quarta-feira, dezembro 31, 2003

2003 foi um ano bacana. Acho que o ano que vem será igual ou melhor. Feliz 2004 a todos.

sexta-feira, dezembro 26, 2003

Numa de suas colunas mais recentes, o Ombudsman da Folha de S. Paulo, Bernardo Ajzemberg escreveu sobre a prática de auto-promoção que vem acontecendo entre alguns colunistas e colaboradores do jornal. O mote foi o fato de Luiz Nassif ter indicado um site do qual é responsável numa enquete promovida pelo suplemento Informártica.
Ainda sobre esse tema, Bera, como é conhecido, implicou com outro fato: "Tempos atrás, comentei em crítica interna a inadequação de regularmente se adicionar ao chamado ‘pé biográfico’ o endereço eletrônico de algum site que não tem nada a ver com o tema do artigo nem com o jornal, mas que divulga algo de interesse pessoal do autor. Isso ocorre, por exemplo, no caso do economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, que divulga sob sua coluna, em ‘Opinião econômica’, o endereço de uma revista de sua propriedade".
Vou parar aqui neste tópico mais específico. Nas minhas colaborações para o Observatório sempre incluo no pé biográfico o endereço deste blog. Se o site dá essa abertura, acho legítimo poder divulgar um outro espaço onde publico minhas coisas. Se eu mesmo não posso me divulgar, quem vai fazer isso por mim? Todo mundo tem direito à divulgação de seus trabalhos, desde que não seja de uma maneira chata e aborrecida.
Bera poderia ter ido mais fundo na polêmica que levantou. Por que todos os jornalistas que trabalham na Folha tem mais facilidade de divulgar os livros que escrevem? Sobre isso, ele não falou. Espero que seja apenas por falta de espaço e não por também ser escritor. Seus livros "Carreiras Cortadas" e "A Gaiola de Faraday" tiveram generosos espaços no jornal quando foram lançados. Será que se fosse um Zé Mané qualquer a escrevê-los, esses romances teriam o mesmo destaque?


quarta-feira, dezembro 24, 2003

Para fechar o ano, está no Observatório da Imprensa desta semana uma entrevista que eu fz com o jornalista Alexandre Matias, responsável pelo site Trabalho Sujo. Na pauta, um pouco da história de seu atual veículo que começou como uma coluna de jornal e hoje está na Internet. A transição do "on paper" para o "on-line" foi bastante abordada. Confiram.

domingo, dezembro 21, 2003

Não empreste seus CDs para mim. Saiba o porque aqui.

terça-feira, dezembro 16, 2003

Eu já levei um drible do Pelé. É sério. Saiba maiores detalhes dessa história lendo aqui.

quinta-feira, dezembro 11, 2003

Just a castaway
An island lost at sea
Another lonely day
With no one here but me
More loneliness
Than any man could bear
Rescue me before I fall into despair

I'll send an SOS to the world
I'll send an SOS to the world
I hope that someone gets my
I hope that someone gets my
I hope that someone gets my
Message in a bottle
[Message in a bottle]

A year has passed since I wrote my note
But I should have known this right from the start
Only hope can keep me together
Love can mend your life
But love can break your heart

I'll send an SOS to the world
I'll send an SOS to the world
I hope that someone gets my
I hope that someone gets my
I hope that someone gets my
Message in a bottle
[Message in a bottle
Oh, message in a bottle
Message in a bottle]

Walked out this morning
Don't believe what I saw
A hundred billion bottles
Washed up on the shore
Seems I'm not alone at being alone
A hundred billion casatways
Looking for a home

I'll send an SOS to the world
I'll send an SOS to the world
I hope that someone gets my
I hope that someone gets my
I hope that someone gets my
Message in a bottle
[Message in a bottle
Message in a bottle
Message in a bottle]

Sending out an SOS...


De alguns tempor para cá venho amadurecendo a idéia de que a relação que o indivíduo tem com a música é puramente pessoal. Não dá para remar contra a maré. Sendo assim, tem o fulano que gosta de uma determinada canção porque ela faz lembrar da namorada e por aí vai. É claro que torcemos o nariz para os fãs do Bonde do Tigrão, mas se eles gostam desta música foi porque houve algum tipo de identifcação.
Seguindo nessa linha de raciocínio, digo que tenho uma identificação com algumas músicas pelo fato de me remeterem a períodos bacanas da minha adolescência. "The Game", do Echo And The Bunnyman é uma delas.
Porém, se tem uma música que eu gosto, ela é "Message in a Bottle", do Police. Da banda, nem preciso falar muito, é uma das mais representativas da virada dos anos 70 para os anos 80, reunindo integrantes pra lá de talentosos.
Mas e a música em si? Bem, certa vez eu estava lendo um texto do jornalista Clovis Rossi sobre o ofício de correspondente internacional. Ele dizia, citando um veterano companheiro, que o trabalho dessa figura é semelhante a de um náufrago que escreve uma mensagem e a solta ao mar, não sem antes coloca-la numa garrafa, esperando que alguém a leia, nunca se sabendo por quem essa mensagem será recebida, entendida ou qual será seu retorno.
Quando eu li esse trecho, bateu o clique. Rossi estava se referindo ao correspondente internacional de uma forma específica, mas sem querer ele estava do trabalho de quem escreve de uma forma geral, seja ele jornalista, publicitário, escritor, blogueiro, etc. Não importa o meio, quando escrevemos algo, independente da condição, nada mais nos assemelhamos ao náfrago quando despacha seu SOS ao mar.
Foi por causa dessa combinação de fatores que batizei a primeira coluna que eu tive de "Mensagem na Garrafa". Ela era publicada mensalmente no fanzine Quex, do meu amigo Eric Marke, entre os anos de 1996 e 1999. Digamos que foi minha primeira experiência com o jornalismo impresso..he he he he...Depois, ela teve uma outra fase em 1999, no e-zine Buxixo (que não existe mais), da minha querida amiga Megssa Fernandes
Hoje, posso não mais usar esse título, mas nunca abandonei a idéia que ele embute.

domingo, dezembro 07, 2003

O assunto da semana nas rodas de jornalistas foi o caso Joelmir Betting. Respeitável especialista da área economica, ele perdeu duas de suas mais importantes tribunas (os jornais O Globo e o Estado de S. Paulo) por virar garoto-propaganda do banco Bradesco. As publicações para as quais escrevia não aceitam que seus profissionais participem de campanhas publicitárias.
Joelmir já foi um referencial do jornalismo economico. Seu auge foi nos anos 70 e 80, quando trabalhou para a Rádio e TV Bandeirantes e mantinha uma coluna diária na Folha de S. Paulo, onde ficou até o início da decada de 80. Ele se destacou por impor um estilo peculiar, traduzindo o economês para a linguagem da dona-de-casa e do chefe de família. Foi para a Globo em 1985, já consagrado e não mudou seu jeito de trabalhar. Tinha um espaço fixo no Jornal da Globo que sempre encerrava com o bordão: "Para pensar na cama". Porém, com as mudanças na cúpula do jornalismo da emissora foi perdendo espaço progressivamente (principalmente depois da saída de Armando Nogueira). Mesmo com a presença firme em dois dos jornais de maior circulação do país, suas colunas não causavam mais o impacto de outrora, não repercutiam. Era raro encontrar alguém que chegasse numa converssa e dissesse: "você leu o que o Joelmir escreveu em sua coluna?". Talvez sentindo isso, Joelmir decidiu emprestar sua imagem ao Bradesco. Será que ele tomaria essa decisão enquanto estava no auge? Inteligente como é, Joelmir não faria isso. Resolveu deixar para fazer comerciais próximo da aposentadoria.
Uma coisa que fique clara. A atitude de Joelmir não deve servir para que sua brilhante carreira fique manchada. Não dá para se jogar fora suas contribuições ao jornalismo economico. Até os deuses tem o direito de errar de vez em quando.

sábado, dezembro 06, 2003

Ó, quando eu não estou aqui, eu estou aqui.

quarta-feira, dezembro 03, 2003

E os barões da imprensa cultural continuam a dar seus depoimentos a este repórter para o Observatório da Imprensa. O convidado desta feita é Marcel Plasse, crítico musical e ex-colaborador de várias publicações: Bizz, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo e Valor. Hoje ele tem uma revista solo sobre DVDs, a Pipoca Moderna.



domingo, novembro 23, 2003

A vida prega uma peças engraçadas, não? Quem diria que Garanhuns, terra do corinthiano presidente Lula, seria o palco de uma das vitórias mais importantes da história do Palmeiras? Foi um fecho de ouro para uma campanha na qual tudo deu certo. A cidade desde já merce citação em qualquer livro que conte a trajetória do Verdão.

sábado, novembro 22, 2003

Não sei a opinião das pessoas que passam por aqui, mas penso que todas as análises sobre o fenômeno blog já foram escritas. No entanto, sempre aparecem boas supresas, como o texto da escritora Állex Leila, do qual destaco um trecho:

Assim, o blog lembra algo escrito com giz (ah, por isso que você escolheu esse assunto pra iniciar esta coluna? Elementar, meus caros, elementar!), passível de ser apagado, deixando, entretanto, vestígios (como o giz deixa o pó pelos cantos da sala, na pele, na roupa de quem o manuseia) tanto no endereço virtual onde vamos procurá-lo e não o encontramos (quem agüenta aquela maldita mensagem de not found?), quanto nas imagens, pensamentos, gostos e palavras que um dia lemos, rapidamente, de passagem – como é, aliás, tudo na internet.

O restante pode ser lido aqui, na coluna Giz, parte intergrante da revista eletrônica Verbo 21, que fala sobre literatura. Gostei da proposta da criação do substantivo bloguista. Será que pega?

quarta-feira, novembro 12, 2003

O debate sobre a crise do jornalismo musical chega ao Observatório da Imprensa em mais um artigo assinado por mim: "Crise à vista com geração Mp3". Não é inédito, já foi publicado na Coluna Vertebral, mas achei que fazia sentido sua republicação, desta vez num site voltado ao jornalismo.

segunda-feira, novembro 10, 2003

Bem, a conclusão que eu tirei lendo por aí algumas resenhas sobre o show do Fellini no Tim Festival é que a apresentação da banda dividiu opiniões. Metade gostou, outra metade não. Mesmo assim, valeu. Essa nova reunião serviu para coloca-los de novo na mídia. Falaram bem e falaram mal, mas falaram do Fellini. Quem me conhece sabe que sempre reclamei da marginalização que eles sofreram na década de 90. De uma certa forma, procurei ajudar a reverter esse quadro quando procurei Cadão Volpato em 1996 para uma entrevista que seria a base para um especial produzido por mim e levado ao ar na Rádio Onze.
Nas entrevistas pós-show, Cadão e Thomas disseram que foi a última vez que eles se reuiniram para tocar juntos com o Fellini. Bem, quem os conhece sabe que pode ficar com um pé atrás. Não é a primeira vez que eles dizem isso e creio que nem será a última. Se eu fosse produtor de shows, os convidaria para se reunir mais uma vez e numa ocasião muito especial: o aniversário de 450 anos da cidade de São Paulo. Tem tudo a ver. O Fellini realmente tem a cara de São Paulo. O Fred 04 disse na Folha de S. Paulo que a sonoridade da banda era mais "lugar nenhum" que paulistana. Concordo. Agora, se existe uma cidade que tem essa caracteristica de lugar nenhum essa é justamente São Paulo. E tem mais. O Fellini simboliza realmente a mistura e não só no aspecto musical. Quem imaginava que um descendente de alemães, como Thomas Pappon, e um descendente de italiano, que é Cadão Volpato, ambos paulistanos, fizessem samba e música de raiz? E a cidade de São Paulo é essa mescla de informações e de culturas. Toamara que alguem que esteja participando da organização dos festejos do próximo aniversário da capital paulista atente para isso.

domingo, novembro 09, 2003

O intevalo entre um post e outro está maior do que deveria.
E o blog virou, ao menos nesse momento, um divulgador muito mais do meu trabalho que das minhas idéias.
Não, isto não significa que o Onzenet esteja caminhando a passos largos para o seu final.
Na verdade, o grande barato de um blog é o de se escrever apenas quando se tem algo a dizer.
Então funciona assim: quando eu vejo ou leio algo que me dá vontade de opinar, venho correndo aqui e escrevo.
Não tenho planos de acabar com o Onzenet. Pelo que eu me conheço, hoje posso estar meio que cuidando mal dele, mas amanhã, ele pode estar cheio de posts meus acerca das coisas que tenho obsevado por aí.
Combinado assim?

quarta-feira, novembro 05, 2003

Pois é, se a minha vida fosse um programa de televisão, ela seria um talk-show, de tanto que eu faço entrevistas. Tem mais uma no cyberspace. Desta vez é no site da revista Zero. Minha estréia foi em grande estilo. Entrevistei o jornalista e produtor musical Mário Marques. Ex-crítico musical de "O Globo", ele tem se dedicado a produzir uma banda interessante chamda Acid X. Além disso, MM mantém uma coluna de muita repercussão no site London Burning. Na conversa, abordei essa história dele estar nos dois lados do balcão. A sua saída d'O Globo também foi tema de uma das perguntas. Vale a pena ler.

sábado, novembro 01, 2003

Árdua tarefa a de quem se propuser tentar saber como foi o show do Fellini no Tim Festival pelos grandes sites de informação. O Globo pelo menos soltou uma nota por volta das 22h30. Porém, o mote principal foi a reação do público. "Platéia não embarca na onda retrô do Fellini", diz o título. O primeiro parágrafo do texto escrito pelo jornalista Leandro Lichote é gasto para falar sobre o modo como a platéia encarou a apresentação. Não deixa claro o porquê da reação, se foi culpa da banda ou não. Há até um esboço de crítica no segundo parágrafo, mas fica só no esboço.
No Último Segundo, a coisa é pior. Veja só o que escreveu Eusébio Galvão: "Esse foi o segundo show da noite e como no primeiro não houve bis, o público demonstrou empolgação em alguns momentos e em outros não". O show foi bacana ou não? O leitor do portal de notícias do IG vai ter que buscar esta resposta em outro lugar.
Até a hora em que escrevo este post, a Folha On Line não tinha colocado nada sobre o festival no ar. Desiti de tentar procurar em outros sites.

quarta-feira, outubro 29, 2003

É o furo do ano. Num ano em que não há muito a se comemorar na área jornalistica, a entrevista exclusiva com Octávio Frias de Oliveira, dono da Folha de S. Paulo, sem dúvida veio para salvar a lavoura. Há uma certa ironia no fato de que um portal da Internet tenha divulgado as declarações históricas de Frias, um empresário de sucesso no segmento jornal. O jornalista Jorge Félix fez um ótimo trabalho e conseguiu extrair o pensamento de uma das personalidades mais enigmáticas da história contêmporanea da nossa imprensa. Roberto Marinho adorava holofotes tanto quanto gostava do poder. Frias, por outro lado, sempre manteve uma postura discreta. Jorge Félix poderia ter abordado uma história que merece ser contada. Na história oficial da Folha, se atribui a Octávio Frias o furo de que o presidente Tancredo Neves fora internado vítima de um tumor do intestino, antes de sua posse, em março de 1985. Seria uma ótima oportunidade de explorar mais esse assunto, tentar saber em quais circunstâncias Frias obteve essa preciosa informação. Mas a visita de Félix ao nono andar do mais famoso prédio da Al. Barão de Limeira trouxe uma opinião forte contra o Proer da Mídia. O publisher da Folha foi categórico e certeiro no seu diagnóstico: o Estado (e ele pode ser representado por qualquer grupo político nos próximos anos) quer a mídia de joelhos.
Outra revelação que poderia ser melhor explorada foi a de que Frias, junto com seu sócio Carlos Caldeira Filho, foram donos por uma certa época da extinta TV Exclesior. Sempre ouvi falar dessa historia, mas como nunca vi registros dela, não dei o devido crédito. É uma boa história para se correr atrás: como foi a administração Frias-Caldeira na emissora.
Confesso que nunca acompanhei o jornalismo praticado pela AOL. Confesso ainda que só soube da entrevista de Frias através do Observatório da Imprensa. Porém, a seção de notícias do portal merece ser acompanhada com maior atenção a partir de agora.

terça-feira, outubro 28, 2003

Pretendo ter dois lindos filhos
Uma menina e um robusto menino
Botar eles na escola desde o princípio
Mandar às favas os vizinhos
(À noite ouvem nossos ruídos
O que eles ganham eles põem num cofre
Um filho, uma árvore e um livro
Herança de gente muito pobre)
E terminar todas as fábulas
Quando eu sair da chaminé
Depois de montar numa bicicleta
Esperar que eles criem calos nos pés
(À noite ouvem nossos ruídos
Uma vida despojada de sentindo)
E assim nós vamos indo
Minha pequena mulher vai dirigindo
E assim nós vamos indo
Meu filho segue torcendo comigo
E assim nós vamos indo
Meus filhos foram me chamar
Um avião estava preso nos fios
Meus filhos foram me chamar


Está chegando o grande dia da apresentação do Fellini no Tim Festival. Taí uma música que eles poderiam tocar: "Pai", que está no CD "Três Lugares Diferentes". Talvez seja a música mais Sonic Youth que o Sonic Youth não fez...he he he he E eu também pretendo ter dois lindos filhos.

sexta-feira, outubro 24, 2003

Demorada e democrática. Assim começa o editorial da edição 8 do e-zine Ruídos. O longo atraso se deve a uma velha problemática vivida pelos e-zines: a falta de tempo de seus responsáveis. Várias das publicações que eu citei naquele artigo sobre e-zines para o Observatório da Imprensa estão passando por um período de entressafra em suas atualizações, se é que se pode colocar dessa forma. O 3am, o ScreamYell e o Esquizofrenia estão devendo aos seus leitores. De qualquer forma, o Ruídos está aí, sobrevivendo nem que seja aos trancos e barrancos. Eu participei com uma entrevista com o músico Danny Roland, integrante do grupo Metrô, que no ano passado lançou um surpreendente "come-back" chamado "Deja Vu". Coniram.

sábado, outubro 18, 2003

Essa semana foi agitada. Entrevista nova no Observatório da Imprensa (ver abaixo) e texto novo na Coluna Vertebral. Desta feita, eu falo sobre a minha relação com os shows de música ao vivo. Ah sim, espaço para o momento "ombudsman de mim mesmo": tem um erro de informação que eu cometi na data do show do Fellini. Deve ser um desejo inconsciente de que eles toquem logo...he he he Faço a devida correção na próxima coluna.

quarta-feira, outubro 15, 2003

Dando continuidade a série informal de entrevistas que eu estou fazendo com personalidades do jornalismo cultural, o Observatório da Imprensa acaba de incluir em sua mais recente edição a entrevista com Lúcio Ribeiro, dono de uma das mais lidas colunas de cultura pop na Internet. A revista Out!, o seu trabalho como colunista na Folha On Line e as picaretagens jornalisticas na área cultural foram alguns dos temas abordados.

sexta-feira, outubro 10, 2003

Mais duas sobre o Fellini. A primeira é que o Thomas Pappon foi entrevistado pelo Alexandre Matias em seu Trabalho Sujo. No papo, Thomas antecipou um pouco como será a apresentação da banda no Tim Festival. Achei acertada a decisão de concentrar o repetório nos três últimos álbuns, mais ricos musicalmente, embora Rock Europeu merecesse ser tocada nesse show histórico. Poderia rolar Nada também, mas ninguém melhor que o Thomas para saber até onde o Fellini pode ir ou não.
Queria só fazer uma analíse de um trecho da entrevista na qual ele diz que ficou decepcionado com a reação fria da mídia a "Amanhã é Tarde": "Houve até uma crítica negativa, do bunda-mole do Antonio Carlos Miguel". Creio que o Thomas deva ter direcionado o foco apenas na grande imprensa, representada pelos jornais impressos. Porém, a reação da mídia na Internet (e-zines e afins) foi muito melhor e mais efusiva. O próprio Cadão Volpato reconheceu em declarações concedidas ao Ruídos.
Ah, ia me esquecendo da segunda sobre o Fellini. O artigo escrito por Mário Marques no London Burning teve desdobramentos. Saiba quais foram lendo aqui.

sexta-feira, outubro 03, 2003

Eu compraria um livro escrito pela Cecília Giannetti.

quinta-feira, outubro 02, 2003

Ainda sobre a Volume 01, uma coisa me chamou a atenção no sistema de comentários do bom misto de e-zine e blog Trabalho Sujo. Pelo menos três internautas deixaram mensagens reclamando do preço de capa da revista. Aqui no Onzenet, outra pessoa deixou um comentário na mesma linha (o do Rafa Gusiken não vale, pois ele escreveu no TS anteriormente). Quando eu digo que a crise da grande imprensa passa pelo valor que é cobrado pelas publicações ninguém me acredita. A Volume 01 está sendo vendida a R$ 9,90. Com esse dinheiro, acabei comprando a Radar Interativo (que errôneamente chamei aqui de Radar Cultural, mas já corrigi) e a Rock Press. Alías, quero falar um pouco mais desta última. A matéria sobre o Police que saiu na edição de setembro é mais um exemplo vivo de outra praga que assola a imprensa cultural: o jornalismo google. Por que não se tentar fazer com que algum dos integrantes conte a sua própria visão da história da banda em vez de alinhavar (e jogar no texto) fatos que foram extraídos de sites da Internet, recortes de jornal e biografias? É díficil? Claro, mas o resultado ficaria muito melhor. O trabalho de pesquisa deve ser um acessório e não o principal de uma reportagem.

terça-feira, setembro 30, 2003

No próximo dia 13 de outubro acontece a reestréia do programa Garagem, pela Rádio Brasil 2000 FM, de São Paulo. informa o blog Rádio Base. Com essa reestruturação na filosofia da emissora havia a grande expectativa de que a atração comandada por Paulo Cesar Martin, André Barcinski e Álvaro Pereira Jr. voltasse logo ao ar. Até que não demorou muito. O Garagem era a segunda maior audiência da Brasil 2000, ficando atrás apenas do Na Geral, programa de debates futebolisticos que hoje está na Bandeirantes AM. O sucesso se deveu a uma série de fatores: misturar rock bacana com um discurso politicamente incorreto e entrevistas com artistas que oscilam entre o brega e o popularesco. Porém, quando tudo parecia ir bem, eis que veio a má notícia. A nova direção artísitca que tinha acabado de assumir resolveu limar o programa sem mais nem menos. Aliás, essa é uma história que merece ser melhor contada. O Paulo Cesar Martin chegou perto de fazer isso numa entrevista que ele concedeu a mim e a Gilberto Custódio Jr no zine on-line Esquizofrenia. O importante agora é curtir de novo o Garagem, cuja volta já está trazendo uma polêmica interessante. O chapa que assina como The Unbearable, do Never Mind The Bollogs, é contra a retomada do programa. Para ele, a Brasil 2000 já está dando espaço suficente ao rock alternativo, que não acontecia quando da primeira passagem pelo trio na emissora. Leia mais aqui.

sábado, setembro 27, 2003

A revista Beatz, voltada para a dance music, passa a ter uma rival à altura. É a Volume 01, que tem a seu favor nada mais, nada menos que o selo de qualidade e a infra-estrutura da Editora Abril e isso conta muito. Na verdade, é uma edição especial da Superinteressante, mas que, dependendo dos resultados, pode ter vida própria, para alegria da galera curtidora de baladas. A revista está ok (dei uma rápida olhada numa das bancas da Av Paulista), mas fica no ar a sensação de que ela está uns dez anos atrasada.

quinta-feira, setembro 25, 2003

A coluna dessa semana de José Paulo Lanyi no site Comunique-se traz um assunto importante, mas não muito abordado: o critério utilizado para a publicação de cartas dos leitores. Lanyi usou como base uma nota publicada no boletim informativo da Secretaria do Governo Municipal do Município de São Paulo. Um único leitor é o campeão de cartas publicadas em jornais: 70 só nesse ano de 2003. Em todas elas, um único alvo: a gestão da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy. Na coluna, Lanyi informa que se trata do médico David Neto, que já teve várias incursões na política. Foi candidato a verador pelo PL, em 1996, e a deputado pelo PTB nos anos de 1998 e 2002.
A área de comunicação do Governo do Estado de S. Paulo também tem trabalho com dois leitores, cujo sobrenome é o mesmo: Ana e Luís Claudio Hofner. Existe a desconfiança de que são a mesma pessoa. Entre os dias 21 e 28 de agosto, uma carta com o mesmo texto foi publicada em cinco jornais diferentes. Ana Hofner assumiu a autoria em duas ocasões e Luís Claudio nas outras três.
Acontecimentos como esses deixaram as assessorias das duas administrações com a pulga atrás da orelha. Reclamam da facilidade com que esse tipo de leitor consegue publicar suas missivas, enquanto há uma dificuldade maior em publicar as réplicas.
As seçoes de cartas dos jornais devem tomar os devidos cuidados para que casos como esses não despertem suspeitas sobre a origem de críticas as gestões de Marta Suplicy e Geraldo Alckmin.
Esse texto de José Paulo Lanyi me motivou a contar uma experiência que eu observei como integrande da Rádio Onze com o Painel do Leitor, da Folha de S. Paulo. No ano de 1996, o jornal publicou uma reportagem no caderno Cotidiano a respeito da possível interferência que as rádios piratas poderiam causar no sistema de comunicação dos aeroportos de São Paulo. Assinado pelo jornalista Rogério Schlegel, o texto cometia o deslize de não ouvir o outro lado. O pessoal que nessa época tocava a Rádio Onze decididiu que teria de escrever uma carta para mostrar seu ponto de vista e apontar as possíveis falhas da matéria. Passaram-se alguns dias após o envio, e nada. Algumas semanas depois, também nada. Nenhuma linha publicada e nem mesmo um contato por parte do jornal. Decidimos então fazer um outro caminho: envar novamente a carta, mas desta vez ao Ombudsman do jornal e com uma cópia para Otavio Frias Filho, diretor de redação. Só depois dessa medida, aconteceu a publicação. Para se ter uma idéia, a reportagem foi publicada no dia 21 de julho, um domingo. A carta da Rádio Onze saiu no dia 18 de setembro, quase dois meses depois. A missiva não sensibilizou a editora do Painel do Leitor, na época a jornalista Rosana Vasconcellos. Foi necessária a intervenção de outras instâncias do jornal para sua publicação. Depois desse episódio, mudamos de estratégia. As nossas cartas eram enviadas diretamente a Otavio Frias Filho, que depois solicitava a sua publicação na seção. Um exemplo foi a carta publicada no dia 12 de abril de 1999 comentando uma reportagem publicada no caderno Mundo sobre as dificuldades enfrentadas pelas rádios piratas no Texas. Um de seus trechos trazia a seguinte pergunta: "por que as rádios piratas texanas são mais importantes que as brasileiras?" Era um questionamento pertinente, pois a Folha não dedicava espaço a toda problemática vivida pelas rádios piratas por aqui. Esse silênicio só acabou a partir do momento em que Daniel Castro assumiu a coluna de rádio na Ilustrada, mas essa é uma outra históiria. O que eu quero é realmente testemunhar sobre as dificuldades que algumas pessoas e/ou entidades têm para publicar suas idéias nas seções de cartas.

quarta-feira, setembro 24, 2003

Acabo de comprar a nova revista Radar Interativo, mais um produto da parceiria entre as editoras Lester (a mesma que edita a Zero) e a Escala. Uma se encarrega da parte editorial e a outra se responsabiliza pela produção na gráfica e distribuição nos pontos de venda. O diretor de redação da publicação é Luiz Cesar Pimentel, mas o faz tudo é o jornalista Eduardo Fernandes. No expediente, ele acumula as funções de editor, redator, diretor de arte, diagramador, ilustrador, responsável pelo projeto gráfico e office-boy (aliás, essa é uma das funções mais importantes do jornalismo, mas esse é um papo para outra ocasião.
Quando entrevistei o Luiz para o Observatório da Imprensa, ele falou de passagem sobre a revista (acabei não colocando na edição final). Disse que seria algo próximo a Superinteressante, título consagrado da Abril. Bem, a primeira edição que chegou às bancas está muito diferente da proposta inicial. Diria que ela é dedicada a assuntos gerais, uma espécie de Veja, com o perdão da comparação, só que voltada para os segmentos excluídos da sociedade: pedintes, operadores de telemarketing, crianças vítimas de abuso sexual, etc. A matéria de capa vai nessa linha para falar do lado muito mais informal da economia informal.
Uma outra reportagem se destaca pelo seu título: "Nossos bandidos são losers?" Não tenho resposta a essa pergunta, mas dá para sacar que a Radar Interativo quer ser a porta-voz dos losers brasileiros.
A primeira edição me impressionou bastante. Ao contrário de sua irmã mais velha, a Zero, há uma valorização das fotos, muitas delas publicadas de forma bem aberta. É claro que há alguns senões. Um deles fica por conta do título. Radar Interativo parece nome de guia dedicado ao mundo do entretenimento. Notei um outro problema na capa do número um. A foto de uma modelo coberta aenas com uma daquelas placas usadas para anunciar empregos lembra muito o estilo de capas da natimorta revista Crocodilo.
No mais, senti falta do prometido jornalismo gonzo. Onde estão as drogas? E a porra-louquice? Mas valeu o investimento de R$ 4,90.

terça-feira, setembro 23, 2003

O programa "Memória", da Rádio Bandeirantes (SP) apresentou na semana retrasada uma série especial sobre a história da participação do Brasil nas eliminatórias das Copas do Mundo. Tive a oportunidade de ouvir quando foi rememorada a campanha do Brasil na fase classificatória para a Copa do México, em 1970. Os jogos, contra a Venezuela, Colômbia e Paraguai, aconteceram no ano de 1969. Foi muito bacana ouvir as narrações de Fiori Gigliotti e Flávio Araújo. Um dado curioso é que um dos repórteres de campo do "Escrete do Rádio" era um certo J. Hawila, que muitos anos depois, viria a ser um dos reis do marketing esportivo no Brasil. Naquela época, ele corria com o microfone atrás de jogadores como Rivelino, Tostão e Pelé. Foi possível também acompanhar parte do trabalho de Roberto Silva, o "Olho-Vivo", que morreu recentemente. . Outro repórter de campo que atuou na cobertura das eliminatórias é José Paulo de Andrade, que anos depois viria a se consagrar apresentado programas jornalisticos de qualidade como "O Pulo do Gato" e "Jornal Gente".
Você amigo que é repórter de rádio e tem de correr atrás de jogadores suados, anime-se. Pelo menos dois conseguiram sair dessa vida e hoje tem carreiras bem-sucedidas. Um deles é J. Hawila e o outro é o animador de auditório Fausto Silva.
Pena que a Bandeirantes não divulgue bem o "Memória". Era um programa que eu gostaria muito de ter gravado, devido ao seu valor histórico.

*

Por falar em J. Hawila, lembrei de uma foto que vi há algum tempo e não deixa de ser curiosa. Era da equipe que cobriu a Copa do México de 1986 para o pool de televisão formado pelo SBT e pela Record. Na foto estavm juntos e sorridentes o próprio Hawila, Silvio Luiz, Flávio Prado, Ely Coimbra, Ciro José, Jorge Kajuru, Ely Coimbra. Osmar de Oliveira e Juca Kfouri. Não, não se trata de alucinação minha. Esses profissionais já cobriram uma Copa do Mundo empunhando o mesmo microfone. O tempo passou e cada um seguiu um rumo diferente na carreira. Será que hoje seria fácil reunir essa gente toda para a mesma cobertura? A exceção de Ely Coimbra, que morreu em 1998, todos estão aí vivos. Porém, pelo menos dois grupos seguiram caminhos opostos e você, amigo leitor, que é inteligente sabe do que eu estou falando.

sábado, setembro 20, 2003

Milagre! Pela primeira vez em mais de 18 anos após seu surgimento um jornalista resolve descer o malho no Fellini. Eu até poderia usar o esquema de dar um doce para quem pudesse adivinhar o autor dessa façanha, mas nem iria ter muita graça, pois a grande maioria iria acertar quem se trata. É o chapa Mário Marques, em sua coluna-blog que tem o selo de qulidade das Organizações London Burning.
Eu acho até bacana MM ter feito esse "outro lado". Afinal, quebra um pouco a corrente de toda a imprensa falar bem do Fellini. Uma parcela do público comum que não conhece direito o trabalho deles poderia ficar com o pé atrás. Sei de gente que saca o revólver quando percebe que um determinado artista ou banda é uma unânimidade. Isso me lembra de um anúncio que eu vi há muito tempo de uma peça de teatro cujo slogan era: "a crítica gostou, mas é bom". Com essa análise de Mário Marques, cai por terra o mito de que a crítica musical só gosta da banda porque seus integrantes são jornalistas.
Para finalizar, deixo uma sugestão: que tal o Fellini chamar MM para produzir o seu próximo disco. Iria ser muito interessante esse casamento de um produtor musical jornalista com músicos jornalistas.

segunda-feira, setembro 15, 2003

Aproveitando a deixa de que a banda Fellini se reune novamente para se apresentar no Tim Festival, revisei uma entrevista que eu fiz com o vocalista e letrista Cadão Volpato e que está publicada na página da Rádio Onze. Consertei pequenos erros de digitação e procurei melhorar a redação de algumas respostas do entrevistado. É uma ótima oportunidade para se conhecer um pouco mais a história dessa que é uma das bandas mais importantes da história da cena independente nacional.


Só para lembrar que todo início de semana está sendo atualizada no site Papo de Bola a coluna Na Turma do Amendoim, na qual eu falo sobre futebol. O blog Onzenet será dedicado mais a música e a alguns aspectos do jornalismo, com ênfase na área cultural, e outros assuntos dos quais eu queria comentar.

quinta-feira, setembro 11, 2003

Bem, já saiu a lista do Tim Festival. É uma escalação de respeito, com Beth Gibbons, Wilco, White Stripes, Public Emeny, Los Hermanos, Front 242, entre outros. Porém, o grande nome entre todos esse que vão tocar nesse festival é o do Fellini e nem me incomodo com possíveis acusações de parcial, exagerado, entre outras coisas. Só gostaria de lembrar que quando eles estavam na ativa, nunca receberam um convite que fosse para tocar num festival desse porte. Essa apresentação no Tim Festival não deixa de ser um reconhecimento (ainda que tardio) e repara uma grande injustiça, pois eles andaram um tanto marginalizados durante uma certa época. Afinal, o Fellini tem uma grande importância para a história do rock brasileiro por alguns motivos, senão vejamos:
-Foi uma das bandas que começou a trajetória do rock independente no Brasil, nos anos 80. Se hoje temos uma cena indepentente ativa, foi porque caras como Thomas e Cadão, entre outros, abriram espaço a cotoveladas.
-O Fellini foi pioneiro na mistura de ritimos. Em "Três Lugares Diferentes" (1987) eles provaram que era possível um diálogo do rock com a música latina e a música de raiz.
-A banda provou que era possível criar em meio a uma escassez de recursos. Pelo menos dois álbuns de sua discografia foram concebidos fora da estrutura de grandes estúdios. São eles, "Fellini Só Vive Duas Vezes (1986) e "Amanhã é Tarde" (2002). A simplicidade as vezes pode render muito mais frutos que o luxo.

Eu tenho um set-list pessoal, com músicas que eu gostaria que eles tocassem nesse show. Aí vai ele (sem ordem de preferência):
-Nada
-Teu Inglês
-Rock Europeu (essas três são obrigatórias)
-Chico Buarque Song
-Grandes Ilusões
-Amanhã é Tarde
-Longe
-Retrato
-As Peles
-É O Destino
-Aerporto
-Lóki (música de Arnaldo Batista que foi gravada para uma coletânea-tributo)
-Zum Zum Zum Zazoeria
-Ambos Mundos
-Tudo Sobre Você
-Funziona Senza Vapore
-Outro Endereço, Outra Vida

No próximo dia 18, em uma coletiva de imprensa, será divulgada a programação oficial dos shows.

sábado, setembro 06, 2003

"Após alguns meses de hibernação jornalística (para o bem de todos), dez no total, volto devagar devagarzinho, como diria Martinho da Vila..."

Assim começa o "come-back" do jornalista Mario Marques. Após deixar o jornal O Globo, em circunstâncias que até hoje não foram esclarecidas e virar produtor musical, hoje trabalhando com a banda Acid X, ele está de volta ao jornalismo mantendo uma coluna/blog no site London Burning.
Nesse retorno, ele não mudou muito o seu estilo. Continua querendo enverdar pelo caminho da polêmica fácil ao elogiar bandas de gosto duvidoso como Detonautas e detonar sem dó nem artistas como Nando Reis (embora ele acerte um pouco na análise sobre Los Hermanos), que tem um trabalho musical bem sólido. Já escrevi aqui que ele é um hit maker de mão cheia, e isso sem apelar para o óbvio. Está certo que todos têm direito à opinião. Ninguém é obrigado a gostar de nada. O problema é quando se usa isso para tentar se destacar, ser uma "ave rara", no ofício de crítico musical. Essa é a impressão deixada pelo trabalho de MM. Só que existe um problema que agrava ainda mais a sua situação. Ou ele é jornalista ou é produtor musical. As duas atividades são incompatíveis. É a mesma coisa que um jornalista esportivo se tranformar em empresário de jogador de futebol, fato corriqueiro nos últimos anos.
Ao término da leitura da coluna/blog de Mário Marques fica a grande pergunta: uma vez que ele vê tantos problemas com Los Hermanos, Nando Reis e Lanlan, por que não se oferece para trabalhar com eles?

How can I forget your tender smile
Moments that I have shared with you
Our hearts may break but they're on their way
And there's nothing
I can do

So do what you gotta do
Don't misunderstand me
You know you don't ever have to worry 'bout me
I'd do it again

I can understand that it can't be
Guess it's hard as you were meant for me
But I can't hide
My own despair
I guess I never will

Just do what you gotta do
And don't misunderstand me
You know you don't ever have to worry 'bout me
I'd do it again

So tired of life
No fairytale
So hold your fire
Cos I need you

So do what you gotta do
And don't misunderstand me
You know you don't ever have to worry 'bout me
I'd do it again

Do what you're gotta do
And don't misunderstand me
You keep going over every word that we've said
But you don't have to
Worry about me


Por esses dias, estava ouvindo na Internet o bom 5 Estrelas, apresentado por Rodrigo Lariú e Sol Moras. Numa de suas edições, eles fizeram uma entrevista com Thomas Pappon e Cadão Volpato. Foi um programa bem redondo no qual a dupla falou bastante de música. O Fellini foi o assunto principal, mas foi possível ouvir uma música inédita do The Gilbertos, o projeto musical solo de Thomas (cujo segundo CD está para sair, aguardem), e uma música do Funziona Senza Vapore, a banda que Cadão formou com outros ex-Fellini. Realmente foi um programa que fez juz ao nome, foi cinco estrelas mesmo. Pena que ele só é veiculado pela Internet. Poderia rolar uma transmissão radiofônica também pela Viva Rio.
Porém, uma música que nada tinha a ver com o especial me chamou a atenção. É Tom The Model, do álbum solo da Beth Gibbons (Portishead). Caramba, como essa canção é linda. Nem tenho muito o que acrescentar: a letra é belíssima, o arranjo sensacional. Desde quarta-feira, eu estou com ela na cabeça e já a estou gastando de tanto coloca-la no repeat...he he he
Sei que agora o meu lado blogueiro está falando bem mais alto que o lado jornalista. Afinal, fiz um texto recheado de adjetivos e impressionista por demais, mas não dá para ser objetivo quando se escuta obras-primas como essa. Dá vontade de pegar emprestado o carro de som daquele pamonheiro chato que sempre passa perto de casa e sair por aí colocando essa música só para que todos a ouçam.
A Beth Gibbons vem para o Tim Festival, em outubro. Tem tudo para ser um dos melhores shows da atração. Alguém aí quer apostar?

quinta-feira, setembro 04, 2003

Altas mudanças na direção artística da Rádio Brasil 2000 nos últimos dias. Juan Pastor deixou o comando da emissora e Kid Vinil entrou em seu lugar. Leia mais aqui. Enquanto não mexerem no site, para mim está tudo bem...he he he
Brincadeiras a parte, a mudança de filosofia na Brasil 2000 veio em boa hora. Não era uma atitude sensata brigar de igual para igual com duas emissoras que já estão establizadas no segmento. A 89 FM tem uma tradição de quase 18 anos como "a rádio do rock". Já a Mix FM, conta com uma estratégia agressiva de marketing nas costas e anda tem o forte apoio do grupo Objetivo. A saída era optar por trilhar um caminho alternativo. O começo parece bem promissor. O convite feito a Kid Vinil foi uma tacada certeira. Se essa nova fase da Brasil 2000 der certo pode ser a prova de que a segmentação é realmente a tábua de salvação do rádio.

sábado, agosto 30, 2003

Friday, August 29, 2003 12:15 PM EST
Rate Your Music and YACCS are down due to a server failure.
Services are expected to return to normal in 24 - 48 hours.
Thanks,

Hossein Sharifi


Nem preciso traduzir, né? O comunicado acima explica o porquê do sistema de comentários do Onzenet (e de outros blogs) estar fora do ar.
Se alguém tiver pressa de comentar sobre alguma coisa, é só escrever para o mail que tá aí do lado.

quinta-feira, agosto 28, 2003

Não percam no blog Rádio Base um interessante debate sobre a pirataria no rádio. Opiniões contra e a favor, sempre dentro de um alto nível, coisa rara de se ver em muitas discussões por aí. Eu faço parte do grupo favorável às rádios piratas. Por enquanto, estou sozinho e acho que vou continuar assim. Do outro lado, fechando questão contra, então os editores do blog, Marcos Ribeiro e Marcos Lauro. Quem ganha é o leitor, que pode ter um amplo painel sobre o assunto.

Cena paulistana: quarta-feira à tarde, lanchonete McDonalds do Shopping Paulista. Uma senhora que se locomove numa cadeira de rodas conversa com a gerente para fazer um pedido: que os lanches para viagem sejam colocados em saquinhos plásticos que tenham alça Atualmente, eles são acondicionados em sacos de papel, daqueles que se usavam
em supermercados há muitos anos.
A simpática e falante senhora alega que com o pacote atual, o risco dele cair no chão é muito grande. Com os sacos plásticos, o transporte para uma pessoa nas suas condições físicas ficaria muito mais fácil.
Ela tem razão. Alô pessoal do McDonalds, não dá para estudar a sugestão desta senhora com a atenção merecida?


terça-feira, agosto 26, 2003

Desnecessário dizer que continuou rendendo a polêmica entre eu e o escritor André Takeda. Foram quatro dias de uma troca intensa de mails. Ele queria que eu tirasse do ar o post sobre os comentários que ele deixou a respeito da revista Zero. Eu me reservei o direito de não tirá-lo daqui. Chegamos a seguinte conclusão: ele me pede para colocar outro post que esclarecesse o assunto, que é este aqui.
Takeda diz que não deveria ter colocado o comentário (que originou o post). Afirma também que viajou na maionese ao achar que eu deixei nas entrelinhas do texto sobre e-zines e blogs que a Zero pagava seus colaboradores. Takeda informa ainda que não tem nenhuma treta com Luiz Cesar Pimentel, diretor de redação da Zero.
Quanto as suas duas primeiras explicações, tudo bem. Sobre a terceira...bem, eu tenho a minha opinião, mas guardo ela comigo até para encerrer de vez o assunto.


segunda-feira, agosto 25, 2003

Recebi em casa um CD demo de alta qualidade nessa semana que passou. É da banda The Wheels, que é formada por ex-integrantes do Hematocele, um dos grupos mais antigos da cena independente nacional e que encerrou suas atividades há pouco tempo.
A diferença fundamental entre as duas é que o Hematocele era mais punk, enquanto o The Wheels está mais voltado para um som mais guitar. Notam-se claras influências de Jesus And Mary Chain e Teenage Fanclub.
The Wheels tem uma grande variedade de canções. Eles podem tanto soar de uma forma mais suave, como nas faixas "on your hands" e "so sad", ou então de uma maneira mais agitada, como em "coins in the wishing well", que encerra o CD. Aliás, estra última é a minha faixa preferida. Pena que na mixagem final, o vocal tenha ficado submerso. Se foi uma opção dos próprios integrantes, tudo bem. Caso contrário, seria legal regrava-la colocando tudo nos seus devidos lugares. A letra até que é bem bacana. De vez em quando me pego cantando o seguinte trecho: "In a place where I no longer dare to go".
Encomende a sua cópia deste cd demo e fique por dentro das novidades do The Wheels. Escreva para o e-mail : the.wheels@uol.com.br

(Atenção: lá em cima eu disse influências, não cópia. Muita gente boa que milita no rock nacional, seja independente ou mainstream, confunde isso.)

sábado, agosto 23, 2003

Na ânsia de se esclarecer males entendidos, lamentavelmente outros estão sendo criados.
Eu não disse em NENHUM post do blog Onzenet que a revista Zero pagava ou não seus colaboradores. Quem não paga é a Rock Press e assumo o que disse.
O escritor André Takeda, a propósito desse assunto, deixou o seguinte comentário:
"A questão é: não é só a Rock Press que não paga os colaboradores. A Zero tb. Aliás, a RP paga. A Sylvie, por exemplo, exigia pagamento. Às vezes vinha em dinheiro, às vezes vinha em discos. Mas vinha".
Na tarde desta sexta-feira, escrevi um mail a Takeda no qual fiz uma réplica às suas argumentações. Segue a transcrição de um dos trechos da minha mensagem:
"O Luiz me disse que paga alguns colaboradores. O Zé Emílio e a Ana Maria foram pagos, segundo ele. Isso tá gravado, porém eu acabei cortando da edição final da entrevista que foi publicada. Se a revista não pagou nada a você, então acho que é um lance de brigar pelos direitos."
Recebi a seguinte resposta de Takeda:
"Eu não tenho nada a comentar sobre o Luiz. Principalmente depois de saber que ele paga ou disse que paga colaboradores. Pq uns sim e outros não?
Depois de uma troca de mensagens em que eu toquei em alguns pontos de sua tumultuada relação pessoal com Luiz Cesar Pimentel, sou surpreendido com o seguinte afirmação de Takeda deixada novamente no sistema de comentários:
"O que eu quero dizer é que a revista não paga, ao contrário do que o post indica".
Repetindo, eu não escrevi nada disso.
O problema é que o Takeda as vezes confunde um pouco comunicação pública com comunicação particular. Se a conversa estava rolando via e-mail porque ela não continuou assim? Quando decidi escrever para ele, até fiz a seguinte observação:
"Vou responder aos seus comentários por e-mail mesmo. Se você fizer questão, eu até publico depois no Onzenet".
Do jeito que a coisa está colocada pelo próprio Takeda, o leitor fica sem entender patavina.
Essa atitude me deixa à vontade para tornar público o que comentei em particular com ele.
Disse que ele deveria resolver suas diferenças com o Luiz na base da conversa ou na porrada mesmo. Não é bacana ficar por aí com essas alfinetadas em público. Disse isso a ele, porque também tive uma experiência de tretar com uma pessoa e ficar depois descendo o malho em tudo o que ela fazia.
Não vou entrar no mérito da briga, muito menos tomar partido de algum dos lados. Só acho que esse tipo de coisa não faz bem a ninguém. Espero que essa confusão seja resolvida o mais brevemente possível e que ela não respingue em outras pessoas.


sexta-feira, agosto 22, 2003

Entendo perfeitamente que algumas pessoas têm todo o direito de não gostar do meu trabalho.
Agora, pegar no meu pé por causa da falta de permalinks e coisas do tipo aqui no blog me parece um pouco demais.
Eu é que tenho de ser poupado de coisas como essa.

quinta-feira, agosto 21, 2003

Deixem-me voltar a falar um pouco mais de música. Creio que isto irá fazer a alegria do internauta Mr. Stabby. Já faz um bom tempo que o tema não é abordado por aqui.
Alguém aí lembra de uma banda chamada The Mighty Lemnon Drops? Por causa de um daqueles motivos que dificilmente eu e vocês iremos descobrir um dia, eles estiveram tocando no Brasil, mais precisamente na cidade de São Paulo. A apresentação aconteceu no extinto Projeto SP. Aliás, essa casa de shows se notabilizou por trazer naquela época atrações internacionais desconhecidas. Algumas delas eram verdadeiros abacaxis, como a glitter band Gene Loves Jezebel. Outras valiam a pena, caso do Mighty Lemon Drops. Naquele ano, a banda estava lançando o disco "World Without End", que teve edição no Brasile e deixou ao menos um hit: "Inside Out". A crítica musical da época se apressou em tacha-los como imitadores do Echo And The Bunnyman. Ledo engano. Depois de tantos anos, diria que o MLD seria um "elo perdido" entre o rock dos anos 80 e o britpop dos 90. Um ouvinte mais distraido poderia achar que "One By One", uma das faixas, foi gravada pelo Oasis. "World Witout End" não ganhou reedição nacional em CD, mas isso não chega a ser um problema. Basta apenas uma busca nos programas que trocam arquivos MP3, afinal é para isso que eles servem mesmo.
O fato mais curioso dessa passagem do Mighty Lemon Drops pelo Brasil foi que a banda ganhou foto na dobra de cima da primeira página do jornal Folha de S. Paulo. Isso aconteceu no dia 14 de agosto de 1988, um domingo. Quem é expert em jornalismo sabe que essa parte nobre do jornal (a dobra de cima da capa) é reservada para assuntos importantes. Como se tratava de uma edição dominical, ou seja, mais light, os responsáveis pela edição decidiram abrir espaço para uma banda inglesa. Curioso notar que, ao lado, foi publicada uma foto do saxofonista John Lurie e um texto que anunciava sua vinda (com o grupo Lounge Lizards) para o Free Jazz. A manchete principal da Folha naquele dia? "Moderados da OLP querem divdir Israel em cantões". Resta saber se o Mighty Lemon Drops conseguiu em sua história destaque tão grande na capa dos jornais de sua cidade natal, Wolverhampton.

sexta-feira, agosto 15, 2003

Extra! Extra! Descobertos os grandes vilões da atualidade no jornalismo musical. Eles mesmos, os blogs e os e-zines. Isso para um certo articulista de uma determinada revista de rock. Segundo nosso herói "blogs e e-zines são elementos que contribuem para a completa banalização do ofício de jornalista musical".
O assunto levantado é até interessante, afinal, que o jornalismo musical está em crise, isso não dá para negar. Porém, o texto acaba sendo vazio, falta argumentação. Até parece que seu autor o escreveu pouco depois de levantar da cama e meter o pé esquerdo num penico cheio de xixi. Para se ter uma idéia da indigência do texto, a certa altura até mesmo a exigência do diploma de jornalismo é citada: "nada a ver com a caretice de se exigir um diploma para o jornalista. É que na faculdade de comunicação se aprende (ao menos, é essa a idéia) a distinguir o que é útil e o que é supérfluo em termos de escrita". Ora, se na faculdade se aprende tudo isso, então essa exigência nem seria tão careta assim, certo cara-pálida?
Outro ponto desfavorável ao texto é a eterna mania de se atacar sem citar nomes. Quais seriam os blogs e e-zines danosos ao jornalismo musical? Nem mesmo aqueles que o autor da pensata considera bons são citados.
Quem presta um desserviço ao jornalismo musical é a própria revista (é a Rock Press) da qual o articulista faz parte, uma vez que ela não trabalha com borderô. Quem colabora para ela, o faz sem receber nadica de nada.
É claro que nessa explosão de blogs e e-zines na rede, existem aqueles que não são bons. Eu particularmente não conheço nenhum, mas eles devem existir. Porém, vai chegar uma hora em que o joio será separado do trigo. É isso que muita gente, incluindo o articulista em questão não consegue (ou não quer) enxergar. Aqueles que realmente fazem um bom trabalho irão permanecer. É a lei da seleção natural que já funcionou tantas outras vezes.
Não dá para aturar esse tipo de ataque, sem qualquer fundamento. Parece que ele nasce a partir de uma crise de ciúmes. Entendo que para alguns jornalistas deve ser duro perceber que hoje é bem mais fácil tornar público um texto, graças à Internet.
Para não dizer que existem pessoas que fazem restrições não-fundamentadas aos blogs e e-zines, destaco o que disse o jornalista Luiz Cesar Pimentel na entrevista concedida a mim e que foi publicada no Observatório da Imprensa: "Eu acho que os e-zines criaram a falsa ilusão de que qualquer um pode ser jornalista. Então, existe uma legião de jornalistas espalhados por aí que nunca escreveram uma matéria, que nunca apuraram, nunca concatenaram idéias de uma forma clara. São jornalistas de resenhas. Vão assistir a um filme, escrevem a impressão deles. Lêem um livro, escrevem a impressão deles. Compram um CD, a mesma coisa. Não acho ruim, leio alguns deles..."
Suas críticas surgem a partir da própria experiência. Não se trata de algo que veio do nada. É uma contribuição muito mais sólida para o debate sobre o papel que os blogs e os e-zines possam vir a desempenhar no jornalismo musical do futuro.

quinta-feira, agosto 14, 2003

Recado que eu recebi do Jair Marcos e repasso a vocês:

Amigos, um programa imperdível. Resolvemos comemorar mais uma presença anual de Thomas Pappon (de férias no Brasil), e fazer um show, com O Baile Punk e participação de Pappon, quando estaremos relembrando uma canção do Fellini, numa rara reunião da formação original. O Thomas também fará discotecagem especial no lounge. Tudo isso no próximo sábado, 16 de agosto, a partir da 0h00, no DJ Club, Al. Franca, 241 (Info: 11 6854-6361), quase esquina com a Pamplona. Não deixem de ir. A festa será bem boa! Abração. Espero vê-los por lá! jm

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O Baile Punk é um projeto de três membros do antigo Fellini, banda paulistana dos anos 80 com cinco discos gravados, e do Funziona Senza Vapore, disco e grupo dos anos 90. Cadão Volpato e Jair Marcos nas guitarras e vocais, Ricardo Salvagni no baixo e Roberto "Vovô" Tomé na bateria seguem um caminho próprio, misturando um pouco a graça e o instrumental low tech do Fellini com o pop mais arrebatado do Funziona. Cadão Volpato, vocalista e letrista das duas formações anteriores, é o compositor de quase todas as músicas do Baile, que do punk preservou a atitude bem humorada do "faça você mesmo". Num tempo árido, cheio de pose e música rala, é o que eles estão fazendo.

Bandas correlatas: Stranglers, Sugar e os vocais punk de João Gilberto depois da gripe.

Qualquer semelhança com os bailes funk do Rio é mera maluquice dos paulistanos que não tomam sol.

quarta-feira, agosto 13, 2003

O Observatório da Imprensa acaba de colocar no ar a entrevista que eu fiz com o jornalista Luiz César Pimentel, diretor de redação da revista Zero.
Na pauta, basitores da revista e uma análise do estágio atual vivido pelo jornalismo musical.
Além de declarações como essa:
"Se uma pessoa quer ser preconceituosa, então que ela não vá ser jornalista, vá para a Ku-Klux-Klan"
Imperdível

domingo, agosto 10, 2003

E eis que nosso amigo Álvaro Pereira Jr. decidiu escrever sobre o ofício da crítica. Muitos de seus leitores semanais no Folhateen pediram para que ele desse algumas dicas de como ser um bom crítico de música. Álvaro listou sete itens para começar. Vamos a eles:

1) Ouça música desesperadamente. Você não precisa ser músico, saber diferenciar um ré de um mi. Mas precisa ter conhecimentos históricos, entender de onde vem o tipo de música sobre o qual você escreve e como as coisas evoluíram até hoje. Só conhecer a discografia completa do Weezer não
basta.
2) Leia livros e revistas desesperadamente. Você quer criar um estilo, certo? Então precisa ler montanhas de revistas e livros, de todos os gêneros, para chegar a um jeito próprio de escrever. Não adianta só ler "Escuta Aqui" e a coluna do Lúcio Ribeiro na Folha Online. Assim, acaba virando clone. Mais um.
3) Aprenda inglês. Cerca de 99,99% do que conta no chamado "mundo das artes" acontece em inglês. Se você não sabe a língua direito, arrume outra coisa para fazer. Ser crítico de música não dá.
4) Aceite sua insignificância. Ninguém saudável compra ou deixa de comprar um CD por causa de uma crítica. Em geral, críticas de música são lidas por nerds, músicos e outros críticos de música. O leitor normal -aquele que tem uma vida, família, amigos etc.- está pouco se lixando para o que o crítico pensa.
5) Não fique amigo de músicos. Bandas -principalmente as mais novas- sofrem muito. Dão shows sem ganhar nada, não conseguem divulgação etc. etc. Gravar um disco é mais difícil ainda. Só que é melhor não se envolver com isso,
senão você vai ficar com pena dos músicos e fazer sua crítica com base nesse contexto e não na simples audição do CD. Os caras da banda podem ser gente boa, batalhadores e honestos, a baixista pode ser uma gostosa, mas, se
fizeram um disco ruim, é isso o que você tem de dizer.
6) Pratique a crítica destrutiva. Enfie uma coisa na cabeça: você e os músicos ou você e as gravadoras não estão no mesmo barco. E você não tem papel algum na construção de nenhum tipo de cena. No Brasil, a prática do compadrio e da "brodagem" é corrente entre jornalistas, músicos e
gravadoras. Todo mundo é amiguinho e se ajuda utuamente. Gente talentosa perde tempo escrevendo só sobre o que gosta ou finge que gosta. Fuja dessa.
7) Prepare-se para a realidade de uma redação. Pense naquele cara -ou moça- inteligente, moderno, que passa o dia escutando música e, de vez em quando, escreve sobre um CD que lhe chamou a atenção. Agora esqueça isso. As
críticas assinadas são uma parte muito pequena do que o jornalista faz na redação, o que inclui diagramar páginas, escrever títulos, bolar legendas de fotos, escrever matérias não-assinadas, preparar notinhas, reescrever textos dos outros, ser esculachado pelo chefe etc.


Ao final, ele diz que tinha mais dicas, mas que o espaço havia acabado. Paricularmente, gostaria de saber se ele iria tocar em alguns pontos mais delicados. Um deles: o crítico deve entrar em trincheiras, como ele mesmo e seus parceiros do programa Garagem fazem? Álvaro é um defensor ferrenho do rock, digamos, mais alternativo, e vive alfinetando os barões e baronesas da MPB contemporânea. Alías, isso é muito comum na crítica musical, existem os especialistas em rock, jazz, techno, música classica, etc. Na crítica de cinema é diferente. Não existe aquele sujeito que escreve apenas sobre o western, ou então apenas sobre filmes de mistério e por aí vai. Críticos como Inácio Araújo estão preparados para escrever análises sobre filmes de todos os gêneros.

Num de seus conselhos, Álvaro diz para não se fazer amizades com músicos. Até certo ponto, ele está certo, mas não por causa de sua justificativa. Já vi muitos críticos enfrentarem problemas justamente pelo fato de serem honestos e dizerem aquilo que pensavam de certos lançamentos das bandas de seus amigos. Um exemplo é o de Thomas Pappon, que enfrentou sérios problemas certa vez ao escrever honestamente sobre um disco do Ira!:
"o Ira! estava lançando o "Psicoacústica" e eu fiz o press-release e eles ficarm putos com o que eu escrevi. O Nazi e o André vieram até minha casa possessos de raiva. Eu não me lembro exatamente o porque, mas o "press-release" deveria ter alguma coisa....eu não tinha gostado do disco e deixei isso transparecer , o que é uma coisa estúpida, deveria ter me recusado a escrever, mas eu era muito amigo deles. Isso causou um mal-estar que durou uns dois anos...uns dois anos que eu não cruzava o Nazi. De amigos muito próximos, a gente virou...sabe".

Posso estar enganado, mas sobrou uma farpa ao jornalista Ricardo Alexandre. Isso quando o Álvaro diz que o crítico não tem participação na construção de qualquer tipo de cena. Um dos motes da extinta revista Frente, da qual Alexandre era um de seus responsáveis, era justamente o de "reconstruir a cena musical". Naquela entrevista que eu publiquei no Observatório da Imprensa, Ricardo falou de "o outro cara orgulhoso de ter escrito um livro em quatro meses copiando tudo na internet e ganhando espaço no Fantástico dado por seu amigo..." Bem, é só usar um pouco a cabeça para sacar os personagens citados por Alexandre.

De qualquer forma, já está rolando na Internet uma réplica a esse mais recente polêmico artigo. No minímio, é engraçada:

QUER SER ÁLVARO PEREIRA JUNIOR?

1) Mude-se para San Francisco.
2) Descole uma coluna bacana na Folhateen.
3) Desanque sem pudor qualquer banda tapuia.
4) Aceite sua magnitude. Acredite piamente que você (junto com o Lúcio Ribeiro) é o farol do jornalismo musical tupiniquim.
5) Eleve a condição de sublime qualquer banda anglo-saxônica (escandinava também serve) da qual você supõe que o leitor silvícola nunca ouviu falar.
6) Sustente opiniões indefensáveis (i.e. Kelly Key é a melhor coisa a surgir no cenário nacional desde (preencha a lacuna com qualquer sandice).
7) Defenda categoricamente a teoria de que os roqueiros gaúchos só se mudam para São Paulo porque em Porto Alegre todos têm inveja dos paulistanos.
8) Assista a "Quase Famosos" e, depois de dois anos, nutra a convicção de que você é o Lester Bangs brazuca.
9) Leia a revista Brasa e, depois de sete anos, escreva um texto com o tema "Quer ser crítico de música?".
10) Seja manda-chuva de um dos programas de maior audiência da maior emissora de televisão da América Latina.
11) Garanta que este programa mantenha a tradição de ser, por mais de 30 anos, o mais enfadonho, piegas e constrangedor produto exibido em horário nobre da TV
brasileira.
12) Cague regras.
13) Enfie o dedo bem no meio do seu cu e rasgue com toda a força.



sábado, agosto 09, 2003

Bem, para compensar a falta de posts, vou colocando alguns textos antigos desde blog. O primeiro é de 30 de maio de 2002.


O grande estorvo hoje para muitos internautas é o Spam, aqueles e-mails de propagranda que aportam nas caixas de entrada de milhares de usuários. Na maioria dos casos, as "vitimas" (se é que se pode chamá-las assim) dizem não ter solictado desse tipo de mensagem. Hoje existem inúmeras organizações no mundo que lutam contra essa prática do envio de e-mails indesejados. O assunto é tema de reportagens de jornal, sites, colunas de informática (Reparem, de tempos em tempos, o assunto volta à tona, porém sem qualquer tipo de novidade).
Enfim, dá-se muita importância ao Spam, mas por outro lado, não se fala de uma prática um tão abominável quanto. Aposto que todos têm um caso para contar de mails não respondidos. Eu mesmo já contei um caso aqui nesse blog há alguns posts. Sempre que eu recebo um mail, faço questão de o responder na sequencia. Outra coisa que eu já expliquei aqui: recebo mails de pessoas em busca de informações sobre rádios piratas, etc. Podendo ou não ajudar, eu respondo. Em muitos casos não há a réplica ou ao menos uma mensagem com uma simples palavrinha: obrigado.
Semana passada, tive mais uma experiência nesse sentido, mas desta vez o meio de comunicação foi outro, o celular. Liguei para um determinado fulano por dois dias seguidos. Nas duas ocasiões, a minha ligação caiu na caixa postal. Dexei o recado, com meu número de telefone de casa. Fiz a minha parte. Pois bem, até agora, enquanto eu escrevo essas linhas, não tive o tal do retorno das minhas ligações. Não responder a um e-mail é uma coisa, mas não ligar de volta a quem deixou um recado na caixa postal é pior, porque se paga uma tarifa para isso. E quem paga é quem liga. O dono do celular para o qual chamei não deve estar ciente disso ou até está, cagando e andando para o fato. O pior é que eu não posso nem mandar esse cidadão às favas (pensaram que era à pqp?), por alguns motivos que não cabe comentar aqui (numa outra ocasião, talvez).
Aposto que muitos podem estar se perguntando: "você não leva em consideração que essa pessoa possa estar sem tempo?". Claro que sim, mas se ela está tão enrolada assim, ela poderia fazer um contato nem que seja para dizer que recebeu meu recado, mas assim que tiver um tempo me liga. Não custa nada.
A triste conclusão é a de que o avanço tecnologico trouxe novas ferramentas para a comunicação inter-pessoal, mas a etiquieta não evoluiu no mesmo passo.

domingo, agosto 03, 2003

Minhas preces foram ouvidas. Está no ar o Blogólatras Anônimos, dedicados àqueles que, assim como eu, acabaram se viciando em blogs, tantos nos seus próprios, como nos dos outros.
Aliás, essa idéia de uma associação para blogueiros viciados meio que nasceu numa troca de comments entre este que vos escreve e o Alexandre Inagaki há algum tempo.
Bem, assumo que sou viciado no meu blog, mas daqui a pouco vou ter uma crise de abstinência, pois tenho demorado dias para escrever alguma aqui. Espero não baixar hospital por causa disso.

sexta-feira, agosto 01, 2003

Não, não desisti de blogar. Só ando um pouco sem tempo.

sábado, julho 26, 2003

O blog Kibe Loco traz uma zoação engraçada envolvendo Marcelo Camelo, vocalista do Los Hermanos, e um dos filhos do ex-ditador Saddam Hussein que foi morto após uma ofensiva do Exército norte-americano.
Los Hermanos é muito bacana, em que se pese alguns erros que eles cometeram na primeira fase da carreira (fase Anna Julia), mas eles viraram a mesa a tempo, peitaram gravadora e o mundo e hoje estão no terceiro CD, mesmo após muitos percalços.
(Um parêntese: para quem não sabe, uma vez ele me ofereceu estadia durante uma ida em que eu fui para Rio, isso em 1998. Acabei arrumando outro lugar para ficar,
mesmo assim, tinha pego o telefone dele antes e não deixei de ligar para bater um papo e agradecer. Acho que hoje ele, como um astro do rock, nem deve se lembrar disso..he he he). Só não entendo por que Camelo e os outros integrantes fazem questão de manter esse visual talebã. A imagem de despojamento que a banda quer passar acaba soando tão calculada quanto as atitudes de artistas que se moldam para agradar ao mercado e ao público em geral.
Gostaria de poder ouvir melhor o mais recente lançamento deles, o "Ventura". Mas quem deixou um CD como "O Bloco do Eu Sozinho", já merece um lugar na história. Só falta a Los Hermanos poder se relacionar melhor com certos aspectos do showbiz.

quarta-feira, julho 23, 2003

Algo que tem me deixado muito feliz neste ano de 2003 é o fato de que as minhas colaborações para o Observatório da Imprensa estão cada vez mais frequentes. Menos de um mês após publicar a minha entrevista com o Ricardo Alexandre (que repercutiu muito, diga-se de passgem), eu volto novamente ao site, mas desta vez abordando outro assunto. Se no papo anterior, a imprensa cultural foi o destaque, agora a vez é do jornalismo esportivo, só que de um ponto de vista diferente. Eu tinha uma pergunta na cabeça: como a mídia italiana vê o futebol brasileiro? Para responder a essas e outras questões, conversei com o jornalista Alessandro Penna, correpondente no Brasil da revista Guerin Sportivo, uma das mais tradicionais da Itália. Para mim, o resultado foi bastante satisfatório. E há pelo menos uma revelação. A imprensa italiana faz as vezes de "olheira", isto é, ela mostra ao seus leitores e ao mercado quais são os jogadores de futebol que estão se destacando por aqui para uma possível transferência num futuro próximo.
Essa entrevista merece pelo menos uma histórinha de bastidores. Eu descobri que tenho um anjo da guarda no Observatório. Quando eu redigi o abre, acabei esquecendo que Brasil e Itália decidiram duas Copas do Mundo. Coloquei apenas a de 70. Falha imperdoável. Ia ser uma barriga e tanto. Mas depois de eu ter a orelha devidamente puxada, consertaram a minha burrada.

domingo, julho 20, 2003

Sem muita pompa e circunstância foi lançada há alguns meses a revista Beatz, que está buscando um público interessante e que quase sempre foi deixado de lado: o que consome a dance muisc e todas as suas vertentes, seja indo a clubes ou comprando CDs dos DJs bam-bam-bams do momento. A publicação foi lançada sem grande pompa e circunstância em abril, mas já está na terceira edição. A segunda, que eu folheei numa banca da região da Paulista, trazia como reportagem de capa uma comemoração dos 15 anos da explosão da Acid House, que entre outras coisas, tirou esse tipo de música das casas noturnas e a introdiziu no cotiando das pessoas. Muita coisa legal surgiu nessa época como Bomb The Bass e suas colagens sonoras, mas inevitavelmente muito lixo veio na rabeira, especialmente aqulio que conhecemos como poperô. Mas tudo isso é assunto para a Beatz desenvolver com maior propriedade. Voltando à revista, uma coisa que me chamou a atenção foi ver no expediente o nome da Editora Pool. Para quem não sabe, foi a primeira que bancou o lançamento da Zero. Trocou o rock pela dance music. Será que foi uma boa troca? Só o tempo dirá.

segunda-feira, julho 14, 2003

A partir do próximo dia 15 o acesso ao site Usina do Som passa a ser pago. Para quem não sabe, é um site de streaming media no qual o usuário pode montar "estações de rádio" de acordo com seu gosto musical. Até aí tudo bem, a cobrança de uma tarifa acabou sendo um caminho natural para muitos serviços e portais da internet que não conseguiram se sustentar com publicidade. Pode-se até concordar ou não, mas é uma realidade que está aí. Risível mesmo foi o argumento utlizado para justificar a medida. Segundo o site de notícias MM Online, "pesquisas apontam que 25% dos usuários da Usina do Som estão dispostos a pagar pelo pacote de serviços oferecidos pelo site". E cabe a pergunta: a opinião dos outros 75% não conta? Eu pelo menos não fui ouvido.
Tomara que pelo menos o site melhore. O mesmo MM Online diz que a Usina do Som tem um acervo com mais de 150 mil músicas. Porém, deixa a desejar um pouco no que diz respeito a qualidade. Cito um exemplo particular. Na minha estação, eu inclui músicas do Suede, que tem apenas dois álbuns que estão disponíveis aos usuários, o primeiro, que tem o mesmo nome da banda, de 1992, e o Head Music, lançado em 1999. Para a Usina do Som, outros lançamentos como Dog Man Star, de 1995, não exitem. Se a entrada de dinheiro dos futuros assinantes servir para que haja um salto de qualidade, então está valendo. Caso contrário, será um tiro n'agua.

sábado, julho 12, 2003

Outro dia eu estava conversando com um camarada na Internet e ele me perguntou o que eu achava do jornalismo gozno praticado por algumas pessoas do sul. De bate pronti respondi que o primeiro jornalista gonzo do país foi Goulart de Andrade. Sim, aquele mesmo do Comando da Madrugada, programa de reportagens vice-líder de audiência no horário dos sábados à noite, na Bandeirantes.
Goulart não se satizfaz apenas em ser o elo de ligação entre o fato e seu público. Por diversas vezes, ele partipa ativamente como um agenteprovocador. Prova disso é uma matéria de quase 20 anos sobre os travestis que faziam ponto no bairro da Vila Buarque, em São Paulo. Após mostrar como vários deles tomavam injeções de silicone, ele decidiu colocar vestido, peruca e sato alto e foi para a rua junto com eles, se transformando em "colega de trabalho" por algumas horas. Será que nossos aprendizes de gonzo-jornalistas teriam a mesma coragem de vestir essa "pele do lobo"?
Esse lance com os travestis é apenas um exemplo. Goulart muitas vezes foi protagonista de suas próprias reportagens. Recuando um pouco mais no tempo, ele estava preparando um Globo Repórter sobre doenças do coração. Durante uma sessão de entrevistas com o Dr. Eurycles Zerbini, uma das autoridades brasileiras em assuntos cardio-vasculares na época, o médico pediu para examinar o jornalista. Não lembro do diagnóstico, mas a recomendação era a da que Goulart fosse operado o mais brevemente possível. Ele topou, mas com uma condição. Que se deixasse filmar todo o processo.
Condições aceitas, lá foi nosso herói para mesa de cirurgia. Durante o processo, acontece um imprevisto: uma parada cardíaca. E a câmera não parou de filmar. Goulart sobreviveu e todas essas imagens fizeram parte do programa.
Talvez por conta da idade, Goulart de Andrade não é mais tão aventureiro como antes, mas deixou um legado importantíssimo para o jornalismo gozno. Tomara que aqueles que prestam cultam a esse estilo aqui no Brasil reconheçam a sua importância.

sexta-feira, julho 11, 2003

Na edição especial Matrix, à página 39, faltou o crédito para a Folha de S. Paulo no box "As Referências Pop de Matrix".

O pequeno e lacônico texto reproduzido acima faz parte da edição número 8 da revista Zero e está publicado na página 62, ao final da seção de cartas e abaixo de outras erratas. Para quem não lembra do caso, o especial sobre o filme Matrix Reloaded trouxe um box sem qualquer tipo de crédito que na verdade foi publicado na Folha, em 1999. Seu autor, o jornalista Alex Maron descobriu que o texto fora chupado sem o devido crédito e denunciou o fato no seu blog (veja também textos aqui do Onzenet nos dias 3 e 11 de julho). Foi prometida uma retratação, a mesma que está reproduzida na abertura deste post. Resta saber se se a atitude da redação da Zero encerra de vez o caso.

quarta-feira, julho 09, 2003

Está rolando um interessante debate sobre o futuro do jornalismo musical no site Comunique-se. Cortesia da colunista Ana Maria Bahiana. Nessa semana, ela diz que música sofreu um "racha". Resumindo, a jornalisita mostra que o consumo de música e o consumo de informações sobre música são coisas diferentes. E a vinda de uma nova geração que não está acostumada a comprar discos, mas sim baixar músicas da internet através de arquivos MP3, estará radicalizando esse processo. Para Bahiana, o perfil de futuras publicações on-paper sobre música deveria ser direcionado aos "coroas".
O texto joga bastante luz nesse debate. Eu não enxergo uma radicalização tão grande desse novo público que está consumindo música de graça. Ele vai se interessar por saber mais informações daquilo que ele baixou, não importa o meio. Se existir algum veículo que consiga suprir essa necessidade, o internauta corre atrás, seja na rede ou em papel mesmo, ainda que pagando. É bom lembrar que o preço de capa de uma revista é muito mais barato que o de um CD.
O nosso jornalismo musical se caracteriza por tentar antecipar tendências e lançamentos. Durante a época pré-Napster isso até funcionou. Além do mais, essa tarefa era facilitada fazendo um "cozidão" de informações de revistas importadas do eixo EUA-Inglaterra (muitos jornalistas, alías, ganharam fama e $$$ e fazendo isso por aqui). Talvez fosse mais interessante nessa fase de transição investir mais no esforço de reportagem, e não o de recortagem. Por exemplo: por que não se colocou um repórter para acompanhar as gravações dos CDs mais recentes do Skank e do Los Hermanos (isso só para ficar em dois lançamentos que estão dando o que falar) e procurar colher histórias interessantes de bastidores.
A proposta de uma revista segmentada a um público, digamos, mais idoso é válida. Eu acho até que já existe uma experiência nesse sentido que é a revista da Kiss FM, emissora especialista em classic rock daqui de São Paulo. Vamos aguardar para ver seus resultados. Pelos menos, ela chegou a sua segunda edição.

sábado, julho 05, 2003

Fausto Silva estreou como apresentador de televisão em 1984. Até então, ele vinha tocando uma carreira bem sucedida como repórter esportivo de rádio e apresentador de um programa na antiga Rádio Excelsior (hoje CBN) chamado Balancê, que misturava o noticiário futebolístico com variedades, idéia de Osmar Santos. A atração se tornou tão popular, que acabou ganhando uma versão de auditório, com a participação de platéia e a introdução de números musicais ao vivo. O jornalista Goulart de Andrade (um dos gênios da tv ainda em atividade) foi realizar uma reportagem sobre o programa comandado por Faustão (já naquela época ele era conhecido assim) e teve um estalo: O Balancê era, na verdade, um programa de televisão feito no rádio. Nascia assim o Perdidos na Noite, que começou como um quadro no 25/a Hora, programa de Goulart na TV Gazeta. Não demorou muito e o Perdidos foi ganhando vida própria e se transferindo para a TV Record.
O Perdidos na Noite inovou em termos de linguagem. Era a antítese de tudo o que se fazia na televisão, mas se acorando numa fórmula simples: um apresentador desbocado (Fausto Silva), uma dupla de humoristas-imitadores (Tatá e Escova), um sonoplasta esperto que colocava sempre a trilha sonora no momento certo (Johnny Black) e uma produtora que acabou virando atração do programa (Lucimara Parisi). Não dá para esquecer a participação do publico, que levava faixas e cartazes e acabava por interferir no programa. Tudo isso dava um ar de informalidade, descontração e uma certa anarquia, até O Perdidos ia na contra-mão do tão bem falado Padrão Globo de Qualidade, imposto na admintração Boni, no qual tudo tinha de ser certinho e bem feitinho.
Tudo ia bem, até que de repente, vem a surpresa. Em 1988, Faustão assina contrato com a Globo para comandar uma atração dominical. Isso deixou muita gente surpresa, pois a existência do Perdidos era uma crítica formal ao modo como eram conduzidas as atrações da emissora que na época estava sediada no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Para alguns, era uma espécie de traição. Não dava para imaginar que uma pessoa se deixasse cooptar pelo mesmo sistema que era vítima de suas ácidas críticas.
Pode parecer um exagero, mas depois que estreou na Globo, Faustão nunca mais foi o mesmo. Em seu lugar apareceu um apresentador que demonstra estar insatisfeito com as atrações que apresenta. Se na época de Perdidos, ele tinha presença de espírito suficiente para tirar de letra qualquer situação embaraçosa, Silva hoje prefere brigar com a produção no ar.
O publico sentiu uma certa saturação no discurso de Fausto Silva e, em 1997, decidiu prestigiar outro programa de auditório dominical, o Domingo Legal, apresentado por Gugu. Foram quase cinco anos de derrotas sucessivas no Ibope até que a situação mudou no ano passado. Alavancando pelo futebol, o Domingão do Faustão voltou a ser líder de audiência. Porém, isso não serviu para afastar os problemas. O inicidente envolvendo o cantor Lulu Santos é prova disso. Ele não é o primeiro e nem será o último artista a reclamar do tratamento recebido ao participar do programa. Lulu fez o que achava certo, escreveu uma carta aberta e expôs em publico a situação constrangedora da qual foi vítima. Fausto respondeu em seu programa do último domingo. Porém, não o fez de forma elegante. Preferiu reclamar do modo como Lulu levou a situação e disse que o assunto não deveria ter sido tratado em público. Uma argumentação estranha para quem no início de carreira fazia questão de mostrar os bastidores de seu programa em público.

sexta-feira, julho 04, 2003

Algumas pessoas me perguntam sobre projetos interessantes de rádio comunitária. Soube de um nos últimos dias. É a Rádio Biboca, uma rádio online voltada para a população do bairro do Jardim Rosama, em São Paulo, e adjacências. "O principal objetivo da Rádio Biboca é atender, ouvir e dar voz à comunidade, estimular a promoção dos Direitos Humanos de Homens e Mulheres, bem como a eliminação das igualdades entre os gêneros, classes e raças, sempre respeitando as diferenças", diz o primeiro parágrafo de sua carta de princípios. Alguns aúdios de programas da Biboca estão à disposição dos internautas, fato que lhe confere um caráter mais universal.

quarta-feira, julho 02, 2003

Nada como uma boa notícia ao voltar a escrever aqui, depois de um breve recesso. A edição dessa semana do Observatório da Imprensa traz uma entrevista exclusiva que eu fiz com o jornalista Ricardo Alexandre. O tema principal do papo foi a aventura da revista Frente, que circulou em apenas três oportunidades durante o ano de 2002. Os leitores mais atentos do Onzenet devem lembrar que a revista foi tema de vários dos meus posts. Alexandre avisa de forma oficial que a publicação parou mesmo de ser publicada. Os motivos podem ser conhecidos na íntegra da conversa, que pode ser lida clicando aqui.

quarta-feira, junho 25, 2003

Rápidas e rasteiras:
-O blog do coleguinha Gim Tones está de endereço novo.
-O chapa Gilberto Custódio Jr. agora tem uma coluna, intitulada Indie até a medula, no site da revista Zero
-Reconheço que o intervalo entre um post e outro aqui no blog está maior do que deveria, mas creio que a partir da próxima semana as coisas por aqui devem estar regularizadas.

sábado, junho 21, 2003

Tenho uma boa notícia aos leitores do Onzenet que não curtem futebol. Assumi uma coluna para palpitar bastante sonte o emplogante esporte bretão no site Papo de Bola, do meu chapa Eduardo de Oliveira Cesar. O texto de estréia já está no ar (que carece de alguns ajustes ainda) e pode ser lido aqui.

quinta-feira, junho 19, 2003

Essa história levantada pelo Daniel Castro de que a Globo quer distribuir às rádios comunitárias os áudios de alguns dos seus programas merece entrar para o Febeapá da comunicação brasileira por dois motivos. Primeiro que programa de tv não funciona em rádio e uma prova disso é a experiência do Programa do Jô na CBN. Segundo, porque essa iniciativa vai totalmente contra a principal finalidade desse tipo de emissora que é falar para a comundade onde está fixada (cadê o MiniCom e a Anatel?). Em vez de mexer com as comunitárias, a Globo poderia muito bem usar uma de suas muitas emissoras de rádio para servir de linha auxiliar de sua rede de televisão.

Não sou muito fã dessa coluna de rádio que a Folha On Line publica aos sábados, mas ela trouxe uma importante informação na semana passada. Quase todas as emissoras paulistanas tiveram perda de ouvintes no último trimestre, segundo dados do Ibope. Pode ser um sinal de que o público está se cansado daquilo que ouve no rádio, seja no que diz respeito a qualidade musical ou mesmo ao formato estético de programação, mas é bom esperar o resultado da próxima pesquisa para verificar se essa tendência se confirma.

Pitacos (ainda que tardios) sobre a questão do jabá.
É perda de tempo criar uma lei para criminalizar essa prática. A comparação que eu vou fazer é grosseira, mas se a Lei Seca não foi levada a sério nos EUA, imaginem o que aconteceria caso uma lei anti-Jabá passasse a vigorar amanhã neste paraíso tupiniquim, mais conhecido como a terra do jeitinho? Uma saída poderia ser a criação de mecanismos que deixassem mais claro quando e onde a gravadora pagou para que determinado artista tocasse numa rádio.
Há alguns anos (em 1997, acho), saiu um artigo na Time (reproduzido aqui em português pela Folha de S. Paulo) dando conta que nos EUA algumas gravadoras estavam comprando espaços musicais em emissoras norte-americanas, mas de uma forma transparente, pois logo depois que uma determinada música era tocada ia ao ar uma vinheta informando a qual CD ela pertencia. Ou seja, era quase um comercial. Não sei dizer se essa prática vingou lá, mas por que não tentar copia-la aqui no Brasil? O ouvinte daqui deve ter o direito de saber aquilo que lhe estão empurrando goela ( ou ouvido) abaixo. Se ele gostar, que consuma, como acontece com qualquer outro bem de consumo.
No ano passado eu tive a oportunidade de entrevistar o radialista Roberto Maia, ex-diretor da Rádio Brasil 2000 FM. Seu pensamento sobre esse assunto vai na linha da transparência: "Se tudo fosse às claras, não existiria corrupção. "

segunda-feira, junho 16, 2003

Para esse início de semana quero reproduzir trechos de dois textos bacanas que li na Internet e que servem para uma reflexão acerca do estágio atual que vive o jornalismo.

Um deles, é o editorial de Marcelo Costa, do site ScreamYell.

(...)
Seja picuinhas entre grandes tubarões e o governo federal, seja uma crise que têm no alto custo do papel seu maior vilão, dois dos maiores jornais brasileiros (e da América Latina) anunciaram violentos cortes (Folha e Estadão) e o cenário começa a brilhar nessa telinha que você está olhando agora: a internet.
Mais: muitos profissionais da área de cultura, tanto em palestras quanto em conversas de bar, assumem: se você quer informação, procure um e-zine. Eu estou falando sério!!! Editores de cadernos de cultura da imprensa escrita já assumem que o espaço que eles têm para falar sobre determinado assunto não consegue abrigar toda gama de informações e que em um e-zine o leitor terá muito mais espaço, variedade e (por que não?) honestidade.
Espaço porque quem vem em um site como o S&Y ler uma matéria, já vem sabendo que encontrará um texto de quatro a dez páginas de Word diferenciado da mídia tradicional. E, pior, se tiver que cortar página, pode se preparar que é o caderno de cultura que vai perder pautas em um jornal.
Variedade porque a quantidade de bons sites de cultura é tão grande que lendo o melhor de cada um, o leitor estará melhor informado sobre música, cinema e literatura do que se assinasse qualquer revista nacional por um ano.
E honestidade porque um e-zine está a serviço do sonho de seus realizadores, tanto editores quando colaboradores. Um e-zine não precisa ficar fazendo média com políticos, não precisa se preocupar no quanto a crítica feita vai influenciar no relacionamento com a indústria (indústria? tá) muito menos posar de sabe-tudo. A história aqui é escrever sobre coisas que gostamos para pessoas que gostam dessas coisas, lerem. Simples assim.
Muita gente teima em afirmar que a descentralização da informação via web é a lápide do jornalismo impresso. Discordo, em termos. E tudo que penso sobre o assunto não cabe em um pequeno editorial mensal, mas basta dizer que a mídia impressa precisa adaptar-se aos novos tempos, buscar novas formas de atrair o leitor, o que inclui boas pautas e bons textos (o que vai contra essa 'limpeza' nas redações, afinal, como um jornalista vai se ater a fazer bons textos trabalhando por quatro, cinco outros). Estão deixando a qualidade de lado e essa sim será a lápide no juízo final. (sic).


Costa, de certa forma, aprofunda alguns tópicos que eu abordei naquele artigo sobre e-zines para o Observatório da Imprensa.

O outro texto é do blog de Alex Maron.

Eu não sou conservador a respeito de comunicação, não. Muitas gente se surpreende quando vê que, embora eu seja jornalista, eu sou a última pessoa a sacanear alguém por conta de algum erro de ortografia. Sim, porque quem é jornalista sabe que erra e muito, todos os dias. Para errar, basta escrever. E no fim das contas, o que importa é a comunicação. Mas não vamos exagerar...
Claro que há erros e erros. Você vê uma palavra e saca logo se o erro é de ortografia ou de digitação. Basta ver uma palavra escrita de um jeito estranho e olhar para o teclado para entender como aquele erro aconteceu.






domingo, junho 15, 2003

Bomba: emissora de rádio boicota música dos contratados da Warner Music? Motivo? Falta de acordo sobre o valor do jabá. Leia mais a respeito no Ultravox.

sexta-feira, junho 13, 2003

Nosso amigo Lúcio Ribeiro, em viagem de férias, deve ter se esquecido do assunto "Zero" (ver post do dia 05/06).

Por que as pessoas bacanas têm que partir cedo demais?

quarta-feira, junho 11, 2003

Comprei a Zero dedicada ao filme Matrix Reloaded, a mesma que gerou todo um bafafá por causa de um texto chupinhado da Folha de S. Paulo escrito pelo Alex Maron, em 1999.
Creio que foi uma decisão ousada derrubar as seções normais da revista para torná-la uma edição monotemática. Ao mesmo tempo, trata-se de uma estratégia arriscada. Isso porque existem dois tipos de leitores: os inteligentes e os nem tanto. Alías, essa é uma característica da vida em geral. Existem pessoas para as quais nem é necessário explicar muita coisa. Meia palavra basta para os bons entendedores. Por outro lado, com outros tipos de pessoas, existe um trabalho maior quando vai se explicar certas coisas (é por isso que se deve ir com calma, principalmente quando algúem aparece com uma idéia nova "genial" e se justifica dizendo que não se pode subestimar a inteligência do leitor). Os leitores inteligentes certamente irão sacar que esta foi uma edição especial num momento excepcional. Já a tribo dos leitores nem tanto inteligentes talvez possa pensar que a Zero mudou de perfil, deixando a música de lado. Quem se decepionar com essa edição só com o filme talvez fique na dúvida se compra a próxima. Apesar de ser o hype do momento, não são todos que gostam da saga Matrix.
A questão do texto chupado (o box da página 39) infelizmente chamou muito mais a atenção do que o restante do conteúdo deste número da Zero. Os textos da Ana Maria Bahiana, uma de nossas melhores profissionais do jornalismo cultural, ficaram em segundo plano. Numa primeira olhada, não associei a hipotética autoria do box à frila que fez o texto principal (ele começa na página anterior), mas isso é uma questão interpretativa de cada leitor. Em alguns veículos a norma é a de que textos não-assinados são de autoria de alguém da redação. Mas esse é o problema: sei disso e consigo fazer essa diferenciação porque eu conheço mais ou menos as técnicas, manjo um pouco desse meio. O restante dos leitores não tem qualquer obrigação de conhecer os meandros da produção de uma revista ou jornal.
Eu torço para que a retratação prometida pelos manda-chuvas da revista possa colocar todas as coisas nos seus devidos lugares. Espero também que esse incidente não seja um empecilho na carreira da jornalista, que foi uma vítima nesse imbróglio todo.

terça-feira, junho 10, 2003

Está no ar a minha participação na Coluna Vertebral, pendurada no site da Rádio Brasil 2000 FM (SP).
Neste mês, resolvi escrever sobre a nova safra de bandas que tem jornalistas em sua formação. Na verdade, nem é tão nova assim, mas só mesmo lendo o texto para saber de maiores detalhes. O endereço é: http://www.brasil2000.com.br/colunavertebral.php?cls_codigo=8

sexta-feira, junho 06, 2003

Qual seria a reação do crítico musical Lester Bangs (1948-1982) ao saber que tem gente aqui no Brasil usando seu nome em vão?

Informação do site Comunique-se:

Após dois anos fora do mercado, a 89FM, emissora de São Paulo, prepara o relançamento da Revista Rock, em parceria com a Sisal Editora. A publicação será dirigida por Roberto Pierantoni, que comandava os títulos Oficina Mecânica e Hot, na própria Sisal, com Cláudia de Castro Lima atuando como editora assistente. Contará, ainda, com a colaboração de frilas e da equipe de jornalismo da 89, dirigida por Luciana Curiati.

quinta-feira, junho 05, 2003

Cenas de mais um capítulo da novela sobre jornalismo cultural picareta:
-Num primeiro momento soou um tanto estranho que o Alexandre Matias, em seu Trabalho Sujo 40, dedicasse um bom espaço de sua coluna para falar das aventuras do jornalista Pepe Escobar, na década de 80, reproduzindo trechos do livro "Dias de Luta", escrito por Ricardo Alexandre. Afinal, não é ele o responsável pelos casos já exaustivamente abordados aqui. Pareceu que a intenção era se evitar falar específicamente do que está acontecendo nas últimas semanas. Porém, a mensagem que Matias quer passar é mais ou menos a seguinte: essas histórias vão acabar caindo no esquecimento e o profissional que as proporcionou irá continuar sua carreira normalmente, como se nada tivesse acontecido...até o próximo deslize ético.
Aliás, já está na hora de se dar nome ao boi, não é mesmo? Mas há um probleminha aí: quem pariu a criança, que a embale...(isso remete ao segundo tópico).
-O Lúcio Ribeiro continua com sua colaboração semanal na Pensata, da Folha On Line, mesmo após não ter mais vínculo empregatício com a Folha de S. Paulo. Em sua coluna, que continua sendo colocada no ar em duas fases (uma na quarta e outra na quinta), ele promteu, falar entre outras coisas, da "Zero". Porém, após o "update" da quinta, nada foi escrito a respeito. Será que Lúcio iria comentar algo sobre o box do especial de Matrix Reloaded que a revista plagiou da Folha?
(Aliás, um parêntese: o site Comunique-se não melhorou a nota na qual informou que seu nome estava na lista de demitidos em mais um corte de pessoal praticado pela direção na última semana. Lúcio fez um acordo e vai continuar sim, mas como free-lance, prova disso é que ele já fez duas colunas após ter deixado o jornal e já avisou que a da próxima semana será mandada de Ibiza, na Espanha. O Comunique-se é um bom site, porém, as vezes, deixa a desejar em alguns pontos).
(Outro parêntese: decidi que irei continuar grafando o misto de e-zine e blog Trabalho Sujo, pilotado pelo Matias, desse modo, sem qualquer tipo de alteração, até porque Trabajo Sulho, seu nome oficial, é complicado de pronunciar).

terça-feira, junho 03, 2003

Aos poucos, o caso de sacanagem jornalistica envolvendo a revista Zero está sendo esclarecido. Uma coisa já é certa. A frila que fez um dos textos sobre o filme Matrix Reloaded NÃO tem nada a ver com o rolo. Tudo indica que foi alguém da redação que pegou o texto feito por Alex Maron, na Folha, e o enxertou na página em que saiu a reportagem dela. Ainda falta um posicionamento oficial da revista, mas este incidente já provocou a saída de uma pessoa importante do staff da Zero. Leia mais a respeito neste post de Maron.

segunda-feira, junho 02, 2003

Vou reproduzir aqui no blog a mensagem deixada pela Mimi, do Fama, sobre as picaretagens no jornalismo.
Pô, esta história de plágio deveria ser discutida também nas facs de jornalismo...vários colegas meus fazem isso, tanto redigindo matérias e inventando entrevistados, quanto escrevendo trabalhos pra a fac copiados da net.
Um absurdo.
Deixam a ética de lado e se aproveitam do trabalho alheio.
Esta coisa de invenção de entrevistas é velha....tem jornalista que acha que leitor é burro.


No final, ela deixa uma pergunta:
Mas me fala, o que o jornal deve fazer para coibir isto?! Pois se a entrevista for por telefone, dá para gravar, mas se for por e-mail, como saber se a fonte é verídica?!
O que o editor deve fazer para se certificar da veracidade dos fatos?!


Bem, o Émerson Gasperin já deu uma resposta em sua coluna, cujo trecho pode ser lido alguns posts abaixo.
Se eu estivesse no lugar dele não faria nada de muito diferente. Se a entrevista foi gravada, eu faria questão de ouvir ao menos um trecho da conversa. E pedria para ver o e-mail com as respostas e depois, se houvesse alguma dúvida ainda, procuraria uma confirmação com um assessor de imprensa, agente, empresário ou com o próprio entrevistado em último caso. Talvez alguns digam que isso é trabalhoso demais, que o ritmo alucinante do jornalismo não permite que haja uma brecha de tempo para esse tipo de procedimento, mas creio que é melhor perder alguns minutos para essa checagem do que perder a credibilidade da publicação pra vida toda. Digo isso porque em muitos casos nem é o jornalista que vai pagar o pato. Quem leva a culpa, no fim, é a revista ou jornal que publica uma fraude. O leitor comum não se preocupa com nomes de jornalistas, quem assinou matéria x ou y. Enfim, acho que não é necessário nenhum grande ovo de colombo para se precaver de picaretagens. Basta ligar o picaretódromo. É, não tem gente que liga o f***-se? Então, é só usar esse outro aparelhinho.

 
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