido na década de 80, onde o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, falou brincando, antes de um pronunciamento oficial, que "acabava de aprovar uma lei que acabaria de vez com a União Soviética, e que começariam a bombardear em cinco minutos". A brincadeira foi ao ar sem querer. Hoje nós é que fazemos esse pronunciamento: acabamos de aprovar uma lei nossa, uma lei não-oficial, que vai acabar de vez com a dominação das massas: a lei da "expressão não-acadêmica", a voz dos que não fizeram faculdade de comunicação.
Desta vez não é brincadeira. E já estamos bombardeando.
Deixei um comentário lá no Só Terror agradecendo a citação. Disse que minha intenção era relatar uma série de coisas que estão ocorrendo no jornalismo musical da atualidade. É claro que cada um faz a interpretação que quiser de um texto. Se algo realmente não foi compreendido, isso deve ser creditado a minha inabilidade em construir o artigo que uma tentativa delibrada de confundir as pessoas. É isso.
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Make no mistake about it
Things ain't what they seem
I'm gonna scream and shout it
This is just a dream
A simple conversation
Every now and then
A touchy situation
Fascinates a man
What shall I do, if I should see you
And have to pretend that we have never met
Its not a cheap sensation
When you touch me with your hand
A little complication
Can hypnotize a man
How we gonna hide it
This thing with you and me yeah
Everyone can tell by now
I just can't lie you see
What shall I say to hide it, to hide it baby
No words can convey your lips melting into mine
No mistake, no mistake
Make no mistake, make no mistake about it
Make no mistake, c'mon make no mistake, make no mistake
about it
I'm gonna make you mine, no need to talk it over, we're
running out of time
I've made up my mind about you
I know in my heart that you have the same point of view
Make no mistake, this is it
Make no mistake, make no mistake
It's not we don't have the time
Make no mistake
Not in the right place
make no mistake, make no mistake
Ooh come on baby, make no mistake
No mistake
I'm talking to ya baby
Make no mistake
Não sou muito fã dos Rolling Stones. Gosto de umas cinco ou seis músicas deles, se muito. Sou partidário da tese de que eles funcionam melhor separadamente. Um exemplo é o álbum-solo de estréia do Ketih Richards, Talk is Cheap, lançado em 1988, em meio a um dos períodos de recesso de seu trabalho com a banda.
Quem esperava solos de guiatrra interminaveis se surpreendeu. Richards decidiu cantar. E ele dá conta do recado, em que se pese as suas limitações vocais. Em alguns casos, quando não consegue um tom mais alto, o músico pede uma bem-vinda ajuda de backing vocals.
Make no Mistake é um dos hits desse álbum. Curioso é que aqui o destaque vai para a bateria, que dá um alto grau de sensualidade à música. Como eu continuo bonzinho, deixo aqui um link para quem deseja ouvi-la na íntegra. Basta, como das outras vezes, clicar no falante correspondente ao título.
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domingo, agosto 01, 2004
Opa, tudo bem com vocês?
Faz tempo que não passo por aqui, não é mesmo?
Pois é, preciso dar um rumo ao Onzenet. Enquanto isso não acontece, você pode acompanhar os seguintes textos meus que foram publicados na semana que passou.
De primeira, o Laboratório Pop traz uma entrevista que fiz com o Rodrigo, blogueiro fã do Charile Brown Jr. Além de falarmos bastante de seu blog, consegui dele algumas opiniões relevantes sobre a briga entre Chorão e Marcelo Camelo.
Dando continuidade àquela série que venho fazendo há mais de um ano sobre revistas e jornalismo musical, falei com Claudia Reitberger, proprietária da revista Rock Press. Em questão, entre outras coisas, a longevidade da publicação, que foi lançada em 1996, e sobrevive às idas e vindas do mercado.
E não posso me esquecer que retomei minha colaboração com o site Papo de Bola com
a coluna Na Turma do Amendoim, falando de futebol e outros esportes. Confiram.
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terça-feira, julho 20, 2004
Bem, o tempo para escrever aqui anda cada vez mais curto. Só tenho conseguido mesmo manter meus compromissos com os sites que colaboro. Então, vou dar uma geral dos últimos textos meus que foram publicados.
Pra começar, o site da Rádio Brasil 2000 FM está publicando resenhas de CDs e livros. Escrevi sobre a nova música de trabalho do Capital Inicial, Sem Cansar. Além disso, resenhei o livro "Queda Livre - Ensaios de Risco" escrito por Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha de S. Paulo. Para minha surpresa e satisfação, ambos os textos também fazem parte da Coluna Vertebral, do mesmo site. O povo de lá gosta do meu trabalho e isso é bom.
Tem também uma entrevista que eu fiz com Dirley Fernandes, um dos sub-editores da revista LabPop. O tema principal, é claro, foi o lançamento da publicação sobre música que ocorreu no início de julho.
E eu não esqueci dos blogs. O LabPop traz uma matéria de minha autoria sobre um blog que faz uma interessante combinação: charuto, jazz e uísque.
É isso aí. Vem muito mais por aí. Aguardem.
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sexta-feira, julho 09, 2004
Pô, amar é importante
Cê não imagina a aflição que eu fico
Quando estou contigo ou não estou
Eu tenho dois amigos
E se chego pra eles e digo
Das nossas jogadas um pouco
Por vezes curtem dizendo
Você é muito LOUCO
Outras vezes nada, nada dizem
Mas pinta um mal-estar na nossa cara
Que tá nos olhos, que eles pensam
Essa moço é um NEURÓTICO!
Eu não sei o que cê acha
Se sou gostoso ou bonito
Eu só sei que ando um pouco oprimido
Um pouco nervoso
Por exemplo, quando vou te ver
Não sei se boto o tênis bamba
Ou se amarro uns retalhos
Eu só sei que gosto do seu corpo pra caralho
Pô, amar é importante
Cê num imagina a aflição que eu fico
Quando estou contigo ou não estou
Tudo o que eu quero dizer tem de ser através da música (aê Cadão, peguei a idéia do título do seu CD). Essa daí é um hit deixado pela "Vanguarda Paulista" dos anos 80, rótulo que abrigava artistas do porte de Arrigo Barnabé, Itamar Assumnção ou Tetê Spíndola. "Pô, amar é importante", foi trilha sonora de filme: "Cidade Oculta", no qual Arrigo Barnabé faz o papel principal. A letra é de Hermelino Neder, assim como a melodia. Arrigo e Tetê cantam.
Aliás, tem uma versão mais "família" onde a o palavrão é substituido pela interjeição "caramba" e sem prezuízo da rima. Eu prefiro a versão não-familiar..rs. É mais rasgadamente apaixonada.
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sexta-feira, julho 02, 2004
I want somebody to share
Share the rest of my life
Share my innermost thoughts
Know my intimate details
Someone who'll stand by my side
And give me support
And in return
She'll get my support
She will listen to me
When I want to speak
About the world we live in
And life in general
Though my views may be wrong
They may even be perverted
She will hear me out
And won't easily be converted
To my way of thinking
In fact she'll often disagree
But at the end of it all
She will understand me
I want somebody who cares
For me passionately
With every thought and with every breath
Someone who'll help me see things
In a different light
All the things I detest
I will almost like
I don't want to be tied
To anyone's strings
I'm carefully trying
to steer clear
Of those things
But when I'm asleep
I want somebody
Who will put their arms around me
And kiss me tenderly
And things like this
Make me sick
In a case like this
I'll get away with it
Essa é para fechar com chave de outro a trilogia Depeche Mode aqui no blog Onzenet. Somebody talvez seja uma das mais belas canções de amor já escritas. Sabem o porquê? Na verdade é tudo o que desejamos: ter alguém do nosso lado que nos compreenda não só na visão de mundo, mas nas ações também. Que saiba que existe hora para tudo, para falar, para calar, etc. Tudo o que nós queremos dessa vida é um mínimo de compreensão da pessoa amada. Quando não há isso, sai de baixo. Talvez seja essa a causa de muitos fracassos amorosos.
A versão definitiva de Somebody está no álbum 101. É uma versão com voz e piano e os gritos da galera que foi ao Rose Bowl, em Los Angeles, assistir a apresentação ao vivo do Depeche Mode. Isso foi em 1988. Anos mais tarde, o estádio foi palco da conquista do tetracampeonato mundial de futebol pela noss a seleção de futebol. Apesar de toda a agitação, o resultado ficou emocionante. Só mesmo um coração de pedra para não se sensibilizar. Eu continuo bonzinho e deixo aqui o link para ouvir a canção. Basta clicar no falante. E deixo de bônus a sua tradução, que eu peguei no site Autobahn
Quero alguém para compartilhar
Para compartilhar o resto da minha vida
Compartilhar meus pensamentos mais secretos
Conhecer meus detalhes íntimos
Alguém que ficará ao meu lado
E me dar apoio
E em retribuição
Ela terá meu apoio
Ela irá me ouvir
Quando eu quiser falar
Sobre o mundo em que vivemos
E a vida em geral
Embora minhas opiniões possam estar erradas
Elas podem até ser deturpadas
Ela vai me ouvir
E não será convertida facilmente
Ao meu modo de pensar
Na verdade, ela frequentemente vai discordar
Mas no final das contas
Ela me entenderá
Quero alguém que se importe
Comigo, apaixonadamente
Em cada pensamento e em cada respiro
Alguém que vai me ajudar a ver as coisas
Sob um aspecto diferente
Todas as coisas que eu detesto
Vou praticamente amar
Não quero ser amarrado
Ao cordão de ninguém
Com cuidado, estou tentando
me manter afastado
destas idéias
Mas quando estou acordado
Eu quero alguém
Que colocará seus braços em volta de mim
E me beijará carinhosamente
E coisas assim
Me deixam doente
Num caso assim
Vou fugir disso
(adendo: seria você esse alguém?)
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quarta-feira, junho 30, 2004
Fragile
Like a baby in your arms
Be gentle with me
I’d never willingly
Do you harm
Apologies
Are all you seem to get from me
But just like a child
You make me smile
When you care for me
And you know
It’s a question of lust
It’s a question of trust
It’s a question of not letting
What we’ve built up
Crumble to dust
It is all of these things and more
That keep us together
Independence
Is still important for us though (we realise)
It’s easy to make
The stupid mistake
Of letting go (do you know what I mean)
My weaknesses
You know each and every one (it frightens me)
But I need to drink
More than you seem to think
Before I’m anyone’s
And you know
It’s a question of lust
It’s a question of trust
It’s a question of not letting
What we’ve built up
Crumble to dust
It is all of these things and more
That keep us together
Kiss me goodbye
When I’m on my own
But you know that i’d
Rather be home
Não tou com saco de escrever. Vou deixar que as músicas falem por mim.
A Question Of Lust é uma das músicas mais bacanas do Depeche Mode. Aliás, isso é redundância. Eles só tem músicas acima da média.
Quem estiver a fim de ouvir, entra nesse site aqui e clica no auto falante: http://club.mp3search.ru/album.html?id=9141
Dica: ouça a versão "minimal". E como eu estou bonzinho, aqui vai a sua tradução.
A Question of Lust
(Uma Questão de Desejo)
Frágil
Como uma criança em seus braços
Seja gentil comigo
Eu nunca te causaria
mal de propósito
Desculpas
Parecem ser tudo o que você
consegue tirar de mim
Mas, assim como uma criança
você me fez sorrir
quando você cuida de mim
E você sabe
É uma questão de desejo
É uma questão de confiança
É uma questão de não deixar
o que nós construímos
virar pó
São todas essas coisas e mais
que nos mantém juntos
Independência
Ainda é importante para nós apesar de
(Nós percebermos)
Que é facil cometer
O erro estúpido
e deixar ir embora
(você sabe o que eu quero dizer?)
Minhas fraquezas
Você conhece todas elas (isto me assusta)
Mas eu preciso beber
Mais do que você parece pensar
Antes que eu seja de alguém
E você sabe...
É uma questão de desejo
É uma questão de confiança
É uma questão de não deixar
o que nós construímos
virar pó
São todas essas coisas que
nos mantém juntos
Me de um beijo de adeus
quando eu estou sozinho
Mas, você sabe que
Preferiria estar em casa
É uma questão de desejo
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terça-feira, junho 29, 2004
Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can’t you understand
Oh my little girl
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
Enjoy The Silience - Depeche Mode
É como eu sempre digo, as atitudes falam muito mais que as palavras. Nem mesmo mil palavras (ditas antes ou depois) valem mais que alguns beijos roubados.
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domingo, junho 20, 2004
C'est comme ca
Ah, la la la la
Ouais le secret
ca coupe et ca donne
Oh, oh, faut que j'moove
Sans fin du venin
qui me fait mal au couer
Quand le serpent
Chaloupe et console
Oh, oh, faut que j'moove
L'ami Sadi s'enlise
et la ca fait peur
Si c'est ca
Ah la la la la
Ca le sucurre a mes entournures
Ah, ah, faut que j'moove
Ca le grince juste pendant le nuit
Ah, c'est comme ca
ca plonge et ca vire
Ah, ah, faut que j'moove
Et ca gene quoi, quand y'a pas de plaisir
C'est comme ca
Ah la la la la
La lala lala lala lalala...
j'veux pas t'abandonner,mon bebe
j.veux pas nous achever, tu sais
C'est pas que je veuille tenir
ni que ja veunille m'enfuir
Il me faut prendre le frais, c'est vrai
He, he, he
he, viens pres de moi que je te le disa
Faut que j'moove
ce secret qui me tord le coeur
Ah, la la la...
O francês já foi uma língua universal. Perdeu espaço para o inglês nos últimos anos, mas mantém lá o seu charme. Porém, não é disso que eu quero falar. Essa letra aí de cima faz parte do repertório de um duo (na verdade, um casal) francês chamado Les Rita Mitsouko. A nova música de trabalho do Capital Inicial (Sem Cansar) nada mais é que sua versão para o português.
"C'est Comme Ca" chegou a ser um hit aqui no Brasil no ano de 1988 quando começou uma onda chamada de "World Music". Na verdade, era apenas um mais rótulo besta inventado pela indústria musical no qual poderia ser classificado qualquer coisa: afro music, rock francês, reagge jamaicano, e por aí vai. A tal "World Music" não pegou, mas deixou muita coisa bacana, entre elas Les Rita Mitsouko. Como explicar o som deles? Já li por aí que é New Wave e a definição não parece estar de todo errada. Na verdade, a dupla pegou várias influências do pop/rock e adicionaram um molho francês. Apesar disso, eles já compuseram várias canções em inglês, o que causou uma certa polêmica, afinal os franceses zelam como nunca pela sua identidade nacional e cantar em outra língua é uma heresia suprema.
Frederic Chichin (guitarra) e Catherine Ringer (vocais) são Les Rita Mitsouko. Um dado curioso sobre Ringer é que ela chegou a ser atriz de filmes eróticos numa determinada época de sua vida. Acabou salva e redimida pelo rock and roll.
Para quem quiser correr atrás, "C'est Comme Ca" faz parte do álbum "The No Compreendo". Aliás, o processo de gravação desse álbum (sim, álbum e sempre gosto de deixar claro isso, porque o CD ainda estava engatinhando naquela época) foi registrado pelo controvertido cineasta Jean Luc Goddard e algumas de suas cenas fazem parte do filme "Soigne Ta Droite", que, salvo engano, chegou a passar numa das edições da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
A versão que o Capital Inicial fez puxou muito mais para o lado do pop, tirando o peso "rocker" do original. Seu grande mérito, no entanto, é dar ciência do Les Rita Mistouko ao seu público-alvo, a molecadinha. Quem sabe, alguém se interesse em baixar o original nos programas de Mp3, conheça a música e amplie mais o seu conhecimento musical. Será que isso é sonhar demais?
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segunda-feira, junho 14, 2004
Hélio Ribeiro é um dos grandes nomes da história do nosso rádio. Ele foi um fenômeno de audiência e prestígio na Bandeirantes AM da década de 70 com seu "Poder da Mensagem", sempre apresentado entre meio-dia e duas da tarde. Minha avó, Dona Martina, era uma de suas ouvintes fiéis. Sempre que eu chegava da escola a encontrava fazendo o almoço ou passando roupa com o rádio ligado no programa de Hélio. Por tabela, acabava o ouvindo também. Naquela época, eu deveria ter uns seis ou sete anos. Não tinha idade para entender muita coisa, mas ficava lá em companhia dela na audição do programa. A fórumla era simples: música e mensagens de reflexão. Ele tinha alguns bordôes também, como o "Sabe quem, sabe quem?", citado por mim há alguns posts, ou "Este programa é ouvido pela moça do Kharmanguia vermelho". Alías todos ficavam curiosos em saber quem seria tal pessoa. O que eu curtia mesmo eram as traduções, alías, "versões livres para o português", como ele próprio fazia questão de explicar. Aliás, o Chico Anysio criou um personagem em sua homenagem por causa disso, o Roberval Taylor, alguém aí se lembra? É clássica a paródia para a música "All By Myself" e no refrão, Taylor traduzia para "Tudo eu, tudo eu".Anos mais tarde, já adolescente, fui reencontra-lo na Gazeta AM, emissora na qual ele ficou durante todo o ano de 1985. A última passagem de Hélio Ribeiro pelo rádio foi na Globo AM, dez anos depois, em 1995. Ele morreria no ano 2000, vítima de um câncer no estômago. Estou contando todas essas histórias porque está no ar o site criado pelo Memorial Hélio Ribeiro. É um tributo mais que merecido. Nele, constam depoimentos de seus companheiros, além de arquivos de áudio históricos. É uma visita obrigatória para a molecada que está se formando em rádio e tv. Muitos profissionais que estão entrando nesse concorrido mercado não conhecem a história da categoria que escolheram para trabalhar. A culpa nem é dessa gente, mas dos currículos das faculdades de comunicação social. Mas graças a veículos como a Internet e alguns livros (outra hora eu falo deles), é possível compensar essa falha.
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sexta-feira, junho 11, 2004
Uma letra de música para essa tarde bacana de sexta. É "Passos no Escuro", da banda Zero. Uma das belas letras de Guilherme Isnard. Eu me identifico muito com o verso "Vou trocar a minha noite pela luz do teu olhar". A banda Zero é uma das muitas que foram injustiçadas daquela geração que surgiu nos anos 80.
Passos no escuro, eles podem me levar
A lugares em que eu não sei se eu posso te encontrar
Passos no escuro meu amigo ou solidão
Tantas pedras no caminho que me leva ao coração
Eu ouço passos que nem podem ser os meus
Ou dos tolos que caminham procurando outro deus
Passos no escuro levam a nenhum lugar
Vou trocar a minha noite pela luz do teu olhar
Passos cegos em direção
Muitas voltas num lugar
O destino diz qual rumo a tomar
Prá chegar até você
Passos no escuro
Prá chegar até você
Passos no escuro
Eu ouço passos no escuro
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Serviço de utilidade pública para os leitores do Onzenet. É possível ouvir as faixas do novo álbum You Are The Quarry, de Morrissey, o gênio, o homem, o mito. Entrem nesse site aqui http://club.mp3search.ru/album.html?id=13816 e divirtam-se. Peguei essa dica lá no Orkut.
Ah, e um recado aos picaretas de plantão. O bom e velho Moz voltou melhor que nunca. Ouçam "First of the Gang to Die" para confirmar isso.
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terça-feira, junho 08, 2004
"Essa revista é nova, não é?"
Essa foi a pergunta que a moça da banca fez a seu colega quando eu fui pagar meu exemplar do Laboratório Pop, cuja primeira edição já está circulando desde o início de junho.
Sou um tanto suspeito para tecer comentários sobre sua primeira edição, uma vez que faço parte deste projeto. Meu nome está até no expediente (eba!). Mesmo assim dá para fazer dois comentários.
1) A entrevista que o chefe fez com Lulu Santos ficou ótima. Até aí tudo bem, mas o detalhe é que ela aconteceu via e-mail, instrumento que virou sinônimo de picaretagem jornalistica devido ao mau uso feito por alguns nos últimos anos. É claro que muito do resultado se deveu a cumplicidade de Lulu, que se dispôs a responder ( eenfrentar) as réplicas. Foi um dos golaços da revista.
2) O ponto baixo fica por conta do projeto gráfico. O resultado das colunas não ficou bom. A cor de fundo escolhida colide com os tipos usados no texto e atrapalha a leitura. Basta ver o artigo (bom, por sinal) de Antonio Carlos Miguel contando sua experiência ao entrevistar Kurt Cobain. O vermelho incomoda demais. Esse ponto será devidamente aprimorado para as próximas edições. No mais, agora as opiniões ficam por conta dos leitores.
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