terça-feira, agosto 03, 2004

Bem, um dos conceitos que eu mais tenho repetido aqui no blog Onzenet é que na Internet nada é preceível. Já contei aqui o caso de textos meus que foram republicados num site português. O Observatório da Imprensa também já deu um outro texto meu que publiquei no site da Rádio Brasil 2000 FM (aquele sobre a crise do jornalismo musical, citado no post abaixo), e por aí vai.
Numa recente sessão de egosurfing pelo Google, descobri que dois artigos meus sobre rádio foram incluidos num site mantido por unversitários de comunicação. Eles são antigos. O que me deixa mais contente é o fato de que eles não ficaram perdidos em sua época.
O primeiro deles é de 1999 e foi publicado no extinto e-zine Buxixo, da minha amiga Megssa Fernandes. O título, muito bom por sinal, é dela: Rádios Comunitárias, livre para navegar nessas ondas? Nele, entre outras coisas, denunciei o mau usos de emissoras de paixa potência e pequeno alcance e fiz algumas críicas as associações que congregram representantes de rádios livres do país. Triste constatar que pouca coisa mudou desde então.
O outro é um pouco mais recente e nele eu defendo a tese de que o principal sustentáculo das rádios em AM são as transmissões esportivas. Foi publicado no extinto Euqueromais, onde começei a dar meus primeiros palpites pela net. Bons tempos. Hoje, os arigos ganharam sobrevida graças aos alunos da UFRN. Meu obrigado a eles.

segunda-feira, agosto 02, 2004

Tava brincando no Google e achei esse texto aqui no blog Só Terror.
Achei-o interessante não apenas pela referência a minha pessoa. Vou reproduzi-lo aqui no Onzenet.

MEDO
Como a independência gera medo!!!

Medo de quem detém o poder. Principalmente o cultural, mais especificamente falando dos detentores de direitos de direitos autorais (isso mesmo, direitos de direitos autorais: aqueles que possuem o direito de comercialização de obras com direito autoral), as grandes gravadoras. Agora parece que esse terror está se parecendo mais ainda com terror pra quem manipula a informação absorvida pelas massas, a indústria de jornalismo musical.

No mínimo interessante uma reportagem lida no Observatório da Imprensa (observatorio.ultimosegundo.ig.com.br) de um jornalista chamado Rodney Brocanelli. Pelo que me parece o mesmo escreve também em mídias ligadas à música em si. Bom, vamos ao que importa: não deu pra entender direito se o cara colocou um ponto contra ou a favor, ou as duas coisas ao mesmo tempo (algo comum na mídia hoje pra confundir as pessoas), quando citou que a revolução do mp3 criou uma "nova vítima": a imprensa especializada em música, tão manipuladora e maniqueísta como as famigeradas gravadoras.

Vamos a alguns trechos da reportagem:

"Depois de provocar estragos à indústria do disco, o Mp3 (arquivos de áudio com qualidade próxima à do CD) parece estar fazendo uma nova vítima: o jornalismo musical. Pelo menos este é o diagnóstico de nove entre 10 especialistas no assunto(...)"
"(...)quem não compra CD dificilmente comprará revistas que falam de música."
"De qualquer forma, parece que dois vilões dessa crise que assola o jornalismo musical já são conhecidos: os blogs e os e-zines. Para um certo articulista da revista Rock Press, eles 'são elementos que contribuem para a completa banalização do ofício de jornalista musical'."

É, meus caros... com certeza é indignante pra qualquer um que gastou mais de 30 mil reais em seus quatro anos de faculdade de jornalismo ver que qualquer pessoa que esteja com um computador ao alcance das mãos possa publicar na internet o que quiser, pra quantos que quiserem ler.A internet não é democrática, é mais que isso: LIVRE. Todos têm o direito de expressar suas idéias, pra quem quiser ler, doa a quem doer. E mais ainda que isso: TODOS QUE LÊEM PODEM ESCOLHER O QUE QUEREM LER.

Com certeza, quem não compra CD está cagando pras revistas de música. Quem baixa música na internet vai é fazer suas próprias críticas e ler as críticas e resenhas de quem realmente interessa: o ouvinte comum, assim como ele que baixa a música.

É a revolução silenciosa. A nossa revolução. Comendo pelas beiradas.

Vou fazer um paralelo (que pode até ser meio nada a ver mas serve só pra ilustrar) com um fato ocorrido na década de 80, onde o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, falou brincando, antes de um pronunciamento oficial, que "acabava de aprovar uma lei que acabaria de vez com a União Soviética, e que começariam a bombardear em cinco minutos". A brincadeira foi ao ar sem querer. Hoje nós é que fazemos esse pronunciamento: acabamos de aprovar uma lei nossa, uma lei não-oficial, que vai acabar de vez com a dominação das massas: a lei da "expressão não-acadêmica", a voz dos que não fizeram faculdade de comunicação.

Desta vez não é brincadeira. E já estamos bombardeando.



Deixei um comentário lá no Só Terror agradecendo a citação. Disse que minha intenção era relatar uma série de coisas que estão ocorrendo no jornalismo musical da atualidade. É claro que cada um faz a interpretação que quiser de um texto. Se algo realmente não foi compreendido, isso deve ser creditado a minha inabilidade em construir o artigo que uma tentativa delibrada de confundir as pessoas. É isso.

Make no mistake about it
Things ain't what they seem
I'm gonna scream and shout it
This is just a dream

A simple conversation
Every now and then
A touchy situation
Fascinates a man

What shall I do, if I should see you
And have to pretend that we have never met

Its not a cheap sensation
When you touch me with your hand
A little complication
Can hypnotize a man

How we gonna hide it
This thing with you and me yeah
Everyone can tell by now
I just can't lie you see

What shall I say to hide it, to hide it baby
No words can convey your lips melting into mine

No mistake, no mistake
Make no mistake, make no mistake about it
Make no mistake, c'mon make no mistake, make no mistake
about it
I'm gonna make you mine, no need to talk it over, we're
running out of time

I've made up my mind about you
I know in my heart that you have the same point of view

Make no mistake, this is it
Make no mistake, make no mistake

It's not we don't have the time
Make no mistake
Not in the right place
make no mistake, make no mistake
Ooh come on baby, make no mistake
No mistake
I'm talking to ya baby
Make no mistake


Não sou muito fã dos Rolling Stones. Gosto de umas cinco ou seis músicas deles, se muito. Sou partidário da tese de que eles funcionam melhor separadamente. Um exemplo é o álbum-solo de estréia do Ketih Richards, Talk is Cheap, lançado em 1988, em meio a um dos períodos de recesso de seu trabalho com a banda.
Quem esperava solos de guiatrra interminaveis se surpreendeu. Richards decidiu cantar. E ele dá conta do recado, em que se pese as suas limitações vocais. Em alguns casos, quando não consegue um tom mais alto, o músico pede uma bem-vinda ajuda de backing vocals.
Make no Mistake é um dos hits desse álbum. Curioso é que aqui o destaque vai para a bateria, que dá um alto grau de sensualidade à música. Como eu continuo bonzinho, deixo aqui um link para quem deseja ouvi-la na íntegra. Basta, como das outras vezes, clicar no falante correspondente ao título.

domingo, agosto 01, 2004

Opa, tudo bem com vocês?
Faz tempo que não passo por aqui, não é mesmo?
Pois é, preciso dar um rumo ao Onzenet. Enquanto isso não acontece, você pode acompanhar os seguintes textos meus que foram publicados na semana que passou.
De primeira, o Laboratório Pop traz uma entrevista que fiz com o Rodrigo, blogueiro fã do Charile Brown Jr. Além de falarmos bastante de seu blog, consegui dele algumas opiniões relevantes sobre a briga entre Chorão e Marcelo Camelo.
Dando continuidade àquela série que venho fazendo há mais de um ano sobre revistas e jornalismo musical, falei com Claudia Reitberger, proprietária da revista Rock Press. Em questão, entre outras coisas, a longevidade da publicação, que foi lançada em 1996, e sobrevive às idas e vindas do mercado.
E não posso me esquecer que retomei minha colaboração com o site Papo de Bola com
a coluna Na Turma do Amendoim, falando de futebol e outros esportes. Confiram.

terça-feira, julho 20, 2004

Bem, o tempo para escrever aqui anda cada vez mais curto. Só tenho conseguido mesmo manter meus compromissos com os sites que colaboro. Então, vou dar uma geral dos últimos textos meus que foram publicados.
Pra começar, o site da Rádio Brasil 2000 FM está publicando resenhas de CDs e livros. Escrevi sobre a nova música de trabalho do Capital Inicial, Sem Cansar. Além disso, resenhei o livro "Queda Livre - Ensaios de Risco" escrito por Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha de S. Paulo. Para minha surpresa e satisfação, ambos os textos também fazem parte da Coluna Vertebral, do mesmo site. O povo de lá gosta do meu trabalho e isso é bom.
Tem também uma entrevista que eu fiz com Dirley Fernandes, um dos sub-editores da revista LabPop. O tema principal, é claro, foi o lançamento da publicação sobre música que ocorreu no início de julho.
E eu não esqueci dos blogs. O LabPop traz uma matéria de minha autoria sobre um blog que faz uma interessante combinação: charuto, jazz e uísque
É isso aí. Vem muito mais por aí. Aguardem.

sexta-feira, julho 09, 2004

Pô, amar é importante
Cê não imagina a aflição que eu fico
Quando estou contigo ou não estou
Eu tenho dois amigos
E se chego pra eles e digo
Das nossas jogadas um pouco
Por vezes curtem dizendo
Você é muito LOUCO
Outras vezes nada, nada dizem
Mas pinta um mal-estar na nossa cara
Que tá nos olhos, que eles pensam
Essa moço é um NEURÓTICO!
Eu não sei o que cê acha
Se sou gostoso ou bonito
Eu só sei que ando um pouco oprimido
Um pouco nervoso
Por exemplo, quando vou te ver
Não sei se boto o tênis bamba
Ou se amarro uns retalhos
Eu só sei que gosto do seu corpo pra caralho
Pô, amar é importante
Cê num imagina a aflição que eu fico
Quando estou contigo ou não estou



Tudo o que eu quero dizer tem de ser através da música (aê Cadão, peguei a idéia do título do seu CD). Essa daí é um hit deixado pela "Vanguarda Paulista" dos anos 80, rótulo que abrigava artistas do porte de Arrigo Barnabé, Itamar Assumnção ou Tetê Spíndola. "Pô, amar é importante", foi trilha sonora de filme: "Cidade Oculta", no qual Arrigo Barnabé faz o papel principal. A letra é de Hermelino Neder, assim como a melodia. Arrigo e Tetê cantam.
Aliás, tem uma versão mais "família" onde a o palavrão é substituido pela interjeição "caramba" e sem prezuízo da rima. Eu prefiro a versão não-familiar..rs. É mais rasgadamente apaixonada.

sexta-feira, julho 02, 2004

I want somebody to share
Share the rest of my life
Share my innermost thoughts
Know my intimate details
Someone who'll stand by my side
And give me support
And in return
She'll get my support
She will listen to me
When I want to speak
About the world we live in
And life in general
Though my views may be wrong
They may even be perverted
She will hear me out
And won't easily be converted
To my way of thinking
In fact she'll often disagree
But at the end of it all
She will understand me

I want somebody who cares
For me passionately
With every thought and with every breath
Someone who'll help me see things
In a different light
All the things I detest
I will almost like
I don't want to be tied
To anyone's strings
I'm carefully trying
to steer clear
Of those things
But when I'm asleep
I want somebody
Who will put their arms around me
And kiss me tenderly
And things like this
Make me sick
In a case like this
I'll get away with it


Essa é para fechar com chave de outro a trilogia Depeche Mode aqui no blog Onzenet. Somebody talvez seja uma das mais belas canções de amor já escritas. Sabem o porquê? Na verdade é tudo o que desejamos: ter alguém do nosso lado que nos compreenda não só na visão de mundo, mas nas ações também. Que saiba que existe hora para tudo, para falar, para calar, etc. Tudo o que nós queremos dessa vida é um mínimo de compreensão da pessoa amada. Quando não há isso, sai de baixo. Talvez seja essa a causa de muitos fracassos amorosos.
A versão definitiva de Somebody está no álbum 101. É uma versão com voz e piano e os gritos da galera que foi ao Rose Bowl, em Los Angeles, assistir a apresentação ao vivo do Depeche Mode. Isso foi em 1988. Anos mais tarde, o estádio foi palco da conquista do tetracampeonato mundial de futebol pela noss a seleção de futebol. Apesar de toda a agitação, o resultado ficou emocionante. Só mesmo um coração de pedra para não se sensibilizar. Eu continuo bonzinho e deixo aqui o link para ouvir a canção. Basta clicar no falante. E deixo de bônus a sua tradução, que eu peguei no site Autobahn

Quero alguém para compartilhar
Para compartilhar o resto da minha vida
Compartilhar meus pensamentos mais secretos
Conhecer meus detalhes íntimos
Alguém que ficará ao meu lado
E me dar apoio
E em retribuição
Ela terá meu apoio
Ela irá me ouvir
Quando eu quiser falar
Sobre o mundo em que vivemos
E a vida em geral
Embora minhas opiniões possam estar erradas
Elas podem até ser deturpadas
Ela vai me ouvir
E não será convertida facilmente
Ao meu modo de pensar
Na verdade, ela frequentemente vai discordar
Mas no final das contas
Ela me entenderá

Quero alguém que se importe
Comigo, apaixonadamente
Em cada pensamento e em cada respiro
Alguém que vai me ajudar a ver as coisas
Sob um aspecto diferente
Todas as coisas que eu detesto
Vou praticamente amar
Não quero ser amarrado
Ao cordão de ninguém
Com cuidado, estou tentando
me manter afastado
destas idéias
Mas quando estou acordado
Eu quero alguém
Que colocará seus braços em volta de mim
E me beijará carinhosamente
E coisas assim
Me deixam doente
Num caso assim
Vou fugir disso

(adendo: seria você esse alguém?)

quarta-feira, junho 30, 2004

Fragile
Like a baby in your arms
Be gentle with me
I’d never willingly
Do you harm

Apologies
Are all you seem to get from me
But just like a child
You make me smile
When you care for me
And you know

It’s a question of lust
It’s a question of trust
It’s a question of not letting
What we’ve built up
Crumble to dust
It is all of these things and more
That keep us together

Independence
Is still important for us though (we realise)
It’s easy to make
The stupid mistake
Of letting go (do you know what I mean)

My weaknesses
You know each and every one (it frightens me)
But I need to drink
More than you seem to think
Before I’m anyone’s
And you know

It’s a question of lust
It’s a question of trust
It’s a question of not letting
What we’ve built up
Crumble to dust
It is all of these things and more
That keep us together

Kiss me goodbye
When I’m on my own
But you know that i’d
Rather be home

Não tou com saco de escrever. Vou deixar que as músicas falem por mim.
A Question Of Lust é uma das músicas mais bacanas do Depeche Mode. Aliás, isso é redundância. Eles só tem músicas acima da média.
Quem estiver a fim de ouvir, entra nesse site aqui e clica no auto falante: http://club.mp3search.ru/album.html?id=9141
Dica: ouça a versão "minimal". E como eu estou bonzinho, aqui vai a sua tradução.


A Question of Lust
(Uma Questão de Desejo)
Frágil
Como uma criança em seus braços
Seja gentil comigo
Eu nunca te causaria
mal de propósito

Desculpas
Parecem ser tudo o que você
consegue tirar de mim
Mas, assim como uma criança
você me fez sorrir
quando você cuida de mim
E você sabe

É uma questão de desejo
É uma questão de confiança
É uma questão de não deixar
o que nós construímos
virar pó
São todas essas coisas e mais
que nos mantém juntos

Independência
Ainda é importante para nós apesar de
(Nós percebermos)
Que é facil cometer
O erro estúpido
e deixar ir embora
(você sabe o que eu quero dizer?)

Minhas fraquezas
Você conhece todas elas (isto me assusta)
Mas eu preciso beber
Mais do que você parece pensar
Antes que eu seja de alguém
E você sabe...

É uma questão de desejo
É uma questão de confiança
É uma questão de não deixar
o que nós construímos
virar pó
São todas essas coisas que
nos mantém juntos

Me de um beijo de adeus
quando eu estou sozinho
Mas, você sabe que
Preferiria estar em casa

É uma questão de desejo




terça-feira, junho 29, 2004

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can’t you understand
Oh my little girl

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Enjoy The Silience - Depeche Mode

É como eu sempre digo, as atitudes falam muito mais que as palavras. Nem mesmo mil palavras (ditas antes ou depois) valem mais que alguns beijos roubados.

domingo, junho 20, 2004

C'est comme ca
Ah, la la la la
Ouais le secret
ca coupe et ca donne
Oh, oh, faut que j'moove
Sans fin du venin
qui me fait mal au couer
Quand le serpent
Chaloupe et console
Oh, oh, faut que j'moove
L'ami Sadi s'enlise
et la ca fait peur
Si c'est ca
Ah la la la la
Ca le sucurre a mes entournures
Ah, ah, faut que j'moove
Ca le grince juste pendant le nuit
Ah, c'est comme ca
ca plonge et ca vire
Ah, ah, faut que j'moove
Et ca gene quoi, quand y'a pas de plaisir
C'est comme ca
Ah la la la la
La lala lala lala lalala...
j'veux pas t'abandonner,mon bebe
j.veux pas nous achever, tu sais
C'est pas que je veuille tenir
ni que ja veunille m'enfuir
Il me faut prendre le frais, c'est vrai
He, he, he
he, viens pres de moi que je te le disa
Faut que j'moove
ce secret qui me tord le coeur
Ah, la la la...

O francês já foi uma língua universal. Perdeu espaço para o inglês nos últimos anos, mas mantém lá o seu charme. Porém, não é disso que eu quero falar. Essa letra aí de cima faz parte do repertório de um duo (na verdade, um casal) francês chamado Les Rita Mitsouko. A nova música de trabalho do Capital Inicial (Sem Cansar) nada mais é que sua versão para o português.
"C'est Comme Ca" chegou a ser um hit aqui no Brasil no ano de 1988 quando começou uma onda chamada de "World Music". Na verdade, era apenas um mais rótulo besta inventado pela indústria musical no qual poderia ser classificado qualquer coisa: afro music, rock francês, reagge jamaicano, e por aí vai. A tal "World Music" não pegou, mas deixou muita coisa bacana, entre elas Les Rita Mitsouko. Como explicar o som deles? Já li por aí que é New Wave e a definição não parece estar de todo errada. Na verdade, a dupla pegou várias influências do pop/rock e adicionaram um molho francês. Apesar disso, eles já compuseram várias canções em inglês, o que causou uma certa polêmica, afinal os franceses zelam como nunca pela sua identidade nacional e cantar em outra língua é uma heresia suprema.
Frederic Chichin (guitarra) e Catherine Ringer (vocais) são Les Rita Mitsouko. Um dado curioso sobre Ringer é que ela chegou a ser atriz de filmes eróticos numa determinada época de sua vida. Acabou salva e redimida pelo rock and roll.
Para quem quiser correr atrás, "C'est Comme Ca" faz parte do álbum "The No Compreendo". Aliás, o processo de gravação desse álbum (sim, álbum e sempre gosto de deixar claro isso, porque o CD ainda estava engatinhando naquela época) foi registrado pelo controvertido cineasta Jean Luc Goddard e algumas de suas cenas fazem parte do filme "Soigne Ta Droite", que, salvo engano, chegou a passar numa das edições da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
A versão que o Capital Inicial fez puxou muito mais para o lado do pop, tirando o peso "rocker" do original. Seu grande mérito, no entanto, é dar ciência do Les Rita Mistouko ao seu público-alvo, a molecadinha. Quem sabe, alguém se interesse em baixar o original nos programas de Mp3, conheça a música e amplie mais o seu conhecimento musical. Será que isso é sonhar demais?

segunda-feira, junho 14, 2004

Hélio Ribeiro é um dos grandes nomes da história do nosso rádio. Ele foi um fenômeno de audiência e prestígio na Bandeirantes AM da década de 70 com seu "Poder da Mensagem", sempre apresentado entre meio-dia e duas da tarde. Minha avó, Dona Martina, era uma de suas ouvintes fiéis. Sempre que eu chegava da escola a encontrava fazendo o almoço ou passando roupa com o rádio ligado no programa de Hélio. Por tabela, acabava o ouvindo também. Naquela época, eu deveria ter uns seis ou sete anos. Não tinha idade para entender muita coisa, mas ficava lá em companhia dela na audição do programa. A fórumla era simples: música e mensagens de reflexão. Ele tinha alguns bordôes também, como o "Sabe quem, sabe quem?", citado por mim há alguns posts, ou "Este programa é ouvido pela moça do Kharmanguia vermelho". Alías todos ficavam curiosos em saber quem seria tal pessoa. O que eu curtia mesmo eram as traduções, alías, "versões livres para o português", como ele próprio fazia questão de explicar. Aliás, o Chico Anysio criou um personagem em sua homenagem por causa disso, o Roberval Taylor, alguém aí se lembra? É clássica a paródia para a música "All By Myself" e no refrão, Taylor traduzia para "Tudo eu, tudo eu".Anos mais tarde, já adolescente, fui reencontra-lo na Gazeta AM, emissora na qual ele ficou durante todo o ano de 1985. A última passagem de Hélio Ribeiro pelo rádio foi na Globo AM, dez anos depois, em 1995. Ele morreria no ano 2000, vítima de um câncer no estômago. Estou contando todas essas histórias porque está no ar o site criado pelo Memorial Hélio Ribeiro. É um tributo mais que merecido. Nele, constam depoimentos de seus companheiros, além de arquivos de áudio históricos. É uma visita obrigatória para a molecada que está se formando em rádio e tv. Muitos profissionais que estão entrando nesse concorrido mercado não conhecem a história da categoria que escolheram para trabalhar. A culpa nem é dessa gente, mas dos currículos das faculdades de comunicação social. Mas graças a veículos como a Internet e alguns livros (outra hora eu falo deles), é possível compensar essa falha.

sexta-feira, junho 11, 2004

Uma letra de música para essa tarde bacana de sexta. É "Passos no Escuro", da banda Zero. Uma das belas letras de Guilherme Isnard. Eu me identifico muito com o verso "Vou trocar a minha noite pela luz do teu olhar". A banda Zero é uma das muitas que foram injustiçadas daquela geração que surgiu nos anos 80.

Passos no escuro, eles podem me levar
A lugares em que eu não sei se eu posso te encontrar
Passos no escuro meu amigo ou solidão
Tantas pedras no caminho que me leva ao coração
  
Eu ouço passos que nem podem ser os meus
Ou dos tolos que caminham procurando outro deus
Passos no escuro levam a nenhum lugar
Vou trocar a minha noite pela luz do teu olhar
  
Passos cegos em direção
Muitas voltas num lugar
O destino diz qual rumo a tomar
Prá chegar até você
  
Passos no escuro
Prá chegar até você
Passos no escuro
Eu ouço passos no escuro

Serviço de utilidade pública para os leitores do Onzenet. É possível ouvir as faixas do novo álbum You Are The Quarry, de Morrissey, o gênio, o homem, o mito. Entrem nesse site aqui http://club.mp3search.ru/album.html?id=13816 e divirtam-se. Peguei essa dica lá no Orkut.
Ah, e um recado aos picaretas de plantão. O bom e velho Moz voltou melhor que nunca. Ouçam "First of the Gang to Die" para confirmar isso.

terça-feira, junho 08, 2004

"Essa revista é nova, não é?"
Essa foi a pergunta que a moça da banca fez a seu colega quando eu fui pagar meu exemplar do Laboratório Pop, cuja primeira edição já está circulando desde o início de junho.
Sou um tanto suspeito para tecer comentários sobre sua primeira edição, uma vez que faço parte deste projeto. Meu nome está até no expediente (eba!). Mesmo assim dá para fazer dois comentários.
1) A entrevista que o chefe fez com Lulu Santos ficou ótima. Até aí tudo bem, mas o detalhe é que ela aconteceu via e-mail, instrumento que virou sinônimo de picaretagem jornalistica devido ao mau uso feito por alguns nos últimos anos. É claro que muito do resultado se deveu a cumplicidade de Lulu, que se dispôs a responder ( eenfrentar) as réplicas. Foi um dos golaços da revista.
2) O ponto baixo fica por conta do projeto gráfico. O resultado das colunas não ficou bom. A cor de fundo escolhida colide com os tipos usados no texto e atrapalha a leitura. Basta ver o artigo (bom, por sinal) de Antonio Carlos Miguel contando sua experiência ao entrevistar Kurt Cobain. O vermelho incomoda demais. Esse ponto será devidamente aprimorado para as próximas edições. No mais, agora as opiniões ficam por conta dos leitores.

quinta-feira, junho 03, 2004

Sabe quem, sabem quem lê este blog? Uma menina que usa cachinhos.


Em tempo: tem uma matéria minha com a rapper Negra Li no site do Laboratório Pop. Confiram.

quinta-feira, maio 13, 2004

Ó, resolvi chamar o Bob Dylan para dizer algumas coisas por mim...Aliás, temos uma coisa em comum. Ele é germiniano. Seu aniversário é no próximo dia 24 de maio. Muita gente bacana que milita na música é de Gêmeos. Morrissey e Miles Davies são dois bons exemplos.
Com a palavra, Bob....


You must leave now, take what you need, you think will last.
But whatever you wish to keep, you better grab it fast.
Yonder stands your orphan with his gun,
Crying like a fire in the sun.
Look out the saints are comin' through
And it's all over now, Baby Blue.

The highway is for gamblers, better use your sense.
Take what you have gathered from coincidence.
The empty-handed painter from your streets
Is drawing crazy patterns on your sheets.
This sky, too, is folding under you
And it's all over now, Baby Blue.

All your seasick sailors, they are rowing home.
All your reindeer armies, are all going home.
The lover who just walked out your door
Has taken all his blankets from the floor.
The carpet, too, is moving under you
And it's all over now, Baby Blue.

Leave your stepping stones behind, something calls for you.
Forget the dead you've left, they will not follow you.
The vagabond who's rapping at your door
Is standing in the clothes that you once wore.
Strike another match, go start anew
And it's all over now, Baby Blue.


É, it's all over now, Baby Blue....

quarta-feira, abril 21, 2004

Ódio.

sexta-feira, abril 16, 2004

Mais boca no trombone. Nesta semana, a coluna de blogs do Laboratório Pop traz a indignação dos usuários do Blig com as recentes mudanças dos termos de serviço. Confiram.

Tenho certeza que os blogs serão para a literatura o que os campos de várzea foram para o nosso futebol. Parece pouco, mas pergunte onde é que todos os craques brasileiros começaram a jogar. E quem pensa que existe muita diferença entre escrever e bater bota, está redondamente enganado ( sem trocadilho). Num jogo como outro, só se aprende suando a camisa.

Este é o trecho de um post do jornalista Paulo Markun, atual apresentador do Roda Viva, da TV Cultura. É mais um cobrão da grande imprensa que adere a onda dos blogs. Uma iniciativa muito bem-vinda, por sinal. Lembro-me de Markun apresentado ao lado de Silvia Poppovic uma revista diária na Gazeta, em 1983. Chamava-se "São Paulo na TV". Na verdade, quem produzia o programa era a Editora Abril, que abriu um braço televisivo e o batizou como Abril Vídeo. Foi primeira investida dos Civita na televisão. O horário nobre da Gazeta foi alugado e o carro-chefe era a atração comandada pelo casal.
(Aliás, vale um parêntese aqui: foi uma das melhores fases vivida pela TV Gazeta. Ela alugou horários a vários pesos pesados como a Gazeta Mercantil, Olhar Eletrônico, Goulart de Andrade, entre outros, e tinha uma programação de qualidade. Dá dó ver hoje vários horários preenchidos por aqueles Infomerciais).
O "São Paulo na TV", era muito agradável de se assistir. Foi o começo do rompimento de um padrão mais formal para a apresentação de jornalisticos. O país vivia a abertura política promovida pelo general Figueiredo, portanto era mais fácil experimentar. Paulo Markun e Silvia Poppovic interagiam com o público, com os colunistas (eram vários) e entrevistados. A experiência teve sucesso de público. Quando tudo ia bem, ocorre um incidente que, ao meu ver, foi decisivo para que o programa saisse do ar. Em 1984, na época da votação da emenda Dante de Oliveira, que restabelecia as eleições diretas no país, o governo federal decidiu adotar medidas de emergência em Brasília. Por conta disso, não seria permitido transmitir de lá no dia daquela pôlemica votação. Porém, o "São Paulo na TV" levou ao ar uma entrevista do então vice-governador Orestes Quércia. Ele estava naquela cidade e conversou ao vivo, pelo telefone, com a dupla de apresentadores falando sobre o ambiente que antecedia a sessão do Congresso Nacional que, no fim, acabou sepultando a esperança das diretas. Resultado: a Gazeta teve seus transmissores lacrados no dia seguinte. Depois de muitas negociaçõres, a emissora voltou ao ar. Pouco tempo depois, quem saia da grade de programação era o programa. Foi bom enquanto durou.
Markun, depois dessa experiência, passou por vários jornais e emissoras de tv. Criou a revista Imprensa e esteve em seu comando durante sua fase áurea. Hoje, ele se estabilizou na condução do Roda Viva. Além disso, faz participações no Jornal do Terra. Foi uma grata supresa saber de seu blog.

quinta-feira, abril 15, 2004

O blog Rádio Base e a coluna de rádio da Folha de S. Paulo informam que a FM pirata mais potente de São Paulo, a Rádio Planeta 90 (90,1Mhz), foi fechada. O blog Onzenet tem falado muito dessa emissora, que pertence a um falso padre chamado Francisco Silva. Vários transmissores, entre os quais o da Planeta 90, acabaram apreendidos numa operação considerada como "cinematográfica" pela jornalista Laura Mattos. Tiveram de usar técnicas de rapel para içar os equipamentos que estavam escondidos no meio do mato da Serra da Cantareira.
Creio que tenha sido uma importante vitória, porém isolada numa guerra que é muito maior contra o maior pirata de São Paulo. Dentro em breve, Francisco Silva arranjará outro jeito de colocar sua rádio de novo no ar. Não é a primeira vez que ele tem equipamentos apreendidos e tampoco será a última.
Uma coisa que eu achei estranha: por lei, quem tradicionalmente faz apreensões de emissoras piratas é a Polícia Federal. Desta vez, foi a Polícia Mlilitar quem comandou toda a operação. Será que com a greve da PF, a Anatel conseguiu autorização especial para colocar a PM nessa operação?

 
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